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SUPORTE BÁSICO DE VIDA:

Atendimento Inicial à vítima de


trauma

BOMBEIRO SOCORRISTA MARCELO A. S. RIBEIRO


Considerações Iniciais
 Diferença entre Emergência e Urgência;

 Importante para a triagem;

 Triagem: decisão de quais pacientes devem ser


tratados antes e onde deve ser feito o tratamento.
Atendimento Inicial à Vítima de
Trauma
 Etapas do atendimento inicial:

1º Planejamento:
-Planejar é programar-se, preparar-se para atingir um
objetivo;
2º Triagem: Priorizar a 1ª vítima a ser atendida;
3º Avaliação Primária: Inicial;
4º Medidas Adicionais;
5º Avaliação Secundária;
6º Reavaliação;
7º Tratamento Definitivo.
Avaliação Primária
 Avaliação inicial;
 Identificar lesões que comprometem a vida do
paciente e, simultaneamente, estabelecer
condutas para a reestabilização das condições
vitais e o tratamento das anormalidades;
 Segue uma ordem: XABCDE;
 São as mesmas para criança, adulto, gestante e
idoso, porém com algumas especificidades
diferentes.
XABCDE
X–(Exsanguinate) - Exsanguinação -
sangramento externo grave
A – (Airway maintenance) – Vias Aéreas e controle
da coluna cervical;
B – (Breathing and ventilation) – Respiração e
Ventilação;
C – (Circulation with hemorrhage control and with
cervical spine control) – Circulação com controle
de hemorragia;
XABCDE

D – (Disability: Neurologic Status) – Avaliação da


incapacidade e exame neurológico sumário;
E – (Exposure/Environmental Control) – Exposição
– despir completamente o paciente e protegê-lo
de hipotermia;
* Esta sequência na prática é realizada
simultaneamente.
X – EXSANGUINATE (HEMORRAGIA
GRAVE)
 As Hemorragias são consideradas como a perda de
sangue para fora do sistema circulatório.
 As hemorragias podem ser de origem:

- Arterial: sangue vermelho vivo, esguicha, são as mais


perigosas e difíceis de controlar;
- Venosa: sangue vermelho escuro, flui continuamente,
mais comum;
- Capilar: sangramento mais superficial, flui
vagarosamente, facilmente controlável.
X – EXSANGUINATE
(HEMORRAGIA GRAVE)
APLICAÇÃO DE TORNIQUETE

 Primeira opção após a compressão em


hemorragias massivas;
 Ajustar até controle da hemorragia;
 Pode ser colocado em um segundo torniquete
acima do primeiro se necessário;
 Verificar desaparecimento do pulso distal;
 Anotar a hora da colocação.
APLICAÇÃO DE TORNIQUETE
REMOÇÃO DO TORNIQUETE
 Aplicar curativo compressivo;
 Afrouxar lentamente o torniquete;
 Observar se produz sangramento;
 Se persistir a hemorragia, ajuste novamente o
torniquete;
 Não retirar se houver amputação.
 DEPOIS DE 2 HORAS, PODE HAVER RISCO
PARA O MEMBRO LESIONADO, POR ISSO
VERIFICAR A POSSIBILIDADE DE RETIRAR.
ATENTADO À MARATONA EM
BOSTON 2013
X – EXSANGUINATE
(HEMORRAGIA GRAVE)
A: Vias aéreas
 A permeabilização das vias aéreas é prioritário no
trauma;
 Causas de obstrução das vias aéreas em vítimas
inconscientes:
1. Queda de língua;
2. Incapacidade de expelir corpos estranhos.
A: Vias aéreas
 Manobras de Chin Lift
(elevação do mento);
 Manobra de Jaw Thrust

