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Nivelamento Língua

Portuguesa 2021
Prof. Dr. Cláudio Silveira Maia
 A leitura é o alimento de quem fala
e de quem escreve
CHAVE PARA O SUCESSO:
CULTURA GERAL
 Por isso é importante que se leia de
tudo: da ciência à bula do
remédio..............
DICAS EXTRAORDINÁRIAS DE HOJE

 AFIM: que tem afinidade, semelhança ou ligação


 A FIM: uso para indicar finalidade
 Por que (quando no início de oração, só se usa para perguntar)
 porque (assim junto, só para explicação)
 por quê (com acento, só no fim da oração)
 porquê (quando tem função de substantivo)
 Apartir (não existe); o correto é: a partir
 Sob: indica embaixo
 Sobre: indica em cima
Aulatema: Fichamento, Leitura e
Compreensão de Texto
 Por que o fichamento é importante?
 O fichamento é importante porque ele dá
origem ao resumo, à síntese, à resenha e a
artigos a partir do texto.
 O FICHAMENTO É O DESTAQUE (NEGRITO,
SUBLINHADO, ITÁLICO OU TRANSCRIÇÃO)
DAS PARTES MAIS IMPORTANTES DO
TEXTO.
PASSO A PASSO DO FICHAMENTO

 Ler o texto original na íntegra.


 Reler o texto com o objetivo de destacar suas principais partes.
 Devem estar destacados:
 Qual é o assunto? (está na Introdução do texto)
 Acontecimento: Onde e quando ele acontece? (está no
desenvolvimento do texto)
 Como acontece? (está no desenvolvimento do texto)
 Qual a conclusão? (está na conclusão)
Tamanho do fichamento

 Até dez páginas, a referência para quantidade


equivale a 1/3 do texto original.

 Ex.: Se o texto tem dez páginas digitadas ou


manuscritas, o fichamento será o equivalente a
três páginas.
Textos maiores que dez páginas

 Para textos maiores que dez páginas, o critério de


fichamento em termos de quantidade passa a ser
estabelecido pelo professor. Entretanto, a
orientação básica permanece: isto é, apenas as
partes mais importantes do texto devem ser
fichadas.
Paráfrase

 A paráfrase consiste em recriar o texto


utilizando sinônimos; isto é, para cada
palavra, atribuímos um termo
correspondente, que tenha o mesmo sentido.
 Falamos o idioma de Cabral?
 Se é que Cabral gritou alguma coisa quando avistou o monte
Pascoal, certamente não foi “terra ã vishta”, assim, com o “a”
abafado e o “s” chiado que associamos ao sotaque português.
No século XVI, nossos primos lusos não engoliam vogais nem
chiavam nas consoantes – essas modas surgiram no século
XVII. Cabral teria berrado um “a” bem aberto e dito
“vista” com o “s” sibilante igual ao dos paulistas de hoje. Na
verdade, nós, brasileiros, mantivemos sons que viraram
arcaísmos empoeirados para os portugueses.
 Fichamento
 Cabral quando avistou o monte Pascoal teria
berrado um “a” bem aberto e dito “vista” com o “s”
sibilante. Nós mantivemos sons que viraram
arcaísmos para os portugueses.

 Paráfrase
 Ao avistar o Monte Pascoal, Cabral teria bradado
um a bastante sonoro e sibilado o s de vista. Nós é
que ainda falamos alguns sons há muito esquecidos
pelos portugueses.
 Mas, se há semelhanças entre a língua do Brasil de
hoje e o português antigo, há ainda mais diferenças.
Boa parte delas é devida ao tráfico de escravos, que trouxe
ao Brasil um número imenso de negros que não falavam
português. “Já no século XVI, a maioria da população da
Bahia era africana”, diz Rosa Virgínia Matos, linguista da
Universidade Federal da Bahia. “Toda essa gente aprendeu
a língua de ouvido, sem escola”, afirma. Na ausência da
educação formal, a mistura de idiomas torna-se
comum e traços de um impregnam o outro. “Assim os
negros deixaram marcas definitivas”, diz Rosa.
 Fichamento
 Mas, se há semelhanças entre a língua do Brasil de
hoje e o português antigo, há ainda mais diferenças.

