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Turbinas a Vapor

Conceitos básicos termodinâmicos,


funcionamento e manutenção.
Características da Turbina MVF-70
• Turbina de contra-pressão com 4 Estágios Rateau
• Desempenho: 3000 KW a 5400 rpm
• Rotação anti-horária vista do regulador
• Condições de vapor do projeto: entrada 18 Kgf/cm2 a
280°, saída 1,5 Kgf/cm2 a 130°.
• Lubrificação Forçada dos Mancais
• Ajuste do dispositivo de desarme por sobrevelocidade:
5940 rpm (10% a mais no valor nominal).
• Ajuste do Regulador TG13: 5400 rpm. (faixa de variação
de 5130 a 5670 rpm)
Características da Turbina MVF-70
• Vazão de óleo nos mancais: 45 LPM
• Vazão de óleo no cilindro de força: 20 LPM
• Capacidade do reservatório de óleo: 595 litros
• Folgas:
1) Casquilhos lado admissão e descarga: 0,1 /
0,16 mm diametral.
2) Axial do mancal de escora: 0,25 a 0,39 mm.
Instrumentos de Medição – Relógio
Comparador

Instrumento utilizado para medir as folgas da turbina. No relógio consta a


precisão, que geralmente é de 0,01. Como visto na figura, o relógio percorreu
uma volta, ou seja 1 mm (marcado pelo ponteiro menor) e ainda percorreu mais
0,07 mm, totalizando 1,07 mm. Quando o apalpador sobre, a medida é positiva,
quando desce é negativa.
Instrumentos de Medição – Calibrador de
folga em laminas

Para calibrar o gap dos acoplamentos da turbina e do gerador, usa-se este


instrumento. É um jogo de laminas de aço calibradas com uma certa precisão. Ao
acrescentar mais laminas soma-se o valor da espessura tipado na face, até que as
laminas se encaixem sem folga no gap. Soma-se então as espessuras de todas as
laminas, que é o valor com precisão do gap.
Conceitos Termodinâmicos
Básicos
Aborda o ciclo das turbinas a Vapor
Ciclo da máquina a vapor
O ciclo de Rankine é o que mais se aproxima do ciclo real de uma máquina
a vapor. Os componentes básicos do ciclo são: Caldeira, Turbina,
Condensador (No nosso caso o vapor de escape vai para o processo) e
bomba. O eixo da coordenada vertical é a temperatura, e a abscissa
horizontal é uma grandeza termodinâmica chamada entropia, que mede
basicamente o grau de desordem de um sistema termodinâmico.
Ciclo da máquina a vapor

Podemos mensurar a energia total atrelada ao vapor através de uma grandeza


física chamada entalpia (h). O fluxo mássico de vapor chamaremos de m.
As características dos diversos estados podem ser obtidos de tabelas de
vapor, com os dados de entrada sendo Temperatura e Entropia do ponto.
Abaixo mostramos alguns cálculos que podemos fazer utilizando o ciclo e as
grandezas mencionadas:
1) Potencia da Bomba = m.(h2-h1);
2) Fluxo Calor Caldeira = m.(h3-h2);
3) Potencia Turbina = m.(h3-h4);
4) Fluxo de Calor do Condensador = m.(h4-h1)
5) Rendimento do Ciclo = 1- (h4-h1/h3-h2)
Funcionamento e componentes

Aqui apresentaremos os principais


componentes da turbina a vapor e o
funcionamento de cada um deles.
Parada e partida da turbina
O empenamento do eixo ou deflexão da carcaça podem ser causados pelas seguintes
condições:

1) QUANDO A TURBINA ESTÁ FRIA – Primeiro procedimento – Drenar tubulação de


vapor direto e abrir drenos de água condensada; enquanto a turbina estiver com
rotação de 1800 rpm, manter os drenos abertos. A abertura de vapor até a rotação
nominal pode resultar em empenamento do eixo ou deflexão da carcaça. Após 10
minutos, fechar os drenos e ativar a condição de giro lento no painel, onde a turbina
deve girar em 2400 rpm.