Projeção da mandíbula);
A: Vias aéreas
 Passos:
1º Inspeciona-se a cavidade oral;
2º Avalia-se a necessidade de instalação da cânula
de Guedel, do O2 através da máscara ou da
ventilação com o ambú;
3º O acesso à traquéia pode ser possível através da
intubação orotraqueal ou nasotraqueal e na
impossibilidade destas : Traqueostomia ou
cricotireoideostomia
A: Vias aéreas com controle da
coluna cervical
A: Vias aéreas com controle da
coluna cervical
A: Vias aéreas com controle da
coluna cervical
 REGRA: Todo paciente com múltiplos
traumatismos, com lesões aparentes acima das
linhas claviculares e, especialmente, com
alteração do nível de consciência, deve ser
considerado como portador de lesão em coluna
cervical;
B: Respiração e Ventilação
 Somente a permeabilidade das vias aéreas não
garantem uma ventilação satisfatória do paciente
 Para isso é fundamental um adequado
funcionamento do tórax, pulmões, e diafragma,
 Portanto, cada um desses componentes devem ser
avaliados e examinados rapidamente;
B: Respiração e Ventilação
 Algumas situações podem comprometer a
ventilação e devem ser identificadas precocemente,
através do exame físico, são elas:
*Pneumotórax hipertensivo;
*Contusão pulmonar(tórax instável);
*Pneumotórax aberto;
*Hemotórax maciço
C: Circulação com Controle de
Hemorragias
 A hipovolemia com consequente choque
hemorrágico é a causa principal de morte nas
primeiras horas após o trauma;

 A queda da pressão em vítimas de trauma deve


ser sempre considerada como consequência de
hipovolemia;
C: Circulação com Controle de
Hemorragias
 Parâmetros importantes na avaliação inicial e
determinação da hipovolemia:
a) Nível de consciência;
b) Coloração da pele;
c) Frequência e amplitude do pulso;
d) Perfusão periférica: enchimento capilar aumenta
2 seg;
C: Circulação com Controle de
Hemorragias
 Algumas condutas resolvem em até 90% dos
casos:
1. Compressão da artéria fonte de sangramento;
2. Elevação do membro ferido;
3. Compressão manual direta sobre o sangramento
C: Circulação com Controle de
Hemorragias
 Classificação do choque hipovolêmico
D: Avaliação do Estado
Neurológico
 Determinar o nível de consciência e a reatividade
pupilar do traumatizado;

Pupila miótica Pupila midríatica


D: Avaliação do Estado
Neurológico
Avaliação do diâmetro das pupilas
Tão importante quanto às demais avaliações, pois pode nos trazer bases das possíveis
lesões que a vitima pode trazer. Existem algumas características de leões que resultam
na alteração de tamanho das pupilas do doente.
D: Avaliação do Estado
Neurológico
 O RNC (Rebaixamento do Nível de Consciência)
é indicativo de diminuição de oxigenação, lesão
direta do encéfalo ou o uso de drogas e/ou álcool;
 Na avaliação inicial, utiliza-se o método AVDI:

A – Alerta
V – Resposta ao estímulo Verbal
D – Resposta ao estímulo Doloroso
I – Irresponsivo aos estímulos
D: Avaliação do Estado Neurológico
 • Alerta: está orientado no tempo, espaço e contexto > fornece informações
corretas relativos à data e dia da semana, sabe o próprio nome, indica para onde se
dirigia no momento do acidente, está ciente de que está envolvido em um acidente
ou que apresenta um problema de saúde;
• Verbal: responde somente quando estimulado > abre os olhos quando o
socorrista determina, mesmo que torne a fechá-lo novamente; aperta a mão do
socorrista quando ordenado;
• Doloroso: somente responde ao estímulo doloroso > quando estimulado através
de fricção no esterno apresenta respostas motoras que indicam o grau de
comprometimento neurológico, em geral está inconsciente ou incapaz de se
comunicar com o socorrista;
• Irresponsivo: não apresenta nenhum tipo de resposta, mesmo sendo estimulado
através de ordens verbais ou dor. Apresenta um nível de consciência rebaixado
indicando lesão
cerebral grave.
D: Avaliação do Estado
Neurológico
 A alteração no nível de consciência implica
necessidade imediata de reavaliação dos padrões
ventilatórios.
D: Avaliação do Estado
Neurológico
 Escala de Coma de Glasgow
 É uma ferramenta utilizada para determinar o nível de
consciência. É um método simples e rápido para
determinar a função cerebral e da sobrevida do doente,
especialmente a melhor resposta motora. Também fornece a
função cerebral basal para avaliações neurológicas seriadas. A
escala de coma de Glasgow é dividida em três seções: 1 abertura
ocular; 2 melhor resposta verbal; 3 melhor resposta motora.
Pontuar o doente em um escore de acorde com a melhor resposta
para cada componente da OMV.
D: Avaliação do Estado
Neurológico
D: Avaliação do Estado
Neurológico
D: Avaliação do Estado
Neurológico
 Escala de Coma de Glasgow
 Em resultado final de nossa avaliação obteremos o escore equivalente da
real situação em que o paciente se encontra neurologicamente, para isto
devemos somar a pontuação dos três parâmetros a serem avaliados.
*Se o paciente encontrar-se inconsciente devemos realizar o teste de reação
de pupilas a luz, obtendo a resposta, subtraímos da pontuação final do
Glasgow da seguinte forma:
 Pupilas reagentes = 1 ponto
Pupilas não reagentes = 2 pontos