 Paráfrase
 A língua portuguesa falada no Brasil atualmente é
ainda bastante parecida com a língua de Portugal, mas
as diferenças são maiores.
 Também no século XVI, começaram a surgir diferenças regionais
no português do Brasil. Num polo estavam as áreas costeiras, onde
os índios foram dizimados e se multiplicaram os escravos
africanos. No outro, o interior, persistiam as raízes indígenas. À
mistura dessas influências vieram se somar as imigrações, que
geraram diferentes sotaques.
 Fichamento
 no século XVI [...] num polo se multiplicaram os escravos
africanos. No outro [...] persistiam as raízes indígenas. À
mistura dessas influências vieram se somar as imigrações,
que geraram diferentes sotaques.

 Paráfrase
 Indígenas e africanos polarizaram a língua no século XVI, e a
eles se misturaram imigrantes de várias partes do mundo.
 Mas o grande momento de constituição de uma língua
“brasileira” foi o século XVIII, quando se explorou
ouro em Minas Gerais. “Lá surgiu a primeira célula do
português brasileiro”, diz Marlos Pessoa, da Universidade
Federal de Pernambuco. A riqueza atraiu gente de toda
parte – portugueses, bandeirantes paulistas, escravos que
saíam de moinhos de cana e nordestinos. Ali, a língua
começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns
para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais que a
exploração do ouro criou.
 Fichamento
 Mas o grande momento de constituição de uma língua
“brasileira” foi o século XVIII, quando se explorou
ouro em Minas Gerais.

 Paráfrase
 Porém o momento histórico que marca a definição da
língua brasileira aconteceu no século XVIII, em razão
da exploração do ouro em Minas Gerais.
 Fichamento
 Ali, a língua começou a uniformizar-se e a exportar
traços comuns para o Brasil inteiro.

 Paráfrase
 Nesse período, a língua incorporou os traços comuns e
os espalhou para todo o país.
 Considere as seguintes afirmações:
 I. Atualmente, alguns sons que produzimos ao falar o português
do Brasil não mais se produzem na língua falada pelos
portugueses.
 II. Escravos africanos e índios influenciaram, na mesma
proporção e nas mesmas regiões, o falar do português brasileiro.
 III. Apenas com a educação formal é que se constituiu o que se
pode chamar de língua “brasileira”.
 Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em
 (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.
 Deve-se concluir, da leitura do texto, que no processo de
formação e constituição de uma língua,
 (A) os fatores econômicos não têm peso.
 (B) o aprendizado formal tem mais peso do que o informal.
 (C) uma grande expansão comercial colabora em sua
uniformização.
 (D) a contribuição dos imigrantes tem pouca relevância.
 (E) a célula geradora de sua uniformização é a prática da escrita.
 Considerando-se o contexto, na expressão traços de um
impregnam o outro o fenômeno aí representado traduz
uma
 (A) oposição entre falantes.
 (B) interação de falares.
 (C) predominância de um idioma.
 (D) alternativa entre línguas.
 (E) exclusão de sotaques.
Aprendendo o Brasil

 Os brasileiros que têm o privilégio de viajar bastante pelo


Brasil estão, o tempo todo, surpreendendo-se com a
diversidade de nossos tesouros naturais e culturais. É pena
que a maioria dessas riquezas ainda não esteja integrada a
um planejamento turístico eficaz e sensato, de envergadura
nacional, capaz ao mesmo tempo de explorar e preservar
esses polos de atração.
 Pense-se nos empregos que se poderiam gerar com a
instalação de equipamentos capazes de oferecer toda a
infraestrutura de apoio para uma efetiva
internacionalização do nosso turismo. Ao lado disso,
imagine-se o quanto seria importante, para nós mesmos,
podermos reconhecer essa diversidade, identificar de
modo concreto a pluralidade dos nossos costumes, das
nossas linguagens, dos nossos climas, da nossa
geografia, da nossa culinária, da nossa arte popular.
 Entre outras vantagens, o turismo bem empreendido
atua como um fator de autoconsciência e integração de
um povo: pessoas de diferentes regiões passam a trocar
experiências, a considerar as especificidades dos modos de
viver, a reconhecer a grande variação de valores culturais.
Sem falar numa intensificação da consciência
ecológica: todo turismo bem planejado não apenas expõe
as riquezas naturais, mas ensina a valorizá-las e a
conservá-las.
 Não é nenhum exagero afirmar que o turismo pode
representar um dos mais objetivos caminhos para o
Brasil se fazer conhecer e para os brasileiros se
conhecerem a si mesmos.

