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Diversidade

Prof. Ms. Nélio Borges Peres

Cultura Brasileira e culturas brasileiras


Alfredo Bosi (1936- ...): historiador e
imortal da Academia Brasileira de Letras
Obras de Referência:

 História da Literatura Brasileira


 Ideologia e Contra Ideologia
 Dialética da Colonização
 (et all)
Dialética da Colonização:

 Publicação de 1992, contem uma série de teses


com as quais o autor defende a pluralidade
cultural e a afirmação da cultura como práticas
inerentes à cultura do capital (capitalismo)
imposta aos mais variados grupos humanos ao
longo da era moderna. Elemento de
determinação ideológica, as práticas culturais
são analisadas à luz da dialética materialista,
que considera política toda e qualquer estética
da ação humana – inclusive, a inação.
Cultura, no singular...
 Cria a ilusão de que existe uma “unidade prévia” que
aglutina (mistura) todas as “manifestações materiais e
espirituais do povo brasileiro (Bosi, 1992: p. 308).

 Nós podemos falar em cultura banto, cultura tupi,


cultura bororo, cultura nhambiquara “tendo por
referente a vida material e simbólica desses grupos
antes de sofrerem a invasão e aculturação do branco”
(Idem).

 Após o contato, a cultura perde fisionomia primitiva


que parecia homogenia.
Definição tradicional de cultura:

 A partir da nossa Antropologia Cultural,


reparte-se o Brasil em culturas adotando o
critério racial: culturas indígena, negra,
branca, mestiças.
 Há também a definição que adota o critério
pretensamente “universalista”: culturas
européias e culturas não-européias.
 Em ambos os critérios temos o fechamento
do conceito de cultura em âmbito biológico.
Culturas no Plural...
 “Os critérios podem e devem mudar... o reconhecimento
do plural é essencial” para a abertura do conceito e a
possibilidade de divisar horizontes para além das
fronteiras linguisticas, raciais, nacionais.

 Pelo termo cultura devemos entender: “herança de


valores e objetos compartilhada por um grupo humano
relativamente coeso”.

 No caso do Brasil, temos: cultura universitária, “letrada”


e cultura popular “iletrada” (Bosi: 1992, p. 309).
Cultura acadêmica e cultural folclórica:

 Situemo-nos entre estes dois tipos de cultura, entre


os dois extremos: veremos que há entre eles:
 a Cultura Criadora Individualizada, praticada entre os
intelectuais que não estão dentro das Universidades
(escritores, compositores, artistas plásticos,
dramaturgos, cineastas). Para quem está do lado de
fora, esta é uma cultura considera Alta Cultura.
 E a Cultura de Massas, práticas consumistas de
produtos ligados ao sistema de produção de bens e
ao mercado de consumo: industria cultural.
Cultura acadêmica e cultural folclórica:

 Quatro tipos de culturas, para fins


analíticos:
 1º Cultura Universitária

 Cultura criadora extra-universitária

 Industria cultural

 2º Cultura Popular
Segundo o ponto de Vista da Cultura
Tecnoburocrática, é preferivel um esquema
espacial:
 A cultura (tecnoburocrática) hegemônica
prefere o arranjo da seguinte forma:
 Culturas (práticas) Institucionais: universidades
e meios de comunicação de massa;
 Culturas (práticas) não-institucionais: cultura
criadora e cultura popular.
Este “esquema espacial”: dentro e fora “enrijece o
termo instituição”, definindo-o sempre como
organização dominante (Bosi: 1992, p. 309).
Renascimento Cultual sec. XVI – considerado um dos
primeiros grandes movimentos da burguesia, que valorizava a cultura
laica e racional, cujo objetivo visa a utilidade dessa mesma cultura.
A época do renascimento marca o início do declínio
dos valores cavalheirescos da aristocracia e da
ascensão dos valores comerciais da burguesia.
Outra descoberta essencial daquela época, em relação aos
dias de hoje, foi a do “continente Americano” e, para nós, a
do mundo que seria colonizado pelos povos ibéricos,
especialmente os portugueses.
A Expansão comercial européia determinou a necessidade de se buscar
matéria prima e riquezas naturais para a obtenção de lucros. Para isso,
era necessário conquistar novos mercados consumidores dos produtos
manufaturados.
A conquista da alma: representação da primeira missa em
terras tupis
Do ponto de vista do europeu, o gentio, o outro, era diferente em
tudo, a não ser na aparência que assemelhava-se a seres humanos. Os
gentios foram definidos oficialmente pelos desbravadores por meio de
uma série de adjetivos, dentre os quais guerreiros e indolentes.
A sociedade brasileira tem origem
agrária.
Na colônia predominou o trabalho escravo nas grandes lavouras
e na industria açucareira, mas também havia o trabalho livre,
praticado por homens e mulheres livres e pobres.
Empresa Colonial Agrícola: engenho de
cana e exportação de matéria prima.
Bandeirantes.
Cotidiano e vida privada na colônia
Complexo Casa-Grande e Senzala
Uma empresa colonial
Transporte alternativo: numa atitude típica da nossa aristocracia
rural , o dono de bens caminha sem tocar os pés no chão. Eis como se
faz o progresso acontecer nas terras brasílicas.
A sinhá alimentando os filhotinhos de seus escravos, como quem
alimenta as pernas e as mãos que farão todo o trabalho para o seu
corpo viver bem. Eis o prazer obtido pelo corpo e pelo uso do corpo do
outro.
Na porta da venda é possível assistir ao espetáculo produzido
por Rugendas ao retratar o cotidiano urbano do Brasil no séc.
XIX.
Inhôs e Inhás
Periferia
Interior de cozinha em estilo colonial
Cozinha colonial: a idéia
Interior de uma casa pobre na colônia
Móveis em estilo colonial utilizados
pela elite rural.
O novo e o velho na confusa
modernidade brasileira

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