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O desenvolvimento da pesquisa e os

principais instrumentos metodológicos


Cinara Calvi Anic Cabral
O que é pesquisa?

• Atividade racional e sistemática com o objetivo de fornecer respostas


aos problemas propostos.

Beillerot (2001, p. 73), distingue duas ações:

•estar em pesquisa :toda pessoa que reflete sobre problemas


ou dificuldades que ela encontra, seja em sua vida pessoal ou em
sua vida social.
•fazer pesquisa: outros procedimentos, como encontrar os
meios para uma objetivação de questões e de preocupações para
estudá-la.
• Toda pesquisa científica segue uma estrutura
básica na sua organização, ou seja, deve ser
PLANEJADA, materializando-se no PROJETO DE
PESQUISA;
Lembrando a estrutura básica de um projeto de pesquisa…
• Sumário
• Introdução
• Justificativa
• Apresentação do estudo:
• Tema
• Delimitação do tema
• Problema de pesquisa
• Objetivos
• Questões norteadoras ou hipóteses
• Revisão bibliográfica/fundamentação teórica
• Metodologia
• Recursos
• Bibliografia
 A pesquisa segue uma determinada dinâmica.
 Portanto, possui uma estrutura metodológica, pois cada objeto tem
uma forma de ser.
 Dependendo da escolha do objeto a investigar é que se faz a
escolha metodológica.

 Nesse sentido, é o objeto que indica qual é a melhor escolha para


reunir as coisas, para poder conhecê-las (GHEDIN; FRANCO,
2015).
O que é problema?

Questão cuja resposta se desconhece e se


necessita conhecer (GHEDIN; FRANCO,
2015).

Problematização Forma crítica Interpretar os


das informações de se significados e
perceber o sentidos das coisas
mundo
Não é o problema que determina o método, mas sim um compromisso
intelectual, emocional e político anterior a uma posição filosófica que
orienta o pesquisador a conceber e formular o problema dentro do
contexto desse compromisso (MOREIRA; CALEFFE, 2008)
Dimensões paradigmáticas da pesquisa

Ontológica: qual a
natureza da
Epistemológica: realidade social?
como se conhece? ´qual minha visão
sobre o mundo?

Metodológica:
. como deveria agir
o pesquisador
para descobrir o
cognoscível?

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Construção teórica: fundamentar,
discutir, o quê os autores da área
falam sobre a temática;

Construção metodológica: delinear a


pesquisa: Como vai construir os dados?
Como vai analisar? Onde a pesquisa será
realizada? Quem serão os sujeitos da
pesquisa?

Construção epistemológica: como está


pensando na construção desse
conhecimento, por meio da pesquisa? Qual
base teórica, filosófica está orientando
seus passos? Ex: paradigma positivista,
interpretativo...
• Aplicar a pesquisa exige previamente, uma
construção teórica, metodológica e epistemológica.

“Quero “Quero auxiliar “Quero ver como


construir um os professores as TIC estão
roteiro de nas aulas articuladas ao
experimentos experimentais de currículo do curso
para ensinar Química para de ensino médio
circuitos alunos com integrado em....”
elétricos” deficiência
visual”

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Sobre a dimensão epistemológica

• Há um certo consenso que identifica 3 paradigmas na Pesquisa em


Educação:
• Perspectiva empírico-analítica (base positivista-racionalista);
• Perspectiva humanística-interpretativa (base naturalista-
fenomenológica);
• Perspectiva Crítica (base no paradigma sócio crítico)
PARADIGMA FINALIDADE DA RELAÇÃO NATUREZA DA FUNDAMENTOS
PESQUISA SUJEITO-OBJETO REALIDADE
(ONTOLÓGICA)

