Você está na página 1de 71

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E

ORÇAMENTÁRIA
AULA 01
• ASSUNTOS :
• O papel do Estado e a atuação do governo nas finanças públicas;
formas e dimensões da intervenção da administração na
economia.
• Orçamento como instrumento do planejamento governamental.
• Orçamento público e sua evolução.
• Orçamento público no Brasil.
• Princípios Orçamentários.
• Técnicas e Tipos de orçamentos.
• Créditos Adicionais.
Prof. Eder Fabeni
e-mail: ederfabeni@hotmail.com
ORÇAMENTO PÚBLICO
1. Conceito de orçamento público: é o
instrumento de planejamento e controle
utilizado pelo Governo para determinar onde
será aplicada toda receita arrecadada ,
durante um ano, utilizando-se técnicas de
fixação de despesas e previsão de receitas
Obs.: em concursos públicos também é utilizado
a palavra estimativa ao invés de previsão.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento
legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a
fixação de despesas a serem realizadas por um Governo em
um determinado exercício (geralmente um ano).
Os primeiros Orçamentos que se têm notícia eram os
chamados orçamentos tradicionais, que se importavam
apenas com o gasto (ênfase no gasto). Eram meros
documentos de previsão de receita e autorização de
despesas sem nenhum vínculo com um sistema de
planejamento governamental. Simplesmente se fazia uma
estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que
comprar, sem nenhuma prioridade ou senso distributivo
na alocação dos recursos públicos.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito
de Orçamento-Programa, segundo o qual o Orçamento
não é apenas um mero documento de previsão da
arrecadação e autorização do gasto, mas um documento
legal que contém programas e ações vinculados a um
processo de planejamento público, com objetivos e
metas a alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-
Programa é nas realizações do Governo).
O Orçamento Público no Brasil (Orçamento Geral da União)
inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Executivo e
entregue ao Poder Legislativo para discussão, aprovação
e conversão em lei.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O OGU é constituído de três peças em sua composição: o
Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o
Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais.
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para
elaboração e controle dos Orçamentos Públicos, que estão
definidos no caso brasileiro na Constituição, na Lei 4.320/64, no
Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na recente
Lei de Responsabilidade Fiscal.
A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a
responsabilidade pelo sistema de Planejamento e Orçamento,
e a iniciativa dos seguintes projetos de lei:
• Plano Plurianual (PPA)
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
• Lei de Orçamento Anual (LOA)
ORÇAMENTO PÚBLICO
Os objetivos de toda política orçamentária são corrigir
as falhas de mercado e as distorções, visando
manter a estabilidade, melhorar a distribuição de
renda, e alocar os recursos com mais eficiência. O
Orçamento tem a função de também regular o
mercado e coibir abusos, reduzindo falhas de
mercado.
O Governo intervém de várias formas no mercado.
Por intermédio da política fiscal e da política
monetária, por exemplo, é possível controlar preços,
salários, inflação, impor choques na oferta ou
restringir a demanda.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Instrumentos e recursos utilizados pelo Governo para intervir na Economia:
• Política Fiscal - envolve a administração e a geração de receitas, além do
cumprimento de metas e objetivos governamentais no orçamento,
utilizado para a alocação, distribuição de recursos e estabilização da
economia. É possível, com a política fiscal, aumentar a renda e o PIB e
aquecer a economia, com uma melhor distribuição de renda.
• Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como decretos,
leis, portarias, etc., expedidos como alternativa para se alocar, distribuir
os recursos e estabilizar a economia. Com o uso das normas, diversas
condutas podem ser banidas, como a criação de monopólios, cartéis,
práticas abusivas, poluição, etc.
• Política Monetária – envolve o controle da oferta de moeda, da taxa de
juros e do crédito em geral, para efeito de estabilização da economia e
influência na decisão de produtores e consumidores. Com a política
monetária, pode-se controlar a inflação, preços, restringir a demanda,
etc.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O Orçamento Público funciona como um balizador
na Economia. Se temos elevados investimentos
governamentais no Orçamento, provavelmente o
número de empregos aumentará, assim como a
renda agregada melhorará. Em compensação, um
orçamento restrito em investimentos, provocará
desemprego, desaceleração da economia, e
decréscimo no produto interno bruto.
O Governo pode provocar orçamentos
expansionistas ou gerar um orçamento recessivo.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento
Público, destacamos:
