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Clínquer x Cimento(s)

 Clínquer: material obtido a partir da sinterização, em


temperatura de aproximadamente 15000C, de mistura
homogênea e, previamente dosada, de calcário moído,
argila, e outros óxidos tais como: óxido do ferro, óxido de
alumínio, óxido de sílica, quando ausentes ou
insuficientes na argila.

 Para a produção da grande maioria dos


cimentos emprega-se clínquer, gesso e
adições minerais.
Cimento
 De acordo com a NP EN 197-1:2001 [1] “o cimento é um ligante hidráulico, isto é, um
material inorgânico finamente moído que, quando misturado com água, forma uma
pasta que apreende/agarra/gruda e endurece devido a reações e processos de
hidratação e que, depois do endurecimento, conserva a sua resistência mecânica e
estabilidade debaixo de água“.
 O cimento Portland é um ligante hidráulico, o que significa que, para além de
endurecer ao ar, também endurece dentro de água, tendo ainda capacidade de
manter a resistência ao longo do tempo nos dois ambientes. Esta característica
tornou o cimento Portland num ligante de elevada utilização.
 CIMENTO : Aglomerante hidráulico, obtido a partir mistura de clínquer, gesso e
adições minerais.
Insumos para a fabricação do cimento
Fontes de matérias primas
Quantidade de insumos p/tonelada
Clínquer Matéria prima
 Calcário calcítico e Argila

 Calcário
ClínquerMateria prima
Produção do clínquer
 Dosagem da mistura crua
 A determinação da porcentagem de cada matéria-prima na mistura crua
depende essencialmente da composição química das matéria-primas e da
composição que se deseja obter para o cimento portland, quando
terminado o processo de fabricação.
Clinquerização
O processo de cozedura começa a partir do momento em que o cru é
extraído dos silos de armazenagem e introduzido no sistema de pré-
aquecimento, onde circula em contra-corrente com os gases de escape
resultantes da queima do combustível. O transporte do material através do
forno faz-se pelo movimento de rotação e pelo seu grau de inclinação.

Os fornos são constituídos por um tubo "rotativo", montado segundo uma


inclinação que pode ir de 2,5 a 5% e com uma velocidade de rotação entre
1,5 e 2,5 r.p.m., atingindo comprimentos de 85m. Interiormente são
revestidos de material refractário que confere protecção ao" tubo" e reduz
as perdas térmicas.

Para que se desenvolva o processo de cozedura, ou clinquerização, é


necessário atingir uma temperatura de cerca de 1450°C. Obtém-se esta
temperatura pela combustão de carvão pulverizado, "pet-coke", fuelóleo, gás
natural ou outros combustíveis secundários (pneus usados no caso da fábrica
Maceira-Liz).
 No forno, como resultado do tratamento sofrido, a matéria-prima
transforma-se em clínquer. Na saída, o material apresenta-se na forma de
bolas de diâmetro máximo variável entre 1cm a 3cm. As bolas que
constituem o clínquer saem do forno a uma temperatura da ordem de
1200ºC a 1300ºC, pois há um início de abaixamento de temperatura, na
fase final, ainda no interior do forno.
 Clinquerização etapas do processo
 O clínquer sai do forno e passa ao equipamento esfriador, que pode ser
de vários tipos. Sua finalidade é reduzir a temperatura, mais ou menos
rapidamente, pela passagem de uma corrente de ar frio no clínquer.
Dependendo da instalação, na saída do esfriador o clínquer apresenta-
se com temperatura entre 50ºC e 70ºC, em média.

 O clínquer, após o esfriamento, é transportado e estocado em


depósitos.
Esfriamento brusco do clínquer

 O esfriamento brusco do clíquer se destina, sobretudo, a impedir a


formação de periclásio, pois os cristais de periclásio do cimento
portland poderão transformar-se em Mg(OH)2 ( hidróxido de magnésio
ou brucita), quando o concreto que os contenha seja empregado em
obras sujeitas à presença de umidade.
Produção do Clínquer
Controle da composição química

 São numerosos os métodos de controle da composição química da mistura


crua, sendo os métodos seguintes as mais empregados:
 Módulo hidráulico (Michaelis)
 Módulo de sílica
 Módulo de alumina-ferro
Composição do clínquer

 CLÍNQUER PORTLAND E SEUS COMPOSTOS ANIDROS


 
 No interior do forno de produção de cimento, a sílica, a alumina, o óxido de
ferro e a cal reagem dando origem ao clínquer, cujos compostos principais
são os seguintes:
 – silicato tricálcico ................... 3CaO . SiO2 ................. (C3S) *
 – silicato dicálcico ................... 2CaO . SiO2 ................ (C2S) *
 – aluminato tricálcico ............... 3CaO . Al2O3 ................ (C3A) *
 – ferroaluminato tetracálcico .... 4CaO . Al2O3 . Fe2O3 ..... (C4AF) *

