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A LUTA PELO DIREITO À SAÚDE NO CENÁRIO


DAS JORNADAS DE JUNHO DE 2013

Aluna:Mariana Costa da Silva


Orientador: Prof. Dr. Maurílio Castro de Matos
PONTOS DE PARTIDA

A contrarreforma do Estado no contexto


dos megaeventos – principais impactos
na política de saúde

 A Lutados movimentos sociais em defesa


do direito a saúde nas jornadas de 2013
Foto: www.infojovem.com.br

CAPITULO 1: HISTÓRICO DA
POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL
1.1 AS PRIMEIRAS INTERVENÇÕES DO ESTADO
DA SAÚDE

Noséculo XX, no Brasil ocorre a emergência da saúde como questão


social

Criaçãodas Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) em 1923,


por meio da Lei Eloy Chaves

Em 1930 surge a medicina previdenciária, com a criação dos


Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs)

Em 1966 ocorre a unificação da Previdência Social com a substituição


dos IAPS pelo INPS (Instituto Nacional da Previdência Social)

AConstituição de 1969 contornada pelo modelo de atenção a saúde


do período de 1966 a 1967 foi susteda pela previdência social e
conveniada com a empresas – Medicina de grupo.
1.2 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SUS

 Na decada de 1980 - em 1987, foi criado o SUDS (Sistema Unificado e


Descentralizadode Saúde.

 Em 1988 é criado o SUS (Sistema Único de Saúde), promulgado na


Constituição de 1988. Fruto de uma nova abordagem a cerca da questão da
saúde no Brasil, impulsionado pelo Movimento da Reforma Sanitária. A
construção do SUS se deu no contexto da 8ª Conferência Nacional de
Saúde

 Os principais aspectos em relação ao SUS, aprovados na Constituição


foram: O direito universal à saúde e o dever do Estado, as ações e serviços
de saúde passaram a ser consideradas de relevãncia pública, integração de
todos os serviços públicos em uma rede hierarquizada, regionalizada,
descentralizada e de atendimento integral, participação complementar do
setor privado no sistema de saúde e proibição da comercialização de sangue
Foto: mariana costa

CAPÍTULO 2: POLÍTICA DE SAÚDE NA ATUAL


CONJUNTURA – A CONTRARREFORMA DO
ESTADO EM CURSO
2.1 AS OFENSIVAS AO SUS: A CONTRARREFORMA
DO ESTADO

A partir dos anos 1990, sob a presidência de Fernando Collor de Mello, ocorre o
redirecionamento do papel do Estado – contrarreforma implementada em 1998 por Bresser
Bereira - sob forte influência dos pressupostos neoliberais e consequentemente o
incremento das políticas de ajuste neoliberal

Em consequencia da contrarreforma, a implementação do SUS sofreu boicote, sem


apresentação precedente de um projeto de política de saúde do governo federal,
evidenciando a disputa entre dois projetos:

Projeto de Reforma Sanitária - fruto do movimento popular e das mobilizações dos


profissionais de saúde cuja preocupação central é assegurar que o Estado respalde sua
atuação a partir da concepção de Estado democrático e de direito, responsável tanto pelas
Políticas Sociais quanto pela saúde.

Projetode saúde articulado na lógica de mercado ou a reatualização do modelo médico


assistencial privatista se fundamenta na Política de Ajuste que tem como principal
tendência a contenção dos gastos com racionalização da oferta; descentralização e
isenção do poder central.
2.2 CONTRARREFORMA DO ESTADO: NOVAS FORMAS
DE PRIVATIZAÇÃO

 Sob o pretenso argumento da burocracia excessiva na esfera


estatal, ineficiência, corrupção e lentidão. São criadas as Oss
e OSCIPs, com o intuito de repassar para a iniciativa privada
a gestão das funções que não são exclusivas do Estado

 Com a Lei 9.637/98 é criada as OS (Organizações sociais)


para atuar junto ao ensino e pesquisa cientifica.

 As OSCIPS (Organizações da sociedade civil) de interesse


público foi criada em 1999, com a Lei 9637.

