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FUNÇÃO DO JUDICIÁRIO
Como já pudemos observar, o Poder Judiciário tem por função típica a jurisdicional, inerente à sua
natureza. Exerce, ainda, funções atípicas, de natureza executivo-administrativa (organização de suas
secretarias — art. 96, I, “b”; concessão de licença e férias a seus membros, juízes e servidores
imediatamente vinculados — art. 96, I, “f”), bem como funções atípicas de natureza legislativa
(elaboração do regimento interno — art. 96, I, “a”).
Aplica as leis nas diversas situações e realiza ato de julgamento nos casos em que houve
descumprimento ou desrespeito a norma.
INÉRCIA
DEFINITIVIDAD
E
A jurisdição no Brasil é una (ou seja, a
definitividade só é dada pelo Judiciário) e
JURISDIÇÃO indivisível, exercida pelo Judiciário
nacionalmente (um só poder, materializado por
diversos órgãos, federais e estaduais).
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
órgãos do Poder
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
Judiciário:
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal
e jurisdição em todo o território nacional.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território
nacional
Órgãos poder judiciário
GARANTIAS I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
FUNCIONAIS de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado;
VEDAÇÕES
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
CF, art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
A Resolução 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça considerou como atividade jurídica (art. 59):
II –o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 atos privativos de advogado (Lei 8.906/94, art. 1.°) em causas ou questões distintas;
III –o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico;
IV –o exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 horas mensais e durante 1 ano;
CF, art. 93, XI. [...] nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade
das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
Quinto constitucional
CF, art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório
saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.
A Constituição reserva um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça (CF, art. 94),
do Tribunal Superior do Trabalho (CF, art. 111-A, I) e dos Tribunais Regionais do Trabalho (CF, art. 115, I) aos
membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira e aos advogados, indicados em lista sêxtupla, com
notório saber jurídico, reputação ilibada e mais de dez anos de efetiva atividade profissional. Esses requisitos estão
estabelecidos exaustivamente, sendo vedada a estipulação de outras formalidades pelas Constituições estaduais. 12
No Superior Tribunal de Justiça um terço dos lugares é reservado, em partes iguais, aos advogados e membros do
Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94 (CF,
art. 104, parágrafo único, II).
CF, art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Cláusula da
reserva de A Constituição exige, para a declaração de inconstitucionalidade no âmbito dos
Tribunais, o voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
plenário (regra
órgão especial (CF, art. 97).
do full bench)
A cláusula de reserva de plenário, cuja inobservância acarreta a nulidade
absoluta da decisão proferida pelo órgão fracionário, não se
aplica à declaração de constitucionalidade, em matéria de não recepção e não
se dirige às turmas recursais dos Juizados Especiais.
CF, art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses
previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
A Lei 9.099/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, estabelece que o
processo deve ser orientado pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação (art. 2.°).
JUSTIÇA DE PAZ
CF, art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência
para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
A justiça de paz não é novidade no sistema jurídico brasileiro, tendo sido consagrada, desde o Império, em diversas Constituições. A Constituição
de 1988 impõe, à União, no Distrito Federal e nos Territórios, e aos Estados, a criação da justiça de paz, remunerada. Esta terá, em
sua composição, cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos (CF, art. 98, II). É condição de elegibilidade
a idade mínima de 21 anos (CF, art. 14, § 3.°, VI, c).
A justiça de paz tem competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o
processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação (CF, art. 98, II).
Os juízes de paz são agentes públicos e integram o Poder Judiciário. Por isso, sua remuneração deve ocorrer com base em valor fixo e
predeterminado, e não por participação no que é recolhido aos cofres públicos. Além disso, aplica a vedação de percepção, a qualquer título ou
pretexto, de custas ou participação em processo (CF, art. 95, parágrafo único, II)
STF
Órgão de cúpula do Poder Judiciário no Brasil, o
Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição,
com competência adstrita a matérias constitucionais (CF,
art. 102). Iniciadas com a Constituição de 1988 e
reforçadas pela EC 45/2004, as inovações operadas na
jurisdição constitucional têm contribuído decisivamente SUPREMO
para reforçar o caráter de autêntica Corte
Constitucional do STF. Dentre as transformações TRIBUNAL
operadas nesse sentido, destacam-se a ampliação do
processo de fiscalização concentrada
constitucionalidade, a exigência de demonstração de
de FEDERAL
repercussão geral como requisito de admissibilidade do
recurso extraordinário e a introdução do enunciado de
súmula com efeito vinculante
STF
recursal recursal
ordinária (Art. extraordinária.
