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FILOSOFIA

E.E. Professor Jorge Rahme

História da filosofia

Prof. Carneiro
O SURGIMENTO

DA FILOSOFIA

NA ANTIGA GRÉCIA
A filosofia foi uma resposta
dos gregos a problemas
reais, levando em conta a
contribuição de outras
culturas, mas assimilando e
modificando seus conteúdos.
UNIDADE
1
A PALAVRA FILOSOFIA É GREGA,
COMPOSTA POR DUAS OUTRAS.

PHILO SOPHIA
Philo deriva-se de Sophia quer dizer
philia, que significa sabedoria e dela vem a
amizade, amor palavra sophos, sábio.
fraterno, respeito
entre os iguais.
INVENTOR DA PALAVRA
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de
Samos (que viveu no século V antes de
Cristo) a invenção da palavra filosofia.
Pitágoras teria afirmado que a sabedoria
plena e completa pertence aos deuses, mas
que os homens podem desejá-la ou
amá-la, tornando-se filósofos.
A Filosofia, entendida como
aspiração ao conhecimento racional,
lógico e
sistemático da realidade natural e
humana.
Qual seria a utilidade
da Filosofia?
I. Se abandonar a ingenuidade e os pré-conceitos do senso
comum for útil;

II. Se não se deixar guiar pela submissão às idéias


dominantes e aos poderes estabelecidos for útil;

III. Se buscar compreender a significação do mundo, da


cultura, da história for útil;

IV. Se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas


ciências e na política for útil;

V. Se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para


serem conscientes de si e de suas ações numa prática que
deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil...
... então podemos dizer que a
Filosofia é o mais útil de todos os
saberes de que os seres humanos são
capazes.
CHAUÍ, Marilena
RESUMO
A Filosofia surge quando se descobriu que a verdade
do mundo e dos humanos não era algo secreto e
misterioso, que precisasse ser revelado por divindades
a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser
conhecida por todos, através da razão, que é a mesma
em todos; quando se descobriu que tal conhecimento
depende do uso correto da razão ou do pensamento e
que, além da verdade poder ser conhecida por todos,
podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou
transmitida a todos.
O QUE PERGUNTAVAM OS PRIMEIROS FILÓSOFOS

I. Por que os seres nascem e morrem?

II. Por que tudo muda ?

III. Por que a doença invade os corpos, rouba-lhes a cor, a


força?

IV. Por que o que parecia uno se multiplica em tantos outros?

V. Por que as coisas se tornam opostas ao que eram?

VI. Por que nada permanece idêntico a si mesmo?


Os historiadores da Filosofia dizem que ela
possui data e local de nascimento:
final do século VII e início do século VI
antes de Cristo, nas colônias gregas da
Ásia Menor (particularmente as que
formavam uma região denominada Jônia),
na cidade de Mileto.
MITO E FILOSOFIA

Um mito é uma narrativa sobre a origem de


alguma coisa (origem dos astros, da Terra,
dos homens, das plantas, dos animais, do
fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal,
da saúde e da doença, da morte, dos
instrumentos de trabalho, das raças, das
guerras, do poder, etc.).
COMO O MITO NARRA A ORIGEM DO MUNDO E DE TUDO O
QUE NELE EXISTE?

I. Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres,


isto é, tudo o que existe decorre de relações sexuais
entre forças divinas pessoais.

II. Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre


os deuses que faz surgir alguma coisa no mundo.

III.Encontrando as recompensas ou castigos que os


deuses dão a quem os desobedece ou a quem os
obedece.
QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE FILOSOFIA E MITO?
MITOS
I. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido
no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se
para o que era antes que tudo existisse tal como existe no
presente.

II. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades


ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e
personalizadas.

III. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e


o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios
da narrativa mítica, como também porque a confiança e a
crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador.
QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE FILOSOFIA E MITO?
FILOSOFIA
I. A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e
por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na
totalidade do tempo), as coisas são como são.

II. A Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das


coisas por elementos e causas naturais e impessoais.

III. A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação


e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja
coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da
explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que
é a mesma em todos os seres humanos.
CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA
FILOSOFIA

I. AS VIAGENS MARÍTIMAS,

II. A INVENÇÃO DO CALENDÁRIO,

III. A INVENÇÃO DA MOEDA,

IV. O SURGIMENTO DA VIDA URBANA,

V. A INVENÇÃO DA ESCRITA ALFABÉTICA,

VI. A INVENÇÃO DA POLÍTICA.


CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA
FILOSOFIA

I. A idéia da lei como expressão da vontade de uma coletividade


humana que decide por si mesma o que é melhor para si e
como ela definirá suas relações internas.

II. O surgimento de um espaço público, que faz aparecer um novo


tipo de palavra ou de discurso, diferente daquele que era
proferido pelo mito.

III. Agora, com a polis, isto é, a cidade política, surge a palavra


como direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião.

