Você está na página 1de 28

PSICOPEDAGOGIA: textos e contextos

Aula 1
Apresentação do plano de ensino da disciplina
Introdução ao conteúdo

Profª Ma. Rosali Cabral Garcia Luvisoto

rosali.luvisoto@unifran.edu.br
EMENTA

Introdução à Psicopedagogia clínica e institucional,


fundamentos teóricos e técnicos dos processos de
prevenção, avaliação e intervenção psicopedagógica
clínica e institucional e abordagens inclusivas.
OBJETIVOS

Cognitivos

Adquirir conhecimentos sobre as teorias e técnicas de


avaliação e intervenção psicopedagógica.
Conceituar o desenvolvimento e a aprendizagem humana.
Compreender a queixa escolar a partir da relação do sujeito
(aprendente) com o conhecimento e o saber. Articular os
dados investigados considerando os aspectos cognitivos,
afetivos e relacionais. Articular teoria e prática, relacionando
as instâncias família, sujeito e escola.
Habilidades

Ler, interpretar e expor ideias sobre textos relativos à


intervenção psicopedagógica.
Intervir psicopedagogicamente por meio de atendimentos
clínicos. Reconhecer e utilizar os recursos formais e
informais para a pesquisa do potencial do sujeito da
aprendizagem. Estruturar situações de avaliação da
aprendizagem:
cognitiva, psicomotora e emocional.
Discutir, com seus pares questões da intervenção
psicopedagógica referentes aos estudos de caso vistos em
sala de aula.
Atitudes

Assumir e desenvolver um olhar crítico-reflexivo sobre a


intervenção de sujeitos com queixa de dificuldades na
aprendizagem e desenvolvimento, seja no contexto clínico
ou no contexto institucional.
Reconhecer o potencial da pessoa com dificuldade de
aprendizagem. Assumir postura interventiva (escutar,
pontuar, esclarecer e orientar) junto aos responsáveis e a
escola.
Valorizar a participação do aluno para a construção do
conhecimento.
Ter flexibilidade para pensar e agir.
CARACTERIZANDO A ÁREA DE SABER

Psicopedagogia: Campo recente no Brasil, onde o


profissional é cada vez mais solicitado pelas escolas,
médicos neurologistas, fonoaudiólogos, equipes
multiprofissionais e principalmente pelos pais das crianças
e dos adolescentes que apresentam uma diferença em
relação a seus pares, ou seja, que apresentam alguma
síndrome ou transtorno que afetam ou dificultam de
alguma forma a aprendizagem e o rendimento
acadêmico/escolar.

Discussão: Clínica e /ou institucional


Psicopedagogo: um profissional

 
Ou seja:

Ele é o profissional preparado para atender


crianças, adolescentes ou adultos com problemas
de aprendizagem, atuando na sua prevenção,
diagnóstico e tratamento clínico ou institucional.
Ele pode ser um pedagogo, um licenciado em alguma
área específica, um psicólogo...
Há grandes empenhos para que a Psicopedagogia
seja reconhecida como uma Área de formação e que
assim sendo, seja necessário um Curso de
Graduação com suas Diretrizes Curriculares
específicas, o que hoje não acontece na maioria das
Instituições de Ensino Superior.
Ela tem sido até então uma Especialização pretendida
por muitos profissionais que sentem as lacunas de
sua atuação ou que se encantam com o objeto de
estudo dessa disciplina.
OBJETO DE ESTUDO

Antes de tudo: a Pessoa

e os processos envolvidos na relação entre ensino e


aprendizagem; entre ensinante e aprendente, e o que
decorre destes processos.
Desafios para o Psicopedagogo em formação

Experiência x Titulação

“ A experiência acumulada incomoda, e é preciso


dividir...”

Psicopedagogia não é para quem quer; é, sobretudo, para quem pode. Não
basta o domínio teórico, já que seu exercício é metateórico e supõe, por
parte do profissional, uma percepção refinadamente seletiva e crítica. Mais
ainda, a capacidade de juntar e processar saberes, na medida de cada caso,
para dar conta de cada um. A isto há que se somar a saúde emocional do
psicopedagogo, sua capacidade de transitar entre as complexas relações
familiares, muitas vezes em famílias em processo de reorganização,
e identificar as possíveis saídas. (WEISS, 2007).
Na prática, essa atuação envolve estar preparado para
enfrentar resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos, etc
[...]
E não parar de desejar conhecer, estudar, buscar, para
tentar conhecer de forma mais completa estas crianças,
adolescentes e/ou adultos já tão criticados por não
corresponderem às expectativas dos pais e professores
(ACAMPORA, 2013).
O Psicopedagogo e sua criança interior...

(ACAMPORA, 2013).
...no país das maravilhas!!!

A Psicopedagogia é uma disciplina que desde sempre


teve em seu bojo distintos paradigmas, considerando as
contribuições de interfaces como a Medicina, a Educação,
a Sociologia, a Antropologia, a Pedagogia, Psicologia
dentre outras.

...modelo de homem /modelo de Psicopedagogia


[...]aquele que valoriza o olhar sobre o sujeito integral,
visto e considerado em todas as suas dimensões: bio,
psico, social e existencial. Ou seja, centra-se em um
modelo que leva em conta na formulação da concepção
de homem que este sujeito em situação de aprendizagem
inclui também tudo o que está envolvido no processo de
aprender.

Considera ainda que o sujeito é muito mais do que aquilo


que ele faz ou pode fazer em um determinado momento
de sua vida.