 Todos esses compostos têm a propriedade de reagir em presença da água,


por hidrólise, dando origem, então, a compostos hidratados.
Produzindo o cimento puro *
 GESSO
 O gesso é o produto de adição final no processo de fabricação do
cimento portland, com o fim de regular o tempo de pega por ocasião
das reações de hidratação. É encontrado sob as formas de gipsita
(CaSO4.2H2O), hemidrato ou bassanita (CaSO4.0,5H2O) e anidrita
(CaSO4).
 O clínquer portland e suas adições minerais passam ao moinho para a
moagem final, onde se assegura ao produto a finura conveniente, de
acordo com as normas.
 Cimentos compostos

 O cimento portland resultante da moagem do clínquer, com as adições


permitidas, é transportado mecânica e pneumaticamente para os silos de
cimento a granel, onde é estocado.
 Após os ensaios finais de qualidade do cimento estocado, ele é enviado aos
silos para a operação de ensacamento,operação feita em máquinas
especiais que automaticamente enchem os sacos e os soltam assim que
atingem o peso especificado de 50 Kg.
Resumo do processo de
fabricação do cimento
 Extração da matéria prima
 Britagem
 Pré-homogeneização e dosagem
 Cozedura
 Resfriamento
 Moagem e adições
 Embalagem e Expedição
Cimento

CPI Concreto em geral sem exposição ao sulfato.

CPII Z - obras civis em geral, subterrâneas, marítimas e industriais.


pozolânico
CP II E - escória baixo calor de hidratação. Resistente a sulfatos.
de alto forno
CP II F – Filer, Para aplicações gerais.
material
carbonático
CP III AF – Alto baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à
Forno reação álcali-agregado, além de ser resistente a sulfatos. obras de concreto-
massa.
CP IV – 32
obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. baixo calor de
pozolana
hidratação.

CP V ARI resistência inicial elevada e desforma rápida.

CP RS
redes de esgotos de águas servidas ou industriais e água do mar.

CP BC Baixo calor de hidratação; obras de concreto-massa.

CP B Branco. Estrutural de 25 a 40 MPa; Não estrutural rejuntes e aplicações sem


responsabilidades estruturais.
Composição dos cimentos
Cimentos compostos

 O cimento portland pozolânico – NBR 5736 (EB – 758) – recebe, além do


gesso, a adição de material pozolânico (cinza volante, argila calcinada ou
pozolana natural), nos seguintes teores: de 10 a 40% para o tipo 250 e de
10 a 30% para o tipo 320.

 para o cimento portland comum – NBR 5732 (EB-1) – é permitida a adição


de escória granulada de alto forno num teor de até 10% de massa total do
aglomerante.
Cimento CP III-32/40

 Cimento Portland de Alto Forno – NBR 5735 (EB-208/74)


 O cimento portland de alto forno, de acordo com a NBR 5735 (EB-208),
é o aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clínquer portland e
escória granulada de alto forno, com adição eventual de sulfato de
cálcio.
 O conteúdo de escória granulada de alto forno deve estar
compreendido entre 25% e 65% da massa total.
Cimento CP III-32

 O cimento portland de alto forno é de emprego generalizado em obras


de concreto simples, concreto armado e protendido. Além disso,
considera-se indicado o seu emprego em concreto exposto a águas
agressivas com água do mar e sulfatadas, dentro de certos limites.
Cimento CP III-32/40-RS
Cimento CP III-32

