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FACULDADE DE ENGENHARIA

Departamento de Engenharia Geoló gica 


Curso de Licenciatura em Engenharia Geoló gica
GEOLOGIA DE ENGENHARIA
MINERAIS E ROCHAS
Definição de Mineral

Um mineral pode ser definido como: uma substância natural, homogênea,


sólida, com composição química bem definida (ou variando dentro de certos
limites), arranjo atômico ordenado, que pode estar expresso numa forma
geométrica externa (poliedros mais ou menos perfeitos), formada por
processos inorgânicos.
Natural: porque exclui os minerais formados em laboratório
(sintéticos).

Assim, por exemplo, a substância química CaSO4 ocorre na Natureza sob a forma de
um mineral denominado anidrita mas, se a mesma substância for preparada em
laboratório já não é interpretada como mineral, sendo denominada apenas por sulfato
de cálcio.

Isto não significa que alguns minerais não possam e não sejam, obtidos
artificialmente, e em grandes quantidades, para usos comerciais. São os denominados
"minerais sintéticos" como, por exemplo, os rubis e as safiras para gemas, e o
coríndon para abrasivo e fins refratários.
Homogênea: substância que não pode ser fisicamente subdividida em
componentes químicos mais simples, o que depende dos meios de observação.

Sólida: exclui gases e líquidos.

A água sob a forma de gelo é um mineral mas a água líquida não.


O mercúrio (Hg) líquido também não é considerado mineral.

Estas substâncias, semelhantes a minerais, quer quimicamente, quer quanto à


ocorrência, são denominados mineralóides.
Composição química bem definida ou variando dentro de certos limites:
embora haja minerais, como o quartzo (SiO2) que, geralmente, têm
composição química bem definida, outros têm composição variável. Assim,
por exemplo, a dolomite CaMg(CO3)2 nem sempre contém apenas Ca e Mg.
Pode conter Fe, Mn em substituição parcial do Mg.
Ca (Mg,Fe,Mn) (CO3)2
Arranjo atômico interno ordenado: quando os sólidos são desprovidos de
arranjo interno ordenado dos átomos constituintes são designados por não
cristalinos ou amorfos tais como, por exemplo os vidros e a opala.

Forma geométrica externa: Algumas substâncias naturais ou obtidas


laboratorialmente, além de possuírem um arranjo interno mais ou menos
ordenado das suas partículas constituintes (estrutura cristalina), podem ter formas
poliédricas mais ou menos perfeitas, isto é serem limitados por superfícies planas,
as faces.
Formado por processos inorgânicos: não permite incluir no domínio da
Mineralogia minerais biogênicos (formados por organismos), tais como a
aragonite da concha dos moluscos, e outros que podem ser precipitados por
organismos, com a opala (SiO2 nH2O), magnetite (Fe3O4), fluorite (CaF2),
pirite (FeS2), óxidos de Mn, etc.
PROPRIEDADES FÍSICAS

As propriedades físicas de minerais são um resultado das suas características químicas e


estruturais.
Examinam-se, principalmente, aquelas propriedades físicas que podem ser determinadas por
inspecção ou por testes relativamente simples. Porque elas são determinadas em amostras de
mão, elas são importantes no reconhecimento e identificação rápida de minerais.
Outras propriedades físicas, tais como aquelas determinadas por técnicas de raios-X ou ópticas,
requerem equipamento especial e muitas vezes sofisticado e muitos involvem preparação
elaborada de amostras.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Hábitos de Cristal e Agregados – Hábito é a forma como o mineral se apresenta.