Função Alocativa - Oferecer bens e serviços (públicos
puros) que não seriam oferecidos pelo mercado ou
seriam em condições ineficientes (ex. rodovias,
segurança, fornecimento de água etc) e criar
condições para que bens privados sejam oferecidos
no mercado (devido ao alto risco, custo, etc) pelos
produtores, por investimentos ou intervenções,
corrigir imperfeições no sistema de mercado
(oligopólios, monopólios, etc), Bens meritórios ou
semi públicos(saúde e educação).
ORÇAMENTO PÚBLICO
Função Distributiva – função que busca combater os
desequilíbrios regionais e sociais, através da distribuição
de renda, tributação e transferências financeiras,
subsídios, incentivos fiscais, alocação de recursos em
camadas mais pobres da população, etc. ex. educação
gratuita, bolsa família, redução do IPI, fundo de
desenvolvimento no Norte.
Função Estabilizadora – escolhas orçamentárias na busca do
pleno emprego dos recursos econômicos, ajustar o nível
geral de preços, nível de emprego, estabilizar a moeda,
mediante instrumentos de política monetária, cambial e
fiscal, ou outras medidas de intervenção econômica
(controles por leis, limites, redução do IPI).
ORÇAMENTO PÚBLICO
2. Campo de aplicação do orçamento: é a administração direta dos 3
poderes nas 3 esferas, bem como suas administrações indiretas e os
Ministérios Públicos(MPU e MPE).
• A) Executivo : Ministério da saúde, Defensoria publica da União,
Secretarias de saúde....
• B) Legislativo : Câmara Legislativa, Senado Federal, Assembleia
Legislativa..(Incluindo TCU,TCE e TCM)
• Obs1: As dotações orçamentárias dos Tribunais de contas estão incluídas
nas do Legislativo
• C) Judiciário : STF, STJ, TST, TJ ....
• D) MPU : o MPU não faz parte de nenhum dos 3 poderes. Tem
autonomia financeira.Elabora sua própria proposta que é encaminhada
pelo PGR ao chefe do executivo.
ORÇAMENTO PÚBLICO
3. Responsabilidade pela execução do
orçamento: toda e qualquer autoridade cujos
atos resultem em emissão de empenho,
autorização de pagamento, suprimento de
fundos ou dispêndio de recursos da União ou
pela qual responde.
ORDENADOR DE DESPESAS  AGENTES
POLITICOS E AGENTES ADMINISTRATIVOS.
ORÇAMENTO PÚBLICO
5 – Orçamento Público no Brasil:a organização das finanças
no Brasil, começou com a chegada da família real, por
ocasião da invasão de Portugal por Napoleão em
1808.Foram criados á época o erário e a contabilidade
pública.
A CF outorgada de 1824, em seu art. 172, faz as primeiras
exigências formais de elaboração de orçamento.Pela CF,
em matéria orçamentária, competia:
1- Ao Executivo a elaboração da proposta orçamentária.
2- A Assembleia Geral hoje Congresso nacional a aprovação
da LO.
3- Á Câmara dos deputados, iniciativa das leis sobre
impostos.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Em 1827, foi formulada a primeira lei
orçamentária nacional, porém em
decorrência das dificuldades de comunicação
da época e o conflito com as demais normas
legais, impediram a sua aplicação.
Apenas em 1843, teríamos finalmente a
promulgação de uma lei orçamentária, a Lei
nº 17, de 21 de outubro “Fixando a despesa e
orçando a receita para os exercícios de 1843-
1844 e 1844-1845.”
ORÇAMENTO PÚBLICO
Com o advindo da Constituição Republicana de
1891 tivemos a introdução de modificações mais
significativas, uma vez que a elaboração da Lei
Orçamentária passou a ser atribuição da
Câmara dos Deputados, o que na prática não foi
respeitado, pois o Executivo continuou
elaborando o esboço da Lei.
Em 1922, ato do Congresso Nacional aprovou o
código da contabilidade da União, que passou a
organizar os procedimentos orçamentários,
financeiros, contábeis e patrimoniais.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Por meio da Constituição de 1934, foi
transferida a elaboração da proposta
orçamentária para o Poder Executivo,
competência exercida nos dias atuais, com
aprovação do Legislativo, que podia
apresentar emendas.
Em 1937, o Parlamento perdeu suas
prerrogativas e o orçamento se concentrou no
Poder Executivo, que o elaborava e aprovava
por Decreto.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Pela Constituição de 1946 foi devolvido ao
Legislativo o direito de discutir e aprovar as
propostas orçamentárias oriundas do
Executivo.
Ocorre que com a ausência de limites para a
apresentação de emendas, acabava
inviabilizando a peça orçamentária , número
que chegou perto de 100 mil emendas no ano
de 1963, o que forçou a regulamentação das
finanças públicas, no ano seguinte.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Em 1964, veio o que podemos chamar de Código
Orçamentário, trata-se da Lei 4320 que “Estatui
Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços
da União, Estados, dos Municípios de do Distrito
Federal”.
Em 1964 com a lei 4320/64, foi finalmente adotado
um modelo padrão de orçamento para os 3 níveis
de governo, tratando não só das normas de
direito financeiro, mas também de planos de
conta única para as 3 esferas do governo.
ORÇAMENTO PÚBLICO
No ano de 1967, foi criado – pelo Decreto Lei
n.200 – O Ministério do Planejamento e
Coordenação Geral, e estabelecido com sua