 É sim possível que o turismo represente uma das mais


importantes formas para o país se fazer conhecer e os
brasileiros se conhecerem a si próprios.
 Entre as vantagens econômicas que decorreriam de um
planejamento turístico eficaz e sensato, o texto destaca
 (A) o privilégio de viajar bastante pelo Brasil.
 (B) a diversidade de nossos tesouros culturais.
 (C) os empregos que se poderiam gerar.
 (D) intensificação da consciência ecológica.
 (E) identificar de modo concreto a pluralidade dos nossos
costumes.
 A afirmação de que o turismo pode ser um caminho para os
brasileiros se conhecerem a si mesmos encontra apoio nesta
outra expressão do texto:
 (A) um fator de autoconsciência e integração de um povo.
 (B) empregos que se poderiam gerar com a instalação de
equipamentos.
 (C) oferecer toda a infraestrutura de apoio.
 (D) efetiva internacionalização do nosso turismo.
 (E) intensificação da consciência ecológica.
 Considere as seguintes afirmações:
 I. Apenas os brasileiros têm o privilégio de viajar bastante pelo
Brasil; seria preciso estender esse privilégio aos estrangeiros.
 II. A diversidade dos nossos polos de interesse turístico está a exigir
uma efetiva internacionalização do nosso turismo.
 III. As trocas de experiência entre pessoas de diferentes regiões
constituem um caminho para uma maior integração nacional.
 Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
 (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III,
apenas. (E) II, apenas.
 Velhas bibliotecas
(Introdução) Quem passeia entre os livros de alguma velha biblioteca
abandonada, a convite do herdeiro que ainda não sabe o que fazer com
ela (vendê-la por quilo? chamar um especialista para avaliá-la? pô-la em
leilão?), pode se sentir preso numa teia de melancolias.

(Desenvolvimento) Aqueles livros foram se juntando segundo o gosto


ou a necessidade de um antigo e ávido leitor, agora extinto, a quem não
se perguntou qual livro gostaria de levar para sua ilha deserta no espaço
celestial. Muitos desses livros estão perfeitamente mortos, como seu
antigo dono: já não dizem nada para ninguém, se é que alguma vez
disseram algo de importante. Assim, dezenas de lombadas semelham
jazigos de formas e ideias imprestáveis, numa triste sucessão de letras
mortas. No entanto...
 
No entanto pode ocorrer que os olhos venham a brilhar ao
darem com um título célebre - romance, tratado científico, biografia,
ensaio filosófico, pesquisa antropológica, tudo de valor ainda
reconhecido, provando que há palavras e ideias que se atualizam e
permanecem, interessando a sucessivas gerações. Parece que
também aos livros se aplica a lei de Darwin: os mais fortes
permanecem.
[...]
(Conclusão) Ninguém deve entrar desprevenido numa velha
biblioteca.
 (Fragoso Bulhões)
Velhas Bibliotecas
(Fichamento e Paráfrase)

Quem passeia entre os livros de alguma velha biblioteca abandonada pode


se sentir preso numa teia (rede) de melancolias.

Aquele que vaga por dentre os livros de uma antiga biblioteca esquecida
pode se sentir enredado (abatido) em meio a melancolias.

... em meio a desalentos.

... às vezes se sente estagnado em uma mescla de melancolias.

... às vezes se sente descontente em meio à nostalgia.


 Aqueles livros foram se juntando segundo o gosto ou a necessidade de um antigo e
ávido leitor, agora extinto.
 Tais livros foram reunidos conforme a preferência ou a necessidade de um leitor
antigo insaciável, o qual já não existe mais.

 Paráfrase
 Os livros, ........ Esses livros,........... Tais livros
 Tais livros teriam se juntado
 Tais livros foram sendo reunidos
 Tais livros foram reunidos diante da necessidade de um antigo leitor muito assíduo
(frequente, insaciável), desses que já não existem mais.
 Tais livros foram reunidos de acordo (conforme) com a preferência ou a necessidade
de um leitor antigo insaciável, o qual já não existe mais.

 Muitos desses livros [...] já não dizem nada para ninguém. [...]
 Diversos (vários) desses livros [...] não comunicam mais nada a nenhuma pessoa (não
abordam mais assunto algum)
 No entanto pode ocorrer que os olhos venham a brilhar ao darem com um
título célebre [...] provando que há palavras e ideias que se atualizam e
permanecem. [...]
 Entretanto (Todavia, Mas, Porém...) pode acontecer (ser) que os olhos
brilhem ao se fixarem (se depararem com) em um título muito conhecido
(famoso) [...] mostrando que existem palavras e ideias que se atualizam e
se mantêm.

