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Luz Visível

A Luz e as Suas Características


Um dos maiores avanços da fisica do sec. XX foi a descoberta de que a Luz,
como forma de radiação electromagnética, tem propriedades de onda e de partícula

Na forma de partícula ela é formada por partículas energéticas chamadas quanta


(singular: quantum) ou fotão, que são indivisíveis.

Fotão E=h (h)constante de Planck -6,626x10 -34 Joules.s,


( ) frequência da radiação em ciclos/s

Cores de fotões   energia

E=hc/λ (c) velocidade da luz


ex:1 mol de fotões(490 nm) de
luz azul tem 240 kJ e para 1 c.o.
h de 700nm (vermelho) só tem 170kJ
Pigmento Pigmento* (excitado)
Características de onda
Possíveis formas de um pigmento
libertar energia quando excitado
Molécula Singletos S1, S2
• Estado fundamental Estado excitado
So
Absorção de fotão
Tripletos T1

Nos estados de excitação singleto (orbitais mais


energéticas), os electrões estão com spins
opostos

Nos tripletos (orbitais menos energéticas), os


spins são iguais
Como voltar ao estado fundamental?
• Possibilidades:

• Emissão de um fotão idêntico ao absorvido (muito improvável)

• Perca de energia ( na mesma orbital de excitação) na forma de calor

• Saltos descendentes curtos entre estados electrónicos próximos (energia não


radiante) conversão interna ex: singleto tripleto

• Saltos entre estados suficientemente afastados, com cedência de energia na


forma de fotão visível => menor energia (fluorescência)
fluorescência

• Cedência ou transferência da energia de excitação a outra molécula


suficientemente próxima => transferência
Excitação da molécula de clorofila
Fotossíntese
Durante a fotossíntese as plantas utilizam
H2O, CO2, Luz e libertando O2,obtêm
açúcares fundamentais para a obtenção de
energia e esqueletos de carbono

Carotenoides
Cloroplastos
Pigmentos antena e o transporte de electrões
Os cloroplastos têm membrana externa bastante permeável
E uma membrana interna mais selectiva, que está em contacto
com um sistema membranar os tilacoides (sacos)
Grana empilhados
Lamelas estromáticas laminas simples e longas
4 complexos proteínicos responsáveis pela
primeira fase fotossintética:

Complexos antena Fotossístema II (P680)


associados: Fotossístema I (P700)
LHCII (P680) Complexo citicromo b6f
LHCI (P700) ATP sintease
Pigmentos antena
• Carotenoides fotoprotector
• Ficobilinas
• Clorofila b
• Clorofila a Recebem o excesso de energia da clorofila
Dissipa energia na forma de calor
Impedem formação de espécies reactivas de O2
Impedem a degradação dos fosfolipidos

Centro de Reacção
(molécula de clorofila a)

Esquema de absorção
dos pigmentos antena
no fotossistema II (P680)

Clorofilas +proteínas
Distribuição dos fotossistemas
e complexos proteicos nos tilacoides

Em média existem 1,5 PSII para 1 PSI


embora sejam valores que variam com
as condições de luz em que a planta cresceu
Fotossistemas
• Os fotossistemas I (PSI) e II (PSII) estão separados nas membranas
dos tilacoides

• Cada fotossistema tem na sua constituição várias proteínas e


clorofilo-proteínas (CP) que são a antena intrínseca e as proteínas
que ligam o fotossistema à antena extrínseca

• Associados às antenas periféricas ou extrínsecas (LHC I e LHC II)