área de competência a programação
orçamentária e a proposta orçamentária
anual.
No mesmo ano(1967), o Ministro da pasta,
concede á atual Secretária de Orçamento
Federal (SOF), a atribuição do órgão central
do sistema orçamentário.
ORÇAMENTO PÚBLICO
A Partir da instituição do Ministério, começou a ser
desenvolvido um processo de planejamento e
programação orçamentária no País, com a edição de
alguns normativos balizadores:
I – PND – Plano nacional de desenvolvimento(em 1972
– 1974)
II – PGA – Programa Geral de Aplicação(1973-1975)
III – OPI – Orçamento Plurianual de Investimento
( 1968 – 1970)
IV – Orçamento Anual da União.
V – Decreto de Programação Financeira.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Os Planos Nacionais de Desenvolvimento(PND),
disciplinaram a sua metodologia de elaboração e
aprovação, além de seu período de vigência, igual á
do mandato do Presidente da República.
O PGA foi considerado um instrumento
complementar do PND, sendo um documento
interno do Governo, que agregava ao Orçamento
Plurianual de Investimentos os valores
correspondentes á programação das entidades da
administração indireta e fundações que não
recebiam transferências do Governo Federal e,
eventualmente, a programação dos Estados.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O Orçamento Plurianual de Investimentos – embrião do
PPA – tinha vigência por três anos e era composto pela
programação de dispêndios de responsabilidade do
Governo Federal, excluídas, apenas, as entidades da
Administração Indireta e Fundações que não recebem
transferências do Orçamento Geral da União.
O Orçamento Anual versa sobre todas a receitas e
despesas da União para o exercício financeiro.
O Decreto de Programação Financeira, dispõe sobre a
programação orçamentária e financeira e estabelece o
cronograma mensal de desembolso do Poder Executivo
para o exercício subsequente.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Em 1986, a criação da Secretária do Tesouro
Nacional, trouxe uma nova configuração das
finanças públicas. As atividades atípicas exercidas
pelo Banco Central, como as relacionadas ao
fomento(fundos e programas) e á administração da
dívida pública federal, foram sendo transferidas
para o Tesouro Nacional. Além disso, tivemos a
implantação do Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal ( SIAFI em 1987), e a
instituição da Conta Única do Tesouro Nacional,
em 1988, o que trouxe maior transparência aos
gastos públicos.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O SIAFI, representou um passo fundamental na
transparência e racionalização da Administração Pública
Federal.
O Tesouro deu importante contribuição no combate do
descontrole inflacionário e na viabilização do processo
de crescimento sustentado. Com a Constituição de 1988,
o sistema orçamentário federal, recebeu algumas
alterações, das quais passou a ser regulado por 3 leis
principais.
- Lei do Plano Plurianual (PPA).
- Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
- Lei Orçamentária Anual (LOA)
ORÇAMENTO PÚBLICO
A CF de 1988, reestabelece a padronização
estabelecida pela lei 4320/64 e determina que
sejam disciplinadas por lei complementar
assuntos como: renuncia de receitas, geração
de despesas como de pessoal, seguridade
social e outras, dívidas consolidadas e
mobiliárias, operações de crédito, inclusive
por antecipação de receitas, concessão de
garantias e inscrição em restos a pagar.
ORÇAMENTO PÚBLICO
A CF de 1988 reforçou a ideia que uniu planejamento
e orçamento num mesmo sistema e torna
obrigatória a elaboração de planos plurianuais.
O Orçamento público no Brasil é misto quanto aos
poderes que participam de sua elaboração,
aprovação, execução e avaliação, e também é
misto quanto ao regime contábil utilizado, ou
seja,de competência para com as despesas e de
caixa para com as receitas.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Mais recentemente, foi sancionada a Lei
Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000,
também conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal(LRF), que estabeleceu normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão fiscal.
Entre as principais mudanças introduzidas pela LRF,
podemos elencar:
- A exigência de estabelecimento de metas fiscais
trienais e de corte de despesas, nos três poderes,
em caso de previsão de descumprimento da meta.
ORÇAMENTO PÚBLICO
- Mecanismo de compensação para renúncia de
receita e geração de despesas de caráter
continuado.
- Imposição de limites e exigências para as
despesas de pessoal, por Poder, e para o
endividamento, bem como para a recondução
aos limites fixados.
- A vedação de condutas consideradas
indesejáveis, em especial ao que se refere ao
endividamento entre entes da federação.
ORÇAMENTO PÚBLICO
- Regras de transparência, incluindo a
publicação frequente e o acesso público aos
relatórios que atestem o cumprimento das
regras.
- A imposição de penalidades, inclusive
pessoais, aos administradores públicos que
infringirem as regras mencionadas.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
1. Princípios Orçamentários: A lei do orçamento 4320/64,
