Você está na página 1de 45

Faculdade Área 1

Disciplina: Resistência dos Materiais Aplicada


Prof. Engº : Landson Soares

Flexão

Salvador
02/04/2019
Deformações em vigas
 Estudo das deformações em Vigas:

• Em edifícios, as vigas do piso não devem se deformar excessivamente,


para não causar efeitos psicológicos indesejáveis nos moradores e para
minimizar ou evitar avarias nos materiais de acabamento fragéis;
• Importante no estudo das vibrações de máquinas, assim como no de
estruturas estacionárias ou aeronáuticas;
• Peças de máquinas devem ser suficientemente rígidas para evitar perda
de alinhamento e para manter a exatidão das dimensões sob cargas.
Ensaios de flexão de vigas de aço inoxidável

Resumindo . . .
O interesse particular da determinação da flexão, em uma viga
sujeita a uma determinada carga, está no fato de que,
geralmente, as especificações do projeto de uma viga incluem
um valor máximo admissível para esta flexão.
Flexão em vigas
O esforço de flexão configura-se na peça, quando esta sofre a ação de cargas
cortantes, que venham a originar momento fletor signifcativo.
Flexão Pura
Quando a peça submetida à flexão, apresenta somente momento
fletor nas diferentes secções transversais, e não possui força cortante atuante
em uma dessas secções, a flexão é denominada PURA.
Flexão Pura
• No intervalo compreendido entre os pontos C e D, a cortante é nula e o
momento fletor atuante é constante. Neste intervalo, existe somente a tensão
normal, pois a tensão de cisalhamento é nula, pois o valor da força cortante é
zero.
Flexão Simples
• A flexão é denominada simples, quando as secções transversais da peça
estiverem submetidas à ação de força cortante e momento fletor
simultaneamente. Exemplos: intervalos AC e DB. Neste caso, atua tensão
normal e tensão tangencial.
1º) Relação entre Curvatura e Tensão
Normal
θ= declividade da linha elástica
u= deformação da fibra
y= distância em relação a linha neutra

0 0
ou

ε 3
De acordo com a Lei de Hooke: 4

Substituindo 3 em 4 , temos: 5
Relação entre Curvatura e
Momento
y

LN
dA
- --
- --
--
- --
-
y --
- --
-
Mz
z
x

6
Substituindo a relação 5 na relação 6, temos:

Fórmula da Tensão de Flexão

OBS: y é a distância da L.N até as fibras extremas superior (para compressão)


+y
e inferior (para tração) -y
Supondo M positivo,
M = momento máximo a equação acima
atuante na vigapermite escrever:
(em módulo)

Onde Z1 e Z2 são módulos de


resistência, ou módulos da seção, ou
módulos de resistência à flexão da
área da seção transversal.
Para uma seção transversal retangular de largura b e altura h, o momento de
inércia e o módulo à flexão são:

Para uma seção transversal circular de diâmetro d, o momento de inércia e o


módulo à flexão são:
Dúvidas Frequentes quanto ao cálculo do momento de inércia

• Caso o C.G coincida com a L.N (simetria), só utiliza a relação abaixo:

• Caso o C.G não coincidir com a L.N, utiliza-se a relação abaixo, onde dy é a
distância do C.G de cada peça até a L.N:

ral elo s
Ei xos Pa
a do s
rem
Teo
Relações entre os sinais dos momentos
fletores e as direções das tensões normais
Exercício 2
Determine a tensão de flexão máxima na viga de seção do tipo I submetida à um
carregamento distribuído como mostrado abaixo:
Exercício 3
A peça de máquina de alumínio está sujeita a um momento M = 75 N.m.
Determinar as tensões normais de flexão máximas de tração e de compressão na
peça.
Exercício 4
1°) Para a viga com seção transversal mostrada, determine:
(a) a tensão trativa máxima longitudinal na viga;
Exercício 5
Para a viga com seção transversal mostrada, determine:
(a) a tensão longitudinal em um ponto 100 mm abaixo da superfície neutra numa
seção a 1,3 m do extremo direito da viga carregada da figura;
(b) determine a máxima tensão longitudinal numa seção a 1 m do extremo
esquerdo.
Exemplo 6
Dada a estrutura com os respectivos carregamentos, determinar:
a)A máxima tensão de tração nas fibras inferiores;
b)A máxima tensão de compressão nas fibras superiores.
TENSÃO DE CISALHAMENTO EM VIGAS
Considere a viga carregada transversalmente como apresentado
abaixo
TENSÃO DE CISALHAMENTO EM VIGAS
Considerando somente as forças axiais atuando nas seções
transversais de um elemento de viga de comprimento dx.
TENSÃO DE CISALHAMENTO EM VIGAS
Impondo o equilíbrio das forças atuando na direção axial x, tem-se:

onde σ é a tensão normal atuando na seção transversal esquerda do elemento,


σ’ é a tensão normal atuando na seção transversal direita do elemento, t é
largura da seção no ponto onde se deseja determinar a tensão de cisalhamento
e A ’ é a área acima do ponto onde se deseja determinar a tensão de
cisalhamento.
TENSÃO DE CISALHAMENTO EM VIGAS
Substituindo a tensão normal de flexão anteriormente encontrada, temos

Simplificando acima e considerando que o momento interno M e o momento


de inércia I são constantes na seção: Fórmula da
Tensão de Cisalhamento
TENSÃO DE CISALHAMENTO EM VIGAS

= tensão de cisalhamento no ponto localizado a uma distância y’ do eixo neutro da


peça; supõe que essa tensão seja constante e, portanto, média ao longo da largura t do
membro;
V = força cortante resultante interna, determinada pelo método das seções e pelas
equações de equilíbrio
I = momento de inércia de toda a área da seção transversal, calculada em torno do eixo
neutro;
t = largura da área da seção transversal do elemento medida no ponto em que a tensão
de cisalhamento deve ser determinada;
Dúvidas frequentes quanto ao cálculo de Q
Q = (primeiro momento) é o produto da área (A) da peça superior ou inferior da área
da seção transversal do elemento, definida pela seção onde t é medido com a distância
do centróide da peça até o eixo neutro (L.N).
TENSÃO DE CISALHAMENTO EM VIGAS
Restrições da equação anterior:
Material trabalha dentro do regime elástico-linear;
Relação espessura/comprimento da viga é muito pequena
(hipótese fundamental da teoria de flexão);
 Módulo de elasticidade deve ser o mesmo em tração e em
compressão.
Pontos Importantes
 Para desenvolver a fórmula do cisalhamento, considerou-se o equilíbrio da
força horizontal da tensão de cisalhamento longitudinal, bem como as
distribuições de tensões de flexão que atuam em dada parcela de um
segmento infinitesimal da viga;
 Em uma viga de seção transversal retangular, a tensão de cisalhamento
varia parabolicamente de acordo com o comprimento. A tensão de
cisalhamento máxima ocorre ao longo do eixo neutro;

Esforço normal e momentos fletores causam tensões normais.


Esforços cortantes e momento de torção causam tensões tangenciais.
Exemplo 7
A viga abaixo é composta de duas pranchas de madeira
formando um perfil do tipo T. Determine a máxima tensão
cisalhante na cola necessária para mantê-las juntas.

OBS: a largura na peça 1 é t1 = 150mm e na peça 2 é t2 = 30mm. Distâncias paralelas a z


Exemplo 8
Para a seção transversal “T” de uma viga, vista na figura ao lado, calcule:
a) Momento de inércia (em relação ao eixo neutro da seção);
b) a tensão máxima normal, em MPa, para um fletor de 55,5 kN.m
c) a tensão de cisalhamento no ponto A , para um cortante de 40,4 kN

