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PSICOFARMACOLOGIA

UFG / PUC
Profa. Maria das Graças Brasil
PSICOFARMACOLOGIA

• FARMACOLOGIA ( Pharmakon=droga; logos=estudo)


• Conceito: ciência que estuda as relações entre um composto químico
e o seu uso com finalidade terapêutica.
• Reconhecimento como ciência: século XIX, estudos do patologista
alemão Rudolf Virchow
PSICOFARMACOLOGIA

• FARMACOLOGIA

• Farmacocinética: o que o corpo faz com a droga


• Farmacodinâmica: o que a droga faz com o corpo
PSICOFARMACOLOGIA
• FARMACOCINÉTICA
Via de administração: enteral; parenteral
Vias enterais: oral, sublingual, bucal e retal
Vias parenterais: endovenosa, muscular e outras
Absorção: transporte da droga do local de absorção até a corrente
sanguínea
 Distribuição: nos vários compartimentos do organismo com
diminuição rápida da droga no sangue. Ligação com proteínas séricas
pode limitar o acesso da droga a locais de ação intracelular.
PSICOFARMACOLOGIA
• Biotransformação: diminuição lenta da droga por metabolização.
• Inativação: inativadas ou transformadas em produtos menos ativos.
• Metabólito ativo de droga ativa
• Ativação de droga inativa: pró-drogas ou pró-fármacos são inativos e
necessitam ser metabolizadao para se tomarem ativos.
• Ausência de metabolismo: Certas drogas são excretadas em forma inalterada,
sem sofrer metabolismo, devido às suas propriedades físico-químicas
peculiares.
• Excreção de fármacos
• Principais vias de eliminação:biotransformação hepática, eliminação biliar e eliminação
urinária.
• Eliminação: retirada da droga do organismo
• Cinética linear: proporcionalidade entre as concentrações séricas e a taxa de
eliminação.
• Cinética não linear: saturação enzimática
• Interações:
• causadas por mudanças no metabolismo das drogas
• Farmacocinéticas
• Ligação com proteínas plasmáticas
• Ação do sistema citocromo P450: 1A2;2C9;2C10;2C19;2D6;3A3;3A4
Inibição
Indução
PSICOFARMACOLOGIA
• Farmacodinâmicas
• Mudança da ação da droga em um receptor ou sítio biologicamente ativo. Ex: CLP e IMP-
• sedação, constipação, hipotensão postural, alteração na condução cardíaca.
• Controle da doença
• Toxicidade
• Interações idiossincrásicas
• Imprevisíveis e inesperadas
• Meia vida
• Tempo para a redução do nível sérico à metade após o término da absorção e
distribuição

• Estado estável
• Período no qual, após um tratamento crônico, existe um equilíbrio entre a
quantidade da droga que é absorvida e a que é eliminada. Teoricamente,
obtido após 5 meias vidas.
PSICOFARMACOLOGIA
• Disponibilidade Biológica: quantidade efetiva da droga que atingirá o
seu local de ação e depende da via de administração e da formulação.
• Bioequivalência:mesma biodisponibilidade de duas preparações
• Níveis séricos: faixa terapêutica: quantidade da droga em peso por
unidade de volume do soro
Farmacoeconomia

• Custo de um fármaco
• 1 bilhão de dólares
• Tempo de exclusividade: 10 anos
Pesquisa Clínica de Fármacos
Fonte: Gustavo Kesselring, Sociedade Brasileira de Medicina
Farmacêutica

Fase Fase I Fase II Fase III Fase IV


O que é Ação da Segurança e Eficácia em 95% dos
testado molécula eficácia da um grupo efeitos
molécula maior de colaterais
no voluntario identificados
organismo

No. de 20 a 40 1000 em 5000 a


Paciente média 10000
Duração 1 a 2 2a3 4a6
anos anos anos
PSICOFARMACOLOGIA
• PSICOTRÓPICOS

• Conceito: substâncias químicas de origem natural ou sintética que


são capazes de modificar a vida mental.
PSICOFARMACOLOGIA

• Histórico
• Sec. XIX: Medicina reconhece os transtornos mentais
• 1892: Kraepelin: estudos sobre morfina, chá, álcool e paraldeído –
farmacopsicologia
• 1950: Clorpromazina
PSICOFARMACOLOGIA