em seu 2º artigo menciona como princípios
orçamentários: UNIDADE,UNIVERSALIDADE e
ANUALIDADE. Os demais princípios são frutos da
interpretação dos doutrinadores.
Obs.: Podemos definir como linhas norteadoras de ação
para elaboração e controle da execução das leis
orçamentárias.
A) Legalidade : As receitas e despesas necessitam estar
previstas em lei. Não pode haver despesa pública sem a
autorização legislativa prévia(Lei ordinária). Uma
ressalva desse princípio é a abertura de créditos
extraordinários pelo pode executivo.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
B) Universalidade: O orçamento deve conter todas as
despesas e todas as receitas da Administração direta e
indireta. A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e
despesas, ou seja, nenhuma instituição pública que receba
recursos orçamentários ou gerencie recursos federais pode ficar
de fora do Orçamento.
Permite conhecer todas as receitas, inclusive as de operações
de crédito, e despesas do Governo e dar a prévia autorização
á respectiva arrecadação e realização. Impede que o
Executivo realize qualquer operação, sem que haja prévia
autorização parlamentar.
Obs.: Não se consideram as operações de crédito por
antecipação da receita, as emissões de papel moeda e outras
entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiro.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
C) Periodicidade ( Anualidade ): o orçamento deve ter
vigência limitada a um período anual, que no Brasil
coincide com o ano civil.
Obs.:Créditos especiais e extraordinários, autorizados nos
últimos quatro meses do exercício, podem ser reabertos,
se necessário,e, assim sendo, serão incorporados ao
orçamento do exercício subsequente.
D) Exclusividade ou Pureza: A lei de meios (LOA) não
poderá conter dispositivo estranho á fixação das despesas
e previsão da receita, ressalvada: a autorização para a
abertura de créditos suplementares, contratação de
operação de créditos, ainda que por antecipação de
receitas.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
E) Clareza: Os orçamentos devem ser autoexplicativo, simples, de
forma a permitir um entendimento adequado.
F) Unidade:– Só existe um Orçamento para cada ente federativo
(no Brasil, existe um Orçamento para a União, um para cada
Estado e um para cada Município). Cada ente deve possuir o
seu Orçamento, fundamentado em uma política orçamentária
e estruturado uniformemente. Não há múltiplos orçamentos
em uma mesma esfera. O fato do Orçamento Geral da União
possuir três peças, como o Orçamento Fiscal, o Orçamento da
Seguridade Social e o Orçamento de Investimento não
representa afronta ao princípio da unidade, pois o Orçamento
é único, válido para os três Poderes.
Obs.: Toda estimativa de receitas e despesas estejam em uma só
Lei ( LOA ).
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
G) Orçamento Bruto: Todas as receitas e despesas, constarão da
lei orçamentária pelos seus TOTAIS vedadas quaisquer
deduções. Isso quer dizer que a União , por exemplo, que
arrecada o imposto de renda e o IPI, deve colocar a sua
estimativa integral no seu orçamento(lado das receitas) e a
parte que constitucionalmente se destina aos Estados e
Municípios(FPE e FPM) deve constar integralmente no
orçamento (lado das despesas).Não poderá a União colocar
no seu orçamento apenas o valor liquido do IR e IPI.
H) Publicidade/Transparência: Este princípio esta contido no art.
37 da CF, como um princípio geral da administração pública,
ao qual é a base essencial dos governos democráticos, que
caracteriza-se pela publicidade dos atos relativos á condução
da atividade publica.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
I) Equilíbrio: estabelece que o total da despesa
orçamentária, não pode ultrapassar o total da receita
orçamentária prevista para cada exercício financeiro.
J) Não Afetação da Receita: O princípio da não afetação
ou não vinculação da receita, significa que o legislador
não poderá vincular receitas públicas a determinadas
despesas, órgãos ou fundos. No Brasil este principio
esta previsto apenas em relação ás receitas de
impostos.É o principio que postula o recolhimento de
todos os recursos a uma caixa única do tesouro, sem
discriminação quanto a sua destinação.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Obs.: A norma constitucional ( Art. 167, IV ) só consagrou esse
princípio ( Não afetação), para receitas provenientes de
impostos, vedando sua vinculação a determinados órgãos,
fundos ou despesas, ressalvadas as seguintes:
A) REPARTIÇÃO do produto da arrecadação dos seguintes
impostos(IR,ITR, IPTR,IPVA,ICMS,IPI)
B) Destinação de recursos para manutenção e
desenvolvimento do ENSINO.
C) Prestação de GARANTIAS ás operações de crédito por
antecipação de receita.
D) Destinação de recursos para aplicação na área de SAUDE
E) Para realização de atividades da administração tributária.
Obs.: A repartição tributária garante saúde e educação( Exceção).
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
L) Especificidade ou Especificação Também chamado de princípio da
:

especialização ou descriminação.Preza que o orçamento não


consignará dotações globais para atender ás despesas, ou seja, a lei
estabelece que a discriminação das despesas far-se-á no mínimo por
elementos , entendendo-se elementos como o desdobramento da
despesa com pessoal, material, serviços, obras etc. Pode-se dizer
também que a exigência de especificar na LOA ,as receitas e as
despesas, segundo a categoria econômica, as fontes, as funções e os
programas,é uma consequência do principio da especificação.
Exceção: Reserva de Contingência(dotação global, genérica,colocada na
LOA destinadas a atender passivos contingentes e outras despesas
imprevistas, outra exceção são os programas especiais de trabalho.
M) Utilidade: os gastos públicos visam a atender as necessidades da
coletividade.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
N) Programação – Estabelece que as ações
governamentais, mais especificamente a
execução orçamentária, devem
necessariamente estar de acordo com os
programas de trabalho e metas do governo,
seguindo um planejamento, legalizado
principalmente pelo PPA, LDO e LRF. Programar
uma despesa é classificar a despesa de
maneira a ficar evidenciado onde será
utilizado o recurso (em qual função,
subfunção, programa ou ação do Governo).
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
O) Unidade do Caixa: Dispõe que o conjunto dos recursos
tributários deva ser recolhido em uma única conta, exceto
quando a lei dispuser ao contrário. Tem seu ponto alto com
a instituição da Conta Única do Tesouro, em dezembro de
1986, trazendo maior transparência aos gastos públicos.
P) Autorização: Os montantes e programas definidos no
orçamento não constituem valores que devem ser gastos e
implementados, mas sim , que podem ser gastos e
concretizados conforme os limites estabelecidos pela LOA e
decretos de programação orçamentária e financeira.
Embora a lei fixe a despesa para um exercício, o Poder
Executivo não se vê obrigado a repassar os recursos
financeiros no valor exato da dotação estipulada em lei.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Q) Reserva Legal(competência):Segundo o art. 165 da CF, a
iniciativa para propor as leis do PPA, LDO e LOA é exclusiva
do Poder Executivo. Já no art. 48, temos que cabe ao
Congresso Nacional, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre PPA, LDO,
LOA, Operações de Crédito etc.
R) Escopo: disciplinado pela LRF, “os recursos legalmente
vinculados a finalidade específica, serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação,
ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o
ingresso”.Impede que seja realizada despesa distinta da
determinada em lei, ou seja, escopo diverso do da
dotação.
RESUMO DOS PRINCÍPIOS
PRINCIPIO PALAVRA-CHAVE
Legalidade Sem não pode haver dispêndio.
Universalidade Todas as receitas e despesas estão previstas na LOA.
Periodicidade ou A LOA tem duração de um ano coincidindo com o ano civil.
anualidade

Exclusividade A LOA deverá conter apenas matéria orçamentária.


Clareza As leis orçamentárias são de fácil compreensão a todos.
Unidade Única lei , único caixa por esfera.
Publicidade Todos os atos em matéria orçamentária e financeira deverão ser
publicados.

Equilíbrio Não deverá ter gasto superior as receitas e vice-versa


Não afetação da As receitas arrecadas não podem estar vinculadas a despesas
receita fixadas
RESUMO DOS PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO PALAVRA CHAVE
Especificidade Despesas publicas detalhadas e descriminadas no
mínimo por elementos.
Orçamento bruto As receitas devem ser arrecadadas sem deduções.
Utilidade Gastos públicos terão que atender a coletividade.
Unidade do Caixa Recolhimento em conta única.
Programação Execução orçamentária de acordo com os programas de
metas.
Reserva Legal Cada Poder com sua competência exclusiva.
Escopo Utilização dos recursos no objeto de sua vinculação.

Autorização Poder Executivo não tem obrigação de passar os


recursos no valor exato da dotação estipulada em lei.
RESUMO DAS EXCEÇÕES
PRINCIPIOS CASOS

Legalidade Abertura de créditos extraordinários.