Obtendo assim a pontuação mínima de 1 e máxima de 15, classificando seu
estado em 3 níveis: GRAVE (1 à 8), MODERADO (9 à 12) e LEVE (13 à
15).
E: Exposição do paciente com
controle de hipotermia
 Facilitar o exame completo e a determinação de
lesões que podem comprometer a sua vida;
 As roupas devem ser cortadas para evitar
movimentos e eventual mobilização de fraturas
ou luxações;
 Deve-se proteger o paciente contra
hipotermia( 35º);
E: Exposição do paciente com
controle de hipotermia
 Através de cobertores térmicos e infusão de
líquidos aquecidos, pois o frio exerce efeitos
deletérios sobre o organismo do traumatizado.
Avaliação Secundária
 Hospitalar;
 Inicia-se após a avaliação primária e as medidas
de reanimação;
 Algumas lesões importantes podem passar
despercebidas em portadores de trauma múltiplo;
 A avaliação secundária compreende as seguintes
etapas:
Avaliação Secundária
 A) História:
 A história sobre a vítima e o acidente com o
próprio paciente;
 Se o paciente inconsciente = APH ou familiares;
 Deve-se pesquisar tipo e horário do acidente,
intensidade do impacto, direção e força do
impacto;
Avaliação Secundária
 B) Exame Físico:
 Todos os seguimentos do organismo devem ser avaliados,
obedecendo a sequência:
1. Cabeça
2. Pescoço
3. Tórax
4. Abdome
5. Períneo
6. Vagina
7. Reto
8. Sistema Músculo-esquelético
9. Sistema Neurológico: Escala de Coma de Glasgow e Reatividade
Pupilar
Reavaliação
 Deve-se realizar toda vez que houver sinal de
instabilidade, seja ela respiratória, ventilatória,
hemodinâmica e/ou neurológica;
 Deve-se usar como instrumento alguns parâmetros:
 PA
 FC
 FR
 ECG
 Volume e características de líquido de SNG e SVD
TOLERÂNCIA ORGÂNICA DOS
ÓRGÃOS

Regra de 3 da sobrevivência:
3 minutos sem O2
3 horas em exposição a frio/calor extremo
3 dias sem água
3 semanas sem comida
3 meses se convívio com outro ser humano
3 segundos para responder a um perigo imediato.
CLASSIFICAÇÃO DE
CHOQUES
CHOQUE HEMORRÁGICO
RCP – RESSUCITAÇÃO
CARDIOPULMONAR
RCP – RESSUCITAÇÃO
CARDIOPULMONAR
 A ressuscitação cardiopulmonar, reanimação
cardiopulmonar (RCP) é um conjunto de manobras
destinadas a garantir a oxigenação e nutrição dos órgãos
quando a circulação do
sangue de uma pessoa para (parada cardiorrespiratória).
• Nesta situação, se o sangue não é bombeado para os
órgãos vitais, como o cérebro, coração e os pulmões,
esses órgãos
acabam por entrar em necrose, colocando em risco a
vida da pessoa.
PCR- PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA
 A parada cardiorrespiratória ou PCR é a interrupção da
circulação sanguínea que ocorre em consequência da
interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da
presença de batimentos cardíacos ineficazes. Após uma PCR o
indivíduo perde a consciência em cerca de 10 a 15 segundos
devido à parada de circulação sanguínea cerebral.
• Caso não haja retorno à circulação espontânea e o paciente
não seja submetido a ressuscitação cardiopulmonar, a lesão
cerebral começa a
ocorrer em cerca de 3 minutos e após 10 minutos de ausência
decirculação as chances de sua sobre vida são próximas a zero.
FISIOPATOLOGIA
CAUSAS REVERSÍVEIS
CADEIAS DE SOBREVIVÊNCIAS
DIAGNÓSTICO DE PCR
 Na PCR o tempo é variável, estima-se que a cada minuto que o individuo
fique em PCR, 10% de probabilidade de sobrevida sejam perdidos.
• A causa de PCR é variável, de acordo com o fator de risco que a
vitima/paciente se encontra.
• A avaliação para chegar no diagnóstico compreende a avaliação de
quatro parâmetros:
• Responsividade – investigada pelo estimulo verbal e tátil
• C - Pulso Adulto – carotídeo / Pulso Pediátrico – braquial ou femoral;
• A - Verificação de vias aéreas;
• B - Respiração – avaliar se a há expansão de tórax, eliminação de ar
pelas vias
aéreas;
Ausência dos 4 = PCR
RCP- REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR
RCP POR PROFISSIONAIS
1º - 5 ciclos de 30 x 2 – Manobra que pode ser utilizada por 1 ou 2 socorristas: realização de 30
compressões com 2 ventilações com intervalos de 6 segundos em cada ventilação ou a cada 30
compressões o socorrista pausa para que seja realizado as duas ventilações. Checando os sinais de
vida sempre após 5º ciclo realizado.

