EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM A Alegria do Evangelho (2013) Desejo uma Igreja pobre para os pobres DESEJO UMA IGREJA POBRE PARA OS POBRES
No coração de Deus, ocupam lugar preferencial
os pobres, tanto que até Ele mesmo “Se fez pobre”(2Cor 8,9). Inspirada por tal preferência, a Igreja fez uma opção pelos pobres, entendida como uma ‘forma especial de primado na prática da caridade cristã, testemunhada por toda a Tradição da Igreja’ (198). OPÇÃO PELOS POBRES Sem a opção preferencial pelos pobres, o anúncio do Evangelho corre o risco de não ser compreendido (199). Quando amado, o pobre ‘é estimado como de alto valor’, e isto diferencia a autêntica opção pelos pobres de qualquer ideologia, de qualquer tentativa de utilizar os pobres ao serviço de interesses pessoais ou políticos (199). UMA IGREJA POBRE PARA OS POBRES Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade (187). Envolve tanto a cooperação para resolver as causas estruturais da pobreza e promover o desenvolvimento integral dos pobres, como os gestos mais simples e diários de solidariedade (188). SOLIDARIEDADE SOLIDARIEDADE Embora um pouco desgastada, a palavra “solidariedade” significa muito mais do que alguns atos esporádicos de generosidade, supõe a criação de uma nova mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns (188). SOLIDARIEDADE A solidariedade é uma reação espontânea de quem reconhece a função social da propriedade e o destino universal dos bens como realidades anteriores à propriedade privada. A posse privada dos bens justifica-se para cuidar deles e aumentá-los de modo a servirem melhor o bem comum, pelo que a solidariedade deve ser vivida como a decisão de devolver ao pobre o que lhe corresponde (189). Vaticano, 28 de outubro de 2014
Encontro Mundial dos Movimentos
Populares UM GRANDE SINAL “Este encontro dos Movimentos populares é um sinal, um grande sinal: viestes apresentar diante de Deus, da Igreja e dos povos uma realidade que muitas vezes passa em silêncio. Os pobres não só suportam a injustiça, mas também lutam contra ela!” FRANCISCO RECEBENDO REPRESENTANTES DE MOVIMENTOS POPULARES NO VATICANO PROTAGONISMO DOS POBRES Não se contentam com promessas ilusórias, desculpas ou álibis. Nem sequer estão à espera de braços cruzados da ajuda de ONGs, planos assistenciais ou soluções que nunca chegam, ou que, se chegam, fazem-no de maneira a ir na direção de anestesiar... Vós sentis que os pobres não esperam mais e querem ser protagonistas; organizam-se, estudam, trabalham... E praticam aquela solidariedade tão especial que existe entre os pobres, e que a nossa civilização parece ter esquecido. Representantes de movimentos populares do Brasil TERRA - CASA - TRABALHO Este nosso encontro responde a um anseio muito concreto, que deveria estar ao alcance de todos, mas que hoje vemos com tristeza cada vez mais distante da maioria das pessoas: terra, casa e trabalho. É estranho, mas ... para alguns, o Papa é comunista. Não se compreende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho. O AMOR AOS POBRES está no centro do Evangelho É A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA Terra, casa e trabalho, aquilo pelo que lutais, são direitos sagrados. Exigi-lo não é estranho, é a doutrina social da Igreja. Falastes neste encontro também de Paz e Ecologia. É lógico: não pode haver terra, não pode haver casa, não pode haver trabalho se não tivermos paz e se destruirmos o planeta. LAUDATO SI’ Carta encíclica sobre o Cuidado da Casa Comum (2015) LAUDATO SI’
O nome da Encíclica foi
inspirado na invocação de São Francisco, ”Louvado sejas, meu Senhor”, que no Cântico das criaturas recorda que a terra se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços. NÃO ESQUECER: Esquecemo-nos que nós mesmos somos terra (Gen 2,7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar e a sua água vivifica-nos e restaura-nos (2). Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que está “gemendo como que em dores de parto” (Rom 8,22). PORÉM, HÁ ESPERANÇA! A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. (13) O ser humano ainda é capaz de intervir de forma positiva. (58) Nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se. (205) CONVERSÃO ECOLÓGICA: MUDAR DE RUMO para assumir a responsabilidade pelo cuidado com a Casa Comum EIXOS TEMÁTICOS: A convicção de que tudo está estreitamente ligado no mundo. A relação intima entre os pobres e a fragilidade do planeta. A tecnologia: seu paradigma, as novas formas de poder daí decorrentes. Outra maneira de entender a economia e o progresso. O valor próprio de cada criatura. EIXOS TEMÁTICOS: O sentido humano da ecologia. A necessidade de debates sérios e estudos sobre o tema. A responsabilidade politica internacional e local. A “cultura do descarte”. Proposta de um novo estilo de vida.