Periodicidade Reabertura de creditos especiais e extraordinários.

Exclusividade Créditos suplementares e operações de crédito.

Não afetação da Repartição da arrecadação, destinação para ensino, prestação


receita de garantias, destinação á saúde, atividades tributárias.

Especificidade Reserva de contingência e programas especiais de trabalho.


TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
01 - ORÇAMENTO PROGRAMA:
1.1 - Conceito: é o instrumento de planejamento
que permite identificar os programas, projetos
e atividades, que o governo pretende realizar,
além de estabelecer as metas, os objetivos, os
custos e os resultados esperados, oferecendo
maior transparência dos gastos públicos. Um
sistema que se presta particular atenção ás
coisas que o governo realiza mais do que as
coisas que adquire ( adquire: equipamentos,
meios de transporte, serviços pessoais etc. ;
realiza: estradas, escolas, permissões
expedidas, terras distribuídas etc.)
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
O orçamento programa, consagrou a integração
entre o planejamento e o orçamento público.
Era preciso antes de fixar as despesas ou
distribuir as receitas, saber quais as reais
deficiências ou necessidades da população e
categorizar as ações necessárias visando a
correção ou minimização dos problemas.
No orçamento programa as metas
governamentais são classificadas em funções
de governo, que são divididas em programas,
subprogramas, projetos e atividades,
constituindo o que se denomina estrutura
funcional e programática.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS:
 ATIVIDADE: Instrumento de programação utilizado para
alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo
e permanente, das quais resulta um produto ou serviço
necessário à manutenção da ação de Governo;
 PROJETO: Instrumento de programação utilizado para
alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais
resulta um produto que concorre para a expansão ou o
aperfeiçoamento da ação de governo.
 OPERAÇÃO ESPECIAL: Despesas que não contribuem para
a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de
governo, das quais não resulta um produto e não geram
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
A elaboração do orçamento programa requer o
cumprimento de quatro etapas:
1. Planejamento: definição dos objetivos a
atingir.
2. Programação: definição das atividades
necessárias à consecução dos objetivos.
3. Projeto: estimativa dos recursos de trabalho
necessários à realização das atividade.
4. Orçamentação: estimativa dos recursos
financeiros para pagar a utilização dos
recursos de trabalho e prever as fontes dos
recursos.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
1.2 Elementos essenciais :
a) Os OBJETIVOS e propósitos perseguidos pela
instituição e para cuja consecução são
utilizados dos recursos orçamentários.
b) Os PROGRAMAS, isto é, os instrumentos de
integração dos esforços governamentais no
sentido de concretização dos objetivos.
c) Os CUSTOS, dos programas medidos por meio
da identificação dos meios ou insumos
necessários para a obtenção dos resultados.
d) MEDIDAS de desempenho com a finalidade de
medir as realizações e os esforços
despendidos na execução do orçamento.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
Resumo:
- Introduzido na esfera Federal pelo Decreto-Lei
n.200 de 23/02/1967.
- Deve considerar os objetivos que o Governo
pretende alcançar durante um período
determinado de tempo.
- O orçamento passa a ser um instrumento de
operacionalização das ações do Governo, em
consonância com os planos e diretrizes formuladas
no planejamento.
- Funcional e programática.
- Principais e fundamentais peças de planejamento
governamental, temos PPA e LDO.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
02 – Orçamento Clássico ou Tradicional: era
caracterizado por apenas uma planilha
contendo uma projeção de receitas e despesas,
a serem executadas no exercício, com aquisição
de bens e serviços públicos. Havia ênfase no
gasto, e não nas realizações que um governo
pretendia executar. Não havia um planejamento
de ações, visando minimizar ou solucionar um
problema do Estado, como a educação a saúde,
o desemprego, com objetivos, propósitos,
programas, custos ou até mesmo medidas de
desempenho para avaliar as ações.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
Era apenas um documento formal, indicando o
que o governo iria comprar durante o ano,
sem qualquer ligação com um processo de
planejamento ou funções que o Estado
deveria desempenhar. Apenas dotava os
órgãos de recursos para pagamentos de
materiais ou pessoal, sem se importar com os
objetivos econômicos ou sociais.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
Resumo:
- Não se tinha clareza dos objetivos econômicos e sociais
que motivaram a elaboração da peça orçamentária.
- Preocupação exagerada com o controle contábil do
gasto.
- A distribuição dos recursos orçamentários se dava com
base na proporção dos recursos gastos em exercícios
anteriores e não em função do programa de trabalho
que se pretendia realizar.
- Preocupação com as necessidades das unidades
organizacionais.
DIFERENÇAS ENTRE ORÇAMENTO TRADICIONAL E ORÇAMENTO
PROGRAMA

ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO PROGRAMA

Dissociado do planejamento Integrado ao processo de


planejamento

Aloca recursos para adquirir meios Aloca recursos para atingir objetivos
e metas

Decisões baseadas nas necessidades Decisões tomadas com base na


das unidades organizacionais análise de todas as alternativas
possíveis

Decisão considerando necessidades Decisões com base no custo dos


financeiras das unidades programas, inclusive os que
organizacionais extrapolam o exercício.
DIFERENÇAS ENTRE ORÇAMENTO TRADICIONAL E
ORÇAMENTO
PROGRAMA
ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO PROGRAMA

Ênfase nos aspectos contábeis da Ênfase nos aspectos


gestão administrativos e de planejamento
Classificação das despesas Classificação das despesas
institucional e elementos funcional programático

Não existe mensuração de Sistemática de indicadores e


resultados padrões de medição do trabalho e
resultados

Controle visa avaliar a Controle visa avaliar a eficácia, a


honestidade do agente eficiência e a efetividade das
governamental e a legalidade do ações governamentais
cumprimento do orçamento
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
03 – Orçamento Desempenho: no orçamento
desempenho houve uma tentativa de se melhorar
o processo orçamentário, buscando saber onde o
Governo gastava o recurso, ou seja, tentou-se de
alguma forma, não apenas projetar receitas e
despesas, mas saber onde se estava gastando e
porque se estava gastando o recurso.
Resumo:
- Foi uma evolução do orçamento tradicional.
- Foco naquilo que o governo faz.
- Não podia ser considerado um orçamento
programa, visto que lhe faltava uma característica
essencial, que é a vinculação ao planejamento.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
04 – Orçamento participativo: previsto no art.
20 da Lei do PPA, estipula que o Poder
Executivo e o Legislativo, promoverão a
participação da sociedade na elaboração,
acompanhamento e avaliação das ações do
plano de que trata a referida lei.
As audiências públicas regionais ou temáticas
realizadas durante a apreciação da proposta
orçamentária, com a participação dos órgãos
governamentais, estimularão a participação
das entidades da sociedade civil.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
Resumo:
- Incorpora a população ao processo decisório
da elaboração orçamentária(lideranças da
sociedade civil, audiências públicas ou outras
formas de consulta direta à sociedade).
- Existência de uma coparticipação do Executivo
e Legislativo na elaboração dos orçamentos.
- Incentivado pela LRF.
- Promove maior transparência ao ciclo
orçamentário.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
05 – Orçamento Base-Zero: no final de cada
período orçamentário, os programas
existentes eram tecnicamente zerados no seu
valor, o que obrigava os órgãos envolvidos a
novas demonstrações de custos e benefícios
com vistas a priorização, concorrendo por
verbas, programas em fase de execução
avançada com aqueles iniciados no novo
período. Não representou uma evolução do
orçamento, como os outros, mas uma simples
variação no método de planejamento.
TÉCNICAS E TIPOS DE ORÇAMENTOS
Resumo:
- Criava a necessidade de justificativa de todos
os programas cada vez que se iniciava um
novo ciclo orçamentário.
- Desembocava na analise, revisão e avaliação
de todas as despesas propostas e não apenas
as das solicitações que ultrapassam o nível de
gasto já existente.
- Decisões voltadas para a maximização da
eficiência na alocação dos recursos públicos.
CRÉDITOS ADICIONAIS
01- Tipos de créditos orçamentários:
1.1 – Créditos ordinários: os recursos para a execução
dos programas de trabalho do governo são
especificados por meio dos créditos ordinários
aprovados pelo Poder Legislativo no orçamento
anual.
1.2 - Créditos adicionais: as autorizações de despesas
não previstas ou insuficiente previstas no
orçamento público. São abertos durante a execução
do orçamento para a efetivação de ajustes ou de
novas dotações orçamentárias não consignadas na
LOA. A iniciativa as leis referentes a créditos
adicionais é privativa do chefe do executivo, que
deverá, obrigatoriamente, justificar as razões das
novas adições ao orçamento.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Os créditos adicionais decorrem do fato de a
peça orçamentária -LOA- ser uma previsão de
receitas e despesas, portanto não é exata, e
durante o exercício financeiro, ocorrem fatos
novos que provocam o surgimento de novas
necessidades, reduzindo ou ampliando as
existentes, ou seja, há a necessidade de se
redimensionar o planejamento anterior,
definindo novas autorizações para os
programas de trabalho.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Apreciação: conforme preceitua o art. 166, os
créditos adicionais serão apreciados pelas duas
Casas do Congresso Nacional.