 “O emprego de cimento portland de alto forno em obras marítimas,


sobretudo em países tropicais ou sub-tropicais, e em terrenos com
águas sulfatadas, é justificado pelo fato de possuírem pequena
proporção de aluminato tricálcico e maior proporção de silicatos de
cálcio de menor basicidade, que produzem na hidratação menor
quantidade de hidróxido de cálcio”.
Cimento CP-IV-32
 Cimento Portland Pozolânico - NBR 5736 (EB – 758/74)
 O cimento portland pozolânica, de acordo com a NBR 5736 (EB – 758/74), é o
aglomerante hidráulico obtido pela moagem da mistura de clínquer portland e
pozolana, sem adição durante a moagem de outra substância a não ser uma
ou mais formas do sulfato de cálcio.
Cimento CP IV
O cimento portland pozolânico é de emprego generalizado no concreto
não havendo contra-indicação quanto ao seu uso, desde que
respeitadas as suas peculiaridades, principalmente quanto às menores
resistências nos primeiros dias e a necessidade consequente de
cuidadosa cura.
Cimento CP IV-32
 O cimento Portland pozolânico tem baixo calor de hidratação, o que o
torna bastante recomendável na concretagem de grandes volumes e
sob temperaturas elevadas. Além disso, o alto teor de pozolana, entre
15 e 50%, proporciona estabilidade no uso com agregados reativos e
em ambientes de ataque ácido, em especial de ataque por sulfatos. É
altamente eficiente em argamassas de assentamento e revestimento,
em concreto magro, concreto armado, concreto para pavimentos e
solo-cimento.
Cimento CP IV-32
 Os materiais pozolânicos, ao contrário das escórias granuladas de alto-
forno, não reagem com a água da forma como são obtidos. Entretanto,
quando finamente divididos, reagem com o hidróxido de cálcio em
presença de água e na temperatura ambiente, dando origem a
compostos com propriedades aglomerantes. Por essa razão, os
materiais pozolânicos são utilizados conjuntamente com o clínquer,
pois o hidróxido de cálcio é um produto normalmente resultante da
hidratação deste.
Cimento CP IV-32
CP III e CP IV
 A adição de escória e materiais pozolânicos modifica a
microestrutura do concreto, diminuindo a permeabilidade,
a difusibilidade iônica e a porosidade capilar, aumentando
a estabilidade e a durabilidade do concreto. Tais fatores
repercutem diretamente no comportamento do concreto,
melhorando seu desempenho ante a ação de sulfatos e
da reação álcali-agregado. Outras propriedades são
também alteradas, incluindo a diminuição do calor de
hidratação, o aumento da resistência à compressão em
idades avançadas, a melhor trabalhabilidade e outros.
Composição CP III e CP IV
Cementos
Resistentes a los
Sulfatos
Ensayo de Resistencia a los
Sulfatos en Ambiente
Externo
Cemento tipo V (ASTM) Cemento tipo V (ASTM)
Relación A/C= 0.65 Relación A/C= 0.39
Desempeño de Concretos Preparados con
Diferentes A/C y Expuestos a Suelos con Sulfatos
Desempeño de Concretos Preparados con
Diferentes Cementos y Expuestos a Suelos
con Sulfatos
CP II F-32 – Cimento Portland
composto com Fíler
 O cimento Portland composto tem diversas
possibilidades de aplicação e por isso é um dos cimentos
mais utilizados no Brasil. Suas propriedades atendem
desde estruturas em concreto armado até argamassas
de assentamento e revestimento, concreto massa e
concreto para pavimentos. O CP II F-32 tem adição de
fíler calcário, em teor entre 6 e 10% e não é o mais
indicado para aplicação em meios muito agressivos.
CP II F-32 – Cimento Portland
composto com Fíler
CP II F-32 – Cimento Portland
composto com Fíler
Cemento
Portland Blanco
CPB-Cimento Portland Branco
 Cimento Portland Branco
 O cimento portland branco é um cimento portland comum, produzido com matéria-prima que não
apresente coloração prejudicial à sua brancura característica.
 Assim, reduz-se ao mínimo o teor de ferro, sendo evitado o emprego de argilas que contenham
ferro e outros elementos como manganês, magnésio, titânio etc. Os óxidos de ferro são fundentes
e, portanto, reduzem a temperatura de clinquerização.
 No caso dos cimentos brancos, devido a ausência de fundente, a clinquerização se dá a
temperaturas mais elevadas, da ordem de 1500 ºC, acarretando o emprego, no forno, de
refratários de maior custo, além de exigir maior consumo de combustível.
Cimento Portland Branco Estrutural
 O cimento portland branco apresenta resistência à compressão
elevada, mais seu emprego geralmente visa fins estéticos e como
matéria-prima na fabricação de tintas. Guias e sarjetas revestidas de
argamassa de cimento branco têm o seu uso indicado no interior de
túneis, sub-solo de edifícios etc.
Cimento Portland Branco Estrutural
Cimento de alta resistência inicial
 O cimento portland de alta resistência inicial (CP V – ARI)
tem a peculiaridade de atingir altas resistências já nos
primeiros dias da aplicação. O desenvolvimento da alta
resistência inicial é conseguido pela utilização de uma
dosagem diferente de calcário e argila na produção do
clinquer, bem como pela moagem mais fina do cimento, de
modo que, ao reagir com a água, ele adquira elevadas
resistências, com maior velocidade. O clínquer é o mesmo
utilizado para a fabricação de um cimento convencional, mas
permanece no moinho por um tempo mais prolongado.
 Liberam mais calor...
Cimentos de Alta
Resistencia Inicial
Tipo II (ASTM)
CP V-ARI
Cimento ARI
Cimento de alta resistência inicial
e Resistente a sulfatos CPV-ARI-RS
Composição CP V-ARI
Cimento de alta resistência inicial
e Resistente a sulfatos CPV-ARI-RS
 CP V ARI RS é um cimento diferenciado
ideal para ambientes “agressivos”, pois
apresenta resistência a sulfatos. É
recomendado para obras correntes de
engenharia civil, obras marítimas,
subterrâneas, em indústrias químicas e
tratamento de água.
Imagens CPV-ARI-RS
Cimento resistente a sulfatos
Cimentos de baixo calor de
hidratação
Concreto con Cemento
Expansivo
 Exigências das Normas 
 As principais exigências, particularmente da NBR 5732 (EB-1/77), que
interessam sobretudo ao consumidor de cimento, são a seguir
indicadas: 
 Quanto à composição química
 Perda de fogo
 O ensaio de perda de fogo – NBR 5743 (MB-510) – se faz por diferença de
pesagens de amostra de cimento portland elevada à temperatura de 900ºC
a 1000ºC em cadinho de platina. Dessa forma mede-se:

