CONTEÚDOS:
Desenvolvimento:
físico e psicomotor
socio afectivo
cognitivo
da linguagem
Processo que abrange todo o ciclo vital (inclui a vida intrauterina)
Behaviorismo/ comportamentalismo – Watson: corrente que defende a importância do
meio ambiente para o desenvolvimento da personalidade.
“Dai‐me 12 crianças, independentemente de onde vieram e eu farei delas o que eu quiser”.
Comportamento: conjunto de respostas objetivamente observáveis, determinado por um
conjunto complexo de estímulos (situação) provenientes do meio físico ou social.
Genéticos/hereditariedade:
Estruturas físicas (sistema nervoso, reflexos, órgãos dos sentidos);
Tendências básicas (funções invariantes: adaptação, organização…);
FATORES SÓCIO‐CULTURAIS:
Assimilação Acomodação
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Sujeito meio
Ad
ap
taç
A partir daí a coordenação, o arremessar e agarrar são gestos que vão sendo cada vez
mais refinados.
A fixação e focalização estão ainda em desenvolvimento
Aumenta a capacidade de atenção, a criança ouve e segue mais indicações.
Melhora o tempo de reação e fixa as situações com mais facilidade.
18/24 meses‐ 3/4 anos: criança cria imagem mental dos objetos, pode referir situações e
objetos ausentes, inteligência representativa, capacidade de imaginar, linguagem adquirida;
pensamento egocêntrico, fases dos “porquês?”
3 /4ª nos‐ 6/7anos: crescimento esquelético rápido, muito ativa e com limites de
atenção reduzidos; melhor coordenação, vários movimentos e manipulação de
objetos grandes.
Lateralidade
Segundo Oliveira (2008) a lateralidade é definida pela propensão do ser humano
utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em 3 níveis: mão,
olho e pé.
É uma sensação interna de que o corpo tem dois lados; que existem duas metades do
corpo e de que estas são exatamente iguais
A lateralidade representa o predomínio normal por um lado do corpo
Primeiro, a criança utiliza, indiferencialmente, os dois lados do corpo e, com a
maturação do organismo vai estabelecendo preferências por um dos lados. Isto é, a
dominância lateral prolonga‐se naturalmente ao longo do crescimento.
Acontece por volta dos dois anos o controlo das pernas e dos braços, o controlo da
velocidade juntamente com o controlo do equilíbrio. Por volta dos 3‐4 anos estabelecem‐se
alguns aspetos de lateralidade.
Quanto mais estimulada, mais movimentos e experiencias a criança viva com cada um
dos lados, mais rapidamente irá optar por um deles.
Modificar a preferência lateral da criança é provocar‐lhe uma violência que não afeta um
simples hábito ou mania, mas que entra em contradição com a organização do seu
cérebro.
“Deve surgir naturalmente, da própria criança, e não ser imposta. Deve surgir dela mesma,
graças à imagem propriocetiva que ela tem de seu corpo e as suas preferências naturais pelo
uso das mãos” (Oliveira, 2008)
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A lateralidade só ocorre definitivamente entre os 6 e 8 anos
Apesar de ser inata, predileção por uma das mãos, um dos pés ou um dos olhos
não se manifesta de súbito na criança.
Meur e Staes (1989) apresentam três tipos diferentes de nomenclaturas:
‐Lateralidade homogénea. A criança é destra ou canhota do olho, da mão e do pé
‐ Lateralidade cruzada: a criança é por exemplo, destra da mão e do olho,
canhota do pé
‐ Lateralidade ambidextra: a criança é tão forte e destra do lado esquerdo
como do direito
Perceção
É a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir do
histórico de vivências passadas. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e
organização das informações obtidas pelos sentidos
Através da perceção a criança organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para
lhes atribuir significado.
A perceção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou
fisiológico, envolvendo estímulos elétricos provocados pelos estímulos nos órgãos
dos sentidos.
Tipos de perceção
Perceção visual
Perceção de timbres,
Perceção da intensidade sonora ou volume
Perceção rítmica, relacionado coma perceção temporal;
Localização auditiva (perceber a origem do som), relacionado também com a perceção 6
espacial.
