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CUIDADOS DE

ENFERMAGEM NA
UTIN

Docente: ENFª Yasmin Beatriz de Oliveira


ADMISSÃO NA UT I
NEONATAL
Consiste em receber o RN que apresentar
dificuldades para adaptar se à vida extra-
uterina ou patologias que interfiram em sua
sobrevida no primeiro mês. O trabalho em
equipe é de extrema importância devido aos
cuidados e às intervenções que levam à
estabilidade do RN.
VERIFICAÇÃO DOS SSVV
Os sinais vitais correspondem à verificação da temperatura, respiração,
pressão arterial (PA) e freqüência cardíaca. Na unidade de alto risco, a
verificação dos sinais vitais deve ser feita a cada 4h, e a PA a cada 6 horas ou
de acordo com a necessidade do RN. Na unidade intermediária, deverão ser
verificados a cada 6 horas. Os sinais vitais devem ser checados mesmo nos
RNs monitorizados, e de preferência sincronizados com outros procedimentos
necessários, evitando o manuseio excessivo do bebê. Adotar a política do
mínimo toque traz conforto para o bebê, melhorando seu padrão de sono e seu
prognóstico
HIGIENE DO RECÉM-
NASCIDO
Consiste em promover a higiene e a proteção da pele, a profilaxia das infecções,
ativar a circulação, proporcionar conforto e bem-estar ao R N (Quadro 4).
Devemos considerar o estado clínico do bebê antes de um manuseio de higiene,
que pode ser excessivo. Devemos evitar a retirada do vernix do bebê logo no
primeiro dia. Estudos recentes demonstram que, embora o banho com esponja não
modifique os sinais vitais de prematuros estáveis, exceto pelo aumento da
freqüência cardíaca, também não protege a pele do prematuro contra infecções.
Portanto, banhos freqüentes não trazem benefícios bem estabelecidos para os
prematuros.
INSERÇÃO DO CATETER
EPICUTÂNEO

Consiste na inserção - por um


profissional habilitado - de um
cateter epicutâneo em veia
central por acesso periférico. O
cateter deve ser
preferencialmente de silicone,
radiopaco, com ou sem guia.
Indicado para RNs prematuros
extremos, RNs em uso de NFT ou
HV por tempo prolongado e com
manuseio restrito.
PREPARO Ε
ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAÇÃO
Antes do preparo de qualquer medicamento, o
nome do RN, a dose prescrita, a via de
administração, o prazo de validade do
medicamento e a estabilidade após
reconstituição deverão ser checados na
prescrição do dia. O executor deverá estar
paramentado adequadamente com gorro,
máscara e luvas estéreis. As medicações devem
ser preparadas em local previamente desinfetado
e específico para tal fim; utilizar técnica asséptica
e material estéril para evitar riscos
desnecessários para o bebê.
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAÇÃO
● Via oral - a absorção é intestinal. Os medicamentos podem ser administrados
através da boca em bebês com boa sucção e deglutição, ou via sonda gástrica.
Deve ser evitada quando o bebê não tolera alimentação, regurgita ou requer
aspiração gástrica intermitente. É preciso estar atento, pois algumas medicações
devem ser administradas com o estômago vazio enquanto outras podem ser
misturadas ao leite. É importante evitar medicações com sabor desagradável,
pelo risco de regurgitação e broncoaspiração.
● Via endovenosa - introdução direta na corrente sangüínea para ação imediata.
Observar, pois algumas medicações precisam ser diluídas para serem infundidas,
como é o caso da Vancomicina, da Amicacina endovenosa e outras.
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAÇÃO
● Via intramuscular - a absorção é mais lenta que a endovenosa. O
músculo utilizado para esse fim é o vasto lateral da coxa. É importante
alternar o local de administração. O volume não deverá ultrapassar 0,25
ml em RN < 1.000 g e 0,5 ml em RN > 1.000 g.
● Via retal - utilizada para a administração de supositórios, a fim de
favorecer a evacuação, ou com fim terapêutico, para introduzir
medicamentos específicos.
● Via subcutânea - a solução injetada deve ser isotônica e o volume
máximo não pode ultrapassar 0,1 ml. Os locais adequados são a face
externa lateral da coxa e a parede abdominal.
ADMINISTRAÇÃO DE HEMODERIVADOS:
Consiste na instalação de sangue e derivados, com a finalidade de:
● repor perdas hemorrágicas concomitantemente ao aumento
da volemia;
● aumentar a capacidade carreadora de oxigênio como na
correção da anemia;
● repor fatores de coagulação;
● manter o nível hemostático nas
trombocitopenias.
SONDAGEM GÁSTRICA