PS II

PS I
Fotossistema II
•Macro-complexo com 2 funções fundamentais:
• Dá inicio à transformação de energia luminosa em energia
redox (1ª separação de carga transporte de electrões
• Origina a hidrólise da água Protões
(Reação de Hill)
Electrões
O2
• Constituído por 21 polipéptideos: 17 proteínas intrínsecas, 2
proteínas centrais que unem os cofatores (D1 e D2), do lado do
lúmen 3 proteínas extrínsecas (OEC) responsáveis pela hidrolise
Da H2O
H2O Mn4 Tyrz P680 (Cla2-Cla2) Feo QA- (Fe2+)---QB--------PQ
LUMÉN ESTROMA
Variações no potencial Redox, entre o P680 e a
cadeia transportadora que levará os electrões até
ao P700.

electrão
P680 excitado Feofitina aceitadores QA-QB
(Plastoquinona)
electrão

Z (Tyrz- reziduo de tirosina na cadeia lateral de D1)


OEC
4Mn electrão

H2O

Protões + O2
Hidrolise da H2O (reacção de Hill)

OEC (Oxygen-evolving complex)

Estado S1 é estável no escuro, o que


não acontece com S2 e S3.

1/4 S0 e ¾ S1.

Sucessivos fotões fazem avançar no sistema


de S0 até S4 que é um estado instável e reage
com 2 moléculas de H2O produzindo O2+H++e-
Aceitadores no Fotossistema II
• O 1º Aceitador é a feofitina: molécula de clorofila
em que o átomo de Mg foi substituído por 2 H.

• A plastoquinona é uma molécula anfipática com


uma cabeça polar e uma cauda apolar de
hidrocarbonetos
difusão na fase lípidica da membrana

• As plastoquininas existem num “pool” de várias por


cada fotossistema II

• Cada plastoquinona do “pool” pode estar em


diferentes estados de oxi-redução

+ 2H+
Q Q -* QH2
quinona Semiquinona Hidroquinona
Complexo Citocromos b6-f
• Grande proteína com várias subunidades, com vários grupos
prostéticos

• Contem 2 grupos heme tipo b e 1 grupo heme tipo c (citocromo


f)

• Contem proteína Rieske ferro-enxofre

• Associado ao ciclo das quinonas

• A proteína Rieske ferro-enxofre aceita o electrão das quinonas


e passa-o ao citocromo c e este vai reduzir a Plastocianina
(proteína com cobre azul)
Funcionamento do complexo citocromo b6f

Intimamente ligado ao ciclo das quinonas


Proteína Rieske aceita e- da hidroquinona
(QH2) e transfere-o para o citocromo c
que transfere o e- para a plastocianina que
Vai reduzir o P700 (fotossistema I) que
está oxidado.

No processo cíclico a semiquinona transfere o


outro e- ao heme tipo b, e libertando os 2 protões
para o lúmen. O heme tipo b transfere o e- através
do outro grupo heme tipo b, para uma outra quinona
oxidada reduzindo-a a semiquinona, próxima da
superfície estromal
Plastocianina

• Pequena proteína hidrosoluvel (10kD)


• Espaço do lúmen
• Desloca-se do complexo
citocromos até ao Fotossistema I
• Reduz o P700
Fotossistema I

• Constituido por 3 Proteínas centrais de grandes


dimensões:
–Unem os principais factores redox envolvidos na
transferência de electrões
–Unem grande numero de clorofilas da antena intrínseca
–Polipeptidos no estroma e no lúmen que possibilitam a
transferência para a ferredoxina (no estroma) e receber
electrões da plastocianina (no lúmen)

NADP

Pc P700 Ao - A1 (Vit K1) – FeSx FeS B FeSA Fd Fp

Complexo citocromos
Funcionamento do fotossistema I
• Todos os aceitadores próximos
do P700 são agentes redutores
muito fortes sendo o primeiro uma
clorofila seguida de uma quinona
conhecida por vit. K1.