Positivista Explicar, Independentes, Externa, Positivismo


controlar, livre de valores, objetiva, lógico,
predizer neutralidade, estática; dada empirismo
pesquisador
externo
Interpretativo Compreender e Dependência, Dinâmica, Fenomenologia,
interpretar a afetam-se múltipla, teoria
realidade, o mutuamente, holística, interpretativo
significado das envolvimento do divergente
pessoas, pesquisador
percepções,
ações
Socio critico Identificar Relação Compartilhada, Teoria crítica
potencial de influenciada pelo histórica,
mudança, compromisso. construída,
emancipar dinâmica
sujeitos, analisar
a realidade
PARADIGMA Técnicas / Análise de dados
instrumentos/
estratégias

Positivista Quantitativos. Medição Quantitativo; estatística


de testes, surveys, inferencial e descritiva
experimentação

Interpretativo Qualitativos, descritivos. Qualitativo; triangulação.


Perspectiva dos
participantes (entrevista,
diário de campo)

Socio critico Estudo de casos; técnicas Intersubjetivo; dialético


dialéticas
Metodologia

• [...] disciplina que se relaciona com a epistemologia e consiste em


estudar e avaliar os vários métodos disponíveis, identificando suas
limitações ou não no âmbito das implicações de suas aplicações
(COSTA, 2001, p. 4)
Tipos de Métodos
Abordagem Procedimento Corrente Filosófica

Indutivo Empirismo

Dedutivo Racionalismo

Neopositivismo
Hipotético-Dedutivo

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Materialismo/Idealismo
Dialético

Fenomenológicos Fenomenologia
Metodologia
 Define o caminho a ser seguido (onde e como será
desenvolvida a pesquisa), considerando-se:

Análise e
Tipo de Instrumentos Público
abordagem
pesquisa/ de construção (características e
utilizada
abordagem dos dados/ especificidades)
(quali, quanti
filosófica informações
ou mista )
A pesquisa qualitativa
Godoy (1995), Terence e Filho (2003)

O ambiente natural é a
Os pesquisadores utilizam
fonte direta dos dados, e
o enfoque indutivo na análise
o pesquisador o
A pesquisa dos dados pois, uma vez que
instrumento fundamental;
qualitativa é não partem de hipóteses
descritiva; estabelecidas a priori, não se
O pesquisador se preocupa
preocupam em buscar dados ou
com o significado que as
evidências que corroborem ou
pessoas dão às coisas e à
neguem tais suposições;
sua vida;
A pesquisa qualitativa
Godoy (1995), Terence e Filho (2003)

Investigação cujo O pesquisador tem uma


Maior interesse pelo
delineamento evolui postura de engajamento
processo do que pelos
durante o seu junto ao fenômeno em
resultados ou produtos;
desenvolvimento; estudo;

Reconhecimento da Privilegia instrumentos


Tem por objetivo
importância em se que superam o
trazer à tona o que os
conhecer a experiência questionário, formulário
participantes pensam a 18
social do sujeito, o que e que vão incidir mais na
respeito do que está
significa compreender a narrativa oral
sendo pesquisado;
sua trajetória no contexto
social.
A pesquisa quantitativa
Terence e Filho (2003); Creswell (2007)

Visa gerar medidas Utiliza dados que representam


precisas e confiáveis uma população específica
que permitam uma (amostra), a partir da qual os
análise estatística resultados são generalizados

Examina as relações entre


Emprega, geralmente,
as variáveis por métodos
para a análise dos dados,
experimentais ou semi
instrumental estatístico
experimentais,
controlados com rigor
Na pesquisa quantitativa

 a questão é decidir qual a ferramenta da matemática


relevante para tratar o problema em estudo observando as
limitações do modelo adotado e como os métodos adotados
podem levar a uma generalização.
 Complexidade do sistema: maior esforço;
 Quais fatores são relevantes?
 Número de variáveis que descrevem
o comportamento do sistema?
 Estatística descritiva: conjunto de técnicas com finalidade de descrever,
resumir, totalizar e apresentar graficamente dados da pesquisa.
 Fazem parte desta modalidade de pesquisa a
 Distribuição de frequência: técnica que permite organizar e visualizar os
dados de acordo com a ocorrência de diferentes resultados observados;
A pesquisa quantitativa trabalha com INFERÊNCIA ESTATÍSTICA