 No inicio dos anos 2000, ocorre o aprofundamento da adoção


as Oss nos governos municipais e estaduais
2.2 GOVERNOS PT E A CONTINUIDADE DAS
PRIVATIZAÇÕES
 Durante governo Lula houve forte focalização e centralidade no programa Saúde da
Família, precarização, terceirização dos recursos humanos, desfinanciamento e falta
de vontade pública na viabilização da Seguridade Social

 Em 2010 foi criada a Empresa brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) – ligada


ao Ministério da educação -, com o objetivo de reestruturas os hospitais universitários

 Os dois mandatos de governo Lula não representaram grandes avanços no tocante a


saúde e a consolidação das diretrizes do SUS. Ao que parece, o governo Lula
continuou dando aprofundamento ao modelo advindo do governo anterior – FHC

 O governo Dilma anterior e atual vem pouco a pouco esgotando o modelo Lulista de
colaboração de classes (Netto, 2014).

 Nesse governo é criada a Lei 13007/15 que regulamenta a abertura da saúde ao


capital estrangeiro

 Aprofundamento da privatização - EBSERH, incentivo a implementação de Oss e


OSCIPs nos governos federais e municipais.
Foto: Mariana Costa

CAPÍTULO 3: PARTICIPAÇÃO
SOCIAL NA LUTA PELA SAÚDE
3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS
MOVIMENTOS SOCIAIS
 As primeiras organizações sindicais (trade unios) tem inicio na Inglaterra em
1884 e tinham como objetivo a fixação e negociação de aumento de salários e
diminuição das jornadas de trabalho

 Atualmente há diversas leituras a cerca dos movimentos sociais . Montaño e


Duriguetto (2010) denominan “novos movimentos sociais” aqueles movimentos
originados principalmente em meados do século XX alternativos aos
movimentos sociais de classe tradicionais e aos partidos de esquerda.

 Os novos movimentos sociais ocorreram ao longo dos anos 1960 a 1970, a


questão central desses NVM é a possível desarticulação dos mesmo da esfera
imediata do trabalho e da produção , para a esfera da reprodução.

 A noção dos novos movimentos sociais, pode ser remontada a partir das
compreensões de Fontes (2007), pois se tratando da atual fase do capitalismo
ocorre a auto valorização do capital via a expropriação de bens sociais.
3.2 MOVIMENTOS SOCIAIS E A
SAÚDE
 No final dos anos 1970 – inicia-se os primórdios da movimento
da Reforma Sanitária com a participação de novos sujeitos
sociais a discussão das condições de vida da população
brasileira.

 O MRS foi protagonizado por estudantes, professores


universitários, trabalhadores da saúde entre outros e passou a
assumir o processo de democratização na saúde

 A luta pela saúde pode ser entendida como elemento tático e


estratégico (Oliveira).

 A objetividade da luta pela saúde, no bojo da mercadorização.


Se dá no sentido da busca pela emancipação humana.
FRENTE NACIONAL CONTRA PRIVATIZAÇÃO DA
SAÚDE
FÓRUM DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

 Nos anos 2000 foram criados o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro


e FNCPS com o objetivo de dar continuidade as lutas iniciadas
pelo MRS em 1980

 A FNCPS se opõe à iniciativa de prestação de assistência à saúde


como fonte de lucro e tem como tática a formação de uma frente
de esquerda anticapitalista e suprapartidária

 O Fórum de Saúde foi criado entre o ano de 2005 e 2006, como


estratégia para intervir na formulação de Fundação Estatais de
direito privado, o mesmo tem contribuído para o debate a
respeito das formas de privatização tanto da esfera estadual e
municipal do Rio de Janeiro
Foto: Mariana Costa/ Cristina Froment

ABERTURA DA COPA DO
MUNDO: 2014
CAPÍTULO 4: CONSIDERAÇÕES
HISTÓRICAS SOBRE O RIO DE
JANEIRO
4.1 HISTÓRICO DA CIDADE DO RIO DE
JANEIRO

 A cidade do Rio de Janeiro, antes estado da Guanabara foi capital até 1973.
por esse motivo a cidade ainda conta com um ampla estrutura de serviços de
hospitais especializados, a maior do país.

 Por impasses administrativos, o Rio teve inúmeras dificuldades de incorporar o


SUS, algumas unidades antes pertencentes ao Distrito federal, não foram
municipalizadas

 Devido a esses fatores mencionados e outros, foram sucessivas as crises


desencadeadas tantos no âmbito municipal quanto estadual, no tocante a rede
de serviços de saúde. Essa questão histórica, ocasionou dificuldades
administrativas que foi utilizada de forma pretensiosa para implementação de
OS.

