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Biossegurança

Prof. Isabel Tôrres


A biossegurança é um processo funcional e
operacional de fundamental importância em serviços
de saúde, não só por abordar medidas de Controle de
Infecções para proteção da equipe de assistência e
usuários em saúde, mas por ter um papel fundamental
na promoção da consciência sanitária, na comunidade
onde atua, da importância da preservação do meio
ambiente na manipulação e no descarte de resíduos
químicos, tóxicos e infectantes e da redução geral de
riscos à saúde e acidentes ocupacionais.
Conceitos
Biossegurança é o conjunto de estudos e
procedimentos que visam a evitar ou controlar os
riscos provocados pelo uso de agentes químicos,
agentes físicos e agentes biológicos à biodiversidade.
A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a
prevenção, e proteção do trabalhador, minimização
riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a
preservação do meio ambiente e a qualidade dos
resultados" (Teixeira & Valle, 1996).
As Metas Específicas São
Reduzir o número de microrganismos patogênicos encontrados no
ambiente de tratamento;
 reduzir o risco de contaminação cruzada no ambiente de tratamento;
 proteger a saúde dos pacientes e da equipe de saúde;
 conscientizar a equipe de saúde da importância de,
consistentemente, aplicar as técnicas adequadas de controle de
infecção;
 difundir entre todos os membros da equipe de saúde o conceito de
precauções universais, que assume que qualquer contato com fluidos
do corpo é infeccioso e requer que todo profissional sujeito ao contato
direto com eles se proteja,
como se eles apresentassem o vírus da imunodeficiência adquirida ou
da hepatite B, C ou D;
estudar e atender às exigências dos regulamentos governamentais
locais, estaduais e federais
Conceitos e Definições em Biossegurança:
Anti-sepsia: é a eliminação das formas vegetativas de
bactérias patogênica e grande parte da flora residente da
pele ou mucosa, através da ação de substâncias químicas
(anti-sépticos).
 Anti-séptico: substância ou produto capaz de deter ou
inibir a proliferação de microrganismos patogênicos, à
temperatura ambiente, em tecidos vivos.
 Assepsia: Método empregado para impedir que um
determinado meio seja contaminado. Quando este meio
for isento de bactérias chamamos de meio asséptico.
Desinfecção: é a eliminação de microrganismos
patogênicos na forma vegetativa de consultório e
demais ambientes da clínica, geralmente é feita por
meio químicos (desinfetantes).
Desinfetantes: substância ou produto capaz de deter
ou inibir a proliferação de microrganismos patogênicos
em ambientes e superfícies do consultório, à
temperatura ambiente.
Detergente: substância ou preparação química que
produz limpeza; possui uma ou mais propriedades:
tensoatividade,solubilização, dispersão, emulsificação
e umectação
Esterilização: é a destruição dos microrganismos nas
formas vegetativas e esporuladas. A esterilização pode
ser por meio físico (calor) ou químico (soluções
esterilizantes
OS GERMES E A ORIGEM
DAS INFECÇÕES
 Os germes são seres vivos infinitamente pequenos, não sendo possível vê-los a olho nú. Para serem
visualizados, precisamos da ajuda de um microscópio. Por isso são chamados de microrganismos ou
micróbios = micro (pequeno) bio (vida).

 Estes micróbios são classificados em:


- protozoários
- fungos
- vírus
- bactérias
 Como exemplo de doenças causadas por protozoários temos a Giardíase, doença intestinal que causa
diarréia, a Doença de Chagas causada pelo trypanossoma ou a Toxoplasmose, doença transmitida pelo
gato ou carne mal cozida de porco e carneiro contaminados. Das doenças causadas por fungos, temos
as micoses de pele e a Candidíase oral (sapinho) ou vaginal. Exemplos de doenças causadas por vírus
temos a Gripe, a Hepatites e a AIDS. Como doenças bacterianas, os furúnculos, as amigdalites, as
cistites, as diarréias e as pneumonias causadas por estes germes são alguns exemplos. Assim, fica
ilustrado que os microrganismos, também chamados de agentes infecciosos, podem causar infecção.