• 3 proteínas de membrana com


ferro-enxofre (centros Fe-S X, A e B)
fazem parte da proteína de P700.
Os electrões seguem dos centros para
a Ferredoxina (pequena proteína FeS
solúvel em água)

• A ferredoxina está associada a uma flavoprotina


Ferredoxina-NADP redutase que usa os electrões
para reduzir o NADP+ a NADPH, terminando a
sequência que começou na hidrolíse da água.
Cadeia Transportadora de electrões
• Esquema em Z:
Fotofosforilação cíclica e acíclica
• Fotofosforilação acíclica:
• Envolve os dois fotossistemas
e toda a cadeia transportadora
• Produz ATP e NADPH

• Fotofosforilação cíclica:
• Envolve só o fotossistema I
• Produz ATP
• Não produz NADPH nem oxida a água
Teoria Quimiosmótica
Concentrações iónicas diferentes e diferentes
potenciais eléctricos dos dois lados de uma
membrana é uma fonte de energia livre
utilizável pela célula

O ciclo das quinonas ao bombear H do estroma


para o lúmen do tilacoide produz uma diferença
de potencial químico, traduzível numa diferença
de pH.
ATP sintetizado num grande complexo Enzimático
chamado ATPase, ou ATPsintetase com 2 partes:

Porção hidrofóbica ligada a membrana chamada CFo(Fo) e uma porção fora da


membrana (no estroma) chamada CF1 (F1). Sitio catalítico esta na porção β
A teoria quimiosmótica explica a formação de ATP
na Fotossíntese e na Respiração.

A diferença de potencial químico verifica-se nos


cloroplastos e nas mitocondrias

interior

exterior
Regulação e reparação do Aparato fotossintético

• Embora com mecanismos de protecção do excesso


de luz, nem sempre o controlo é total e formam-se
espécies tóxicas (espécies de O2) mecanismos
de dissipação e de reparação:

• Movimentação do
complexo Antena (LHCII) fosforilado Fotossistema I
Não fosforilado

• Dissipação de energia pelas


Xantofilas Fotossistema II

• Reparação da D1 do P680 (danificada fotoinibição)


Remoção da danificada e substituição

• P700 é sensível ás espécies de O2, acção da superoxido


dismutase, ascorbato peroxidase
Herbicidas
• Os herbicidas são muito usados na
moderna agricultura, com ex: diuron e
Paraquat (marijuana)

Dois modos de acção:

1) Diuron bloqueia a cadeia por competir


com o local de ligação da plastoquinona
no P680 (QB)

2) Paraquat bloqueia por funcionar como


aceitador precoce de electrões no P700
Resumo
Reacções de carbono
Todos os anos cerca de 200 biliões de Toneladas de CO2 são convertidos
em Biomassa
Todos os organismos eucariotas
Fotossintetizadores reduzem o CO2
a carbohidratos via o mesmo mecanismo:
Ciclo de Calvin ou Ciclo Redutivo
das Pentoses Fosfato ou
Ciclo da Redução Fotossintética
do Carbono(PCR)

A descoberta e determinação dos passos do Ciclo de Calvin foram


descobertas em 1950 por Melvin Calvin Nobel em 1961
Algas 14
CO2 (tempos curtos)

álcool fervente
separação e Identificação em cromatografia
papel de duas dimensões

3-Fosfoglicerato
Inicialmente o carbono reduzido é o
do grupo carboxilo do 3-fosfoglicerato

1º intermediário estável do ciclo

Aceitador inicial do CO2 é um


composto de 5 átomos de carbono
+ CO2

Composto de 6 átomos

Mol. de 3 átomos Mol. de 3 átomos

2 mol. de (PGA) 3-fosfoglicerato

Aceitador de CO2 é a Ribulose 1,5-bisfosfato


Ciclo de Calvin

• 3 etapas no ciclo:
• Carboxilação
• Redução
• Regeneração
Carboxilação Ribulose 1,5-bisfosfato
aceita CO2 e forma 2 moléculas de
3-fosfoglicerato

Redução 3 fosfoglicerato

Gliceraldeido 3 fosfato
(carbohidrato)

