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3.

AS TEORIAS DO CI

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3.2 Teorias Neoclássicas do CI
• Padrão de Comércio Preços Relativos
Condições de Oferta e Demanda

• Questionamentos em relação aos supostos básicos da


teoria clássica.

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3.2.1 Teoria de Heckscher-Ohlin
Eli Filip Heckscher, Os Efeitos do Comércio Exterior na
Distribuição de Renda, 1919.

Bertil Ohlin, Comércio Internacional e Inter-regional,


1933.
Suecos
Tradução para o Inglês em 1949

• Objetivo O que determina a Vantagem Comparativa.


(Menor Preço Relativo)

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3.2.1 Teoria de Heckscher-Ohlin

• Conclusão
As diferenças em dotações relativas dos fatores (recursos) entre as nações
explicam a base para o comércio.
Disponibilidade dos FP (Recursos Naturais, Terra, MO, Capital)
 
Cada país se especializa e exporta o bem que requer utilização mais
intensiva de seu fator de produção abundante (barato) e importa o bem
que requer utilização mais intensiva de seu fator de produção escasso
(caro).

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3.2.1 Teoria de Heckscher-Ohlin
• Critério de Especialização
Abundância Relativa dos FP
Preço/Remuneração Relativa dos FP (Oferta e Demanda)
Bens diferentes empregam intensidades diferentes de FP

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3.2.1 Teoria de Heckscher-Ohlin
• Abundância Relativa dos FP (Exemplo)

No Chile, para cada unidade de trabalho têm-se 0,4 unidades de capital e


nos EUA, para cada unidade de trabalho têm-se 0,5 unidades de capital.
Logo, o capital é relativamente abundante nos EUA em comparação ao
Chile.

• Remuneração Relativa dos FP (Exemplo)

O valor dos juros no Chile é 300% do valor do salário (ou 200% mais caro
que o salário), enquanto que o valor dos juros nos EUA é 200% do valor do
salário (ou 100% mais caro que o salário). Logo, o preço do capital (ou o
valor dos juros) é relativamente menor nos EUA em comparação ao Chile.

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3.2.1 Teoria de Heckscher-Ohlin
• Uso Intensivo do FP
Padrão de Comércio (Exemplo)
Capital é relativamente abundante nos EUA em comparação ao Chile e,
portanto, sua remuneração é menor. Dado que o Frango emprega
relativamente mais Capital, os EUA devem se especializar em Frango
porque possui menor custo de produção.

Os EUA se especializam em Frango porque seu custo de produção é menor


em comparação ao Chile. É menor porque sua produção emprega
relativamente mais Capital, que possui uma remuneração relativamente
menor nos EUA por ser relativamente abundante.

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3.2.2 Modelo Geral de Comércio
• Hipóteses:

a) N Fatores de Produção
Sem diferenças de qualidade

b) Tecnologias Idênticas

c) Preferências
Curvas de Indiferença Sociais ou da Comunidade
Condições da Demanda Idênticas (os mesmos gostos e preferências)

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3.2.2 Modelo Geral de Comércio

•  
d) FPP Côncava
Custos de Oportunidade Crescentes
FP são substitutos imperfeitos entre si
Para um produto específico, Pmg decrescente.

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3.2.2 Modelo Geral de Comércio
••  Especialização

Especialização
 
Fim da Especialização
 
Os custos crescentes forçam a convergência dos custos nas nações.
 

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3.2.2 Modelo Geral de Comércio
• Especialização Parcial
Quando os diferenciais de custo são eliminados, a base para maior
especialização deixa de existir.

• Ganhos de Comércio
Os ganhos com o comércio são medidos em termos de satisfação total e
não em termos de número de bens consumidos.

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Ganhos do Comércio

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3.2.3 Teoria Stolper-Samuelson
Wolfgang Stolper e Paul A. Samuelson, 1941.

O CI conduz a uma situação na qual as posições de mercado em alguns


setores são sacrificadas à medida que aumenta a prosperidade econômica
nacional.

Embora o CI possa beneficiar a nação como um todo, muitas vezes


prejudica grupos significativos dentro do país, pelo menos no curto prazo.

• Objetivo Avaliar os efeitos do CI na distribuição de renda interna.


Remuneração dos proprietários de recursos

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3.2.3 Teoria Stolper-Samuelson
• Hipótese Pleno emprego dos fatores de produção

• Conclusão
Os proprietários dos fatores abundantes de um país obtêm ganhos do
comércio, mas os proprietários dos fatores escassos deste país saem
perdendo.
O fator barato torna-se menos barato, e o fator caro, menos caro.

O comércio internacional pode agravar a desigualdade de renda.


Similares aos do avanço tecnológico: ambos aumentam a renda nacional, mas podem piorar
a desigualdade.

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3.2.3 Teoria Stolper-Samuelson
O comércio frequentemente gera perdedores e vencedores e o governo
deve, de alguma forma, ponderar o ganho de uma pessoa contra a perda
de outra. Há diversos motivos pelos quais um grupo pode significar mais
do que outro, mas um dos mais convincentes é que alguns grupos
necessitam de tratamento especial porque já são comparativamente
pobres.

