Você está na página 1de 22

AÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO

DA FEBRE TIFÓIDE; TIFO; SALMONELOSES


OU DOENÇA DAS MÃOS SUJAS

Prof. Ms. Iací Proença Palmeira


AGENTE ETIOLÓGICO: bactéria gram-negativa,
Salmonella typhi , da família Enterobacteriaceae.

RESERVATÓRIO: O homem doente ou o portador.


MODO DE TRANSMISSÃO: água e alimentos
contaminados por fezes ou urina de doente ou
portador.
Somente uma grande carga bacteriana (ingestão de
106 a 109 bactérias) é capaz de causar a doença. Ao
contrário das infecções subclínicas, que são
causadas por um nº bem menor.

SOBREVIDA DA BACTÉRIA
ESGOTO: quase 40 dias CARNE E ENLATADOS:
Após preparo e aberta a lata
LEITE E DERIVADOS: até 2 de conserva, a sobrevida do
meses, principalmente na agente é > que a vida útil dos
manteiga. alimentos.

MARISCOS E MOLUSCOS: ÁGUA: temperaturas baixas,


Até 4 semanas. >sobrevida
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: depende da dose
infectante (dura de 1 a 3 semanas em média

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Enquanto


houver bacilos nas fezes ou urina (10% eliminam
bacilos até 3 meses após o início da doença). 2 a
5%, após a cura, tornam-se portadores e continuam
eliminando os bacilos por vários meses.
SUSCETIBILIDADE: é geral, porém é > nas
pessoas que tem acloridria gástrica. A vacina e a
doença não conferem imunidade permanente

QUADRO CLÍNICO:
Hipertermia Astenia
Cefaléia Mal-estar geral
Calafrios Anorexia

Cólicas
abdominais

Bradicardia

Róseolas Obstipação
Tíficas ou diarréia
Tratamento de Suporte

A febre, a desidratação e o estado geral do doente


devem ser monitorados e tratados.
Não devem ser usados medicamentos obstipantes
ou laxantes.
São recomendados repouso e dieta conforme
aceitação do doente, evitando os alimentos
hiperlipídicos ou hipercalóricos;
Acesso venoso para tratar os desequilíbrios
hidrossalinos e calóricos;
Controle da temperatura (parâmetro clínico de
melhora do doente e o tempo de tratamento);
Tratamento de Suporte

Cuidados de higiene;
Tratamento das complicações digestivas graves:
Manter uma veia calibrosa para reposição rápida de
volemia e administração de hemoderivados caso
necessário;
 Manter dieta zero até estabilização do quadro e/ou
término da hemorragia;
Reavaliar freqüentemente o doente, visando a
manutenção da estabilidade hemodinâmica;
COMPLICAÇÕES

A enterorragia é a principal complicação e é


causada pelo deslocamento das ulcerações tíficas
das Placas de Peyer (formações linfóides locais) e
perfuração intestinal.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Investigação Epidemiológica

Quem foi afetado? Onde? Quando?


Qual a fonte de infecção? Quais os
fatores do meio que podem ter
contribuído para a existência ou
transmissão da doença?

Conduta frente a um surto


79
-cronometrar e estabelecer a
distribuição geográfica do caso,
dirigir observação para as fontes
de abastecimento de água ou
locais onde a população se
abastece.
Definição de Caso

-Caso Suspeito
Pessoa com febre persistente que pode ou não ter
um ou mais dos seguintes sintomas: cefaléia,
anorexia, mal-estar geral, dor abdominal,
dissociação pulso X temperatura, constipação ou
diarréia, roséolas tíficas e esplenomegalia.
-Caso confirmado NOTIFICAR
-Critérios Laboratoriais- quadro clínico compatível e
isolamento da salmonella.

