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URGÊNCIA E

EMERGÊNCIA
II
Professor Vinicius
Ramalho
Parada
Cardiorrespiratór
ia
Parada
Cardiorrespiratória
DEFINIÇÃO

Cessação abrupta das funções


cardíaca, respiratória e
cerebral.
Parada
Cardiorrespiratória

São sinais clínicos da PCR:


- Inconsciência;
- Ausência de pulso;
- Ausência de movimentos ventilatórios
(apneia) ou respiração agônica
(gasping).
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Cardiorrespiratória
É determinada por quatro ritmos
cardíacos:
- Assistolia;
- Atividade elétrica sem pulso (AESP);
- Fibrilação ventricular (FV) e;
- Taquicardia ventricular (TV) sem pulso.
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Cardiorrespiratória
Assitolia
Assistolia (do grego a = não; sístole =
contração) é a ausência de sístoles e,
conseqüentemente, de batidas cardíacas.
Nem as células musculares cardíacas, nem
o sistema de condução elétrica estão
funcionando.
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Cardiorespiratória
Atividade Elétrica sem Pulso
A atividade elétrica sem pulso é caracterizada
pela ausência de pulso detectável na presença
de algum tipo de atividade elétrica, no monitor
cardíaco aparecerão evidências de atividade
elétrica organizada, porém o músculo cardíaco
está muito fraco ou com problemas na
reperfusão para responder ao estímulo elétrico.
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Fibrilação Ventricular (FV)
A fibrilação ventricular é uma série
potencialmente fatal de contrações
ventriculares descoordenada, ineficazes
e muito rápidas, causadas por múltiplos
impulsos elétricos caóticos.
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Taquicardia Ventricular (TV) sem Pulso
A taquicardia ventricular é a sucessão
rápida de batimentos ectópicos ventriculares
que pode levar à acentuada deterioração
hemodinâmica, chegando mesmo à ausência
de pulso arterial palpável, quando, então, é
considerada uma modalidade de parada
cardíaca
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CAUSAS

• 5H
- Hipovolemia;
- Hipóxia;
- Hipotermia;
- Hipercalemia e
Hipocalemia;
- H+ acidose metabólica.
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CAUSAS
• 5T
- Tamponamento cardíaco;
- Pneumotórax hiperTensivo;
- Tromboembolismo
pulmonar;
- Trombose de coronária;
- Tóxico⁽³⁾.
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SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO NA
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
(PCR)

O atendimento da PCR é descrito na


literatura como Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP), que compreende uma
seqüência de manobras e procedimentos
destinados a manter a circulação cerebral e
cardíaca, e garantir a sobrevida do paciente.
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Cardiorrespiratória
Parada
Cardiorrespiratória
1. VIGILÂNCIA E
PREVENÇÃO
- Pacientes no ambiente hospitalar dependem de um sistema de
vigilância adequado a fim de prevenir a PCR, mas, caso a PCR
ocorra, é preciso uma interação harmoniosa dos vários
departamentos e serviços da instituição e de um time
multidisciplinar de profissionais, que inclua médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, entre outros (time de resposta rápida).
- A nova diretriz preconiza o acionamento imediato do time de
resposta rápida na iminência de pacientes com deterioração clínica
aguda, com o objetivo de prevenir a PCRIH. Acredita-se que
equipes treinadas na complexa coreografia da ressuscitação pode
diminuir a ocorrência de uma PCIH e caso ocorra, aumenta a
chance de um melhor desfecho no atendimento da PCR.
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2. RECONHECIMENTO E ACIONAMENTO IMEDIATO
DO SERVIÇO MÉDICO DE EMERGÊNCIA
- O profissional de saúde deve reconhecer a PCR:

- Avalie a responsividade: Chame o paciente pelo nome!

- Avalie a respiração e pulso simultaneamente por 10 segundos.

- Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e


pulso, solicite a outro profissional, de forma clara e objetiva, que:
– Acione a equipe médica;
– Traga o carro de emergência;
– Traga o desfibrilador/DEA.
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Avaliar responsividade chamando o cliente
pelo nome e movimentação pela clavícula.
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Avaliar pulso e respiração
simultanemante por no máximo 10
segundos.
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Após os comandos, iniciar imediatamente
a Seqüência de Atendimento C – A – B:
- C: Compressões torácicas de alta
qualidade;
- A: Vias aéreas – abrir vias aéreas;
- B: Boa ventilação – garantir via
aérea avançada.
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3. RCP IMEDIATA DE ALTA
QUALIDADE
Compressões Torácicas de Alta Qualidade:

- Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar),


sem
flexionar os cotovelos;
- Freqüência: 100 a 120 compressões/ minuto;
- Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas
(6
cm);
- Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se
sobre o tórax entre as compressões;
- Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper
as compressões por mais de 10 segundos;
- Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim
que
disponível.
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Cardiorrespiratória
Parada
Cardiorrespiratória
Parada
Cardiorrespiratória
Relação Ventilação-Compressão
adequada Adulto
Sem via aérea avançada:Realizar abertura de
vias aéreas;
- Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30
compressões: 2 ventilações (até a garantia
de uma via aérea avançada);
Com via aérea avançada:Compressões contínuas
a uma freqüência 100 a 120/ minuto e 1
ventilação a cada 6 segundos (10 respirações
por minuto).
Parada
Cardiorrespiratória
Relação Ventilação-Compressão
adequada Criança
Sem via aérea avançada:Realizar abertura de
vias aéreas;
- Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30
compressões: 2 ventilações (até a garantia de uma
via aérea avançada) em 1 socorrista, e 15:2, ou
seja, 15 compressões: 2 ventilações em 2
socorristas.
Com via aérea avançada:Compressões contínuas a
uma freqüência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação a
cada 6 segundos (10 respirações por minuto).
Parada
Cardiorrespiratória
Relação Ventilação-Compressão
adequada RN
Sem via aérea avançada:Realizar abertura de
vias aéreas;
- Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30
compressões: 2 ventilações (até a garantia de uma
via aérea avançada) em 1 socorrista, e 15:2, ou
seja, 15 compressões: 2 ventilações em 2
socorristas.
Com via aérea avançada:Compressões contínuas a
uma freqüência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação a
cada 6 segundos (10 respirações por minuto).
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Cardiorrespiratória
Parada
Cardiorrespiratória
Parada
Cardiorrespiratória
4. RÁPIDA DESFIBRILAÇÃO
- Assim que chegar o Desfibrilador Externo
Automático (DEAs/DAEs): Verificar o
ritmo;
• Em caso de ritmo chocável (Fibrilação
Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem
Pulso):
– Aplique 1 choque;
– Reinicie a RCP por 2 minutos até o DEA avisar
sobre a verificação do ritmo;
– Continue até que o Suporte Avançado de Vida
assuma ou a vítima se movimente.
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Cardiorrespiratória
• Em caso de ritmo não chocável:Reinicie a
RCP por 2 minutos, até ser avisado pelo
DEA para verificação do ritmo;
• Continue até que o pessoal do SAV assuma
ou até que a vítima se movimente.
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5. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA E CUIDADOS
PÓS
PCR
O SAV engloba recursos adicionais
como monitorização cardíaca,
administração de fármacos,
desfibriladores, equipamentos especiais
para ventilação, marcapasso e cuidados
após o retorno a circulação espontânea
Parada
Cardiorrespiratória
A desfibrilação manual é utilizada no
Suporte Avançado de Vida (SAV), em que a
equipe multiprofissional está presente,
incluindo o Médico, e existe equipamento
disponível, preferencialmente desfibrilador
manual bifásico.
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Cardiorrespiratória
Enquanto o médico assume a
responsabilidade quanto ao desfibrilador,
estabelecimento de uma via aérea avançada
e orientações sobre os medicamentos a
serem administrados (dose e freqüência), a
equipe de enfermagem necessita prestar
assistência de forma organizada.
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Cardiorrespiratória
– Enfermeiro: controle do carro de emergência (preparo
das medicações) e do tempo (intervalo entre as
medicações e manobras de ressuscitação
cardiopulmonar);
– Técnico de enfermagem responsável pelo paciente: à
beira leito, administrando as medicações solicitadas
pelo médico;
– Técnico de enfermagem auxiliar (“dupla): assistência
ao médico na execução da compressão torácica e
suporte para demais atividades que se fizerem
necessárias;
• O fisioterapeuta realiza os cuidados com a via aérea
e ventilação (AMBU/ventilador mecânico),
conforme orientação médica.
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Medicamentos mais utilizadas na
PCR
Cloridrato de Epinefrina (adrenalina)

- Aumento da pressão de perfusão gerada pela compressão torácica


externa;
- Aumento da freqüência cardíaca;
- Aumento da atividade elétrica miocárdica;
- Aumento do fluxo sangüíneo cerebral e coronariano;
- Aumento da contratilidade miocárdica;
- Aumento da automaticidade;
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Sulfato de Atropina (atropina)
-Acelera a freqüência do nódulo sinusal;
- Melhora a condução atrioventricular;
- Pode restaurar o ritmo cardíaco.

Lidocaína (xylocaína)
-A lidocaína é o fármaco de escolha para a supressão
das arritmias associadas ao infarto agudo do
miocárdio e cirurgias cardíacas. Atua
preferencialmente sobre o miocárdio isquêmico.
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Cardiorrespiratória
Bicarbonato de Sódio

-Considerar na parada cardíaca depois de instituído o


tratamento definitivo: desfibrilação, compressão torácica
externa, intubação endotraqueal, hiperventilação, adrenalina e
antiarrítmicos;
- Hiperpotassemia;
- Acidose metabólica preexistente;
- Ressuscitação prolongada.