Consiste na passagem de um cateter


de material plástico, passado por via
oral ou nasal, sendo posicionado na
parte superior do estômago . Com o
objetivo de esvaziamento de gases ou
resíduos do estômago. Também é
utilizada na alimentação do RN
impossibilitado de ser amamentado
por via oral, devido à imaturidade ou
incapacidade de sucção ou
REANIMAÇÃO
NEONATAL
Primeiros passos da reanimação:
Colocar o RN sob Posicioná-lo em decúbito Se necessário, aspirar
dorsal, com pescoço em leve inicialmente a boca e
calor radiante. extensão, para manter a depois as narinas,
Enxugá-lo e permeabilidade das vias
lateralizando a cabeça
aéreas.
remover campos Reposicioná-lo e avaliar para um dos lados,
úmidos. frequência cardíca e ritmo mantendo o pescoço em
respiratório. leve extensão.
Ventilação com pressão positiva (VPP)
Se a respiração for irregular ou ausente, iniciar ventilação com pressão positiva com
máscara e reanimador neonatal em ar ambiente se RN com idade gestacional maior
ou igual a 34 semanas ou, com FiO2=0,4 se RN com idade gestacional < 34
semanas. A frequência da ventilação deve ser 40 – 60 ventilações por minuto, com
reavaliações a cada 30 segundos.
● Colocar oxímetro de pulso em mão direita em Rn pré-termo ou pulso radial
direito em Rn a termo. Conectar cabo no oxímetro somente após colocar o
sensor no RN.
● Se após 30 segundos, RN permanecer com FC<100 ou não iniciar respiração
espontânea efetiva e regular, reavaliar técnica e iniciar ou aumentar oferta de
oxigênio de acordo com oximetria de pulso (vide fluxograma reanimação).
● Se não houver resposta em 30 segundos, reavaliar técnica e considerar
intubação.
Massagem cardíaca
● Iniciar massagem cardíaca se, após 30 segundos de ventilação com pressão
positiva efetiva, a FC estiver abaixo de 60 bpm. Realizar massagem cardíaca
de forma coordenada com a ventilação, sendo uma ventilação para cada
três compressões torácicas, portanto 30 ventilações e 90 compressões por
minuto.
● Reavaliar a frequência cardíaca a cada 45-60 segundos e suspender a
massagem quando estiver acima de 60 bpm.
● Quando o RN apresentar FC acima de 100 bpm e respiração espontânea
regular, pode-se interromper a ventilação e manter oxigênio inalatório com
FiO2 de acordo com oximetria de pulso (vide fluxograma reanimação).
● Se o RN foi ventilado com ar ambiente, não há necessidade de O2
inalatório após suspender a ventilação.
Massagem cardíaca
Medicação
● Se após massagem cardíaca e VPP o neonato permanece com FC menor que 60
bpm, considerar a administração de adrenalina, na concentração de 1:10.000,
diluída em soro fisiológico. Pode-se usar 1 dose de 0,5 a 1 ml/kg via endotraqueal.
● Se após adrenalina endotraqueal não houver melhora da FC, deve se checar a
efetividade da técnica de ventilação e da massagem cardíaca.
● Estando a reanimação efetiva, pode-se repetir a adrenalina a cada 3-5 min em veia
umbilical na dose de 0,1 a 0,3 ml/kg e considerar o uso de expansores de volume.
● A solução de escolha é cristalóide (soro fisiológico 0,9% ou ringer lactato),
podendo-se usar sangue total O Rh negativo. Deve-se usar 10 ml/kg, em 5 a 10
minutos, injetável por seringa, na veia umbilical.
● Após estabilização, encaminhá-lo à UTI neonatal.
● Quando há depressão respiratória com FC normal e RN corado após ventilação,
associado à história materna de uso de opióide até 4 horas antes do parto, deve-se
considerar a hipótese de depressão respiratória por droga e manter o RN em
ventilação até que ele inicie ritmo respiratório regular.
REFERÊNCIAS:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids.
Recomendações para Terapia Antirretroviral em Crianças e Adolescentes Infectados pelo HIV: manual
de bolso/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2009.

Dawodu T, Douma C, Patnode R. Guia dos medicamentos comuns na unidade de terapia intensiva
neonatal. In: Cloherty JP, eichenwald EC, Stark AR. Manual de neonatologia. 5ª ed. Rio de Janeiro.
Editora Guanabara Koogan AS; 2005. p. 615-642.

Oliveira RG. Blackbook pediatria, 3ª ed. Belo Horizonte: Black Book Editora, 2005, 640p.

MOREIRA, MEL., LOPES, JMA and CARALHO, M., orgs. O recém-nascido de alto risco: teoria e prática
do cuidar [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2004. 564 p. ISBN 85-7541-054-7. Available from
SciELO Books .

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