 a) perda de água de cristalização – o que constitui uma indicação sobre o


eventual início de hidratação do cimento;
 b) perda de CO2 – se houve início de carbonatação (reação com o CO2 do
ar) ou se existir, misturado no cimento, pó de CaCO3; e,
 c) a perda ao fogo é de, no máximo, 4,0% de acordo com a NBR 5732 (EB-
1/77).
 Quanto as características físicas
  
 Finura
 As dimensões dos grãos do cimento portland podem ser avaliadas por meio
de vários ensaios, porém, praticamente, o mais utilizado é o seguinte:
 Por peneiramento – NBR 11575 (ABNT MB-1): a peneira empregada no
ensaio é a ABNT 0,075mm (nº 200) e deve satisfazer à norma NBR 5734
(EM-22). A norma indica para o CPC um resíduo máximo de 15% para os
tipos 250 e 320, e máximo de 10% para o tipo 400;
 Resistência a Compressão

 A resistência à compressão é uma das características mais importantes


do cimento portland e é determinada em ensaio normal descrito na
NBR 7215

 Os cimentos CPC, AF, POZ, ARS, MRS e ARI devem apresentar, no


mínimo, as seguintes resistências:
Aglomerantes

 Ensaio de Resistência a Compressão - NBR 7215

 O método compreende a determinação da resistência à compressão de corpos-de-


prova cilindricos de 50mm de diâmetro x 100mm de altura, pode-se ainda realizar o
ensaio em prismas de 40x40x160, realizando o ensaio de tração na flexão, e depois
compressão. Ensaio de tração na flexão e resistência à compressão com as duas
partes resultantes do ensaio anterior.
 O ensaio é feito com argamassa normal, de traço 1:3 e o fator água/cimento em 0,48
para o ensaio normal.
 A colocação da argamassa na forma é feita com o auxílio da espátula, em 4 camadas
de alturas aproximadamente iguais, recebendo cada camada 30 golpes uniformes com
o soquete normal, homogeneamente distribuídos.
 Esta operação deve ser terminada com a rasadura do topo dos corpos-de-prova, por
meio da régua que o operador faz deslizar sobre as bordas da forma em direção
normal à régua, dando-lhe também um ligeiro movimento de vaivém na sua direção
NBR 7215 Argamassa ensaio cimento
Aglomerantes
 Cimento Portland de Alto Forno (CP-AF)

  Tipo 250 Tipo 320

MPa Kgf/cm2 MPa Kgf/cm2


3 dias 8 80 10 100
7 dias 15 150 18 180
28 dias 25 250 32 320

 Cimento Portland Pozolânico (CP-Z ou CP-POZ)


Tipo 250 Tipo 320
MPa Kgf/cm2 MPa Kgf/cm2

3 dias 7 70 10 100
7 dias 15 150 18 180
28 dias 25 250 32 320
90 dias 32 320 40 400
 Resultados
 Resistência individual
 Calcular a resistência à compressão, em megapascals, de cada corpo-de-prova,
dividindo a carga de ruptura pela área da seção do corpo-de-prova.
 Resistência média
 Calcular a média das resistências individuais, em megapascals, dos quatro corpos-
de-prova ensaiados na mesma idade. O resultado deve ser arredondado ao décimo
mais próximo.
Produção do cimento
 https://www.youtube.com/watch?v=FPri-id5LkE

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