2º - 1 ciclo de 120 x 12 – manobra realizada por 2 socorrista: a cada 10 compressões e realizado 1


ventilação, porém é necessário a sincronia dos socorristas, pois a compressão é continua, não
havendo pausa ou intervalo para que seja feita a ventilação. Checando os sinais de vida sempre
após o ciclo de 120 compressões.

Para pacientes bebes/lactantes: É indicado iniciar a manobra de RCP quando os mesmos


apresentarem a frequência de pulso menor que 60 batimentos por minuto. Sendo 5 ciclos
de 30 x 2 quando em 1 socorrista e 15 x 2 quando em 2 socorristas, após o 5º ciclo se faz a
checagem dos sinais de vida.

*Devemos trocar o profissional que realiza as compressões a cada 2 minutos para manter a
eficácia na manobra*
QUANDO SUSPENDER A MANOBRA
 Caso haja retorno somente da circulação, faça 1 ventilações a cada
5 segundos ou numa frequência de 12 ventilações por minuto. Caso
não haja retorno da respiração ou circulação, repita novamente o
ciclo
escolhido anteriormente checando as condições da vítima após cada
ciclo, mantendo esses procedimentos até:
1. O retorno da respiração e/ou circulação;
2. A chegada do suporte e aplicação do DEA já solicitados por você
ou por outra pessoa anteriormente;
3. Se você (e seu ajudante) entrar (em) em exaustão;
4. Se haver um médico na cena e o mesmo solicitar
DEA- DESFIBRILADOR
EXTERNO AUTOMÁTICO
 O desfibrilador automático externo (DEA), utilizado em
parada cardiorrespiratória, tem como função identificar o
ritmo cardíaco ou (FV/TV) Fibrilação ou Taquicardia
ventricular, presente em 90% das paradas cardíacas. Efetua a
leitura automática do ritmo cardíaco através de pás adesivas
no tórax. Tem o propósito de ser utilizado por público leigo,
com recomendação que o operador faça curso de Suporte
Básico em parada cardíaca.
 Descarga: 200 J ( bifásico ) e 360 J ( monofásico ) em adulto
e em crianças - 100 J (redutor). Sua regulagem é automática.
DEA- DESFIBRILADOR
EXTERNO AUTOMÁTICO
DEA- DESFIBRILADOR EXTERNO
AUTOMÁTICO
 A desfibrilação é constituída pela aplicação de corrente elétrica contínua, no tórax, através do
coração e deve ser utilizada somente em VITIMAS sem pulso.
• O conceito de desfibrilação precoce, como único tratamento disponível para a fibrilação
ventricular, levou a elaboração do desfibrilador automático em 1947 por, DR. CLAUDE
SCHAEFFER BECK, primeiro professor de cirurgia cardíaca nos EUA. E em 1956 o DR.
PAUL MAURICE ZOLL, especializado e eletrofisiológia e cardiologia, contribuiu para a
invenção do marca-passo e desfibrilador automático externo (DEA), assim levando o recurso
ao ambiente pré-hospitalar onde a PCR é mais frequente.
• O Desfibrilador Automático Externo (DEA) é um aparelho eletrônico portátil que
diagnostica automaticamente as potencialmente letais, arritmias cardíacas de fibrilação
ventricular e taquicardia ventricular em um paciente. Além de diagnosticar, ele é capaz de
tratá-las, através da desfibrilação, uma aplicação de corrente elétrica que para a arritmia,
fazendo com que o coração retome o ciclo cardíaco normal.
UTILIZAÇÃO
 • Remover as roupas sobre o tórax da vítima.
• Abrir / ligar o aparelho.
• Destacar as pás e colocá-las sobre o tórax da vítima nas posições corretas. Aplicar as
pás firmemente sobre a pele.
• O aparelho então pede para que não se toque no paciente e anuncia que está analisando
o seu ritmo cardíaco.
• Uma vez identificado o ritmo, o aparelho anuncia se o choque é ou não apropriado.
• Se o choque for apropriado, o aparelho automaticamente carrega a energia necessária