 A estatística descritiva apenas descreve dados de forma organizada, resumida e


ordenada;
 A inferência estatística nos permite testar se uma hipótese é ou não verdadeira;
 Objetiva a construção e desenvolvimento de métodos que permitam fazer
inferências ou generalizações acerca de uma população da qual os dados foram
extraídos.
 É um método científico de tirar conclusões sobre os parâmetros da população a
partir da coleta, tratamento e análise dos dados de uma amostra recolhida dessa
população.
Um EXEMPLO….
Appolinário, p.153, 2009

 Determinada pesquisa objetiva investigar se o uso de um determinado


recurso tecnológico influencia o rendimento nos estudos de adolecentes do
ensino médio numa dada disciplina.
 Criam-se dois grupos de participantes: o primeiro usa os recursos nos
estudos e o segundo usa métodos tradicionais.
 No final do semestre os grupos são avaliados e as médias são
apresentadas:
 Observando-se a tabela:
 Surtiu efeito o uso da determinada técnica nos estudos do primeiro grupo, pois a média do primeiro é 7,1
e a do segundo é 5,5.
 MAS, PODEMOS SUPOR QUE OS RESULTADOS OBTIDOS POR ESSA AMOSTRA SÃO GENERALIZÁVEIS PARA A
POPULAÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO QUE FAZEM AQUELA DISCIPLINA?

Nota do grupo experimental Nota do grupo de prova ou controle


7,0 6,5
5,5 2,0
9,0 5,0
3,5 6,5
7,5 5,5
7,0 7,5
8,5 6,5
9,5 4,5
6,0 3,0
7,5 8,0
Média 7,1 Média 5,5
 1,78  1,91
Hipótese 1 (Ho, da nulidade): a média populacional das notas do grupo
experimental é igual à média populacional das notas do grupo de prova.

Hipótese 2 (H1, alternativa): a média populacional das notas do grupo experimental


não é igual à média populacional das notas do grupo de prova.

 Para saber se devemos ou não rejeitar a hióotese Ho, há várias técnicas que podem
ser aplicadas no teste da hipótese, sendo necessário escolher a mais adequada:
• Teste t de Student;
• Teste qui-quadrado;
• Teste da mediana;
• Teste F: Análise de variância;
• As abordagens qualitativas e quantitativas não se excluem,
mas se complementam na busca por respostas aos problemas
científicos que se apresentam.
Definição de técnicas e
instrumentos para construção de
dados

Entrevistas Pesquisa documental Questionário Diário de Campo

Observação Histórias de Vida Rodas de Conversa


Instrumentos
(Flick, 2009; Bauer; Gaskell, 2016)

Entrevista Questionário Observação


•Episódica, •Aberto; •Participante
•Retórica, •Fechado; •Não participante
•Estruturada,
•Semiestruturada;
•Focalizada;
•Narrativa;
•Reflexiva;
 Entrevista (Gil, 1999, Minayo, 2016)
 Técnica que envolve interação direta entre o entrevistador e o
entrevistado;
 Forma privilegiada de interação social, sujeita à mesma dinâmica das
relações existentes na sociedade;
 A inter-relação, contemplando o afetivo, o existencial, o contexto do dia
a dia, a linguagem do senso comum no ato da entrevista são condições
para o êxito na pesquisa qualitativa.
 Flick (2009): entrevista focalizada, semi-padronizada, centrada no
problema, etnográfica, episódica, narrativa;
 Focalizada: após a apresentação de um material (filme,
transmissão por rádio), estuda—se o impacto deste sobre o
entrevistado, com a utilização de um guia de entrevista. Ex: “O que
mais te impressionou nesse filme?”;
 Centrada no problema: possibilidade de coletar dados biográficos
sobre um problema, a partir de algumas questões e estímulos
narrativos.
Atenção flutuante: atenção do pesquisador não só aquilo que é
verbalizado, mas também aos gestos, interações, sinais não verbais,
enfim, a comunicação não verbal cuja captação e interpretação é
importante para a validação do que foi dito.
 Narrativa: usada na pesquisa biográgica; é solicitado ao informante
para que apresente a história de uma área de interesse da qual o
entrevistado tenha participado. Ex: Como foi sua trajetória escolar,
desde o ensino fundamental?