A
Exemplo 9
Os apoios em A e B exercem reações verticais sobre a viga de madeira.
Supondo que a tensão de cisalhamento admissível seja τadm = 400 psi,
determinar a intensidade da maior carga distribuída w que pode ser aplicada
sobre a viga.
Exemplo 10
Para a viga com seção transversal mostrada, determine:
(a) a tensão compressiva máxima na viga.
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
•Na engenharia é comum haver vigas constituídas de materiais
diferentes. Pode-se construir vigas compostas para tomar vantagem das
propriedades dos diversos materiais em situações diferentes;
• Por exemplo, sabe-se que o concreto suporta bem tensões de
compressão, mas resiste mal a tensões de tração. Assim, uma boa idéia
ao construir uma viga de concreto é dispor cabos de aço na região que
estará sujeita a tração, para que o aço resista a essa tração pelo concreto;
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
• Em alguns projetos de viga, observa-se que as tensões nos
extremos da seção transversal são bem maiores que no centro.
Nesse caso, essas extremidades poderiam ser reforçadas com
materiais que suportassem melhor essas tensões, enquanto o
centro da seção transversal poderia ser feito com um material mais
barato ou mais leve.
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
• O equacionamento que foi desenvolvido para estudar vigas
homogêneas não pode ser aplicado no estudo de vigas compostas.
Agora, veremos que a linha neutra, onde as tensões normais são
nulas, não necessariamente coincide com o centro geométrico
(CG) da seção transversal
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
•Para que a seção deformada permaneça plana, e necessário que a
deformação ao longo da seção transversal tenha um comportamento
linear, como mostrado na Figura mostrada anteriormente.
•Considerando o carregamento aplicado na viga da Figura, sabe-se
que a parte superior da viga será encurtada (deformação negativa),
enquanto a parte inferior será alongada (deformação positiva). A
deformação então devera ser nula em algum ponto; chamamos este
ponto de linha neutra.
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
•Dispondo o eixo y sobre o CG da viga e dizendo que a linha neutra
esta a uma posição y0, a expressão da deformação pode ser escrita
como:

•Como o material é continuo, na interface entre os materiais as


deformações também tem que ser iguais. Observe que a interface
entre os materiais não esta necessariamente sobre a linha neutra!
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
•Para satisfazer essa continuidade, ao mesmo tempo em que E1 ≠ E2,
as tensões atuantes na interface terão que ser diferentes. Por exemplo,
se E1 > E2, então σXX1 > σXX2. Da equação constitutiva, tem-se que:
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
• Para que a seção transversal esteja em equilíbrio, é necessário que:
Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
• Isolando-se y0 na Equação anterior, obtem-se a posicao da linha

neutra para vigas de dois materiais:


(𝐸 . 𝐴)1 . 𝑦1 + (𝐸 . 𝐴)2 .y𝑦2 1
𝑦𝑔 =
(𝐸 . 𝐴)1 + (𝐸 . 𝐴)2

Para uma viga composta por N multiplos materiais, tem-se:


Flexão em Barras com Seção
Heterogênea
• Embora tenhamos determinado a posicao da linha neutra, ainda
resta uma incógnita nas expressões de tensão e deformação, que e a
inclinação k.
• Assim como deve haver equilíbrio entre as forcas normais atuantes
na seção, também deve haver equilíbrio entre os momentos fletores.
Assim, temos:
Flexão em Barras com Seção Heterogênea
Flexão em Barras com Seção Heterogênea
Sabendo que:

Temos:

OBS: y é a medida vertical máxima da linha neutra até o limite da seção analisada
Exemplo 11
Uma barra de aço e uma de alumínio são unidas firmemente, para
formar a viga composta mostrada. O módulo de elasticidade para o
alumínio é de 70 Gpa e para o aço é de 200 Gpa. Sabendo-se que a
viga é curvada em torno de um eixo horizontal por um momento M =
1500 N.m, determinar a máxima tensão no:
a)Alumínio;
b)Aço.
Exemplo 12
2°) Duas barras de latão são unidas firmemente a duas barras de
alumínio, formando a seção composta mostrada. Determinar o maior
momento fletor permissível, quando a viga é encurvada em torno de
um eixo horizontal.
Dados:

Você também pode gostar