para o choque e solicita ao usuário que aperte um botão para que o choque seja efetuado.
Lembre-se que todas as pessoas em volta devem se afastar, não encostar no paciente,
porque do contrário também receberão a descarga elétrica que se conduz pela pele.
• Após o choque, o aparelho avisa que o mesmo foi efetuado, que é seguro tocar no
paciente e orienta as manobras de reanimação (compressão cardíaca e ventilação).
• Depois de um pouco, o aparelho volta a analisar o ritmo cardíaco para verificar se é ou
não apropriado um novo choque.
VENTILAÇÃO COM VIA
AÉREA AVANÇADA
 01 ventilação a cada 5 segundos (12 respirações por minuto), enquanto se realiza
as compressões torácicas continuas.
 Realizar manobras para via aérea avançada somente em ritmo não chocáveis.
QUEIMADURAS
 As queimaduras são lesões frequentes e a quarta causa de
morte por trauma. Mesmo quando não levam a óbito, as
queimaduras severas produzem grande sofrimento físico que
requerem tratamento que duram meses e alguns casos, anos.
Sequelas físicas e psicológicas são comuns em vitimas,
pessoas de todas as faixas etárias estão sujeitas a esse tipo de
lesão, porém as crianças são as de mais frequência, por
muitas vezes o descuido dos pais ou responsáveis auxiliam
para este acidente.
• As queimaduras se classificam de acordo com a causa,
profundidade, extensão, localização e gravidade
CAUSAS
 • TÉRMICAS: causadas por gases, líquidos ou sólidos
quentes, revelam-se as queimaduras mais comuns.
• QUÍMICAS: causadas por ácidos ou álcalis, podem ser
graves necessitando de um correto atendimento pré-
hospitalar, pois o manejo inadequado pode agravar as
leões.
• ELETRICIDADE: geralmente as lesões internas, no
trajeto tomado através do organismo, são extensas,
enquanto as lesões das áreas externas (entrada e saída na
superfície
cutânea). Essa causa pode levar a erros na avaliação,
porque costumam ser graves.
CAUSAS
 RADIAÇÃO: causadas por raios ultravioletas (UV),
raio-X ou radiações ionizantes. Lesões por UV são as
mais comuns e de pouca gravidade. Queimaduras por
radiação ionizantes, como os raios gama, são raras,
porem pode colocar a equipe em risco se houver
exposição a substancia radioativa
presente no ambiente ou na vitima. É essencial atender
ocorrências com substancias radioativas sempre sob
orientação adequada e com as devidas proteções, jamais
hesitar em solicitar informações e apoio.
PROFUNDIDADE
CLASSIFICAÇÃO
 Primeiro Grau (superficial): atingem apenas a epiderme. Pele
avermelhada com pouca dor e sensação de ressecamento.
PRIMEIRO GRAU
SEGUNDO GRAU
 Segundo Grau (parcial): atingem apenas a epiderme e a derme. Pele
avermelhada com bolhas produzindo dor severa, as lesões que atingem a
derme mais profunda revelam-se úmidas.
SEGUNDO GRAU
TERCEIRO GRAU
 Terceiro Grau (total): atingem todas as camadas da pele chegando ao
tecido subcutâneo. Secas de cor esbranquiçada com aspecto de couro, ou
ainda, pretas de aspecto carbonizado. Geralmente não dolorosas devido
destruírem terminações nervosas, porém apresentam também queimaduras
de segundo grau nas bordas, portanto, bastante dolorosas.
TERCEIRO GRAU
QUARTO GRAU
 Quarto Grau (Carbonização): atingem todas as
camadas da pele, músculos, ossos ou ainda
órgãos internos.
QUARTO GRAU
CÁLCULO DA ÁREA
QUEIMADA
GRAVIDADE
 Existem sete fatores a serem utilizados para
determinar a gravidade da queimadura:
• Profundidade e extensão;
• Áreas consideradas críticas;
• Idade da vitima (crianças e idosos tem mais risco);
• Presença de lesão pulmonar por inalação;