 Episódica: durante a entrevista, atençao especial é dada a situações


ou episódios em que o entrevistado tenha tido experiências que julga
ser relevantes à questão estudada.
 Grupo focal (Gatti, 2005; Flick, 2009)
 Baseada na interação entre os participantes da pesquisa e o pesquisador,
que busca coletar dados a partir da discussão focada em tópicos
específicos e diretivos;
 Pauta-se na aprendizagem e na troca de experiências sobre a questão
em estudo, potencializando o protagonismo dos participantes na medida
em que dialogam e constroem coletivamente os resultados da pesquisa;
 É composto por 6 a 10 participantes que não são familiares uns aos
outros.
 Os participantes são selecionados por apresentar certas
características em comum que estão associadas ao tópico que está
sendo pesquisado.
 Sua duração típica é de uma hora e meia;
 Os participantes devem ser homogêneos em termos de características
que interfiram radicalmente na percepção do assunto em foco (clima
confortável)
 Questionário (Gil, 2016)
 Composto por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas;
 Objetivo: conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas ;
 Organizado em questões abertas, fechadas, e questões dependentes;
 Questionário restritivo ou fechado: pedem respostas curtas, do tipo sim ou não, ou do tipo de
marcar itens de uma lista de respostas sugeridas;
 Questionário aberto: pedem aos respondentes que usem suas próprias palavras (oralmente ou por
escrito) para responderem aos itens do questionário.
 Dicas para um bom questionário (adaptado de Rosa, 2010):
 Deve ser construído de modo que seja simples de ser respondido, solicite apenas
informações que não possam ser obtidas de outra forma e seja relevante ao
respondente;
 Defina ou qualifique os termos que poderiam facilmente ser mal interpretados;
 Ex: Qual o valor da sua casa? (valor em reais? Valor sentimental?) ≠
 Qual o valor monetário de sua casa?
Cuidado para não induzir respostas!

 Seja cuidadoso ao usar adjetivos descritivos e advérbios que não têm um


significado preciso: frequentemente, ocasionalmente, raramente;
 Evite questionar mais do que um assunto por item. Nessa situação, pode
acontecer da pessoa concordar (ou discordar) de uma parte da questão enquanto
tem uma opinião contrária (ou a favor) a respeito da outra parte do item.
 Observação (Belei et. Al, 2008; Flick, 2009)
 Processo que se desenvolve em etapas: objeto observado, o sujeito, as condições, os
meios e o sistema de conhecimentos, a partir dos quais se formula o objetivo da
observação;
 Permite a aproximação com a perspectiva dos sujeitos
 Pode ser observação participante, observação em equipe, observação em laboratório,
observação individual, observação na vida real , observação não-participante
 A observação altera o comportamento das pessoas observadas? Os ambientes sociais
são relativamente estáveis (Guba; Lincoln, 1981);
 O que registrar? (Bogdan; Bicklen, 1982; Ludke, André, 2015)

 Reflexões analíticas e
 Parte descritiva e reflexiva;
 Descrição dos sujeitos; metodológicas;
 Dilemas éticos e
 Reconstrução dos diálogos;
 Descrição dos locais; conflitos;
 Esclarecimentos
 Descrição de eventos especiais;
 Comportamento do observador; necessários.
 Roda de conversa (WARSCHAUER, 2012)
 Forma de produzir dados em que o pesquisador se insere como sujeito da
pesquisa pela participação na conversa e, ao mesmo tempo, produz dados
para discussão.