2) QUANDO A TURBINA ESTÁ QUENTE – Ao cortar a alimentação da turbina, o rotor irá


empenar dentro de alguns minutos. Para que isso seja evitado, a bomba de óleo
elétrica deve permanecer ligada por pelo menos 30 minutos para que o calor seja
dissipado lentamente.

3) Segundo o manual da Engeturb, para corrigir empenamentos e deflexões, a turbina


deverá funcionar na rotação de 100 rpm até que os problemas desapareçam e a
máquina funcione suavemente.
Bomba de óleo Elétrica

Na partida e em condições de baixa rotação da máquina esta bomba é


responsável pelo bombeamento do óleo por todo circuito hidráulico da
turbina. Pode atuar em paralelo com a bomba mecânica. Quando a rotação
nominal da turbina é atingida a bomba elétrica é desligada manualmente e
somente a bomba mecânica atua.
Bomba de Óleo Mecânica

Acionada Mecanicamente pelo eixo de saída do redutor, esta bomba é


responsável pela alimentação do circuito hidráulico de toda a turbina. Possui
duas linhas de pressão: 7Kgf/cm2 (Óleo do circuito de comando) e 1,5
Kgf/cm2 (Óleo de lubrificação).
Válvulas de Alivio das bombas

Estas válvulas regulam a pressão das bombas de óleo mecânica e elétrica.


Podem ser calibradas através de uma mola alojada no interior de sua carcaça.
Válvula de Retenção

Quando a bomba de óleo mecânica é acionada, esta válvula impede o


fluxo de óleo para a bomba elétrica
Placa de orifício

Uma simples chapa com orifício calibrado é o método mais elementar de controle de
vazão. Encontramos esta placa por todo circuito de óleo.
Válvula de redução de pressão

Localizada na entrada do trocador de calor casco e tubo da Turbina. Nesta


válvula, a pressão é reduzida de 7 para 1,5 Kgf/cm2.
Válvula de redução de pressão: Fonte VARB – Valv. Redutoras de
pressão Futom
Saída do óleo do trocador de Calor

Após passar pelo trocador de calor casco e tubo, o óleo segue para o filtro e
depois para os mancais do gerador, os mancais da turbina e para a
lubrificação do redutor de velocidade.
Filtro de Óleo

Após o trocador casco e tubo, no


fluxo direcionado à turbina, ao
redutor de velocidade e aos
mancais do gerador, o óleo passa
pelo filtro de óleo mostrado na
figura ao lado. Podemos notar dois
manômetros que são indicadores
de perda de carga no filtro. Caso
haja perda de carga excessiva, o
elemento filtrante é trocado.
Acoplamento da Turbina (G.1040)
Este acoplamento permite, dentro de um
limite máximo, o desalinhamento da
turbina em relação ao redutor. O
desalinhamento pode ser em paralelo ou
angular.
Uma lubrificação adequada é essencial
para o seu perfeito funcionamento, e
segundo o manual do fabricante a
lubrificação deve acontecer pelo menos
de 6 em 6 meses. A graxa indicada pelo
manual de serviço da Falc é a NLGI # 1. O
Acoplamento do gerador também é Falc,
modelo G.1050, e os procedimentos de
manutenção são os mesmos. Instrução
para alinhamento será dada
posteriormente.
Acoplamento da Turbina (G.1040)

Acima podemos ver as partes em vista explodida do acoplamento Falc. Compõe-se


basicamente de uma tampa dentada com engrenagem interna que se encaixa em um cubo
montado no eixo com engrenagem externa, e de anel de vedação para impedir que a graxa
escoe. As engrenagens compensam o desalinhamento paralelo e angular, e assim a
transmissão de torque ocorre de forma adequada. A lubrificação é feita através dos bujões, e
o manual recomenda que seja inserido graxa até que esta transborde pelo outro bujão;
continua-se o procedimento até que todos os bujões sejam inseridos .
Mancais do Gerador

Após passar pelo trocador casco e tubo, há também a alimentação de óleo


de lubrificação nos mancais anterior e posterior do gerador. A tubulação
de saída retorna para o reservatório de óleo.
Mancal Radial Lado Descarga