1. Minerais em cristais isolados ou distintos
2. Para grupos de minerais distintos
3. Grupos de cristais paralelos ou radiantes de cristais individuais
4. Um agregado de mineral composto de escamas ou lamelas
5. Um agregado mineral composto de grão é granular
6. Termos miscelâneos
PROPRIEDADES FÍSICAS

Clivagem, Partição e Fractura


Clivagem é a tendência de minerais
se quebrar paralelamente aos planos
atómicos que são identificados por
índices de Miller, exactamente como
as faces da forma externa de um
cristal
Partição
Quando os minerais se quebram ao
longo de planos de fraqueza estrutural, eles
têm partição
PROPRIEDADES FÍSICAS

A maneira como o mineral se parte quando não se produzem superfícies ao longo de clivagem
ou partição é a sua fractura. E ela pode ser:
Conchóidal. A fractura curvada, lisa assemelhando-se a superfície interior de uma
concha. Isto é muito habitualmente observada em tais substâncias como vidro e
quartzo.
Fibrosa e lascada
Serrilhada. Fractuaras em serra com arestas agudas
Irregular. Fracturas que produzem superfícies ásperas e irregulares
PROPRIEDADES FÍSICAS

Dureza
A resistência que uma superfície lisa de um mineral oferece à ser riscado é a sua dureza. O grau
de dureza é determinado por observação a facilidade ou dificuldade comparativa com que um mineral
é riscado por outro.
• A escala de dureza de Mohs:
1. Talco 6. Ortoclase
2. Gesso 7. Quartzo
3. Calcite 8. Topázio
4. Fluorite 9. Corundo
5. Apatite 10. Diamante
PROPRIEDADES
FÍSICAS

Tenacidade
A resistência que um mineral oferece a quebra, esmagamento, dobramento ou ruptura –
de modo curto, a sua coesividade – é conhecida como tenacidade.
1. Quebradiço
2. Maleável
3. Séctil
4. Dúctil
5. Flexível
6. Elástico
PROPRIEDADES FÍSICAS

Gravidade Específica (G) Densidade


Gravidade específica (G) ou densidade relativa é um número que expressa a
razão entre o peso de uma substância e o peso de um igual volume de água a
4ºC.
A gravidade específica de uma substância cristalina depende de
(1) do tipo de átomos de que é composto e,
(2) o modo no qual os átomos encontram-se empacotados em conjunto.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Cor
Os minerais possuem muitas propriedades, das quais a cor é usualmente a primeira
e a mais facilmente observada.
Para muitos ela é característica e serve como um critério de distinção.
Muitas pessoas reconhecem um grande número de minerais de gemas e pedras
preciosas, só na base das suas cores.
Em muitos minerais a cor é uma das propriedades diagnósticas incertas e muito
variáveis.
PROPRIEDADES FÍSICAS

A cor é a resposta da vista ao


domínio da luz visível do espectro
electromagnético
(A luz visível representa um
domínio de comprimentos de onda
de cerca de 350 a 750 nanometros
PROPRIEDADES FÍSICAS
Quando a luz branca incide sobre a
superfície de um mineral, ela pode
ser transmitida, dispersa, reflectida,
refractada pode ser absorvida.
Os processos de dispersão e reflexão
são parte da propriedade
compreendidas como o brilho (lustre)
de um mineral
PROPRIEDADES FÍSICAS

Os processos electrónicos responsáveis pela cor em minerais podem ser


classificados como:

1. Transições de campo de cristal


2. Transições de orbital molecular
3. Centros de cor
PROPRIEDADES FÍSICAS

Transições de Campo de Cristal


As transições de campo de cristal são transições electrónicas entre orbitais 3d
parcialmente preenchidos de elementos de transição
Essas transições são mais comuns em minerais que contêm os seguintes
elementos de transição: Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Em resumo, os vários factores que influenciam a cor transmitida produzida por transições de
campo de cristal são:
A presença de um elemento de transição específico
O seu estado de oxidação (valência), que determina o número de electrões nos orbitaos 3d.
A geometria da posição na qual o elemento de transição é alojado (octaédrica, tetraédrica,
etc.),
A força do campo de cristal (cargas dos aniões, distorção de poliedros de coordenação,
etc.), e
A maneira na qual o olho humano interpreta o padrão de comprimentos de onda
transmitidos
PROPRIEDADES FÍSICAS
Ião
Absorvente
Mineral Fórmula Cor
Berilo (esmeralda) Be3Al2Si6O18 Verde
Cr3+ Corundo (rubi) Vermelha
Al2O3
Mn3+ Turmalina (rubelite) Na(Li,Al)3Al6(BO3)3(Si6O18) Cor de rosa
(OH)4
Berilo (morganite) Be3Al2Si6O18 Cor de rosa
Mn2+ Espessartite Mn3Al2(SiO4)3 Amarelo-laranja
(granada)
Andradite Ca3Fe2(SiO4)3 Verde
Fe3+ (granada) BeAl2O4 Amarela
Crisoberilo
Olivina (Mg,Fe)2(SiO4) Amarelo-verde
Fe2+ Almandina Fe3Al2(SiO4)3 Vermelha escura
(granada)
Cu2+ Turquesa CuAl6(PO4)4(OH)8.5H2O Azul clara

