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Ciências do Ambiente

BIOMAS E BIODIVERSIDADE
BIOMAS E BIODIVERSIDADE

• O planeta Terra em sua superfície terrestre apresenta,


em função da variação do clima, distribuição de
nutrientes, topografia, etc., uma grande diversidade
de habitats. Conseqüentemente ocorre também uma
grande variedade de seres vivos. A diversidade de
indivíduos das espécies leva as comunidades se
adaptarem e sobreviverem em determinado local.
Assim regiões diferentes apresentam espécies
variadas que desenvolvem seu nicho ecológico.
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
• Biomas

são regiões de grande extensão no planeta onde


se desenvolveu predominantemente
determinado tipo de vida, grande parte em
função da latitude, uma vez que o clima varia de
acordo com ela.
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
• Nos ecossistemas terrestres, o solo é um fator de
distribuição dos biomas, estando relacionado com clima e
vegetação. A água será um fator muitas vezes limitante, e
ocorre a possibilidade de variações de temperatura
significativas.

• Nos ecossistemas aquáticos, que ocupam 75% da superfície


do nosso planeta, os seus habitantes ocupam todas as suas
dimensões. As variações de temperatura são menores
devido ao alto calor específico da água. A luz passa a ser
um fator limitante nesses ecossistemas.
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
• Os ecossistemas terrestres apresentam uma
biomassa vegetal muito maior do que nos
ecossistemas aquáticos, enquanto que as cadeias
alimentares são maiores nos aquáticos. Portanto, a
presença de grandes vegetais providos de raízes, que
são os principais produtores do meio terrestre.

• As montanhas têm um papel importante na


distribuição das chuvas, e, portanto na composição
da vegetação e seres heterótrofos
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
• Os principais biomas terrestres são as
• tundras, as florestas de coníferas, em regiões
de montanhas com clima frio, florestas
temperadas, principalmente na Europa,
América do Norte, Japão e Austrália, florestas
tropicais, campos e desertos. As Figuras, a
seguir apresentam estes ecossistemas.
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
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• Biomas Aquáticos
• Os biomas aquáticos são divididos em água
doce, com concentração de sais dissolvidos de
até 0,5 g/L, e água salgada (marinha) com
concentração de 35 g/L. A salinidade da água
é fator importante na distribuição das
espécies.
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•a) Marinhos
• Mares e Oceanos: o maior e o mais estável dos ecossistemas ocupa 70% da
superfície terrestre. Os mares funcionam como grandes reguladores, ajudando a
moderar os climas terrestres mantendo as concentrações de O2 e CO2 na
atmosfera. A fauna e flora é classificada em:

– - Plâncton: organismos que vivem em suspensão na água, deslocando-se pelas


ondas e
• correntes:
– - Fitoplâncton: autotróficos (algas microscópicas É o primeiro nível trófico desses
• ambientes)
– - Zooplâncton: heterotróficos (protozoários, microcrustáceos, medusas, larvas de
• diversos animais)
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• Nécton: organismos que conseguem se deslocar
independente do movimento das águas: peixes,
crustáceos, moluscos, mamíferos aquáticos.

• - Bênton: organismos que habitam o leito do mar,


podendo ser fixos ou móveis: algas multicelulares,
mexilhões, estrela do mar, crustáceos.
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• • Estuários e Costas:

• entres os mares e continentes existem faixas de diversos


ecossistemas que são zonas de transição e possuem
características ecológicas próprias. Ao longo das costas,
vivem milhares de espécies adaptadas às condições locais
e que não são encontradas em mar aberto (ou em água
doce). Os estuários, desaguadouros dos rios no mar, têm
salinidade intermediária entre a do mar e da água doce e
sofrem a ação das marés que constituem importantes
reguladores físicos.
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• b) Doces

• Um ecossistema de água doce tem muitas de suas


características dependentes dos ambientes adjacentes
(solo e vegetação) e das águas que lhe são afluentes 
Bacia Hidrográfica (bacia de drenagem + rio ou lago).
Nesses sistemas, há a presença de organismos
planctônicos, nectônicos e bentônicos e de Macro
Vegetação: Macrófitas Flutuantes, Macrófitas Emergentes
(que crescem junto às margens) e a Mata Ciliar (que ocupa
as margens).
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• Rios e Correntes:
• apesar de terem menor superfície, quando
comparados aos oceanos e à litosfera, os rios estão
entre os ecossistemas mais intensamente usados
pelo homem (abastecimento, irrigação, transporte e
deposição de dejetos, etc.). Os rios estão
relacionados com o ambiente ao redor e o seu
povoamento irá depender da velocidade da
corrente, da temperatura, oxigenação (muito
importante) e composição química das águas.
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• Lagos e Lagoas: no sentido geológico, a maioria das bacias que
agora contém água parada são relativamente jovens, tendo-se
formado a aproximadamente cem mil anos. Estes ecossistemas
alteram-se com o tempo a taxas inversamente proporcionais ao
seu tamanho. Os lagos oligotróficos são de baixa produtividade,
geralmente profundos e geologicamente jovens enquanto que os
eutróficos têm vida aquática abundante, flora e fauna ricas. Os
lagos e lagoas originam-se de intensa atividade tectônica, sendo
mais abundantes no norte do Canadá, Estados Unidos e Europa.