• Generalidades
• Uso
• Abuso
• Classificação
• Jean Delay
PSICOFARMACOLOGIA
• Psicolépticos: deprimem a atividade psíquica
• Hipnóticos
• Neurolépticos: diminuem a atividade psíquica na esfera afetiva (fenotiazinas)
• Tranqüilizantes
• Psicoanalépticas: estimulam a atividade psíquica
• Antidepressivos
• Estimulantes
• Psicodislépticos
• Alucinógenos ou despersonalizantes
PSICOFARMACOLOGIA
• Jean Delay
PSICOFARMACOLOGIA
• Classificação moderna (Graeff & Guimarães)

Emprego clínico Sem uso clínico


Efeito Antipsicóticos, Recreacionais
Nicotina e etanol
psicotrópico é o Ansiolíticos
Abuso
principal Hipnóticos Estimulantes: cocaina,
anfetamina
Antidepressivos
Narcótico: heroina
Estabilizadpres Alucinógeno: LSD,
de humor mescalina, maconha

Efeito Analgésicos opióides


Anticonvulsivantes
psicotrópico não
Anti-histamínicos
é o principal Antihipertensivos
Inibidores do apetite
Esquizofrenia
ESQUIZOFRENIA
• Transtorno do espectro da esquizofrenia
• Esquizofrenia
• Outros transtornos psicóticos
• Transtorno esquizotípico de personalidade
• Sintomas: delírios, alucinações, alterações do pensamento, conduta motora
desorganizada.
• Esquizofrenia
• Transtorno psiquiátrico grave
• Prevalência no mundo: 1% da população; nono lugar entre as causas de inca
´pacidade (OMS)
ESQUIZOFRENIA

• ESQUIZOFRENIA
 Kraepelin: inicio na juventude, curso persistente, progressiva
deterioração da capacidade intelectual – demência precoce.
 Bleuler: fragmentação do pensamento e das emoções –
esquizofrenia: autismo, ambivalência, alterações do pensamento,
alterações do afeto.
ESQUIZOFRENIA

Comprometimentos
• Pensamento
alteração do conteúdo: idéias delirantes de referência (pessoas se
dirigindo a ele) ou paranóide
 alterações na forma: incoerência
• Percepção: alucinações auditivas, ilusões, despersonalização
• Embotamento afetivo
• Alterações psicomotoras: catatonia, agitação
• Autismo
ESQUIZOFRENIA

• Sinais Schneiderianos de 1ª ordem

Alucinações
Alterações delirantes do pensamento
ESQUIZOFRENIA

• Tipos
• Catatônico
• Desorganizado ou hebefrênico: incoerência,
desagregação do pensamento e da conduta, afeto
incongruente ou embotado.
• Paranóide: delírios persecutórios e alucinações auditivas.
• Indiferenciado
• Residual: predomínio de sintomas negativos.
ESQUIZOFRENIA

• Tipos de sintomas

• Positivos: alucinações, delírios, pensamento incoerente, afeto


incongruente, agitação psicomotora.
• Negativos: afeto embotado, anedonia, perda da iniciativa, isolamento social,
deficits intelectuais.
ESQUIZOFRENIA

• Curso da doença:
• Fase prodrômica: 1 a 2 anos _ alterações inespecíficas de
humor, ansiedade seguidas de diminuição da volição,
isolamento social, rebaixamento da atenção
• Fase psicótica
• Fase aguda: psicose florida
• Fase de estabilização: após tratamento
• Fase estável: sintomas negativos ou positivos residuais
• Esquizofrenia
• Epidemiologia
• Incidência: 15 por 100.000
• Prevalência: 1%
• Proporção Homem/Mulher: 1,4:1
• Predomina em áreas urbanas
• Chance de morrer: 2,6 > população em geral
• Risco de suicídio: 5% (população geral:1%)
ESQUIZOFRENIA

• Evolução

• Episódio único: 10-15%:


• Recorrência de episódios
• Sintomas psicóticos crônicos graves: 10-15%
• Cerca de 4 a 10% cometem suicídio
• Co-morbidades: uso de substância, depressão, violência e desamparo social
(desemprego, ausência de moradia e benefícios)
Fases da Esquizofrenia

