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UNIDADE VII – DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS

• 7.1 – Rol dos herdeiros necessários e dos herdeiros facultativos


→ Art. 1845, do CC
→ASCENDENTES
→DESCENDENTES
→CÔNJUGE

Além dos herdeiros necessários, como segunda categoria, existem os herdeiros


facultativos ou não obrigatórios, aqueles que não têm a seu favor a proteção da legítima,
podendo ser preteridos totalmente por força de testamento. Também podem ser excluídos de
modo integral por de meio doações feitas pelo falecido enquanto era vivo, não se aplicando a
regra da nulidade absoluta parcial da doação inoficiosa, prevista no art. 549 do Código Civil.
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• → E O COMPANHEIRO???
• Como se percebe, também não há menção expressa ao companheiro
na última regra, de exclusão dos herdeiros facultativos. Na verdade,
os entendimentos majoritários da doutrina e da jurisprudência
nacionais indicavam que ele não seria herdeiro reservatário, mas
apenas o cônjuge. Porém, tal posição não era pacífica, pois muitos
juristas já sustentavam anteriormente ser o convivente herdeiro
necessário.
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• Companheiro como herdeiro facultativo • Companheiro como herdeiro


• Christiano Cassettari; necessário
• Eduardo de Oliveira Leite; • Giselda Hironaka;
• Flávio Augusto Monteiro de Barros;
• Zeno Veloso;
• Francisco José Cahali;***
• Guilherme Calmon Nogueira da Gama;
• Flávio Tartuce.
• Gustavo René Nicolau;
• Inácio de Carvalho Neto;
• Jorge Fujita;
• José Fernando Simão;
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• Companheiro como herdeiro facultativo • Companheiro como herdeiro


• Maria Helena Diniz; necessário
• Maria Helena Marques Braceiro Daneluzz;
• Marcelo Truzzi Otero;
• Mário Delgado;
• Mário Roberto Carvalho de Faria;
• Roberto Senise Lisboa;
• Rodrigo da Cunha Pereira;
• Rolf Madaleno;
• Sebastião Amorim;
• Euclides de Oliveira;***
• Sílvio de Salvo Venosa
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• Aprofundamento do tema após o julgamento do RE 868794, de


10.05.17
• Inclusão ou não do companheiro como herdeiro necessário no art.
1.845 do Código Civil?
• O julgamento nada expressa a respeito da dúvida. Todavia, da leitura do
voto do Relator, Ministro Barroso, a conclusão é positiva.
• (STJ, REsp. 1.337.420/RS, 4ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 22/8/2017).
• (STJ, REsp. n. 1.357.117/MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª
Turma, julgado em 13/3/2018, DJe 26/3/2018).
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• Como consequências dessa forma de ver o julgamento do STF, alguns


efeitos civis podem ser destacados:
• a) incidência das regras previstas entre os arts. 1.846 e 1.849 do CC/2002
para o companheiro, o que gera restrições na doação e no testamento, uma
vez que o convivente deve ter a sua legítima protegida;
•  b) o companheiro passa a ser incluído no art. 1.974 do Código Civil, para os
fins de rompimento de testamento, caso ali também se inclua o cônjuge; 
• c) o convivente tem o dever de colacionar os bens recebidos em
antecipação (arts. 2.002 a 2.012 do CC), sob pena de sonegados (arts. 1.992
a 1.996), caso isso igualmente seja reconhecido ao cônjuge.
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• → Mas afinal de contas, o que é a legítima dos herdeiros necessários?


• A teor do artigo 1846 pertence aos herdeiros necessários de pleno
direito a metade dos bens da  herança, constituindo a legítima.

• Esse valor é computado sobre o patrimônio líquido ou bruto?

• A legítima é a cota metade ideal do acervo, indisponível por ordem


imperativa, que impõe um gravame em favor dos herdeiros
necessários
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7.2 – Cálculo da legítima

A legítima é calculada sobre o valor dos bens existentes na abertura


da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral,
adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos à colação.
Quais dívidas?
Quais despesas de funeral??
O que é a Colação???
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• 7.2.1) Aonde será necessário fazer o cálculo da legítima?


 
• - herdeiro necessário + testamento = cálculo da legítima;
• - herdeiro necessário + doação = cálculo da legítima;
• - herdeiro necessário + partilha-doação = cálculo da legítima.
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•7.2.2 - Como calcular a legítima?

•1º passo: sobre os bens existentes à época da A.S., abater dívidas, despesas de funeral

•2º passo: dividi-lo à metade

•3º passo: acrescer dos valores colacionados

•O valor encontrado será a legítima


 
 

 
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• Lg = {[Hd – (d + f)]:2} + c
• Lg = {[300.000 – (24.000 + 4.000)] : 2} + 0
• Lg = {[300.000 – 28.000] : 2} + 0
• Lg = {272.000 : 2} + 0
• Lg = R$ 136.000,00
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• 7.2.3 - Qual o momento do Cálculo da legítima?


• O momento referencial para o cálculo da legítima é o momento da
abertura da sucessão (art. 1.847 e art. 1.784, CC), se o de cujus dispôs
do acervo em testamento, mas será o momento da doação (art. 549 e
art. 2.007, CC), para o caso de doação e de partilha-doação.
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• 7.2.4 - Quais as consequências de uma invasão da legítima?


• Se houve invasão, estamos diante:
• A) do testamento redutível;
• B) da doação inoficiosa;
• C) de partilha-doação iníqua;
• Todos terão, como consequência, a redução das disposições causa
mortis e inter vivos, vale dizer, aquelas disposições feitas por
testamento e por doação.
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• Para isso, há um inventário, procedimento de jurisdição contenciosa


que consiste na discrição individuada e clara dos herdeiros e dos bens
do morto, a menção dos encargos e a avaliação e liquidação da
herança, sejam móveis ou imóveis, dividas ativas ou outros direitos.
• Para isso, haverá a partilha, que é a divisão de bens do
espólio(universalidade) entre os herdeiros do finado, em quinhões
iguais entre todos os herdeiros ou legatários do inventário.
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→ Só para não esquecer:


O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte
disponível, ou algum legado, não perde o direito à legítima, ou seja, é
possível que a pessoa seja herdeira testamentária e legítima ao
mesmo tempo, categorias que podem coexistir no sistema sucessório
brasileiro (art. 1.849 do CC/2002)

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