• Brejos de água doce: tendem a ser ecossistemas naturalmente


férteis.
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• c) Mangues (Manguezais):

• Interface entre os meios marinho, fluvial e terrestre. São sistemas


ecológicos altamente produtivos. São caracterizados por um sistema
pantanoso, movediço, 25 sujeito a inundações diárias da maré e
constituído por uma vegetação de árvores e arbustos adaptados à
instabilidade física e à falta de oxigênio no solo (pela grande atividade
de decomposição biológica). Tem uma riquíssima fauna: Caranguejo,
ostras e outros moluscos, pássaros, jacarés, peixe-boi (em extinção),
etc. Admite-se que 90% das espécies marinhas consumidas pela
humanidade são provenientes das zonas costeiras, e destes, e 2/3
dependem direta ou indiretamente dos mangues e estuários.
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• Biomas Terrestres

• Os principais biomas terrestres são


as tundras, florestas, campos e
desertos. Entre as florestas existem
florestas de coníferas (ou taiga),
temperadas e tropicais.
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Tundras: desenvolve-se
na região localizada entre
os gelos permanentes e o
limite natural das
árvores. Caracteriza-se
pela ausência de árvores
e pelo solo esponjoso. A
pouca profundidade, tem
solo permanentemente
congelado, impedindo o
desenvolvimento de
raízes e tornando a
região pantanosa, pois
não ocorre drenagem.
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Florestas de coníferas ou
taigas constituem um cinturão
que limita o domínio da
tundra. Possui vegetação
pouco diversificada, onde
predominam os pinheiros e
outras espécies de coníferas,
árvores permanentemente
verdes, e com folhas em forma
de agulha. Localizam-se em
clima frio.
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Florestas Temperadas: bioma
bem desenvolvido na Europa e
América do Norte, aparecendo
também no Japão e Austrália. Ele
é descontínuo, apresentando
espécies diferentes em cada
região. Tem como característica
mais marcante a existência de
flora composta por árvores que
perdem suas folhas no inverno.
Apresenta vegetação mais baixa,
como arbustos, bem desenvolvida
e diversificada.
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• Florestas Tropicais:
• também ocorrem em regiões isoladas, a baixas altitudes e próximas
ao Equador. Habitam as bacias dos Rios Amazonas, Congo, Niger e
Zambeze e na Indo-Malásia, apresentando sempre uma estrutura
semelhante, embora as espécies que as ocupam sejam diferentes. O
clima é similar, não havendo muita distinção entre inverno e verão,
com precipitação significativa durante o ano todo, com altas
temperaturas, e alta umidade do ar. Estas características são
decisivas na biodiversidade destes biomas. A vegetação é rica em
espécies e há uma grande dispersão de indivíduos de cada espécie.
•.
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• A flora é composta de árvores de grande porte e densa folhagem,
ocorrendo uma pequena quantidade de espécies arbustivas e herbáceas,
pois a luminosidade que alcança o solo é baixa. Ocorrem epífitas, plantas
trepadeiras que se desenvolvem sobre outras maiores para receber a luz
do Sol. A fauna também é rica em espécies, desenvolvendo-se
principalmente nas árvores, sendo poucas as espécies que vivem
exclusivamente no solo. A estabilidade do clima garante esta diversidade,
havendo abundância de alimentos e um grande número de hábitats e
nichos ecológicos. A decomposição e reciclagem dos nutrientes acontecem
rapidamente em função do calor e da alta umidade. O grande reservatório
de minerais está na matéria orgânica morta e viva da floresta, sendo muito
pequena a quantidade armazenada no solo. Este, em função das chuvas, é
constantemente lixiviado. Assim, o desenvolvimento de agricultura nestes
ecossistemas é difícil, mesmo após a sua devastação
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Campos: dividem-se em estepe e
savana, sendo que na primeira
predomina a gramínea e, na segunda,
há também a presença de arbustos e
pequenas árvores.
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Desertos: ocorrem em
regiões áridas, de baixa
precipitação pluviométrica,
com vegetação rara e
espaçada, predominando o
solo nu.
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• Floresta Amazônica, no norte do país;
Caatinga, no nordeste; Cerrado e Pantanal,
no centro-oeste; Mata Atlântica que vai do
nordeste até o sul, ao longo da costa do
Oceano Atlântico e Savanas no sul do Rio
Grande do Sul.
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• Floresta Amazônica
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• Caatinga
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• Cerrado
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• Pantanal
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• Mata Atlântica
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• Savanas
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• BIODIVERSIDADE

