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FUNDAMENTOS DE

ENFERMAGEM
Prof: Milena Martins
Oxigenoterapia
• A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio em uma
quantidade maior do que se encontra no ambiente normal e tem
como objetivo garantir a oxigenação dos tecidos do corpo.
Algumas condições podem levar à redução da oferta de oxigênio
para os pulmões e tecidos, como ocorre na doença pulmonar
obstrutiva crônica, conhecida como DPOC, ataque de asma, apneia
do sono e pneumonia e por isso, nestes casos, pode ser necessário
a oxigenoterapia.
• A administração de oxigênio deve ser feita com o mesmo cuidado
que se dedica a administração de qualquer medicação.
Indicações para o uso do oxigênio:
• Corrigir hipoxemia/hipóxia tissular.
• Prevenir trabalho cardiopulmonar excessivo.
Tipos de oxigenoterapia:
• Sist. de baixo fluxo: cateter nasal, cateter nasofaríngeo, máscaras
para NBZ.
• Sist. de alto fluxo: máscara de Venturi.
• Sist. de umidificação: umidificadores de ambiente.
• Sist. de nebulização: NBZ pneumático, ultra-sônico, micro-
nebulizador.
Meios de administração de oxigênio
• Máscara de Venturi
• • Cateter nasal
• • Traqueostomia
• • Tubo T
• • Tenda de oxigênio/HOOD
• • Máscara facial
• • Máscara de oxigênio
• • Máscara laríngea
• • Tubo endotraqueal (TOT/TNT)
Máscara de Venturi
• A máscara de Venturi fornece uma concentração de oxigênio de 24%
a 50%. O fluxo geralmente utilizado é de 4 a 12 litros por minuto,
conectada diretamente a rede de O2. Com umidificador usa-se
15L/min.
Vantagens:
• É leve e bem tolerada pelo paciente.
• Protege contra dosagens nocivas de oxigênio.
Desvantagens:
• Desloca-se facilmente.
• Dificulta a fala.
• Impossibilita o paciente de comer enquanto usa.
Cateter NASAL
• Este meio fornece uma quantidade moderada de oxigênio (20 a
28%) com um fluxo de 1 a 8 litros por minuto.
Vantagens:
• É leve e bem tolerada
• Não interfere com a fala e a alimentação.
Desvantagens:
• Quantidade incerta de oxigênio fornecida.
• Resseca a mucosa nasal, pois fornece pequena umidade.
• Pode ser irritante e incomodo com o uso prolongado.
• Fluxos rápidos podem provocar dor nos seios nasais.
Técnica de instalação do cateter nasal tipo óculos
• Material: 1. Cateter nasal tipo óculos 2. Umidificador 3. Extensão de borracha 4.
Fluxômetro 5. 50 ml de água destilada
• • Procedimento
1. Lavar as mãos e reunir o material
2. Explicar o procedimento ao paciente.
3. Instalar o Fluxômetro na rede de oxigênio e testá-lo.
4. Colocar água destilada no umidificador e fechar bem e conectá-lo ao Fluxômetro.
5. Conectar o látex ao umidificador.
6. Identificar o umidificador.
7. Instalar o cateter nasal no paciente e ajustá-lo bem.
8. Conectar o cateter nasal ao látex, abrir e regular o Fluxômetro, conforme
prescrição médica.
9. Recolher o material e registrar na folha de anotações da enfermagem. 10. Trocar o
cateter nasal diariamente.
11. Trocar o umidificador e extensão a cada 48 horas.
Cateter Nasofaríngeo
• O cateter nasofaríngeo fornece quantidade moderada de oxigênio
(30 a 50%) a um fluxo de até 8 L/min.É freqüentemente utilizado
para pacientes com infarto do miocárdio, pneumonia e choque.
Vantagens:
• • O paciente recebe oxigênio mesmo respirando pela boca ou pelo
nariz.
• • A quantidade de oxigênio fornecida geralmente é adequada.
Desvantagens:
• • Resseca a mucosa
• • Não permite um alto grau de umidificação.
• • Não fornece uma concentração elevada de oxigênio.
• • Se mal posicionada pode insuflar o estômago.
Técnica para instalação do cateter nasofaríngeo
• Material: 1. Cateter nasofaríngeo de numeração adequada. 2.
Esparadrapo 3. Gaze com lubrificante 4.Umidificador 5. Látex 6.