 Instrumento que permite a partilha de experiências e o desenvolvimento de


reflexões sobre as práticas educativas dos sujeitos, em um processo
mediado pela interação com os pares, através de diálogos internos e no
silêncio observador e reflexivo;
 É uma conversa em um ambiente propício para o diálogo, em que todos possam
se sentir à vontade para partilhar e escutar, de modo que o falado, o
conversado seja relevante para o grupo e suscite, inclusive, a atenção na
escuta.

 O diálogo é um momento singular de partilha, porque pressupõe um exercício de


escuta e de fala, em que se agregam vários interlocutores;

 Recomenda-se no máximo 10 participantes, com a filmagem do encontro.


Análise de dados na pesquisa qualitativa

 Organização, realização de uma leitura prévia da base de dados,


codificação e organização dos temas, representação de dados e
formulação de uma interpretação para eles; (CRESWELL, 2014)

 Ato de desenvolver uma consciência dos tipos de dados que podem ser
examinados e como estes podem ser descritos e explicados, além do
desenvolvimento de atividades práticas adequadas aos tipos de dados e a
quantidade deles que devem ser examinados (GIBBS, 2009)
DESCRIÇÃO: as
ANÁLISE: vai além do
opiniões dos descrito, buscando
informantes são relações entre as
apresentadas de partes que foram
maneira fiel, como se decompostas
os dados falassem por
si;

Em todo o
INTERPRETAÇÃO: processo
busca-se o sentido das (Minayo2016)
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falas e ações para se
chegar a uma
explicação que vai além
do descrito e analisado
Análise do discurso (Flick, 2009; Ramos e Salvi, 2009)
Desenvolvida a partir de perspectivas variadas, sendo uma delas a análise da conversação;
Concentra-se no conteúdo da fala, em seu assunto e em sua organização mais social do que
propriamente linguística, centrando-se no sentido do discurso;
Discurso: “um processo complexo de constituição de sujeitos e produção de sentidos,
ambos afetados pela história, e não meramente transmissão de informação;
Busca entender as forças atuantes e compreender como as diferentes
formações discursivas se conectam, produzem e produzem novos significados
 Essa técnica se aplica aos estudos que pretendem analisar a linguagem, tanto
de senso comum como de discursos políticos, e se fundamenta no materialismo
histórico, na própria linguística e na teoria do discurso.
 Também a teoria da subjetividade, de cunho psicanalítico, é adotada para a
compreensão dos significados. (MINAYO, 2008)
Passos na análise do
discurso ( Gil, 2014)

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Analise Textual Discursiva (Moraes e Galiazzi, 2006; Moraes, 2003)

Processo auto organizado de construção da compreensão, em que novos entendimentos


surgem de uma sequência recursiva de 3 componentes:
A) Unitarização: leitura cuidadosa; separação das unidades de significado. Depende da
capacidade interpretativa do pesquisador; deve-se examinar os materiais em seus detalhes,
fragmentando-os no sentido de atingir unidades constituintes, enunciados referentes aos
fenômenos estudado
B) Categorização: constroem-se as categorias por meio dos elementos semelhantes, sendo
que elas podem ser modificadas e reorganizadas num processo em espiral; deve-se
construir relações entre as unidades de base, combinando-as e classificando-as no sentido
de compreender como esses elementos unitários podem ser reunidos na formação de
conjuntos ( categorias)
 C) Captação do novo emergente: construção de um metatexto pelo
pesquisador tecendo considerações sobre as categorias que ele construiu;
 Representa um esforço em explicitar a compreensão que se apresenta
como produto de uma nova combinação dos elementos construídos ao longo
dos passos anteriores
Espiral de análise (Creswell, 2014)
Espiral de análise (Creswell, 2014)