Exemplos de minerais comuns cuja cor é devida à interacção de elementos de


transiçao e transições de campo de cristal
PROPRIEDADES FÍSICAS

Transições de Orbital Molecular


As transições de orbital molecular (também conhecido como transições de
transferência de carga) ocorrem em minerais quando os electrôes de valência
transferem-se de cá para lá entre iões adjacentes
Exemplos de transições de orbitais moleculares são encontrados e muitos
minerais. Destes, Fe2+  Fe3+ e Fe2+  Ti4+ são as transições de transferência de
carga metal-metal mais comuns
PROPRIEDADES FÍSICAS

Exemplos são glaucofane (anfíbola azul e crocidolite, asbesto anfibólico azul),


cordierite, cianite (habitalmente azul) e safira (variedade de gema de corundo
azul).
A transição de transferência de carga Fe2+  Ti4+ também é um grande factor na
cor azul de safira, Al2O3, que geralmente contêm pequenas quantidades de ferro
e titánio.
PROPRIEDADES FÍSICAS
Par de ião Mineral Fórmula Cor

Fe2+  Fe3+ Berilo (água Be3Al2Si6O18 Azul-


marinha) amarela
Fe2+  Fe3+ Cordierite (Mg,Fe)2Al4Si5O18.nH2 Azul
O
Fe2+  Ti4+ Corundo (safira) Al2O3 Azul

Fe2+  Ti4+ Cianite Al2SiO5 Azul

O2-  Cr6+ Crocoite PbCrO4 Laranja

O2-  Fe3+ Berilo (heliodoro) Be3Al2Si6O18 Amarela

Exemlos de alguns minerais comuns cuja cor é resultado de transições de


transferência de carga, descritos pela teoria de orbital molecular
PROPRIEDADES FÍSICAS

Centros de Cor
A coloração também pode ser causada por defeitos estruturais. Isto pode ser um
electrão em excesso que está desligado a qualquer átomo individual e que é
armadilhado em certo defeito estrutural, tal como um ião perdido ou uma
impuridade intersticial.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Estrutura de fluorite na qual um


ião F- está perdido da sua posição
estrutural usual
PROPRIEDADES FÍSICAS
Mineral Cor

Ametista, fluorite Roxa

Quartzo fumado Castanha a preta

Diamante irradiado Verde, amarela, castanha, azul, cor de


rosa
Topázio natural e Azul
irradiado
Halite Azul e amarela

Exemplos de minerais nos quais a coloração é devida à centros de cor


PROPRIEDADES FÍSICAS

Outras Causas de Cor


Ainda outro agente corante é a mistura mecánica de impurezas, que podem dar uma
variedade de cores ao de outro modo minerais incolores.
O quartzo pode ser verde devido à presença de clorite finamente dispersa; calcite pode
ser preta, colorida por oxido de manganês ou carbono.
Hematite, como a impureza de pigmentação mais comum, dá a sua cor vermelha à
muitos minerais, incluindo alguns feldspatos e calcite e a variedade de grão fino de
quartzo, jaspe.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Risca
A cor de um mineral finamente pulverido é conhecido como a sua risca.
Embora a cor de um mineral pode variar, a risca é geralmente constante e portanto
é útil na identificação de mineral .
Brilho (lustre)
O termo brilho ou lustre refere-se ao aspecto geral de uma superfície de
mineral em luz reflectida. Existem dois tipos de brilho, metálico e não-metálico,
mas não existe uma divisão nítida entre eles.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Os minerais com brilho não-metálico são, em geral, de cores claras e