Fluxômetro 7. 50ml de água destilada
• • Procedimento: 1. Lavar as mãos e reunir o material. 2. Explicar o
procedimento ao paciente. 3. Instalar o fluxômetro a rede de oxigênio.
4. Colocar água destilada no umidificador e fechar bem e conectá-lo ao
fluxômetro. 5. Identificar o umidificador. 6. Medir o tamanho do cateter
a ser introduzido: da ponta do nariz até o inicio do canal auditivo
externo: marcar o limite com uma tira de esparadrapo. 7. Hiperextender
o pescoço do paciente. Lubrificar o cateter e introduzi-lo em uma das
narinas, até aproximadamente 2cm da marca do esparadrapo. 8.
Conectar o cateter a extensão de látex, abrir e regular o fluxômetro,
conforme prescrição médica. 9. Registrar o procedimento no
prontuário. 10. Trocar o umidificador e látex a cada 48hs. 11. Trocar o
cateter diariamente alternando as narinas.
Colar de Traqueostomia
• Fornece oxigênio e umidade diretamente à traquéia. É utilizado
com freqüência para pacientes que estão sendo retirados do
respirador mecânico.
• Vantagens: É muito bem tolerado e permite ajuste adequado de
umidade.
• Desvantagens: Se administrado em temperatura inadequada
(concentrador de oxigênio) pode provocar queimadura.
Tubo T
• Geralmente utilizado para fornecer mistura de ar/oxigênio
altamente umidificado, por meio de traqueostomia ou tubo
endotraqueal. Vantagens: A concentração de oxigênio e a umidade
podem ser reajustadas a todo momento S/ N. Desvantagens: Se
houver obstrução da via de saída do ar, poderá ocorrer um
barotrauma. FiO2 estimada = FiO2 atmosfera + 4 x O2 ofertado Ex:
21 + 4 x 3 = 33%
Tenda de Oxigênio/Capacete de Oxigênio/HOOD
• Fornece uma concentração de oxigênio muito variável e não muito
alta, sendo geralmente indicado para recém-nascidos (HOOD).
• Vantagens: Fornece uma atmosfera fresca e úmida.
• Desvantagens: A concentração de oxigênio cai para valores de ar
ambiente, toda vez que se abre a tenda. O paciente fica
permanentemente molhado pela umidade. Gera pânico em
pacientes que não suportam locais fechados.
Câmara Hiperbárica
• Definição: É um método terapêutico no qual o paciente é submetido a uma pressão
maior que a pressão atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica, respirando
oxigênio a 100%. Ela consiste em um compartimento selado resistente á pressão que
pode ser pressurizado com ar-comprimido ou oxigênio puro, pode ser de grande
porte acomodando vários pacientes (câmara multiplace), ou de tamanho menor
acomodando apenas o próprio paciente (câmara monoplace). O efeito principal
desta terapia hiperbárica é aumentar a pressão parcial do oxigênio no plasma.As
sessões duram em média 60 a 90 minutos não devendo ultrapassar 2 horas.
Indicações: Tratamento de gangrena gasosa, infecções necrotizantes de tecidos
moles, doença de Crohn, isquemia periférica aguda, osteomielites, intoxicações por
monóxido de carbono e cianeto, enxertos e retalhos comprometidos, necrose por
radiação, micoses refratárias, embolia traumática pelo ar, anemia pós-hemorrágica,
queimaduras, facilita a cura de lesões da pele. Efeitos indesejáveis: excitabilidade,
convulsões, dor retroesternal, tosse seca, hemorragia em vias aéreas superiores.
Contra-indicações: uso de drogas (doxorrubicin, dissulfiran, cis-platinum),
pneumotórax não tratado, gravidez. Infecções de vias aéreas superiores, DPOC,
hipertermia, cirurgia prévia no ouvido, infecção viral na fase aguda.
Máscara Facial de oxigênio
• Dispositivo aberto, de plástico, adaptado à frente do rosto e
apoiado no queixo. Fornece grande quantidade de umidade, porém
pequena de oxigênio.
• Vantagens: É de fácil utilização, é bem tolerada e é útil para
administrar oxigênio com alta umidade.
• Desvantagens: Intolerância por parte de alguns pacientes Pode
exercer pressão sobre partes ósseas Deixa a face frequentemente
úmida.
• Máscara facial com reservatório
• Máscara nasal
Máscara de oxigênio com ambú
• Dispositivo de borracha que se ajusta firmemente, envolvendo nariz
e boca, geralmente adaptada ao Ambú (sistema bolsa-máscara).