• Presença de lesões associadas (outros tipos de
traumas);
• Doenças preexistentes (diabetes mellitus,
insuficiência renal, etc.).
GRAVIDADE
 CRÍTICAS:
 Primeiro grau maiores de 75% da superfície corporal;
• Segundo grau maiores de 25% da superfície corporal;
• Terceiro grau maiores de 10% da superfície corporal;
• Terceiro grau envolvendo face, mãos, pés ou genitálias;
• Queimaduras associadas a fraturas ou lesões de partes moles;
• Queimaduras de vias aéreas ou lesão respiratória por
inalação;
• Queimaduras elétricas;
• Vitimas idosas ou com doença preexistentes graves
ATENDIMENTO
 O atendimento inicial segue a mesma sequencia do atendimento de vitimas
traumatizadas.
Considera-se o queimado como vitima politraumatizado por existir lesões associadas.
- A primeira preocupação é reforçar a segurança quando as vitimas encontrarem-se em
ambientes
hostis. Cuidar com as chamas, gases tóxicos, fumaça e riscos de explosões ou
desabamento.
- A segunda preocupação é a interrupção do processo de queimaduras:
• Extinguir as chamas sobre a vitima;
• Remover para local seguro;
• Remover roupas que não estejam aderidas ao seu corpo;
• Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de roupas ou substancias, como
asfalto, aderidos ao corpo da vitima;
• Iniciar a avaliação primaria.
• Cobrir com material limpo e seco
• Aquecer
• Transportar para local de referencia
TRAUMA DA CABEÇA
 Traumatismo Cranioencefálico – TCE: é o principal motivo de morte na população
jovem, cujas causas são mais frequentes compreendem acidentes automobilísticos e
agressões interpessoais.
Estima-se que ocorra um TCE a cada 15 segundos e que um paciente morra devido ao
TCE a cada doze minutos. Aproximadamente 50% das mortes de causa traumática
estão associadas a TCE e mais de 60% de mortes por acidente automobilístico se
devem ao TCE.
 LESÃO CEREBRAL PRIMARIA
• TRAUMA DIRETO
LESÃO CEREBRAL SECUNDARIA
• CAUSAS SISTEMICAS
• HIPÓXIA, HIPOCAPNIA, HIPERCAPNIA
• ANEMIA E HIPOTENSÃO
• HIPO E HIPERGLICEMIA
• CAUSAS INTRACRANIANAS
• CONVULSÃO
• EDEMA CEREBRAL, HEMATOMAS - AUMENTO DE PIC (PRESSÃO INTRA-
CRANIANA)
LESÕES EM COURO
CABELUDO
 Abrasão, laceração, contusão, hematoma subgaleal.
(Hematoma subgaleal em criança pode ter perda de sangue
significativa).
FRATURAS DE CRÂNIO
FRATURA EM BASE DE
CRÂNIO
LESÃO CEREBRAL DIFUSA
LESÃO FOCAL
TVM- TRAUMA VERTEBRO
MEDULAR
 O TVM se não atendido adequadamente no local do trauma pode levar a
lesão irreparável com paralisia definitiva
•Lesões traumáticas da coluna e medula espinhal resultam em algum grau
de comprometimento
temporário ou permanente das funções neurológicas.
Homem jovem 20 a 35 anos
• Brasil - 70 a 90 casos/100.000 habitantes
• Mortalidade – 30% no local
10% até o 1º ano
• 50% ficam tetraplégicos
Ocorrem mais no verão, finais de semana e a noite.
RESTRIÇÃO DE MOVIMENTO DA
COLUNA VERTEBRAL- AVALIAÇÃO
RESTRIÇÃO DE MOVIMENTO DA
COLUNA VERTEBRAL- APLICAÇÃO
FRATURAS RELEVANTES
 Mais comumente que se associam à hemorragias
graves são as fraturas de fêmur e pelve.
• Fêmur: perca de 1.000ml à 2.000ml de sangue
por coxa.
• Pelve: perca de 1.000ml à imensa em cavidade
abdominal
FRATURAS RELEVANTES-
IMOBILIZAÇÕES
 Mais comumente que se associam à hemorragias
graves são
as fraturas de fêmur e pelve.
• Fêmur: Talas, KED e Tala de Tração
(Tracionador de Fêmur).
• Pelve: Cintas pélvicas, lençol, KED e
estilização com talas
A mente que se abre a
uma nova idéia jamais
voltará ao seu tamanho
original. [
Albert Einstein ]

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