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ÉTICA

PROF. LUCIANO VORPAGEL DA SILVA


HUME E O SENTIMENTO MORAL

 David Hume faz parte da tradição filosófica ilustrada inglesa, que se situa mais próxima do empirismo (em
oposição ao racionalismo).
 Hume propõe uma fundamentação empírica da moral, em oposição ao racionalismo.
 Defende que a razão é inerte (incapaz de determinar as ações humanas. Da razão não é possível extrair as
distinções morais. Ela apenas pode distinguir entre o verdadeiro e o falso. A razão apenas opera logicamente. A
razão é escrava das paixões.
 São as paixões e os sentimentos que motivam as ações humanas. Assim, a distinção entre o bem e o mal, o justo e
o injusto depende de um sentimento moral, pelo qual as pessoas agem movidas pelo sentimento de aprovação ou
pelo sentimento de reprovação.
UTILITARISMO ÉTICO

 O pai do Utilitarismo é Jeremy Bentham, que buscou separar a moral de todo fundamento metafísico, para
embasá-la na utilidade.
 Para Bentham, faz parte da natureza humana buscar o prazer (felicidade em sentido positivo) e evitar a dor
(felicidade em sentido negativo).
 Para isso, os homens utilizam da razão: para calcular e avaliar os efeitos da ações com base no critério da maior
felicidade e da menor infelicidade. Trata-se de um cálculo utilitarista, consequêncialista.
 John Stuart Mill foi discípulo de Bentham. Aderiu ao utilitarismo, mas fez reformulações: sustentou que o simples
cálculo de utilidades não é suficiente para a moralidade, sendo necessário um sentimento humanitário como
fundamento.
A ÉTICA DO DEVER DE IMMANEUL KANT

 Immanuel Kant defende que a razão humana possui dois grandes domínios: o teórico (do conhecimento) e o
prático (da moral). Mas, toda a doutrina da filosofia prática (metafísica dos costumes) depende um fundamento
(lei moral), que só a razão prática pode oferecer e de forma a priori (independente da experiência).
 A lei moral é, para nós humanos, cuja vontade não é santa, mas influenciada pelas inclinações sensíveis, um
imperativo categórico, que determina incondicionalmente a vontade humana (livre-arbítrio).
 Porém, Kant admite um uso pragmático (instrumental) da razão, pelo qual a vontade humana dita o fim e a razão
os meios necessários para realizar o que a vontade deseja. Nesse caso, a razão apenas determina condicionalmente
a vontade, produzindo imperativos hipotéticos.
A ÉTICA DO DEVER DE IMMANEUL KANT

 O imperativo categórico determina: “Aja de tal forma que a máxima da tua vontade possa se converter em lei
universal”. Ou seja, a universalidade é um critério para a ação moral.
 Diante desse imperativo categórico, três tipos de ações são possíveis:
 Ação contrária ao dever: quando a ação é inteiramente contrária ao dever.
 Ação conforme ao dever: quando a ação é apenas objetivamente conforme ao dever, isto é, quando o dever não é o motivo da
ação. Há heteronomia moral.
 Ação por dever: quando a ação é objetiva e subjetivamente conforme ao dever, isto é, quando o dever é o único motivo da
ação. Há autonomia moral.
FOUCAULT E A ÉTICA DO CUIDADO DE SI

 Michel Foucault, recorrendo aos gregos, principalmente Sócrates, sustenta que o indivíduo ético é aquele que
cuida de si mesmo.
 Sócrates tinha uma missão: conhecer a si mesmo (descobrir as virtudes internamente para praticá-las).
 Para Foucault, o indivíduo que pensa e reflete, torna-se capaz de descobrir sua subjetividade e distingui-la das
influências e imposições externas.
 Por meio desta distinção, o indivíduo se torna capaz de identificar os poderes que o exploram e iniciar o processo
de libertação e independência frente aos mesmos, assumindo o domínio de si mesmo.
 Portanto, cuidar de si implica tomar consciência das influências externas que aprisionam a subjetividade para
libertá-la e recobrar o autodomínio.
ÉTICA DA RESPONSABILIDADE DE HANS JONAS

 Hans Jonas busca superar as concepções éticas tradicionais e fundamentar uma ética que seja adequada para as
civilizações tecnológicas.
 Jonas observa que a ética tradicional é limitada, pois considera apenas as relações interpessoais e desconsidera as
relações do homem com a natureza.
 Segundo Jonas, a modernidade apresenta inúmeros riscos à vida em geral, o que requer pensar um princípio ético
capaz de transcender a mera relação interpessoal e momentânea dos homens e possa contemplar as relações do
homem com a natureza e que leve em conta a posteridade.
 Nesse sentido, Jonas reformula o imperativo categórico de Kant para um imperativo de responsabilidade:
 Em sentido positivo: “aja de modo a que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida
humana sobre a Terra”
 Em sentido negativo: “aja de modo a que os efeito da tua ação não sejam destrutivos para a possibilidade futura de uma tal
vida”

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