Fornece alta concentração de oxigênio (90 a 95%) com fluxo de 8
L/min.
• Vantagens: É leve e fácil de usar Proporciona umidade adequada e
alta concentração de oxigênio.
• Desvantagens: As mesmas da máscara facial de oxigênio.
Máscara Laríngea (ML)
• É um tubo semicurvo que forma uma vedação na entrada da
laringe, é simples e atraumática sua colocação. Meio eficaz para
ventilação espontânea ou controlada. É uma alternativa a
intubação orotraqueal difícil, anestesia e reanimação, não necessita
de laringoscópio para sua inserção, tem tamanhos variados
(prematuro ao adulto), máscara descartável e reutilizável (que
pode ser esterilizada). Contra-indicações: Pacientes com estômago
cheio, hérnia de hiato, obesidade mórbida, obstrução intestinal,
trauma torácico, paciente desorientado, edema, fibrose pulmonar,
obstrução respiratória, patologia faríngea, discrasia sanguínea,
abertura da boca limitada, complacência respiratória
• Desvantagens Falhas na técnica de inserção; Não suporta pressão >
20cmH2O (Ventilação Mecânica); Risco refluxo gástrico; Distensão
gástrica;
• Técnica para inserção da Máscara Laríngea 1. Imediatamente antes do
uso desinfle totalmente o manguito contra uma superfície plana,
sempre mantendo as bordas lisas e com superfície uniforme. 2.
Lubrifique a face posterior da ML com geléia anestésica (xylocaína). 3.
Posicione a cabeça e pescoço do paciente como se fosse realizar
intubação endotraqueal (hiperextensão do pescoço). 4. Segure a ML
como se fosse uma caneta, com o dedo indicador na juncal do
manguito e o tubo; mantenha o pescoço fletido e a cabeça estendida
com uma mão, enquanto inicia com a outra mão a passagem da ML
com sua abertura voltada para frente e o dorso contra os dentes
incisivos do paciente. 5. Pressione a ponta da ML contra o palato duro,
assegurando que o coxim esteja aplanado sobre o palato e sua ponta
não esteja dobrada antes de continuar a introduzir a ML. 6. Continue a
introduzir a ML até encontrar uma resistência elástica (pressionando o
esfíncter esofágico superior). 7. Solte a ML deixando-a totalmente
livre, infle o manguito com a quantidade de ar recomendada pelo
fabricante. Inicie a ventilação com ambú.
Nebulização
• Finalidade: Umidificar o ar inspirado Oferecer aporte de oxigênio
Fluidificar secreções. Material: Fluxômetro Máscara de Nebulização
Extensão ou látex Etiqueta adesiva Água destilada ou SF 0,9%
• Procedimento: 1. Lavar as mãos e reunir o material. 2. Explicar o
procedimento ao paciente 3. Instalar o fluxômetro na rede de
oxigênio. 4. Colocar água destilada ou SF 0,9% no copo do
nebulizador, fechar e conectar ao fluxômetro de oxigênio. 5.
Conectar a máscara ao látex e este ao nebulizador. 6. Colocar a
máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões. 7.
Regular o fluxo de oxigênio conforme prescrição médica. 8.
Identificar o nebulizador. 9. Recolher o material e fazer anotações
no prontuário do paciente. 10. Trocar a água do nebulizador a cada
6 horas. 11. Trocar o conjunto de nebulização a cada 48 horas.
Traqueostomia
• O termo traqueostomia refere-se à operação que realiza uma
abertura e exteriorização da luz traqueal.
Indicações Obstrução das vias aéreas a. Disfunção laríngea b. Trauma
c. Queimaduras e corrosivos d. Corpos estranhos e. Anomalias
congênitas f. Infecções g. Neoplasias h. Manejo pós-operatório i.
Apnéia do sono Limpeza das vias aéreas Doenças neuromusculares
Suporte ventilatório
• Complicações Intra-operatórias Sangramento Mau posicionamento
do tubo Laceração traqueal e fístula traqueoesofágica Lesão do
nervo laríngeo recorrente Pneumotórax Parada cardiorespiratória
Complicações precoces Sangramento Infecção da ferida Enfisema
subcutâneo Obstrução da cânula Deslocamento do cateter
(traqueóstomo) Disfagia
• Complicações tardias Estenose traqueal Fístula traqueoesofágica
Fístula traqueocutânea Dificuldade de extubação
• Fixação • A fixação foi bem colocada se couber exatamente o seu
dedo indicador entre a fixação e o pescoço. • Troque sempre o
local do laço para que não cause irritações na pele. • Nunca amarre
com nó, mas sim com um laço.