Regeneração Regeneração do
aceitador de CO2
Ribulose1,5 bisfosfato
para poder re-iniciar o ciclo
Enzima RubisCO
• Enzima Ribulose bisfosfato Carboxilase/Oxigenase cataliza a reacção de
carboxilação do ciclo. Como é uma Carboxilase/ Oxigenase o O2 e o CO2
competem pelo mesmo substrato (ribulose 1,5 bisfosfato)

• Afinidade da RubisCO pelo CO2 é tão alta que assegura a rápida carboxilação
mesmo a baixas [CO2 ]

• 40% do total de proteínas solúveis é RubisCO

• A [centros activos] da RubisCO


é 500x superior á [CO2] na folha

Carboxilação e hidrolise
Estrutura da RubisCO
• A maioria dos organismos oxigenicos fototróficos
tem uma RubisCO com 8 subunidades grandes
(55kD) e 8 subunidades pequenas(14kD) (L8S8)

• Subunidades grandes produzidas no cloroplasto,


subunidades pequenas produzidas no citoplasma e
transladadas para o cloroplasto

• Para activar a RubisCO:


CO2 (molécula diferente do substrato)
Mg2+
Luz
Rubisco activase
ATP

Para inactivar a RubisCO:


escuro
ribulose 1,5 bisfosfato (ou outra pentose fosfato)
Carboxiarabinitol-1-fosfato (inibidor)(liga-se á noite e desliga-se com os primeiros fotões)
Regulação do Ciclo de Calvin
• Activação pela luz de várias enzimas regula o ciclo de Calvin:
• 5 enzimas funcionam no ciclo 4 têm a actividade controlada pela luz
via o sistema Ferredoxina-tiorredoxina as enzimas têm 1 ou +
grupos dissulfito(-S-S-) estão na
(Escuro)
forma oxidada (-S-S-) tornando a enzima inactiva reduzido a sulfidril (-
SHHS-)=>enzima activa (Luz)
– Redução no P700 da ferredoxina +2 H+=> redução do grupo
dissulfito do centro activo da enzima ferredoxina:tiorredoxina
redutase reduz o grupo dissulfito da tiorredoxina (proteina
reguladora) esta enzima reduzida vai reduzir o grupo (-S-S-) da enzima
alvo activando-a
– Inactivação das enzimas no escuro: O2 converte tiorredoxina e as
enzimas alvo de –SHHS- a –S-S- (forma reduzida-forma oxidada
Fotão
• A regulação do ciclo de Calvin também está relacionado com
a maior actividade de várias enzimas a pH superiores, e em
[Mg2+] superiores (movimento para o estroma associado à
movimentação dos H+).

• Com ao ciclo das quinonas H+ são bombeados do estroma


para o lúmen aumentando o pH do estroma de pH 7 para pH
8 => enzimas como rubisco, frutose-1,6-bisfosfato fosfatase e
ribulose-5-fosfatase cinase
Activação da RubisCO
• Actividade da enzima à luz, mas não é sensível ao sistema
ferredoxina:tiorredoxina
• CO2 reage com uma grupo amina do resíduo de lisina no centro activo
da enzima

Ião Carbamato
• O ião liga-se ao Mg2+ activando o complexo, como se libertam 2 H+ a
activação é promovida por pH e [Mg2+]
• A actividade da rubisco á luz está directamente relacionada com as
alterações de pH no estroma

• Carbamilação só ocorre depois do açúcar fosfatado (ex:ribulose 1,5


bisfosfato) inibidor, ser removido pela enzima rubisco activase
assim como o Carboxiarabinitol-1-fosfato (liga-se à noite a rubisCO e é
removido de manhã quando a densidade de fotões aumenta)

A actividade da enzima rubisco activase depende de gasto de ATP


Resumo da Regulação
Resumo
Reacções
dependentes da luz

Reacções
indirectamente
dependentes da luz
Rubisco Oxigenação

• A oxigenação da Rubisco
• Perda de CO2
• Diminuição da taxa de fotossíntese
Fotorrespiração

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