Perceção olfativa
DESENVOLVIMENTO SÓCIO‐AFETIVO
INTERAÇAO MAE/FILHO
VINCULAÇAO
HARLOW E A
VINCULAÇÃO
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Harry Harlow (1905‐ 1981) foi um psicólogo conhecido pelas experiencias sobre a
privação maternal e social em macacos Rhesus, e que demostram a importância dos
cuidados, do conforto e do amor nos primeiros anos de vida
Com as suas experiencias foi possível verificar‐se a separação entre vinculação e a
satisfação das necessidades alimentares
Para além dos laços afetivos com alguém, o bebé precisa de viver num meio social
estimulante onde possa interagir com os outros e aprender a comportar‐se em sociedade.
BOWLBY E A VINCULAÇAO
COMPORTAMENTOS INATOS
Para Bowlby existem 5 comportamentos inatos que ligam a mãe ao bebé e vice‐versa.
Chorar e sorrir: aproximam a mãe do bebé;
Sução. Agarra, seguir com os olhos: aproximam a mãe do bebé.
Bebé deixa a mãe para ir explorar o mundo à sua volta, retorna quando precisa de
segurança
Fim da fase anterior em diante
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Mary Ainsworth e a vinculação
A relação mãe/ filho estão relacionadas com o nível de reação das mães manifestadas
nos primeiros meses dos filhos
Sistema criado: The Strange Situation (a situação estranha), para avaliar as
diferenças individuais, nas reações das crianças, a diferentes tipos de separações e
uniões com as respetivas mães,
Classificou as reações em 3 categorias:
‐ Vinculação ansiosa de evitamento (exploração independente);
‐ Vinculação securizante (desenvolvimento social);
‐ Vinculação ansiosa resistente (pobreza de exploração).
CONSTRUÇÃO DO
OBJETO
ID EGO SUPEREGO
Inato, instintivo Formado a partir do ID Formado a partir do EGO
Amoral Moral, pragmático Hipermoral
Inconsciente Consciente Funciona de forma não
consciente
Princípio do prazer Princípio da realidade Princípio do dever
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Segundo Freud, o bebé quando nasce é todo ele ID, à medida que cresce vai desenvolvendo as
outras áreas em interação com o meio.
Sujeito‐objeto
Eu‐não eu
FASE PRÉ
OBJETAL
POSIÇÃO ESQUIZOPARANÓIDE
Leva a que a criança identifique que a MÁ MAE é a mesma BOA MÃE‐ dá‐se a união das coisas
boas e más
Ambivalência e culpabilidade
Quando a criança começa a reconhecer que não é ela que controla o mundo exterior,
para que não deprima cria‐se uma área de contato com a realidade, envolve os dois
mundos – interno e externo
Surgem os objetos transitivos/transacionais
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OBJETOS TRANSITIVOS/TRANSACIONAIS
SPITZ E O SORRISO
Os sorrisos iniciais do bebé (enquanto dorme, ou quando tem os olhos fechados)
são reflexos automáticos
Segundo o autor entre as 6 e as 12 semanas o sorriso surge com a 1ª
manifestação comportamental ativa e intencional da criança – comunicação
mãe/filho.
O sorriso é o comportamento que une o fisiológico e o emocional
Aos 3 meses o bebé já tem um sorriso para pessoas preferenciais – sorriso
social e intencional
Entre o 6º e o 8º mês o bebé distingue o amigo do estranho.
Depressão anaclítica
Privação parcial de cuidados maternos
Desenvolvimento da linguagem
“(…)é a necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento
da linguagem”, OLIVEIRA (1999,pag.42)
Linguagem como forma de comunicação
Tipos de
comunicação
Verbal‐ “aquilo que se diz”, palavras ou frases escritas ou faladas, pode ser:
‐ verbal escrita‐livros, cartazes, jornais, cartas, telegramas;
‐ verbal oral‐diálogo entre duas pessoas, radio, televisão, telefone.
Não‐ verbal‐ demostrada pelo olhar, expressão facial, postura corporal, gestos
ou movimentos, tons ou volume da voz, velocidade com que falamos e nos
movemos, desenho, pintura, música ou outros símbolos.
Etapas na aquisição da
linguagem
1 a 3 meses ‐ presta atenção aos sons e acalma‐se com a voz da mãe. Chora, faz
alguns sons, dá gargalhadas. Observa o rosto, sorri quando alguém fala com ele,
4 a 6 meses ‐ procura de onde vem o som. Grita faz alguns sons como se
estivesse conversando e imita sua voz
7 a 11 meses ‐ encontra de que lado vem o som. Faz alguns sons. Repete palavras.