No entanto, se aqueles que lucram com o comércio pudessem compensar


aqueles que perdem e ainda assim ganhar, então, nesse caso, o comércio
é potencialmente uma fonte de ganhos para todos. É sempre melhor
permitir o comércio e compensar os prejudicados do que proibir o
comércio, ou seja, mais apoio em vez de menos comércio é a resposta
correta.

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3.2.4 Teoria H-O-Samuelson
Paul A. Samuelson, Comércio Internacional e
Equalização dos Preços dos Fatores, 1948.

Com base na teoria de H-O, com o comércio, as diferenças relativas nos


preços dos recursos entre as nações tendem a ser eliminadas.

• Objetivo Avaliar os efeitos do CI na distribuição de renda mundial

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3.2.4 Teoria H-O-Samuelson

• Hipótese
Perfeita mobilidade dos fatores de produção
O trabalho migra em busca de melhores salários e o capital se desloca para onde o seu
retorno é maior.

• Conclusão
O comércio internacional de bens equaliza as dotações e as
remunerações dos FP.

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3.2.5 Teoria Fatores Específicos
Paul Samuelson, Ohlin was Right, 1971.
Ronald Jones, A Three-Factor Model in Theory, Trade
and History, 1971.

Embora a mobilidade dos fatores entre os setores possa ocorrer no longo


prazo, muitos fatores não são móveis no curto prazo.

• Objetivo Os efeitos do CI sobre na distribuição de renda interna


no curto prazo.

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3.2.5 Teoria Fatores Específicos

• Hipótese
Fatores Específicos e Móveis
Velocidade do Ajuste (fatores ocupacionais e geográficos)
Os fatores mais específicos levam mais tempo para ser rearranjados
entre indústrias (capital físico, tais como fábricas e maquinaria).

• Conclusão
Os efeitos no nível de bem-estar dos trabalhadores são ambíguos
Depende da importância relativa dos dois bens em seu consumo
Padrão de consumo do trabalhador

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3.2.5 Teoria Fatores Específicos
Os proprietários de fatores específicos para os setores de exportação
tendem a se beneficiar com o CI, ao passo que os proprietários de fatores
específicos para os setores que concorrem com as importações passam a
se prejudicar.

• Demonstração:
Bens: Aço e Computadores

L = Perfeitamente transferível entre os setores


(os w são iguais em todos os setores)

K = Específico ao setor 

Vantagem Comparativa em Computadores


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3.2.5 Teoria Fatores Específicos
••  Fator Móvel (L)
 

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3.2.5 Teoria Fatores Específicos

•  
 

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3.2.5 Teoria Fatores Específicos
••  Fator Específico (K)

K (Computadores) 

Melhor Situação
A diferença entre o preço e o salário é a remuneração dos acionistas para cada
computador vendido.
 
K (Aço)
e
 
Pior Situação

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3.2.6 Testes Empíricos
Wassily W. Leontief, Produção Interna e Comércio
Exterior: a Posição do Capital Americano
Reexaminada, 1954.
Dados comerciais de 1947

Wassily W. Leontief, Proporção dos Fatores e a


Estrutura do Comércio Americano: Análise Teórica e
Empírica Adicional, 1956.
Dados comerciais de 1951

Dados da matriz de insumo-produto de 200 indústrias de exportação e


concorrentes das importações nos Estados Unidos.

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3.2.6 Testes Empíricos
Havia sido amplamente reconhecido que nos EUA o capital era
relativamente abundante, e a mão-de-obra, relativamente escassa. Como
os EUA são relativamente abundantes em capital, a relação K/L do setor
exportador deveria ser mais elevada que a do setor composto pelas
indústrias competidoras com importações.

Contrariando as expectativas baseadas no modelo H-O, o setor exportador


emprega MO mais intensamente que o setor competidor com
importações, ou seja, as exportações eram menos capital-intensivas que
os bens que competiam com as importações.

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3.2.6 Testes Empíricos

Setor Exportador Setores Competidores


com Importações
Capital (US$ mil) 2.551 3.091
Trabalho (homens/ano) 182 170
Relação K/L 14,0 18,1

Esse resultado ficou conhecido na literatura como o “Paradoxo de Leontieff”.

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Reflexões Finais
Existindo idênticas condições de demanda e produtividade dos fatores, as
diferenças na abundância relativa de recursos determinam os níveis de
preços relativos e o padrão de comércio.

De modo geral, a economia está melhor porque o comércio expande as


possibilidades de consumo. Todavia, a existência de pessoas que perdem
assim como de pessoas que ganham com o comércio é um dos motivos
mais importantes pelos quais o comércio não é livre.

Muitos estudos empíricos puseram em dúvida a validade da teoria H-O. O


consenso entre os economistas parece ser que a dotação dos fatores
explica somente uma parte dos padrões de comércio.

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