Vigência: os créditos especiais e extraordinários
terão vigência no exercício financeiro em que
forem autorizados, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subsequente.
CRÉDITOS ADICIONAIS
1.2 – Os Créditos adicionais podem ser
classificados como:
- Créditos Suplementares
- Créditos Especiais
- Créditos Extraordinários
Lei 4320/64 Art. 40 São créditos adicionais, as
autorizações de despesas não computadas ou
insuficientemente dotadas na lei do
orçamento.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Art. 41 os créditos adicionais classificam-se em:
I – Suplementares: os destinados a reforço de dotação
orçamentária ( reforçar despesas já previstas no orçamento).
Necessita de autorização legislativa na própria LOA ou em lei
específica.
A abertura e incorporação é feito por decreto ( executivo)
incorporando e adicionando-se á dotação que se destinou a
reforçar.
II- Especiais: destinados a despesas para as quais não haja
dotação orçamentária específica ( não previstas no orçamento ).
Necessita de autorização em lei específica.
Decreto do Executivo, incorporam-se ao orçamento, mas
conservam sua especificidade, demonstrando a conta dos
mesmos separadamente.
CRÉDITOS ADICIONAIS
III – Extraordinários: destinados a despesas urgentes e
imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou
calamidade pública( atender despesas imprevisíveis e
urgentes).
NÃO necessitam de autorização legislativa.
Na União a abertura se dá por meio de medida provisória,
nos Estados, DF e Municípios a abertura se dá por Decreto
do Executivo ou por medida provisória, se houver previsão
na constituição do Estado ou na Lei orgânica do Município.
Se a abertura ocorrer por meio de Decreto, este deverá ser
enviado, imediatamente ao legislativo. Incorporam-se ao
orçamento mas conservam sua especificidade,
demonstrando a conta dos mesmos separadamente.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Vedações: Pelo art. 167 são vedados:
“II – a realização de despesas ou assunção de
obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais.
Revela o princípio do equilibrio, com o intuito de
evitar o endividamento público.
“V – a abertura de crédito suplementar ou especial
sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes.
“VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados.
CRÉDITOS ADICIONAIS
IMPORTANTE:
A CF, em seu artigo 167, veda a abertura de crédito
suplementar ou especial sem a prévia autorização
legislativa ou sem indicações do recurso correspondente.
A lei 4320/64 estabelece os recursos que servirão para
abertura dos créditos suplementares e especiais, desde
que não estejam comprometidos.
02- Recursos para abertura de créditos adicionais :
2.1 – Superávit financeiro
2.2 – Excesso de arrecadação
2.3 – Anulação parcial ou total de dotações
2.4 – Operações de crédito
2.5 – Veto , Emenda ou Rejeição.
CRÉDITOS ADICIONAIS
2.1 – Superávit financeiro: pelo Art. 43, da Lei 4320/64
entende-se por superávit financeiro a diferença
positiva entre o ativo financeiro o passivo financeiro,
conjugando-se ainda o saldo dos créditos adicionais
transferidos(reabertos) e as operações de crédito a
eles vinculados.
SF liq = AF – PF – ( CAT – OCVnr )
AF = Ativo financeiro
PF = Passivo financeiro
CAT = Créditos adicionais transferidos(reabertos)
OCVnr = Operações de créditos vinculados aos créditos
adicionais, porem não recebidos no exercício anterior.
CRÉDITOS ADICIONAIS
2.2 – Excesso de arrecadação: é o saldo positivo das
diferenças acumuladas mês a mês entre a
arrecadação prevista e a realizada, considerando-se
ainda a tendência do exercício. Para o fim de apurar
os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de
arrecadação , deduzir-se-á a importância dos créditos
extraordinários abertos no exercício.
ExAr liq = RE – RP- CAT ext
RE = Receita orçamentária executada
RP = Receita orçamentária prevista
CAT ext = Créditos extraordinários abertos nos exercício.
CRÉDITOS ADICIONAIS
2.3- Anulação parcial ou total de dotações:
orçamentárias ou de créditos adicionais,
autorizados em lei. Nesse fonte. Inclui-se a
Reserva de Contingência, que também é
dotação orçamentária.
2.4- Operações de Crédito: consiste em
autorização para realização de empréstimos,
de financiamentos, bem como emissão de
títulos públicos. Provoca aumento da dívida
pública.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Art. 167 CF . São vedados a realização de operações de
crédito que excedam o montante das despesas de
capital , ressalvadas as autorizadas mediantes créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo poder legislativo por maioria absoluta.
2.5 Veto, Emenda ou Rejeição:
CF Art. 166 – os recursos que em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes,
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediantes
créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.

Você também pode gostar