 Ninguém deve entrar desprevenido numa velha biblioteca.


 Será necessário que entre prevenido em uma velha biblioteca.
 Não se deve entrar despreparado em uma velha biblioteca.
 Velhas bibliotecas
(Introdução) Quem passeia entre os livros de alguma velha biblioteca
abandonada, a convite do herdeiro que ainda não sabe o que fazer com
ela (vendê-la por quilo? chamar um especialista para avaliá-la? pô-la em
leilão?), pode se sentir preso numa teia de melancolias.

(Desenvolvimento) Aqueles livros foram se juntando segundo o gosto ou


a necessidade de um antigo e ávido leitor, agora extinto, a quem não se
perguntou qual livro gostaria de levar para sua ilha deserta no espaço
celestial. Muitos desses livros estão perfeitamente mortos, como seu
antigo dono: já não dizem nada para ninguém, se é que alguma vez
disseram algo de importante. Assim, dezenas de lombadas semelham
jazigos de formas e ideias imprestáveis, numa triste sucessão de letras
mortas. No entanto...
 
No entanto pode ocorrer que os olhos venham a brilhar ao
darem com um título célebre - romance, tratado científico, biografia,
ensaio filosófico, pesquisa antropológica, tudo de valor ainda
reconhecido, provando que há palavras e ideias que se atualizam e
permanecem, interessando a sucessivas gerações. Parece que
também aos livros se aplica a lei de Darwin: os mais fortes
permanecem.
[...]
(Conclusão) Ninguém deve entrar desprevenido numa velha
biblioteca.
 (Fragoso Bulhões)
Resumo por meio de fichamento
Velhas Bibliotecas

Aquele que vaga por dentre os livros de uma antiga biblioteca esquecida
pode se sentir enredado em meio a melancolias.
Tais livros foram reunidos conforme a preferência ou a necessidade de
um leitor antigo insaciável, o qual já não existe mais.
Diversos (vários) desses livros [...] não comunicam mais nada a
nenhuma pessoa.
Entretanto (Todavia, Mas, Porém...) pode acontecer (ser) que os olhos
brilhem ao se fixarem (se depararem com) em um título muito conhecido
(famoso) [...] mostrando que existem palavras e ideias que se atualizam e se
mantêm.
Será necessário que entre prevenido em uma velha biblioteca.
 Síntese é o resumo do resumo

Síntese do texto
Velhas Bibliotecas

 Será necessário que entre prevenido em uma velha


biblioteca.
O Brasil, apesar da maioria negra e mestiça, insiste nos padrões de
beleza europeus, excluindo de seu ideal estético os que não
nasceram brancos

 O cabelo é um dos elementos mais visíveis e destacados do corpo. Em


todo e qualquer grupo étnico ele é tratado e manipulado, todavia a sua
simbologia difere de cultura para cultura. Esse caráter universal e
particular do cabelo atesta a sua importância como símbolo
identitário. O cabelo do afrodescendente certamente é parte intricada
do perfil estético que compreende a identidade negra. (Vermelho: Opção 2
de fichamento)
 O cabelo do negro na sociedade brasileira expressa o conflito
racial vivido por negros e brancos em nosso país. É um conflito
coletivo do qual todos participamos. Considerando a construção
histórica do racismo brasileiro, no caso dos negros o que difere é
que a esse segmento étnico/racial foi relegado estar no polo
daquele que sofre o processo de dominação política, econômica e
cultural e ao branco estar no polo dominante.
 Essa separação rígida não é aceita passivamente pelos
negros. Dessa forma, práticas políticas são construídas,
práticas culturais são reinventadas. O cabelo do negro,
visto como “ruim”, é expressão do racismo e da
desigualdade racial que recai sobre esse sujeito.
 Ver o cabelo do negro como “ruim” e do branco como
“bom” expressa um conflito. Por isso, mudar o cabelo
pode significar a tentativa do negro de sair do lugar da
inferioridade ou a introjeção deste. Pode ainda
representar um sentimento de autonomia, expresso nas
formas ousadas e criativas de usar o cabelo (Vermelho: Opção 2
de fichamento).
O Brasil, apesar da maioria negra e mestiça, insiste nos padrões de
beleza europeus, excluindo de seu ideal estético os que não nasceram
brancos