Bate palmas, aponta o que quer e dá tchau.
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12 meses ‐ começa a falar as 1ªs palavras, imita a ação de outras pessoas
18 meses ‐ pede as coisas usando uma palavra. Já sabe falar cerca de 20 palavras.
2 anos ‐ consegue dizer frases curtas com duas palavras. Já sabe falar cerca de 200
palavras. 3 anos ‐ é possível entender tudo o que ele fala, mas às vezes ele conjuga
errado. Conhece cores
4 anos ‐ inventa histórias. Compreende regras de jogos
simples. 5 anos ‐ forma frases completas, fala corretamente.
6 anos ‐ aprende a ler e a escrever.
Estádios de desenvolvimento da
linguagem
Pré‐linguístico: quando o bebé utiliza como forma de comunicação os sons, sem palavras
ou gramatica (recém‐nascido; 3 meses; 6 meses, 9 meses; 12 meses)
Linguístico: quando usa palavras (18 meses; 2 anos; 3, 4, 5 anos
Pré‐linguístico
Linguístico
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Entre os 12 e os 18 meses, aparecem as primeiras palavras com valor de mensagem
completa ‐ a chamada fase da holófrase, isto é, uma única palavra que como é
produzida num contexto funcional adquire vários significados segundo as variantes da
sua utilização.
Se uma criança diz “ua” isto poderá significar: “vamos à rua”, a palavra‐frase ao
mesmo tempo é o sujeito e predicado.
Os outros termos gramaticais aparecem no gesto e na expressão facial da criança.
É a chamada fala telegráfica, em que o comprimento médio de enunciado é
de um morfema.
Entre os 18 e os 24 meses a criança começa a produzir pequenos enunciados,
maioritariamente compostos por substantivos, alguns verbos, raros advérbios,
geralmente sem a presença de artigos, pronomes, conjunções e proposições.
Quando a criança começa a vivenciar a fase da função simbólica através do jogo
simbólico. Esta começa a assimilar que determinado objeto tem uma função própria
(ex. o copo é para beber, o garfo é para comer…) ela própria quer utilizar os objetos
nas suas funções.
Entre os 2 e os 3 anos as crianças começam a adquirir os 1ºs fundamentos da
sintaxe, preocupam‐se com as regras gramaticais, no entanto não consideram as
exceções.
É por isso que a criança diz “fazi”, “eu ouvo”…
Como estimular o desenvolvimento da linguagem
Aos 6 anos a criança fala utilizando frases longas, tentando utilizar corretamente as
normas gramaticais.
0‐6meses
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4 anos
Cognição e
linguagem
Chowshy defende a ideia de que a estrutura da linguagem é, em grande parte,
especificada biologicamente (nativista).
Skinner afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiencia
(empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreensão completa
do desenvolvimento da linguagem.
Apesar de haver diversas teorias relativamente ao desenvolvimento da linguagem é
importante reter que os fatores inatos relacionam‐se com fatores cognitivos,
sociais e comportamentais.
Piaget e a linguagem
Para Piaget tanto a genética (o sujeito) quando as interações com o mundo social (o
meio) são importantes para o desenvolvimento da linguagem,
O aparecimento da linguagem decorre de algumas das aquisições do período sensório‐
motor (pensamento simbólico) e também da capacidade de aprendizagem por
imitação;
As primeiras palavras são intimamente relacionadas com os desejos e ações da
criança.
Piaget admite uma interação reciprocas entre pensamento e linguagem, porque se a
linguagem procede de uma inteligência parcial, estruturada, também ela exerce uma
ação estruturante sobre a inteligência.
Quando a linguagem é dominada pela criança é um instrumento do pensamento e
proporciona o raciocínio verbal. A criança pode utilizar de forma adequada a
linguagem, mas não quer dizer que domine a estrutura logica da linguagem, o que só
acontece por volta dos 11‐12 anos, com as operações logico‐formais.
A linguagem costuma refletir o pensamento e pode ser tida como o elo final da
cadeia de processos psíquicos que se iniciam com a perceção e terminam com a
palavra falada ou escrita.
Podemos afirmar que não existem pensamentos que não sejam formulados por
uma determinada expressão verbal. É por isso que não se estabelecem diferenças
entre as perturbações do pensamento e as alterações da linguagem.
O desenvolvimento humano depende de fatores biológicos ‐ hereditariedade/maturação
/genética
‐ psicológicos‐cognitivos
‐ ambientais
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