transmitem luz, se não for através de porções espessas, no mínimo através de
arestas delgadas.
A risca de um mineral não-metálico é ou incolor ou muito clara em cor
PROPRIEDADES FÍSICAS
Os seguintes termos são usados para descrever mais o brilho de minerais não-metálicos.
Vítreo. O brilho de vidro. Exemplos – quartzo e turmalina.
Resinoso. Possuindo o brilho de resina. Exemplos – esfalerite e enxofre.
Perolado: Um brilho iridiscente poarecido à perola. Este é geralmente observado em superfícies de mineral que
são paralelas à planos de clivagem. Exemplos – plano basal de apofilite e superfície de clivagem de talco.
Gorduroso. Aparenta como se tivesse sido coberto por uma fina camada de óleo. Este brilho resulta de luz dispersa
por uma superfície microscopicamente áspera. Exemplos – nefelina e alguns espécimes d esfalerite e quartzo
massivo.
Sedoso. Parecido a seda. Ele é causado pela reflecção de luz de um agregado fino, fibroso paralelo. Exemplos –
gesso fibroso, malaquite, serpentina (crisotilo) e o produto silicificado e oxidado de crocidolite conhecidos como
“olho de tigre”.
Adamantino. Um brilho excepcionalmente brilhante como aquele de um diamante. Ele é devido ao não habitual
alto índice de refracção do mineral. Exemplos – os minerais transparentes que contêm chumbo, tais como cerussite
e anglesite.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Luminiscência
Qualquer emissão de luz por um mineral que não é o resultado directo de
incandescência é lumiscência.
Este fenómeno pode ser produzido de várias maneiras e é geralmente
observado em minerais que contêm impurezas de iões chamados activadores.
A maioria de lumiscência é fraca e só pode ser observada no escuro.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Fluorescência e Fosforescência
Os minerais que luminescem durante a exposição à luz ultra-violeta, aos raios-X, raios
catódicos são fluorescentes.
Se a fluorescência continua depois dos raios excitantes serem desligados, o mineral é dito ser
fosforescente.
Não existe um nítida distinção entre fluorescência e fosforescência, porque alguns minerais que
aparentam só fluorescer podem ser mostrados por métodos refinados, que continuam a brilhar por
pequena fracção de um segundo depois de remoção da radiação excitante.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Termoluminiscência
Esta é a propriedade de emitir luz visível quando uma substância é aquecida até uma temperatura abaixo daquela de calor
vermelho. Ela é melhor mostrada por minerais não-metálicos que contêm impurezas de iões como activadores.
Quando um mineral termoluminiscente é aquecido, a luz visível inicial, geralmente fraca, é apagada para uma temperatura entre
50º e 100ºC, e a luz usualmente cessa de se emitir a temperaturas mais altas do que 475ºC. Por muito tempo fluorite foi
conhecida por possuir esta propriedade; a variedade clorofane foi nomeada devido à luz verde emitida. Outros minerais que são
geralmente termoluminiscentes são calcite, apatite, escapolite, lepidolite e certos feldspatos.
Triboluminiscência
Esta é a propriedade de se tornar luminoso ao ser partido, riscado ou friccionado. Muitos minerais que mostram esta
propriedade são não-metálicos e possuem uma boa clivagem. Fluorite, esfalerite e lepidolite podem ser triboluminiscentes.
Menos frequente, também podem ser pectolite, ambligonite, fedspato e calcite.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Propriedades Eléctricas

A condução de electricidade em cristais está relacionada ao tipo de ligação.