102, II) (Art. 102, III)
STJ
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
O Superior Tribunal de Justiça, órgão incumbido da proteção do ordenamento federal, é por 33 Ministros
nomeado jurídico compostos pelo Presidente da, após a aprovação da escolha pela República maioria absoluta
do Senado. Os Ministros são escolhidos dentre Juízes dos Tribunais Regionais Federais (um terço),
Desembargadores dos Tribunais de Justiça (um terço), advogados e membros do Ministério Público (um terço)
(CF, art. 104, parágrafo único, I e II).
Os requisitos exigidos são: notável saber jurídico, reputação ilibada e idade superior a 35 e inferior a 65 anos
(CF, art. 104, parágrafo único). Diversamente do STF, os Ministros do STJ não precisam ser brasileiros natos.
STJ A competência do
Superior Tribunal
Originária(Art.
COMPETÊNCIA de Justiça foi
atribuída em três
105,I)
níveis:
S
recursal
recursal especial.
ordinária (Art.
(Art. 105, III)
105, II)
A Justiça Federal foi reinstituída em 1965, pelo Ato
1.ª Região – Sede: Brasília; Jurisdição: Distrito Federal, Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,
Pará, Piauí, Rondônia e Roraima;
2.ª Região – Sede: Rio de Janeiro; Jurisdição: Rio de Janeiro e Espírito Santo;
3.ª Região – Sede: São Paulo; Jurisdição: São Paulo e Mato Grosso do Sul;
4.ª Região – Sede: Porto Alegre; Jurisdição: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina;
A JF e TRF
Competência TRF art. 108
XI – um membro do Ministério
VIII – um juiz de Tribunal Público estadual, escolhido pelo
VI – um juiz de Tribunal IX – um juiz do trabalho, X – um membro do Ministério
VII – um juiz federal, indicado Regional do Trabalho, indicado Procurador-Geral da República
Regional Federal, indicado pelo indicado pelo Tribunal Superior Público da União, indicado pelo
pelo Superior Tribunal de Justiça; pelo Tribunal Superior do dentre os nomes indicados pelo
Superior Tribunal de Justiça; do Trabalho; Procurador-Geral da República;
Trabalho; órgão competente de cada
instituição estadual;
A CNJ
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros
de tribunais julgados há menos de um ano;
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa.
SUMULA E VINCULANTE
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As súmulas: criadas por diversos Tribunais As súmulas vinculantes: apenas criadas
como síntese da sua jurisprudência, pelo STF, e que ostentam um patamar mais
gerando importantes efeitos, disciplinados elevado de imperatividade, obrigatoriedade
pela legislação processual de aplicação do entendimento
SÚMULA VINCULANTE - Iniciativa
Iniciativa: A edição do enunciado de súmula pode ser feita de ofício, pelo próprio STF, ou mediante provocação (CF, art. 103-A). De acordo
com a Lei 11.417/2006, em seu art. 3.°, os legitimados são os mesmos que podem propor a ADI (Presidente da República; Mesa do Senado
Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido
político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; Mesa de Assembleia
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal), além do Defensor Público-Geral da
União e de todos os Tribunais (Tribunais Superiores; Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios; Tribunais Regionais
Federais; Tribunais Regionais do Trabalho; Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunais Militares).
O Município também poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de
enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo (Lei 11.417/2006, art. 3.°, § 1.°).
Os mesmos legitimados para propor a edição poderão solicitar a revisão ou o cancelamento do enunciado de súmula (CF, art. 103-A, § 2.° e Lei
11.417/2006, art. 3.°). Por existir procedimento específico, a ADPF não é admitida para esta finalidade, devido ao seu caráter subsidiário (Lei
9.882/1999, art. 4.o, § 1.o).
Em que pese a ausência de previsão legal para que a revisão ou cancelamento do enunciado de súmula possa ocorrer de oficio, André Ramos
TAVARES sustenta que, por não ficar vinculado por suas próprias decisões, o STF poderá adotar um novo entendimento e, com base nele,
propor, de ofício, uma nova súmula revogando a anterior. Este argumento é reforçado pelo disposto no art. 5.° da Lei 11.417/2006, que prevê a
possibilidade de revisão ou cancelamento, de ofício, quando revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula
vinculante.
Nas propostas que não houver formulado, o Procurador-Geral da República deverá manifestar-se previamente à edição, revisão ou
cancelamento da súmula (Lei 11.417/2006, art. 2.°, § 2.°).
SÚMULA VINCULANTE – APROVAÇÃO