IV. A política, valorizando o humano, o pensamento, a discussão, a


persuasão e a decisão racional.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA
I. Tendência à racionalidade, isto é, a razão e somente a razão, com
seus princípios e regras, é o critério da explicação de alguma coisa;

II. Tendência a oferecer respostas conclusivas para os problemas, isto


é, colocado um problema, sua solução é submetida à análise, à
crítica, à discussão e à demonstração, nunca sendo aceita como uma
verdade, se não for provado racionalmente que é verdadeira;

III. Recusa de explicações preestabelecidas e, portanto, exigência de


que, para cada problema, seja investigada e encontrada a solução
própria exigida por ele;

IV. Tendência à generalização, isto é, mostrar que uma explicação tem


validade para muitas coisas diferentes porque, sob a variação
percebida pelos órgãos de nossos sentidos, o pensamento descobre
semelhanças e identidades.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA

Exigência de que o pensamento apresente suas regras de


funcionamento, isto é, o filósofo é aquele que justifica suas
idéias provando que segue regras universais do pensamento.
Para os gregos, é uma lei universal do pensamento que a
contradição indica erro ou falsidade. Uma contradição
acontece quando afirmo e nego a mesma coisa sobre uma
mesma coisa (por exemplo: “Pedro é um menino
e não um menino”, “A noite é escura e clara”, “O infinito não
tem limites e é limitado”). Assim, quando uma contradição
aparecer numa exposição filosófica, ela deve ser considerada
falsa.
QUATRO GRANDES ÉPOCAS DA GRÉCIA

I. A da Grécia homérica, correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta


Homero, em seus dois grandes poemas, Ilíada e Odisséia;

II. A da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século VII ao século V antes de
Cristo, quando os gregos criam cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Megara,
Samos, etc., e predomina a economia urbana, baseada no artesanato e no
comércio;

III. A da Grécia clássica, nos séculos V e IV antes de Cristo, quando a


democracia se desenvolve, a vida intelectual e artística entra no apogeu e Atenas
domina a Grécia com seu império comercial e militar;

IV. E, finalmente, a época helenística, a partir do final do século IV antes de


Cristo, quando a Grécia passa para o poderio do império de Alexandre da
Macedônia, e, depois, para as mãos do Império Romano, terminando a história de
sua existência independente.
OS QUATRO GRANDES PERÍODOS DA FILOSOFIA
GREGA
I.Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C.,
quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das
transformações na Natureza.

II.Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., quando a


Filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas (em grego,
ântropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico).

III.Período sistemático, do final do século IV ao final do século III a.C., quando a Filosofia
busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia,
interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico,
desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente estabelecidas para
oferecer os critérios da verdade e da ciência.

IV.Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a.C. até o século VI depois de
Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros Padres da
Igreja, a Filosofia se ocupa sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das
relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
ESCOLAS DA ANTIGA GRÉCIA
(ACADEMIA)
I. Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto,
Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso;

II. Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas


de Tarento;

III. Escola Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia;

IV. Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de


Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
Os noeses são as personalidades em que Rafael se inspirou para pintar o rosto dos
diferentes filósofos gregos. Isso é claramente uma homenagem às pessoas de seu
tempo: 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia 2: Epicuro 3: Frederico II, duque de
Mântua e Montferrat 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou
Empédocles 5: Averroes 6: Pitágoras 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande 8:
Antístenes ou Xenofonte 9: Hipátia (Francesco Maria della Rovere or Raphael's
mistress Margherita.) 10: Ésquines ou Xenofonte 11: Parménides 12: Sócrates 13:
Heráclito (Miguel Ângelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15:
Aristóteles segurando Ética a Nicômaco 16: Diógenes de Sínope 17: Plotino 18:
Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante) 19: Estrabão ou
Zoroastro (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu R: Apeles (Rafael).
A Escola de Atenas (Scuola di Atenas no original) é
uma das mais famosas pinturas do renascentista
italiano Rafael e representa a Academia de Platão. Foi
pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura
sob encomenda do Vaticano. A obra é um afresco em
que aparecem ao centro Platão e Aristóteles. Platão
segura o Timeu e aponta para o alto, sendo assim
identificado com o ideal, o mundo inteligível.
Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal,
representando o terrestre, o mundo sensível.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Atenas#Identidades, 27/02/2011, 15:59
PRINCIPAIS PERÍODOS
DA HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
Pelo fato de estar na História e ter uma
história, a Filosofia costuma ser
apresentada em grandes períodos que
acompanham, às vezes de maneira mais
próxima, às vezes de maneira mais distante,
os períodos em que os historiadores
dividem a História da sociedade ocidental.
OS PRINCIPAIS PERÍODOS DA FILOSOFIA
I. Filosofia antiga (do século VI a.C. ao século VI d.C.).

II. Filosofia patrística (do século I ao século VII).

III. Filosofia medieval (do século VIII ao século XIV).

IV. Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI).

V. Filosofia moderna (do século XVII a meados do século XVIII).

VI. Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII


ao começo do século XIX).

VII.Filosofia contemporânea.
QUESTÕES DISCUTIDAS PELA FILOSOFIA
CONTEMPORÂNEA
I. História e progresso.

II. As ciências e as técnicas.

III.As utopias revolucionárias.

IV.A cultura.

V. O fim da Filosofia.

VI.A maioridade da razão.

VII.Infinito e finito.
TEMAS, DISCIPLINAS E CAMPOS FILOSÓFICOS
I. Ontologia ou metafísica.

II. Lógica.

III. Epistemologia.

IV. Teoria do conhecimento.

V. Ética.

VI. Filosofia política.

VII. Filosofia da História.

VIII.Filosofia da arte ou estética.

IX. Filosofia da linguagem.

X. História da Filosofia.
ESTE TRABALHO FOI
ELABORADO A PARTIR
DO LIVRO:

CONVITE À FILOSOFIA,
MARILENA CHAUÍ

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