O minerais com ligação metálica pura, tais como os metais nativos, são condutores
eléctricos excelentes, enquanto que aqueles nos quais a ligação é parcialmente
metálica, como em alguns sulfuretos, são semi-condutores.
Os minerais ionicamente e covalentemente ligados são geralmente não - condutores
(isoladores).
PROPRIEDADES FÍSICAS
Piezoelectricidade
Eixos polares são presentes apenas em cristais que têm falta de centro de simetria.
Das 32 classes de simetria, 21 não têm centro de simetria e todas essas, apenas uma, a
classe giroédrica (432), tem no mínimo um eixo polar com formas de cristal diferentes em
extremidades opostas.
Se se exerce pressão nas extremidades de um eixo polar, um fluxo de electrões em
direcção à uma extremidade produz uma carga eléctrica negativa, enquanto que uma carga
posiutiva é induzida na extremidade oposta.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Piroelectricidade
Mudanças de temperatura num cristal podem causar o desenvolvimento
simultâneo de cargas positivas e negativas em extremidades opostas de um eixo polar.
Esta propriedade de piroelectricidade é observada, como a piezoelectricidade,
apenas em cristais com eixos polares.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Os cristais que pertencem à dez classes que têm um único eixo polar são
considerados mostrar piroelectricidade “verdadeira” ou “primária”.
Por exemplo, turmalina tem um único eixo polar, c, e cai dentro deste grupo,
enquanto que o quartzo com os seus três eixos polares a não mostra
PROPRIEDADES FÍSICAS

Um gradiente de temperatura em todos os cristais que têm eixos polares tais


como quartzo produzirão um efeito piroeléctrico.
Nesses cristais a polarização é o resultado da deformação resultante da expansão
térmica desigual que produz efeitos piezoeléctricos
Essas cargas são chamadas polarização piroeléctrica secundárias
PROPRIEDADES FÍSICAS

Propriedades Magnéticas
Alguns minerais comportam-se como magnetes, enquanto que a maioria não.
As propriedades magnéticas são o resultado de propriedades atómicas que são
específicas à um número de elementos.
Os minerais são conhecidos como diamagnéticos porque não sofrem qualquer atracção
para um magnete
PROPRIEDADES FÍSICAS

Muitos minerais não têm resposta magnética; eles são diamagnéticos.


Eles são compostos por elementos com configuração electrónica do núcleo dos
gases raros, ou com orbitais d completamente preenchidos.
Alguns exemplos dos mais comuns minerais diamagnéticos são calcite, CaCO3,

albite, NaAlSi3O8, quartzo, SiO2, e apatite, Ca5(PO4)3(F, Cl, OH)


PROPRIEDADES FÍSICAS

Os elementos que produzem momentos magnéticos são aqueles com electrões


não partilhados (não involvidos em ligação) nos orbitais 3d da primeira série de
transição, incluindo Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu
Isto inclui alguns constituíntes de minerais muito comuns, nomeadamente Fe,
Mn, Ti e Cr.
PROPRIEDADES FÍSICAS
Embora os iões individuais podem ser classificados como mais ou menos
magnéticos, há ainda a questão de como esses iões interagem na estrutura de
cristal.
Se uma estrutura tem um arranjo ao acaso de dípolos magnéticos (causados por
catiões constituíntes específicos com spins não parelhados ela é chamada
paramagnética.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Elementos de transição, seus iões comuns, número de electrões 3d e


direcções de spin dos electrões
PROPRIEDADES FÍSICAS

Quando essa estrutura é colocada dentro de um campo magnético, os pequenos


dípolos tendem-se a alinhar por si mesmos com o campo magnético externo.
O movimento térmico dentro da estrutura, todavia, tende a colocar ao acaso
alguns dos alinhamentos dos dípolos.
Isto resulta apenas numa pequena fracção de dípolos que ficam alinhados com o
campo magnético externo em qualquer instante particular.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Um material paramagnético é afectado apenas fracamente por um campo magnético


externo (mostra baixa susceptibilidade magnética).
A magnetização imposta também não é permanente.
Exemplos de dois minerais comuns que mostram comportamento paramagnético são
olivina (Mg, Fe)2SiO4 e augite (Ca, Na)(Mg, Fe, Al)(Al, Si)2O6
PROPRIEDADES FÍSICAS
Devido às suas diferentes susceptibilidades magnéticas, os minerais podem ser
separados uns dos outros por um electromagnete.
A separação magnética pelo separador isodinámico de Franz é um procedimento
comum no laboratório.
Essa técnica separa minerais que são paramagnéticos daqueles que são
diamagnéticos.
Numa escala comercial, a separação electromagnética é usada para separar
minerais de minério de ganga (desperdícios).
PROPRIEDADES FÍSICAS