(Fich.) O cabelo é um dos elementos mais destacados do corpo,


todavia a sua simbologia difere de cultura para cultura.
Paráfrase:
a) O cabelo é (consiste em) um dos principais componentes (atributos)
do corpo (Um dos principais componentes do corpo é o cabelo) (O
cabelo é uma das partes mais importantes do corpo), entretanto o seu
significado é distinto em cada cultura (é diverso de acordo com cada
cultura) (se distingue de cultura para cultura).
(Fich.) Esse caráter universal e particular do cabelo atesta a sua
importância como símbolo identitário.
Paráfrase: Esse feitio (Essa característica) único (exclusivo) e específico
(peculiar) original do cabelo comprova a sua importância (o seu valor)
como símbolo identitário (como referência identitária) (símbolo de sua
identidade) (símbolo de sua personalidade).
(Fich.) O cabelo do negro na sociedade brasileira expressa o conflito
racial vivido por negros e brancos em nosso país.
Paráfrase: Na sociedade brasileira, o cabelo do negro apresenta
(representa) a contenda entre raças vivida por negros e brancos.
O cabelo crespo dos negros expressa algumas desavenças raciais na
sociedade brasileira entre brancos e negros.
 (Fich.) No caso dos negros o que difere é que a esse segmento étnico/racial foi relegado estar no polo
daquele que sofre o processo de dominação política, econômica e cultural e ao branco estar no polo
dominante.
 Paráfrase: a) Em relação aos negros a diferença é que a este grupo étnico/racial foi imposto estar (se pôr,
se colocar) no lugar daquele (que é dominado politicamente) (que é afligido politicamente) (que passa
pelo “processo de dominação política”), enquanto ao branco é reservado o lugar de privilégio social.
 B) Em relação aos negros a diferença é que a este grupo étnico/racial foi imposto estar no lugar daquele
que é afligido, estando o branco no domínio.
 (Fich.) Essa separação rígida não é aceita passivamente pelos negros. Dessa forma, práticas políticas são
construídas, práticas culturais são reinventadas.
 Paráfrase: a) Essa divisão rigorosa não é aceita de modo pacífico pelos negros.
 B) Esse desmembramento político e social não é pacificamente aceito pelos negros.
 C) Os negros não concordam de forma passiva (pacífica) com essa divisão. Dessa maneira, práticas
políticas e culturais são (re)formuladas. (... são elaboradas, práticas culturais são reelaboradas).
 (Fich.) Mudar o cabelo pode [ainda] representar um sentimento de autonomia, expresso nas formas
ousadas e criativas de usar o cabelo.
 Paráfrase: Mudar (Modificar) o cabelo (Transformar o visual do cabelo) (Transformar a aparência dos
cabelos) pode constituir (significar) um sentimento de independência (autoconfiança), revelado no jeito
ousado e criativo de uso do cabelo.
 Transcrição das partes fichadas