 São inúmeras as pretensões do poder público atrelado ao interesse privado


para garantir a acumulação de capital em diversos setores na cidade do Rio de
Janeiro
4.1 A CIDADE DO RIO DE JANEIRO NOS MARCOS DA
LÓGICA DO CAPITAL

 Grupos ligados ao capital internacional tem encontrado na cidade do Rio de Janeiro um


espaço altamente favorável para o processo de acumulação.

A promoção dos megaeventos no Rio, foi a maior expressão desse interesses. A


consequencia da aliança de organismos internacionais (COI e FIFA) ao poder público foi
o remodelamento da cidade (diversas esferas) à lógica mercantil mundial.

 Para Maior (2014) um dos maiores responsáveis pelo déficit atual foi a realização da
Copa, totalizando cerca de R$ 25,6 bilhões

 Grande parte dos investimentos para a Copa foram embolsados pelas empreiteiras e
partidos que disputaram as eleições de 2014.

O Estado brasileiro deixou de arrecadar R$ 77,8 bilhões de tributos com reduções e


isenções, provocando impacto direto ao patrimônio dos trabalhadores

 Uma das esferas que sofreu profundos impactos a partir da eleição da cidade a sede de
jogos olímpicos e a Copa da FIFA foi a política de saúde
O CENÁRIO DAS JORNADAS DE JUNHO
DE 2013

 Em resposta aos grandes investimentos para preparação da Copa e


Olimpíada, em detrimento do sucateamento dos serviços públicos, entra
em cena as jornadas de junho de 2013, como uma das maiores
manifestações de descontentamento da população na história do país.

 As jornadas começaram em São Paulo, motivada pela Luta contra o


aumento das passagens – liderado pelo MPL (Movimento do Passe Livre)
e foi se espraiando para diversas capitais brasileiras, somando-se a uma
grande massa descontentente e segmentada por diversas demandas –
saúde, educação, transporte, etc.

 O dia 13 de junho foi sem dúvida um dos maiores marcos para os


movimentos populares, protagonizado por milhares e milhares de
estudantes que tomaram as ruas do centro do Rio de Janeiro, provocando
um conflito entre manifestantes e policiais militares na ALERJ
O SENTIDO DA LUTA PELA SAÚDE NO
CENÁRIO DE JUNHO DE 2013
 O sentido das manifestações foi atravessado por uma guerra de
interpretações. Por um lado a grande mídia tentava dar significados
fragmentados e criminalizatório a um cenário completamente
“alvoroçado”, por outro a mídia alternativa apresentava uma tentativa de
desconstrução da hegemonia ideológica representada pela grande
mídia.

 As lutas nas jornadas de junho, a principio estavam muito atreladas a


luta pela cidade – transporte, privatização do Maracanã, remoções, etc.

 Nessa conjuntura buscava-se entender a pauta da saúde pública, nesse


cenário de tantas bandeiras. A principio não parecia claro o que as
organizações populares demandavam no tocante a saúde. Também não
parecia claro o que a saúde tinha a ver com aquele cenário de grandes
investimentos para o “circo espetacular”
PONTO DE CHEGADA
 Com a intenção de entender as demandas apresentadas, algumas entidades integrantes
ao Fórum de Saúde foram pesquisadas;

 Dentre as entidades ASFOC, CSP Conlutas, MUDI, DENEM, NEMLA, PCB e PSOL. O
PSOL, PCB e a DENEM foram as entidades que apresentaram criticas mais consistentes
a conjuntura de 2013 e a questão da saúde

 Cabe ressaltar que quase todas as entidades apresentaram insatisfações com os gastos
para os eventos todavia as organizações destacadas, foram as que tiveram mais
relevância.

 Podemos acrescentar que a busca pelo sentido da luta pela saúde, foi sem duvida muito
frágil, em vista das diversas organizações de esquerda existentes.

 Outra questão explicita é o distanciamento das organizações em relação aos princípios da


reforma sanitária, as criticas a atual contrarreforma do Estado não tem sido tão
aprofundadas.

 É clara a necessidade de uma pauta unificada na Luta pelo SUS.

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