 Infecção é uma doença caracterizada pela presença de agentes infecciosos que provocam danos em
determinados órgãos ou tecidos do nosso organismo causando febre, dor, eritema (vermelhidão),
edema (inchaço), alterações sangüíneas (aumento do numero de leucócitos) e secreção purulenta do
local afetado, muitas vezes.
O nosso contato com microrganismos não significa
obrigatoriamente que desenvolveremos doenças
A capacidade de defesa antiinfecciosa é multifatorial,
pois é influenciada pela nossa idade (bebês e idosos),
estado nutricional, doenças e cirurgias, stress, uso de
corticóides, quimioterapia, radioterapia, doenças
imunossupressoras (HIV, leucemia), fatores climáticos
e precárias condições de higiene e habitação
Durante o desenvolvimento de nosso trabalho na área da
saúde, tanto no atendimento direto ao paciente ou nas
atividades de apoio, entramos em contato com material
biológico. Por não sabermos se os germes estão ou não
presentes nestes equipamentos, vamos sempre considerá-
los contaminados. Desta forma, na nossa rotina de trabalho
sempre devemos estar conscientes da importância de nos
protegermos ao manipularmos materiais, artigos, resíduos
e ambiente sujos de sangue e/ou secreções.
RISCOS AMBIENTAIS
Nível de Risco Itens Método de Descontaminação
Alto Risco :Instrumentos que penetram à
pele/corpo:Esterilização (autoclave), ou material
descartável.
Risco Moderado: Instrumentos que entram em contato
com mucosas ou pele que apresenta solução de
continuidade: Esterilização, fervura ou desinfecção
química.
Baixo Risco: Material que entra em contacto com pele
intacta. Lavagem com água quente e sabão
RISCOS DE INFECÇÃO NA MASSOTERAPIA
Feridas,
Bolhas,
Fístulas (abertura),
Acnes (erupções cutâneas),
Lesões por fungos e/ou bactérias na pele, unhas, etc.,
Exposição a secreções em mucosas (olho e boca).
CUIDADOS DO MASSOTERAPEUTA EM BIOSSEGURANÇA
E1)PREVENÇÃO DE CONTAMINAÇÃO
Lavar as mãos e antebraços com bastante água e CRUZADA
sabão antes e depois de cada
sessão de massagem.
2) A cada atendimento, substituir toda a roupa de cama utilizada no paciente por
outras limpas, exemplos: toalhas, lençóis e fronhas. Poderão ser utilizados
lençóis descartáveis hospitalares de papel.
3) Caso haja a necessidade de utilizarem-se cobertores e edredons, estes jamais
devem tocar o corpo do paciente. Primeiramente o paciente deve ser coberto
integralmente por um lençol antes de se colocar o cobertor. Caso houver
contato direto da coberta com o paciente o mesmo não deve ser reutilizado sem
antes ser devidamente lavado. Uma sugestão é a utilização de capas nos
cobertores, e então somente estas precisarão ser trocadas a cada substituição de
paciente.
4) Quando utilizados acessórios para o posicionamento do paciente (como rolos,
cunhas e apoio de cabeceira) estes devem ser
limpos antes e depois de cada atendimento. O uso de álcool etílico é suficiente.
5) Antes da utilização do creme, este deve ser colocado em uma recipiente à parte
(cubeta) por uma espátula. O resto de creme contido na cubeta deve ser
inutilizado após a massagem, jamais deve ser recolocado ao pote.
6) A cubeta e a espátula em contado com o creme usado no
paciente devem ser lavados com água corrente e sabão
antes de serem reutilizados.
7) A cabine de atendimento do massoterapeuta deve ser
constantemente higienizada com água, sabão e
desinfetantes.
8) A maca deve ser limpa com água, sabão e um pano com
álcool para dar o acabamento final.
9) O massoterapeuta deve fazer uso de luvas durante o
atendimento de um paciente com fungos ou alguma lesão
de pele infecciosa.
10) O uso de máscaras é necessário caso o massoterapeuta esteja com
gripe ou resfriados, resguardando o paciente de possível transmissão
via aérea.
11) Caso o profissional precise assuar o nariz durante uma sessão, o
mesmo deve ser feito no lado de fora da sala, com toalha de papel e em
seguida as mãos devem ser lavadas antes de retomar o atendimento.
12) Jamais o massoterapeuta poderá tossir ou espirrar em cima de seu
paciente. Caso necessário o fazer, o massoterapeuta
deve pedir licença, retirar-se da sala e lavar as mãos em seguida.
13) Caso o massoterapeuta tenha os cabelos compridos, os mesmos
devem ser bem presos antes do atendimento.
14) As unhas devem ser curtas e bem lixadas, com os cantos
arredondados e se pintadas, utilizar esmaltes de cor clara.
15) O massagista deve prezar por vestimentas apropriadas (cuidado com
decotes, saias curtas e justas), confortáveis, priorizando as de cor clara, o
ideal é o branco. O uso de jaleco durante o atendimento é indispensável.
16) O calçado usado pelo massagista deve ser confortável, de preferência