Pré-morbida Prodrômica Progressiva Crônica


Caracteristicas Genética e Deficiencias Alterações do Perda de
ambiente cognitivas, pensamento, funções
comportamentais afeto e executivas.
e sociais comportamentoC
urso: remissões e Complicações
recaidas clínicas

Diagnóstico Sequenciamento Escalas, ANP, Anamnese, Anamnese e


genético. História Neuroimagem exame psíquico, exame psíquico.
familiar perda do insight Avaliação da
disfunção sócio-
ocupacional

Disfunção Nenhuma/leve Mudanças de Perda de Graves alterações


baixa cognitiva comportamento funções sócio- funcionais.
social e escolar ocupacionais. Desemprego
Residir nas ruas

Intervenção Desconhecida Antipsicóticos???? Antipsicóticos Antipsicóticos


Intervenções Intervenções
psicossociais psicossociais
Reabilitação
ESQUIZOFRENIA

• Causa: desconhecida

• Genéticas: aumento na vulnerabilidade: 3 a 10 % em


parentes de 1ª grau (1% na população geral)
• Ambientais: tensão psicológicas, clima, infecções virais
Fator de risco
Gênero H: > risco para EIP (inicio precoce) e adulto
M: > risco EIT (inicio tardio)

Genética > Em parentes de esquizofrênicos (50% em


univitelinos; genes candidatos: associados à regulação
da dopamina

Período pré/peri-natal Complicações da gestação e parto; estresse materno;


estação do ano ao nascimento

Desenvolvimento RDNPM; abuso; TCE; baixo rendimento escolar; baixo


QI

Adolescência Uso de drogas; dificuldade na socialização; dificuldades


sexuais; isolamento social

Outros fatores Urbanidade, migração, adversidade social, eventos


ambientais vitais, etnia
ESQUIZOFRENIA
• Correlatos biológicos

• Sintomas positivos: Alterações límbicas


• Sintomas negativos: alterações pré – frontais
ESQUIZOFRENIA

• ESQUIZOFRENIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA


• Pode ocorrer até aos 7 anos de idade
• É incomum até depois da puberdade
• Transtorno do desenvolvimento neurológico, remontando ao período
pré-natal, desmascarado por processos normais do desenvolvimento
como a mielinização ou a depuração das sinapses excessivas,
processo que vai além da puberdade
• Predomínio masculino nas formas mais precoces porém entre 11 e 14
anos, inverte-se, provavelmente pela puberdade mais precoce da
menina
ESQUIZOFRENIA

• Esquizofrenia na Infância
• Maior probabilidade de ser precedida de anormalidades do desenvolvimento e
ajustamento social: atraso de linguagem e da atenção; QI mais baixo (média de
90)

• O início da psicose franca é precedida em anos pelo desajuste social

• Mesmo crianças pequenas podem ter alucinações e delírios assim como


transtornos do pensamento e sintomas negativos
ESQUIZOFRENIA
• Esquizofrenia na Infância

• Início geralmente insidioso


• Episódios psicóticos:1 a 6 meses
• A resolução dos sintomas positivos se segue de recuperação em
meses, com melhora parcial ou total dos sintomas negativos
• Prognóstico: pior que na fase adulta
• Preditores de melhor prognóstico: bom funcionamento pré-mórbido;
boa recuperação após primeiro episódio
Caracteristicas da esquizofrenia na infância e adolescencia

• Maior comprometimento do ajustamento pré-mórbido


• Alucinações visuais frequentes
• Delírios menos frequentes
• Pior evolução

• Diferenças entre fantasias e delírios e alucinações


• Fantasias ocorrem em momentos lúdicos; delírio e alucinação sem horário
preferencial
• Fantasias com conteúdos predominantemente agradáveis; delírio e
alucinação com conteúdos negativos
• Fantasias não prejudicam o funcionamento da criança; delírio e alucinação
são pervasivos
• Fantasias são congruentes com os desejos ou sentimentos (ex: monstro no
escuro); delírio e alucinação surgem independentemente do contexto.
ESQUIZOFRENIA

• Tratamento

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