 (Fich.) O cabelo é um dos elementos mais destacados do corpo, todavia a sua simbologia
difere de cultura para cultura.
 (Fich.) Esse caráter universal e particular do cabelo atesta a sua importância como
símbolo identitário.
 (Fich.) O cabelo do negro na sociedade brasileira expressa o conflito racial vivido por
negros e brancos em nosso país.
 (Fich.) No caso dos negros o que difere é que a esse segmento étnico/racial foi relegado
estar no polo daquele que sofre o processo de dominação política, econômica e cultural e
ao branco estar no polo dominante.
 (Fich.) Essa separação rígida não é aceita passivamente pelos negros. Dessa forma,
práticas políticas são construídas, práticas culturais são reinventadas.
 (Fich.) Mudar o cabelo pode [ainda] representar um sentimento de autonomia, expresso
nas formas ousadas e criativas de usar o cabelo.
Resumo
 O cabelo é um dos principais atributos do corpo, entretanto o seu significado é
distinto em cada cultura.
 Esse feitio exclusivo e peculiar do cabelo comprova o seu valor como símbolo
identitário.
 O cabelo crespo dos negros expressa algumas desavenças raciais na sociedade
brasileira entre brancos e negros.
Síntese
O cabelo do negro na sociedade atual é a mais fiel expressão de
sua autoafirmação.
 TAREFA PARA FICHAMENTO, PARÁFRASE DO FICHAMENTO, RESUMO E SÍNTESE
 Caso 1
 Em uma cidade do interior do Paraná, três meninos ficaram órfãos, e, como toda a família dos pais era muito
pobre, nenhum parente quis assumir a guarda deles.
 Os menores têm nove, onze e doze anos, são negros – somente o mais velho frequentou a escola até a
terceira série do ensino fundamental – e estão, provisoriamente, numa instituição religiosa da cidade.
 Há dois anos, o Juizado da Infância e Juventude procura em todo o Brasil uma família que os adote.
 Um casal homoafetivo, José e João, interessou-se pelos meninos. Após uma sequência de visitas, José
ingressou com um pedido de adoção dos três meninos e a guarda provisória, que foi, desde logo, concedida.
 O casal tem excelente condição econômica, formação universitária, e a sua opção é aceita pelas famílias de
ambos e pela comunidade local em que vivem. Os laudos apresentados pelos assistentes sociais indicaram
que José tinha condições de adoção e que a opção sexual de José poderia representar dificuldades para os
irmãos, mas que, durante o período de convivência, os três meninos demonstravam gostar da companhia de
José e seu companheiro.
 O juiz, em sua sentença, negou o pedido de adoção, tendo em vista o art. 226 da CRFB, com base no
entendimento de que a entidade familiar é constituída pela união de homem e mulher, e que o bem-estar das
crianças não poderia ser garantido. Acrescentou que o referido artigo se sobrepõe ao ECA, que não
estabelece restrição para o solteiro adotar uma criança.
 LISTA DE ALGUNS LIVROS
INDISPENSÁVEIS AO ESTUDANTE DE
DIREITO
 1. O caso dos exploradores de caverna (Lon Fuller)
 Esta é uma excelente obra para quem pretende estudar Direito e quer conhecer melhor a área. O texto escrito por Lon Fuller, que é formado em Economia e em Direito, e
publicado originalmente na revista da faculdade de Direito de Harvard, levanta um debate e propõe uma argumentação jurídica sobre um caso elaborado pelo autor.
 No livro, cinco pessoas entram em uma caverna e são soterrados. Ao descobrirem que o resgate demoraria tempo demais, uma das vítimas sugere que, para o bem da
maioria, um deles fosse sorteado e morto, servindo de alimento para os demais.
 No entanto, quando foram resgatados, os sobreviventes foram levados a julgamento e acusados de homicídio. Você, como um advogado, lidaria de que maneira diante
desse tipo de situação? Leia o livro e veja como essa história se desenvolve!
 2. Revolução dos bichos (George Orwell)
 “Revolução dos bichos” é um clássico da literatura e faz uma forte crítica aos regimes políticos totalitários, considerado por muitos uma fábula sobre o poder. Por meio de
animais, George Orwell apresenta em seu livro, de maneira satírica, os defeitos e fraquezas do homem.
 Cansados da exploração do dono da granja e de serem submissos a ele, alguns animais se reúnem para planejar uma revolução e a tomada do poder no local. No entanto,
quando o plano é bem-sucedido, Napoleão, um dos líderes do movimento, passa a tomar atitudes que tornam a sociedade utópica criada por eles uma ditadura tão pior
quanto a que estava anteriormente.
 3. A firma (John Grisham)
 Para muitos, este livro retrata com fidelidade a pressão e a rotina corrida dos grandes escritórios de advocacia americanos, o que o torna um dos melhores livros de direito.
 Ao juntar a rotina jurídica com um suspense que prende o leitor desde a primeira página, o livro conta a história de Mitchell, um estudante muito dedicado e um dos