fechado. Sem saltos altos nem plataformas. Um solado com amortecedor é o
mais indicado.
17) É vetado o uso de relógios, pulseiras e anéis. Caso utilize demais adornos
como brincos e colares, estes devem ser discretos.
18) A sala de atendimento deve ser bem arejada e “clean”. Sem muitos enfeites e
objetos que dificultem a higienização adequada. Além disso, deve obedecer
as normas da Vigilância Sanitária.
19) No sentido de prevenção as DORT, o massagista deve realizar:
alongamentos preparatórios antes de iniciar seus atendimentos,
alongamentos compensatórios entre um atendimento e outro (no meio de
seu expediente de trabalho) e alongamentos no término de sua atividade
laboral.
20) O massagista deve sempre prezar pelo seu posicionamento ergonômico
perante a maca. Sua atenção deve ser constante.
Cuidados
• Lavagem das Mãos
A lavagem rotineira das mãos com água e sabão, elimina além
da sujidade (sujeira) visível ou não, todos os microrganismos
que se aderem a pele durante o desenvolvimento de nossas
atividade mesmo estando a mão enluvada. A lavagem das mãos
é a principal medida de bloqueio da transmissão de germes.
Devemos lavar as mãos sempre, antes de iniciarmos uma
atividade e logo após seu término, assim como fazemos em
nosso dia a dia antes das refeições e após a ida ao banheiro.
Mantenha suas unhas curtas e as mãos sem anéis para diminuir
a retenção de germes.
Ao lavarmos as mãos estabelecemos uma sequência de
esfregação das partes da mão com maior concentração
bacteriana que são: as pontas dos dedos, meio dos dedos e
polegares. Vejamos a técnica da lavagem das mãos:
- posicionar-se sem encostar na pia;
- abrir a torneira;
- passar o sabão (líquido ou barra) na mão;
- friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos,
polegar, palmas e dorso das mãos (tempo aproximado de 15
segundos);
- enxaguar as mãos deixando a torneira aberta;
-enxugar as mãos com papel toalha;
- fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha
USO DO ÁLCOOL GEL A 70%
- aplicar o álcool gel (3 a 5 ml) nas mãos e friccionar
em todas as faces da mão até secar naturalmente;
- não aplicar quando as mãos estiverem visivelmente
sujas.
• Manipulação de Instrumentos e Materiais
Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos
corporais, secreções e excreções devem ser manuseados
de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas
(olhos, nariz e boca), roupas, e ainda, prevenir a
transferência de microrganismos para outros pacientes e
ambiente. Todos os instrumentos reutilizados tem rotina
de reprocessamento. Verifique para que estes estejam
limpos ou desinfetados/ esterilizados adequadamente
antes do uso em outro paciente ou profissional.
Confira se os materiais descartáveis de uso único estão
sendo realmente descartados e se em local apropriado.
• Ambiente e Equipamentos
Toda a unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e
desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos.
Colabore na supervisão para conferir se estas medidas estão
sendo seguidas. Proteja as superfícies do contato direto,
como botões, alças de equipamentos, teclados, mouses e
monitores com barreiras do tipo filme plástico (PVC), papel
alumínio ou outros materiais próprios a este fim. Este
procedimento impede a aderência da sujidade, requerendo
apenas desinfecção na hora da troca de barreiras entre
pacientes, dispensando a limpeza da superfície do
equipamento.
Roupas e Lençol de Uso no Paciente
Vacinação
EPI
Luvas
As luvas protegem de sujidade grosseira.
Remova as luvas logo após usá-las, antes de tocar em artigos e
superfícies sem material biológico e antes de atender outro
paciente, evitando a dispersão de microrganismos ou material
biológico aderido nas luvas.
 Lave as mãos imediatamente após a retirada das luvas para evitar a
transferência de microrganismos a outros pacientes e materiais,
pois há repasse de germes para as mãos mesmo com o uso de luvas.
As luvas estéreis estão indicadas para procedimentos invasivos e
assépticos.
Luvas grossas de borracha estão indicadas para limpeza de
materiais e de ambiente.
Máscaras
1. O que você entende por biossegurança? Qual a
importância desta para o atendimento em saúde?
2. Diferencie: -Desinfecção -Esterilização -Assepsia
3. Em uma unidade de saúde, quais os cuidados
devemos ter para preservar a limpeza e desinfecção
dos ambientes?
4. Quais os riscos ambientais e como estes estão
classificados?
5. Que cuidados devemos ter ao lavar as mãos?
6. Quais equipamentos utilizados para preservar a
segurança dos componentes da equipe de saúde?

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