 Organização dos dados: organização dos arquivos;


 Leitura e lembretes: ler as transcrições várias vezes e fazer anotações nas
margens; as anotações são frases curtas, ideias ou conceitos-chave;
 REFLETIMOS SOBRE OS PENSAMENTOS MAIS AMPLOS
APRESENTADOS NOS DADOS E FORMAMOS CATEGORIAIS INICIAIS ;

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 Descrição, classificação e interpretação dos dados em códigos e temas:
Códigos ou categorias: descrições detalhadas, envolvem temas e dimensões e
fornecem uma interpretação com base na própria visão ou visões da literatura;
 Codificação: separação do texto ou dados visuais em pequenas categorias de
informação, buscando evidências para o código a partir de diferentes bases de
dados do estudo, e depois atribui o código.
 Classificação: desmembrar o texto ou a informação e buscar por categorias,
temas ou dimensões da informação;
 Temas ou categorias: são unidades amplas de informação que consistem em
diversos códigos agregados para formar uma ideia comum;
 Interpretação dos dados: dar um sentido dados; inicia com o desenvolvimento
dos códigos, a formação de temas a partir dos códigos e a organização de temas
em unidades maiores de abstração;
 Representação dos dados: representação sintetizada do que foi encontrado.
Pode ser em forma de texto, tabela, figura
Validade na pesquisa qualitativa
Ollaik e Ziller (2012)

 Validação é um atributo que se relaciona com a objetividade, com a possibilidade de


repetição do experimento;
 Pesquisa qualitativa: a validade está direcionada à responsabilidade no tratamento
das informações obtidas e nas decisões do pesquisador, envolvendo grande
preocupação ética;
 Triangulação: é o emprego e combinação de várias metodologias de pesquisa no
estudo de um mesmo fenômeno.
 é uma resposta holística à questão da fidedignidade e da validade dos estudos
interpretativos.
 Trivinos (1997): técnica que objetiva abranger a máxima amplitude na
descrição, explicação e compreensão do foco em estudo. Pode ser:
 De dados: uso de diferentes fontes de dados ou informações;
 De investigador: emprego de diferentes observadores ou entrevistadores
para miminimzar visões tendenciosas;
 De teoria: profissionais de campos de estudo diferentes envolvem-se na
pesquisa, a partir de perspectivas diferenciadas;
 De métodos: que utiliza tanto métodos qualitativos quanto
quantitativos para estudar um problema;
 Ambiental: envolvendo o uso de diferentes locais ou diferentes
fatores-chave para a pesquisa em questão, como a hora do dia, o dia
da semana, ou a estação do ano.
Ainda sobre a metodologia...
 Definir locais e sujeitos da pesquisa, e os critérios para

escolha dos mesmos.

Em pesquisas qualitativas não é indicada a definição de


amostragem: o universo em questão não são os sujeitos em si,
mas suas representações, conhecimentos e práticas.
Escada da pesquisa
de
SUCESSO 7º Comunicação de
resultados
Exercício da
6º escrita

Análise de
5º dados
Busca de
4º fundamentação teórica

Rigor e
3º sistematização

Argumentos validados
2º em uma comunidade

Questionamento da
1º realidade/ Problema
Referências
BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som. Rio de Janeiro: Editora Vozes.
2015.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GAMBOA, S. S., Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. Editora Argos. 2a edição. Chapecó, SC.
2012.

ESTEBAN, M. P. S. Pesquisa Qualitativa em Educação: fundamentos e tradições. Editora AMGH Ltda. Porto
Alegre. 2010.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ed. São Paulo: Atlas, 2016.

GHEDIN, E., FRANCO, M. A. S. Questões de Método na Construção da Pesquisa em Educação. Editora


Cortez. 2ª edição. 2011.

TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São


Paulo: Atlas, 1987

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