primeiros da Faculdade de Direito de Harvard.
 Após muito esforço, ele se forma e passa a integrar a equipe de uma famosa firma de advogados especializada em direito tributário. Porém, o que parecia ser o emprego
dos sonhos no início, vai se mostrar um grande problema.
 4. A arte da felicidade – Um Manual para a Vida (Dalai Lama e Howard C. Cutler)
 Este livro deveria ser lido por qualquer estudante, independentemente da área de atuação. O autor, Howard C. Cutler, entrevistou mais de uma vez Dalai Lama e
compartilhou em seus livros algumas lições sobre como enfrentar situações adversas que surgem ao longo da vida.
 E como nós sabemos muito bem que a vida de estudante universitário pode ser estressante e cansativa em alguns períodos, sugerimos que você leia esta obra e tire proveito
dos ensinamentos que ela apresenta.
 5. O primeiro ano: como se faz um advogado (Scott Turow)
 A Faculdade de Direito de Harvard é uma das mais famosas e prestigiadas — e só em nosso texto ela já foi citada três vezes. Em sua obra, Scott Turow divide as
experiências vividas na conceituada faculdade, mostrando as principais dúvidas que passam pela cabeça do estudante e como é feita a preparação do aluno no primeiro ano
do curso.
 6. A arte da guerra (Sun Tzu)
 Um bom advogado precisa ter uma postura adequada, ter um pensamento estratégico e uma boa comunicação, de modo a defender o seu
cliente da melhor forma possível e passar a sua mensagem com clareza e objetividade.
 Mesmo sendo um tratado militar escrito durante o século IV a.C., “A arte da guerra” é um livro que dará lições ricas e que podem ajudá-
lo a se preparar para se tornar um advogado de sucesso, auxiliando-o a ser capaz de enfrentar os problemas e lidar com situações difíceis,
além de aprender a elaborar táticas para aprimorar a sua atuação profissional.
 7. Memórias do Cárcere (Graciliano Ramos)
 Em “Memórias do Cárcere”, Graciliano Ramos relata o que passou ao ser enviado para a prisão de maneira arbitrária, em 1935, durante o
Estado Novo.
 Este livro vai se mostrar um ótimo exercício para você se questionar como alguém sem uma sentença definida ou acusação formal, pode
passar por três presídios (Rio de Janeiro, Maceió e Recife) durante dois anos.
 Entre as curiosidades sobre a obra, ela foi escrita dez anos após o ocorrido, foi lançada postumamente e não tem o capítulo final.
 8. O Auto da Compadecida (Ariano Suassuna)
 Ao longo do curso de direito, muitas serão as atividades realizadas para simular um julgamento. Mas o quão curioso seria um que tem
Nossa Senhora como advogada de defesa, Jesus como juiz e o Diabo o promotor? Pois esse é o contexto vivido pelo João Grillo, do livro
“O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.
 Com um final surpreendente e escrita em formato de peça, a leitura deste livro é rápida e agradável, provocando momentos divertidos e
que podem muito bem serem adaptados para a sua realidade como advogado.
 9. A sangue frio (Truman Capote)
 Uma família é assassinada brutalmente nos Estados Unidos e o caso ganha grande repercussão no país.
 Ao apurar o crime para uma reportagem de jornal, que mais tarde se tornaria este livro, Truman Capote leu diários, entrevistou os
familiares das vítimas, a equipe policial e também os assassinos.
 Em uma mescla entre reportagem e literatura, o autor descreve de maneira única os acontecimentos, de modo a tornar a leitura instigante
até a última linha. Você vai acompanhar os acontecimentos desde antes do crime até a sentença dos acusados de assassinato.
 10. Um pilar de ferro (Taylor Caldwell)
 A história pessoal e da carreira política de Marco Túlio Cícero, advogado e orador na Roma Antiga, é contada no romance de Caldwell. Nele, o
autor relata os processos jurídicos de uma época bem distante da que vivemos.
 A rotina de Cícero é narrada de uma maneira que percebemos que muito do que presenciamos no mundo jurídico atual, principalmente em
relação à ética, é reflexo do que se viu há séculos.
 A luta pela democracia é visível no texto, que conta com cenas da vida de Cícero desde o trabalho em um escritório famoso e o seu
posicionamento como figura pública, até seus discursos e seu patriotismo.
 11. A Era dos direitos (Norberto Bobbio)
 Neste livro, o autor seleciona onze artigos sobre os direitos dos homens, buscando como base as necessidades naturais e sociais deles. Dessa
forma, os ensaios escolhidos retratam o papel do homem na construção de sua história.
 Na sociedade há uma relativização dos direitos fundamentais e isso é resultado da influência de uma política da propriedade, que coloca em
risco o direito da liberdade.
 Nesse contexto, o filósofo e historiador italiano buscou conceituar o que é fundamental para a vida do homem, chegando à conclusão de que a