 
Podemos afirmar que o campo da Psicopedagogia não
está tão claramente delimitado e envolve a aprendizagem
sistemática e também assistemática, além da
complexidade que é seu objeto de estudo, ou seja: a
pessoa.
Cada profissional assume uma posição, um lugar teórico
a partir do qual aborda a pessoa.

Do nosso mirante entendemos que quanto mais integral


puder ser esta abordagem, mais veremos enriquecido o
processo evitando que se caia em reducionismos ou
ideias pré-concebidas na hora de iniciar uma intervenção.
 
 
 
Justamente por esta ausência de limites quanto ao seu
campo e quanto aos marcos teóricos que a integram que
seguimos enriquecendo a Psicopedagogia com tantos
suportes que favorecem a abordagem da Pessoa dentro
da atuação (clínica e institucional) Psicopedagógica. 
 
 
Psicopedagogo:
Aquele que trabalha com a aprendizagem Humana

Jorge Visca Argentino assim como Sara Paim e Alícia


Fernandez convergentes em suas teorias influenciaram
na década de 70 no Brasil a Psicopedagogia pensada de
modo interacionista [especialmente no Sul]; (sujeito
completo, integral, não só focado nos aspectos clínicos,
mas também educacional).

Ainda: Bianca Acampora


Elvira Souza Lima
Maria Lúcia Weiss
Inclui ainda as teorias do desenvolvimento humano
(Erikson/ Freud/Piaget e outros...)-
Retoma-se autores como: Hellen Bee e Papalia

As teorias da aprendizagem: Gaardner, Perrenoud, a


epistemologia genética( Modelo Piagetiano que considera
que para passar para uma outra fase o sujeito precisa
concluir a anterior). Emília Ferreiro (hipóteses de
leitura/escrita)
A Proposta da psicopedagogia após Visca compreende o
espaço clínico como todo espaço onde se possa fazer a
avaliação de uma queixa.

Quem ouvir primeiro?? Os pais? O sujeito?


 
J. Visca propõe uma entrevista inicial não contaminada
pela queixa dos pais. Libertando assim o psicopedagogo
para discutir diferentes realidades e aí será o contexto
geral que irá levar às melhores escolhas para a condução
do caso.
Contexto clínico:
Indica-se primeiro a EFSE-( WEISS). Às vezes
exploramos inicialmente e só mais à frente do processo
que se faz a EOCA e a anamnese.
Caixa de trabalho x EOCA: Técnicas diferentes mas da
mesma autoria (mesma fonte teórica)

Obs.: Técnica da Caixa lúdica- técnica/ proposta de


orientação psicanalítica

Contexto institucional
Escola, Instituições assistenciais, menores infratores,
situação de abandono familiar, CAPS, etc...: É mais fácil
mesmo ser realizada primeiramente a EOCa.
Contexto clínico:
Indica-se primeiro a EFSE-( WEISS). Às vezes
exploramos inicialmente e só mais à frente do processo
que se faz a EOCA e a anamnese.
Caixa de trabalho x EOCA: Técnicas diferentes mas da
mesma autoria (mesma fonte teórica)

Obs.: Técnica da Caixa lúdica- técnica/ proposta de


orientação psicanalítica

Contexto institucional
Escola, Instituições assistenciais, menores infratores,
situação de abandono familiar, CAPS, etc...: É mais fácil
mesmo ser realizada primeiramente a EOCa.
INDICAÇÃO DA LEITURA PARA A AULA 2
Texto: De sapo à Príncipe

Disponibilizado na plataforma blackboard

 
 
 
COMEL, D. D. Do Poder Familiar. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
 
GUERRA, V. N. A. Violência de pais contra filhos: a tragédia revisitada. 7ª Ed São Paulo:
Cortez, 2011.
 
GUERRA, V. N. A. Violência de pais contra filhos: a tragédia revisada. 3 ed. São Paulo : Cortez,
1998.
 
KRISTENSEN, C. H. Violência Doméstica. Porto Alegre: FundaçãoMaurício Sirotsky; AMENCAR,
1998.
LEVISKY, D. L. Adolescência e violência: ações comunitárias na prevenção.São Paulo:Casa
do Advogado, 2007, 331p.
 
LOPEZ, F. Problemas afetivos e de conduta na sala de aula. In: César Coll Salvador; 
Álvaro Marchesi; Jesús Palacios. Transtorno de Desenvolvimento e Necessidades Educativas
Especiais. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
 
OAKLANDER, V. Descobrindo crianças: abordagem gestáltica com crianças e adolescentes. São
Paulo: Summus,1980.

 
 
 
 
OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. (7ª
Ed). Petrópolis: Vozes, 2003.
 
OLIVEIRA, G. C. A transmissão dos sinais emocionais pelas crianças. In: SISTO, F.
F;MARTINELLI, S. C (Orgs). Afetividade e dificuldades de aprendizagem: uma abordagem
psicopedagógica. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2006.
 
RAMOS, F.P. A.Historia das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999.
SAFFIOTI, H I. B. Exploração sexual de crianças. In: AZEVEDO, M. A. G; GUERRA, V. N (orgs).
Crianças Vitimizadas: a síndrome do pequeno poder: 2. Ed. São Paulo: Iglu, 2000.
 
WAGNER, A. A família em cena: trama, dramas e transformação. Petrópolis: Vozes, 2002
 
 
 
 
 
 

Você também pode gostar