Cálcio (gluconato de cálcio)

- Os íons de cálcio aumentam a força de contração


miocárdica e a
formação do impulso elétrico no coração.
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Sulfato de Magnésio

- A finalidade da administração de magnésio


é para repor e manter o nível de magnésio
sérico.
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Cardiorespiratória
Cuidados pós-PCR
• Principais objetivos iniciais e subseqüentes
dos cuidados pós-PCR:
– Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de
órgãos vitais após o RCE;
– Transportar/transferir para um hospital apropriado ou
UTI com completo sistema de tratamento pós-PCR;
– Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis;
– Controlar a temperatura para otimizar a
recuperação neurológica;
– Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de
órgãos. Isto inclui evitar ventilação excessiva e
hiperóxia.
Atendimento na RCP
Antes da chegada do
médico
• Atribuições de enfermagem
• -Colocar a placa de compressões
• - Iniciar a compressões
• -Iniciar a Ventilação com ( ambu com o2 a
100%);
• -Punção venosa ( dois acessos);
• -Monitorização (carrinho de emergência);
• -Aspirar drogas( Identificar as seringas );
• -Material para aspiração;
• -Material para I.O.T .
1º fase antes da chegada do médico

-Anotar tempo de PCR;


-Trinta compressões para duas ventilações( pequeno ciclo)
-Após cinco pequenos ciclos checar pulso (Carotídeo ou femoral)
-Obs : compressões deve ser realizada numa velocidade de 100 a
120 As compressões deve comprimir o tórax de 5cm a 6 cm, sobre a placa
-Ventilação sempre feita com ambu conectado ao o2 a
100% respeitando os ciclos.
- Preparar materiais para intubação(cânula de nº adequado,
fio
guia, laringoscópio testado e montado (com lamina e bateria), estetoscópio, seringa
de 20 ml.;
- Aspirar e identificar as drogas: 3 ml de adrenalina (3 ampolas) e 300 mg de
Amiodarona(duas ampolas)
- Preparar o Desfibrilador com modalidade Assincronizada, com gel nas pás.
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Cardiorrespiratória
2º fase Após a chegada do médico teremos a
segunda fase

O médico irá estabilizar uma via aérea definitiva(I.O.T),


confirma o traçado elétrico do paciente no monitor decidir
por iniciar o ciclo de droga (adrenalina), choque
(cardioversão ou desfibrilação) conforme traçado elétrico.
Atenção: Após estabelecer uma via aérea (I.O.T) o ciclo
da compressões segue na velocidade de 100/120 e a
ventilação passa a ser continua(6/1).
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Assistência de Enfermagem
- Solicitar ajuda / carrinho de parada / monitor;
- Colocar a vítima em decúbito dorsal horizontal em
uma superfície plana e dura;
- Manter a cabeça e o tórax no mesmo plano;
- Expor tórax, afrouxar roupas;
- Constatação de prótese dentária, aspiração ou limpeza da
cavidade oral e ventilação com máscara-ambú-oxigênio
12 a 15 l/min, inicio das compressões torácicas;
- Monitorizar cliente (monitor multiparamétrico) ;
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Assistência de Enfermagem

- Punção de AVP em MMSS e instalação de


SF0,9%;
- Administrar as medicações solicitadas
pelo médico;
- Após administrar a medicação realizar flushing
e elevar o membro;
- Oferta de material para IOT, fixação da cânula
após insuflação do CUFF, aspiração de
secreções e sondagem gástrica se necessário;
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Cardiorrespiratória
Assistência de Enfermagem

- Manter tórax seco, manter gel em pás do desfibrilador;


- Garantir que todos estejam afastados no momento da
desfibrilação;
- Auxiliar Médico/Enfermeiro em demais procedimentos invasivos
necessários;
- Realizar anotação de enfermagem referente a todo atendimento
realizado descrevendo ações realizadas e participantes das
ações;
- Acompanhar transferência para unidade destinada após
estabilização;
- Repor e lacrar carrinho de parada;
- Organizar unidade.
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Cardiorrespiratória
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Cardiorrespiratória
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Cardiorrespiratória
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Cardiorrespiratória
Parada
Cardiorrespiratória
REFERÊNCIA
• BIBLIOGRÁFICA
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 26/2013 –
CT PRCI n° 100.501 e Ticket n° 277.654, 284.557, 287.513, 290.344, 295.869. [on
line]. Ementa: Cardioversão, Desfibrilação e Uso do DEA. Aprovado em
29/05/2013 na 28ª. Reunião da Câmara Técnica. Disponível em:
http://portal.coren- sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_26.pdf
• Ladeira JP. Ressuscitação cardiopulmonar. In: Martins HS, Brandão Neto RA,
Scalabrini Neto A, Velasco IT. Emergências clínicas: abordagem prática. 3 ed.
São Paulo: Manole; 2007. P. 3-17.
• American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart
Association 2010 para RCP e ACE. [on line]. Edição em português: Hélio
Penna Guimarães, MD, FACP, FAHA, et al. Disponível em:
http://www.heart.org/idc/groups/heart-
public/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ucm_317343.pdf
• American Heart Association. Destaques da American Heart Association
2015. Atualização da Diretrizes de RCP a ACE. [on line]. Edição em
português: Hélio Penna Guimarães, FAHA, Equipe do Projeto de Destaques
das Diretrizes da AHA. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-
content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf

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