Outra propriedade relacionada ao paramagnetismo é chamada


ferromagnetismo, que é observada em ferro metálico.
Num material paramagnético os dípolos magnéticos estão orientados ao
acaso, mas numa substância ferromagnética essa torna-se alinhada como
um resultado de “troca de forças” que são o resultado de sobreposição dos
orbitais dos átomos ou iões vizinhos mais próximos
PROPRIEDADES FÍSICAS

Domínios magnéticos num sólido


ferromagnético.
(a) Domínios ao acaso quando não-
magnetizados.
(b) Alinhamento paralelo de
domínios como resultado de um
campo magnético externo.
PROPRIEDADES FÍSICAS

Quando o campo magnético externo é removido da substância paramagnética, os domínios

magnéticos ficam ao acaso e nenhum magnetismo permanente permanece.

Contudo, num material ferromagnético, os domínios tendem a permanecer na orientação

imposta pelo campo magnético externo mesmo na ausência do campo.


PROPRIEDADES FÍSICAS

Outro tipo de magnetismo é conhecido como ferrimagnestimo, no qual os


momentos de spins iónicos são anti-paralelos, em vez de paralelos com no
ferromagnetismo.
Em materiais ferrimagéticos, os momentos de spins anti-paralelos são desiguais, e
como tal existem domínios magnéticos permanentes
Exemplos de minerais ferrimagnéticos são membros da série magnetite-
ulvoespinela, Fe3O4 – Fe2TiO4, membros de solução sólidas de hematite – ilmenite,

Fe2O3 – FeTiO3, e pirrotite, Fe1-xS


PROPRIEDADES FÍSICAS
• ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DOS
ALINHAMENTOS DOS SPINS DE DÍPOLOS EM
MATERIAIS FERRIMAGNÉTICOS E
FERROMAGNÉTICOS.
• EM SÓLIDOS FERRIMAGNÉTICOS OS SPINS
IÓNICOS SÃO ANTI-PARALELOS E AS SUAS
MAGNITUDES SÃO DIFERENTES. EM SÓLIDOS
FERROMAGNÉTICOS TODOS SPINS SÃO
PARALELOS E ALINHADOS NA MESMA
DIRECÇÃO.
• (B) REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS
DIRECÇÕES DE SPINS NAS POSIÇÕES
TETRAÉDRICAS E OCTAÉDRICAS DE
MAGNETITE,FE3O4. UM MOMENTO
MAGNÉTICO BRUTO É DEVIDO AO NÃO
ANULAMENTO DOS MOMENTOS DÍPOLOS DE
IÕES FE2+
PROPRIEDADES FÍSICAS
A distribuição de dípolos magnéticos num material ferrimagnético pode ser ilustrado com referência à
magnetite, um membro da série de espinelas.
A fórmula de magnetite, Fe3O4, pode ser escrita como Fe3+[Fe2+Fe3+] em termos da fórmula geral
XY2O4 para o grupo de espinela.
A estrutura de espinela é baseada num empacotamento cúbico denso de oxigénios com os catiões em
interstícios tetraédricos e octaédricos.
Os iões Fe3+ estão portanto distribuídos em duas posições diferentes da malha, mas com direcções de
spin magnético opostas.
Os iões Fe2+ (com mais fraco momento magnético) são responsáveis pelo spin global não parelhado e
assim pelos domínios magnéticos permanentes em magnetite.
PROPRIEDADES FÍSICAS

O magnetismo permanente de minerais ferrimagnéticos em vários tipos de


rochas permite o estudo do campo geomagnético antigo da Terra,
conhecido como paleomagnetismo.
O estudo da magnetização remanescente natural de rochas podem dar um
registo do campo magnético da Terra.

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