• O número total de espécies existentes na Terra ainda não é


conhecido. Estimativas quanto ao número de espécies
existentes dão conta de 3,6 a 10 milhões de espécies
(Wilson, 2002). Porém, estudos efetuados nas florestas
tropicais indicam que possa haver 30 milhões de espécies
apenas de insetos (Braga et al.). Atualmente, cerca de 1,5 a
1,8 milhão de espécies vivas foram catalogados (Wilson,
2002), entre insetos, plantas, vertebrados, invertebrados,
fungos, algas e microrganismos.
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• Existem padrões fundamentais para a distribuição da vida
(Wilson, 2002):

• • Bactérias devem estar presentes onde quer que haja vida,


seja na superfície ou a grandes profundidades (é o padrão
mais fundamental);
• • Quanto mais espaços disponíveis (planícies e oceanos, por
exemplo) maiores são os animais presentes;
• • A maior diversidade existe em habitats com maior
quantidade de energia solar, territórios sem gelo, de
topografia mais variada e com estabilidade climática.
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• Na agricultura e pecuária, as plantas e animais fornecem
produtos importantes, incluindo medicamentos, matérias-
primas a artigos diversos para as indústrias. Apenas 20
espécies de plantas fornecem mais de 80% da alimentação
mundial; três delas – milho, trigo e arroz – constituem 65% da
oferta de alimentos.

• A medicina também depende da biodiversidade. Atualmente,


mais de 40% das drogas prescritas vendidas nos Estados
Unidos contêm compostos químicos orgânicos derivados de
espécies selvagens: cerca de 25% dessas drogas vêm de
plantas, outros 12% são derivados de fungos e bactérias e 6%
são de origem animal. O valor dos produtos medicinais
derivados de tais fontes aproxima-se de 40 bilhões de dólares
por ano.
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• A indústria é outra atividade que depende da biodiversidade já
que muitos de seus produtos e matérias-primas essenciais são
derivados de plantas e animais selvagens, como, por exemplo,
a madeira para a construção e outros produtos extraídos de
árvores, incluindo a celulose, produtos químicos de origem
vegetal, borracha e óleos lubrificantes. Todos eles são
industrializados, economicamente importantes e derivados de
fontes vivas.
• A biodiversidade deve também ser mantida por motivos
psicológicos (necessidade de administrar, observar e usufruir a
natureza), filosóficos (sustentabilidade, não violar o direito das
espécies de existirem) e éticos (reverência a todas as formas
de vida, conceito fundamental a muitas religiões e sistemas
morais).
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• No Brasil, a manutenção da biodiversidade é de importância
fundamental. O Primeiro Relatório Nacional para a Convenção
sobre a Diversidade Biológica, produzida pelo Ministério do
Meio Ambiente, mostra que possuímos aproximadamente 20%
da biodiversidade da Terra, a flora mais rica (aproximadamente
60 mil plantas superiores, o que representa 22% do total
mundial), 10% dos anfíbios e mamíferos, 17% das aves, mais
de três mil espécies de peixes de água doce e de cinco a dez
milhões de insetos. Temos ainda a maior floresta tropical
remanescente (a Floresta Amazônica), a Mata Atlântica, o
Pantanal de Mato Grosso, os biomas costeiros e marinhos, o
cerrado e a caatinga.
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
• Uma quantidade significativa dessas espécies está sendo
sistematicamente destruída pela atividade antrópica, que
causa a redução da biodiversidade em todo o mundo. A
perda maior ocorre nos trópicos devido ao grande
crescimento populacional, pobreza generalizada,
demanda crescente por carvão vegetal e falha nos
métodos agrícolas e de reflorestamento. Também ocorre
desmatamento para formação de áreas agrícolas ou
pasto, utilização de madeira para indústria e obtenção de
energia, ou para construção de hidroelétricas ou
obtenção de minério.
BIOMAS E BIODIVERSIDADE
• A poluição também é uma das grandes causadoras da perda da
biodiversidade. Em um ecossistema aquático, por exemplo, há
normalmente um grande número de espécies, cada uma delas
com um número relativamente pequeno de indivíduos.
Quando um desses ecossistemas recebe descargas de
efluentes orgânicos, como por exemplo esgotos domésticos
sem tratamento, as espécies mais sensíveis (como aquelas que
necessitam de maior quantidade de oxigênio dissolvido para
sobreviver) são eliminadas, restando apenas as espécies
menos nobres, essas com grande número de indivíduos,
devido à diminuição da competição como seleção natural.

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