Critério Clínico-Epidemiológico- clínica compatível


além de ter tido contato com um caso confirmado
por laboratório
Ações de Enfermagem nas medidas de
Controle
1-Medidas referentes aos doentes:
-o paciente não deve ser isolado;

-destino adequado dos dejetos;

-desinfecção dos objetos que estiverem em contato


com excretas com hipoclorito de sódio a 10%, após
a limpeza dos mesmos com água e sabão;

-tratamento adequado;

-o doente deve ser afastado da manipulação de


2-Medidas aos Portadores
A pesquisa de portadores é feita através de 7
coproculturas em dias seqüenciais. É indicada no
seguintes casos: comunicantes que manipulem
alimentos em creches, hospitais, asilos, etc. Quando
detectado um portador o mesmo deve ser afastado
da manipulação e tratado imediatamente.
3-Medidas de Saneamento
 sendo a febre tifóide uma doença de veiculação
hídrica, seu controle está intimamente relacionado a
um sistema adequado de saneamento básico.
Quando não há rede pública de água e esgoto, a
população deve ser orientada sobre como proceder
em relação ao abastecimento de água e destino dos
dejetos:
orientar quanto à limpeza e desinfecção periódica
das caixas de água de instituições públicas, a cada
6 meses no máximo;
 orientar a população para ferver ou clorar a água.
4- Medidas referente aos dejetos
Proceder à limpeza e reparo de fossas, se
necessário.
Orientar a população quanto ao uso correto de
fossas sépticas e poços absorventes, em locais
providos de rede de água.
5- Medidas referentes aos alimentos:

- A contaminação pode ocorrer a partir da própria


origem do alimento, como é o caso de ostras ou
mexilhões contaminados com Salmonella typhi em
função de seus habitat aquáticos estarem
contaminados.

-Poderá ocorrer contaminação a partir da


manipulação de alimentos por pessoas doentes e
com hábitos de higiene deficientes, ou até mesmo
do uso de água contaminada durante o preparo dos
alimentos.
-Alimentos tais como leite e seus derivados, ostras,
mariscos e mexilhões recebem destaque da
literatura como sendo os principais responsáveis
pela transmissão da doença, entretanto deve ficar
claro que outros alimentos desde que contaminados
e possuidores de características intrínsecas que
favoreçam a sobrevivência e proliferação da
Salmonella typhi devem ser considerados quando
do desenvolvimento das ações de vigilância
epidemiológica.
Classificação dos alimentos segundo o risco
para S. Thyphi
1-Alimentos de alto risco: Leite não cozido, ostras,
moluscos, mexilhões, pescados crus, hortaliças,
legumes e frutas não lavadas.

2-Alimentos de médio risco: alimentos intensamente


manipulados logo após o cozimento ou requentados
e massas.

3- Alimentos de baixo risco: alimentos que são


cozidos que são consumidos imediatamente,
verduras fervidas, alimentos secos e carnes cozidas
ou assadas.
Medidas de Educação em Saúde:
-Lavagem correta das mãos

-Cuidados na preparação, manipulação,


armazenamento e distribuição de alimentos (lavar e
cozinhar verduras, mariscos e peixes; só tomar açaí
preparado com água fervida ou tratada com
hipoclorito de sódio), na pasteurização ou ebulição
do leite e produtos lácteos

-pingar 2 gotas de hipoclorito para 1 litro de água e


esperar 30 minutos para consumir;
Medidas de Educação em Saúde:

-Não urinar e defecar próximo a rios, igarapés,poços


e praias;

-Sempre utilizar água fervida ou tratada com


hipoclorito);

-Moscas e baratas podem transportar


mecanicamente para os alimentos as bactérias
presentes nas dejeções dos doentes e portadores;

-Proteger os alimentos do seu contato, adotar


cuidados com relação ao lixo, telar portas e janelas.
Vacinação:

1-Indicações da vacina:

-Pessoas sujeitas à exposições excepcionais como


os trabalhadores que entram em contato com
esgotos;

-Pessoas que ingressem em zonas de alta


endemicidade como por ocasião de viagem; e ainda;

-Pessoas que vive em áreas onde de alta incidência.


Vacinação:

2-Dosagem:
2 doses de 0,5 ml cada uma, via subcutânea, com
intervalo de 04 semanas entre as doses;
Em menores de 12 anos, aplicar metade da dose.

3-Idade:A vacina contra a febre tifóide pode ser


administrada a partir dos seis meses completo.

4- Reforço: A revacinação é feita com dose única,


administrada após 3 anos da última dose.

Você também pode gostar