Tubo endotraqueal (TOT/TNT)
• Intubação endotraqueal é a introdução de um tubo através do
nariz, boca ou incisão cirúrgica, em direção a traquéia do paciente.

• Indicações • Manutenção de oxigenação adequada • Proteção das


vias respiratórias • Acesso para aspiração de secreções pulmonares
• Insuficiência respiratória • Conexão a um ventilador mecânico
• Material para a intubação endotraqueal
• • Material para paramentação
• • Laringoscópio completo
• • Tubo endotraqueal
• • Lubrificante hidrossolúvel
• • Guia de intubação ou pinça Magil
• • Seringa de 10 ou 20 ml
• • Cadarço de fixação
• • Cânula de Guedel
• • Luva estéril
• • Ambú
• • Estetoscópio
• • Material para aspiração de secreção
• Complicações da IOT As mais comuns são: • Perfuração ou
laceração da faringe, laringe e esôfago. • Intubação esofágica ou
seletiva • Lesão de dentes e cordas vocais • Aspiração de
conteúdo gástrico
• As tardias são: • Traumatismo, infecção, necrose e estenose
traqueal e fístula esôfagotraqueal.
Aspiração Endotraqueal
• • Objetivo: • Manter as vias aéreas do paciente com TOT ou
traqueostomizado, permeáveis e livre de secreções.
• • Indicações: • Presença de sons adventícios (roncos) à ausculta;
• Aumento do pico de pressão no ventilador; • Movimentação
audível de secreções;
• Material • Aspirador montado com frasco redutor, coletor de
secreções e extensões; • Frasco com SF 0,9%; • Gaze estéril; •
Ambú conectado à rede de Oxigênio; • Par de luva estéril; •
Sondas de aspiração(diâmetro recomendado: metade da cânula
traqueal); • Máscara; • Óculos de proteção; • Avental de manga
longa não estéril; • Seringa 5ml;
Procedimento
• 1. Explique o procedimento ao paciente;
• 2. Verifique as condições ventilatórias e hemodinâmicas do paciente;
• 3. Coloque a máscara, óculos avental e lave as mãos;
• 4. Abra a embalagem da luva e coloque a sonda de aspiração na parte
interna do pacote (estéril);
• 5. Calçar as luvas;
• 6. Abrir a embalagem da sonda de aspiração e conectá-la à extremidade da
extensão;
• 7. Utilize a mão dominante para pegar a sonda e mão não dominante para
segurar o látex e conectá-lo a sonda;
• 8. Ligar o aspirador;
• 9. Dobrar a FiO2 ou regular a 100%;
• 10. Ventilar o paciente; (ambú ou VMA) 11. Desconecte o ventilador
mecânico com a mão enluvada não-estéril;
• 12. Desconecte o ventilador mecânico com a mão enluvada não-estéril
• 13. Com a mão enluvada estéril, introduza a sonda de aspiração na cânula traqueal,
rapidamente, sem forçar,a inserção deve ser o suficiente para estimular o reflexo
de tosse mantendo a extensão pressionada para não aplicar sucção
• 14. Retirar a sonda de 1 a 2 cm antes de aplicar sucção
• 15. Solte o látex para sugar as secreções, trazendo a sonda para fora em
movimentos circulares em menos de 20 segundos;
• 16. Conecte o ventilador mecânico ao paciente ou utilize o ambú para promover a
oxigenação
• 17. Repetir o procedimento quantas vezes forem necessárias;
• 18. Interromper a aspiração e ventilar o paciente em caso de arritmias ou queda
da SpO2, cianose ou sangramento;
• 19. S/N instilar de 3 a 5 ml de SF 0,9% e repita as operações anteriores,
• 20. Se necessário aspire nariz e cavidade oral depois de completar a aspiração
traqueal.
• 21. Proteja a extensão em embalagem limpa e seca;
• 22. Despreze a sonda de aspiração e lave a extensão do látex
• 23. Retire as luvas, desligue o aspirador e lave as mãos
• 24. Auscultar os pulmões e reavaliar suas condições clínicas;
• 25. Anotar o procedimento realizado e as características das secreções aspiradas.

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