liberdade é essencial e deve ser garantida.
 12. O Sol é para todos (Harper Lee)
 Um advogado defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca. Ainda nos Estados Unidos da década de 30, a narrativa se dá
a partir do ponto de vista de uma criança — a filha do advogado.
 O livro conta a história do desafio de um homem em um espaço onde ética e moral se conflituam com uma realidade preconceituosa e violenta.
Assim, o advogado se destaca em sua busca por uma sociedade mais justa e íntegra, em uma comunidade racista e economicamente falida.
 O livro da autora Harper Lee, que faleceu em 2016, foi amplamente premiado desde sua publicação, em 1960. Entre os prêmios, o destaque
fica com o Pulitzer, que honra trabalhos de excelência na literatura, no jornalismo e na música.
 13. O processo (Franz Kafka)
 Todo advogado deveria ter esse livro em sua coleção, principalmente, os criminalistas. Essa é uma narrativa que se dá em torno de um processo
nada plausível. Nela, a personagem não sabe porquê está sendo processada e a trama acontece envolta a esse absurdo.
 Você já imaginou uma pessoa ser presa e não saber o que ela fez para merecer isso? O que a personagem principal do romance passa é
justamente isso. Assim, a trama caminha pelos limites da justiça e do direito à defesa.
 14. Crime e castigo (Fiódor Dostoiévski)
 Publicado em 1866, o livro vai focar na culpa de um jovem que não consegue seguir em frente depois de cometer um crime. Ele também convive com o medo da punição à
qual poderá ser submetido, se descoberto.
 Apesar de ter sido escrita há décadas e em outro continente, a obra é uma maneira de compreender o caráter humano nos dias de hoje. Mesmo não sendo considerado um
livro jurídico, o personagem que mata uma mulher é um jovem estudante de direito.
 Um rapaz prepotente, que acredita que pode decidir quem deve ou não morrer e que os crimes podem acontecer se forem para o bem de todos. O romance é instigante e nos
faz refletir sobre os limites entre o que é certo e o que é errado — dilema comum na vida de quem faz o curso de Direito.
 15. Acima de qualquer suspeita (Scott Turow)
 Scott Turow é famoso por seus livros jurídicos. Ele, que era advogado e promotor, buscou na sua realidade inspiração para seus textos. Entre eles, “Acima de qualquer
suspeita” é uma de suas obras mais representativas.
 Neste livro, o tribunal é o palco principal. Nele, um promotor público investiga a morte brutal de sua colega, que era advogada. Ele precisa lidar com o caso e, ao mesmo,
tempo apagar todo o histórico de qualquer relação que tenha tido com ela. Mesmo assim, acaba sendo um dos acusados pela morte e precisa provar sua inocência.
 Os personagens vivem conflitos éticos, em que a distorção de fatos é o caminho para garantir a vitória no tribunal. É um cenário tão forte e realista, que o livro, como outros  
filmes sobre direito, também ganhou a grande tela em uma superprodução.
 16. Como fazer amigos e influenciar pessoas (Dale Carnegie)
 O bom relacionamento com as pessoas é essencial para quem quer ser advogado e isso não se aprende apenas com a faculdade. A vida vai mostrando para nós como é
importante saber lidar com o outro.
 No livro de Dale Carnegie, ele propõe que você crie relações em que o seu modo de pensar possa ser considerado pelo outro e até mesmo assimilado. Uma escrita leve, que
se traduz em uma leitura agradável, em que, no final, ensina o básico para manter boas relações.
 17. A casa soturna (Charles Dickens)
 Um romance sombrio, escrito no século IXX, tempo em que as leis se mostravam imperfeitas. Para alguns críticos, essa é a obra que todo advogado precisa ler, pois
relaciona instituições de poder com a realidade social.
 Dessa forma, a história tenta mostrar o impacto de um processo na vida das pessoas que dele dependem. Dickens escreve sobre herdeiros que esperam o fim de um processo
judicial interminável e que, para muitos, já virou uma lenda, dando a entender que não se sabe mais ao certo o que está em julgamento.
 18. A verdade sobre o caso de Harry Quebert (Joel Dicker)
 Os restos mortais de uma garota de 15 anos são encontrados no quintal da casa de um famoso escritor de 30 anos. Há algum tempo, eles tiveram um relacionamento e toda a
culpa tende a cair sobre ele que, porém, jura sua inocência.
 Como você agiria diante dessa situação? Um futuro advogado precisa pensar em todas as possibilidades e é isso que Dicker procura com seu livro, incentivar o leitor na
busca pelas respostas. Dentro dessa perspectiva, a obra vai tratar de situações cotidianas que nem sempre paramos para refletir sobre.
Para terminar...BEM

OBRIGADO!

PROF. DR. CLÁUDIO


SILVEIRA MAIA

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