Tem a finalidade de suportar o peso do rotor e manter o conjunto numa posição radial
exata. É localizado no lado de descarga de vapor da turbina. É composto de casquilho
bipartido de metal branco BABBIT, com lubrificação forçada que melhora a refrigeração e
ajuda a manter o filme de óleo entre o eixo e o casquilho. A folga diametral pode ser
considerada excessiva quando estiver 0,10 mm acima da folga máxima normal de catálogo,
que no caso da turbina do Gerador 2 é de 0,16 mm (a folga mínima normal é de 0,1 mm).
Mancal Radial Lado Descarga - Folga

A folga do mancal radial deve ser medida através de uma alavanca e um relógio
comparador. Quando a folga não atender às especificações de 0,1 a 0,26 mm
(excessiva), é necessário fazer o ajuste usando-se a pasta azul de ajuste. Em uma
faixa do eixo, passar uma película de pasta; fecha-se então o mancal e gira-se o
eixo. Nos pontos marcados em azul no mancal, faz-se a raspagem do metal
branco através do bedame. Mede-se então novamente a folga. Este é um
procedimento que deve ser feito até que a folga atinja os valores especificados.
Mancal Radial Lado Descarga

Na região azul podemos ver o óleo da entrada da lubrificação forçada, e em


vermelho a região de saída do óleo. Na parte superior do mancal podemos notar
dois furos: No primeiro localiza-se o sensor de temperatura, o segundo é o
alojamento do tacômetro. Ainda podemos notar no eixo a engrenagem do
tacômetro.
Caixa do Mancal Lado Admissão

Esta caixa comporta o mancal axial de escora do tipo sapatas e um mancal radial,
além do dispositivo de emergência, do sensor de temperatura e do acoplamento
do governador. A função do mancal radial foi descrita anteriormente, e as folgas
diametrais são as mesmas.
Caixa do Mancal Lado Admissão
Mancal Axial

Tem a função de resistir ao empuxo axial atuante sobre o conjunto rotativo


da máquina. É composto por dois jogos de pastilhas oscilantes que se
acomodam em diferentes inclinações de acordo com a película de óleo. A
vedação do óleo é feita através do anel defletor, com folga diametral
apertada de aproximadamente 0,076 mm.
Caixa do Mancal Lado Admissão
Mancal Axial - Folgas
Para conferir a folga correta ao mancal, são instalados calços. Todo o
procedimento de medição de folgas é feito com o auxilio de relógio
comparador. Empurra-se o rotor na direção da admissão de vapor até que a
face do colar contate a pastilha do mancal de escora. Mede-se a folga entre
a placa dos expansores e a palheta da roda do primeiro estágio, que deve
ser de 0,9 a 1,3 mm. Caso não esteja dentro desses valores, corrigir calçando
o mancal no lado da admissão. Esta folga é muito importante para o
rendimento da turbina, pois as condições de projeto dos expansores foram
baseadas nesta folga.
Feito isso, instala-se os calços no lado da descarga e empurra-se o rotor
nesta direção, até que a outra face do colar contate a pastilha do mancal;
esta é a folga de funcionamento do mancal de escora, que deve ser de 0,25
a 0,39 mm. Caso não esteja dentro desses valores, deve-se inserir ou retirar
calços no lado de descarga do mancal de escora.
Caixa do Mancal Lado Admissão
Dispositivo de Sobrevelocidade

O dispositivo deve funcionar dentro do limite de mais ou menos 3% da


velocidade de desarme que no caso desta turbina é de 5940 rpm. Na
velocidade de desarme, a força centrifuga do peso de emergência pos. 4
vence a força da mola pos. 2 e bate no gatilho, que desarma a turbina.
Para aumentar a rotação do desarme, basta comprimir mais a mola. Neste
caso, girando o parafuso pos. 1 no sentido horário, a velocidade de
desarme aumenta.
Pistão Piloto ou Válvula Carretel

Elemento que dirige a entrada de óleo de alta pressão para uma das
câmaras do cilindro de força, e simultaneamente drena o óleo pela outra
via. É atuada pelo governador através de acionamento mecânico.
Cilindro de Força ou Regulagem
Uma vez que a turbina opera em condições
estáveis de vapor, este cilindro comandado
pelo governador, aciona a válvula de
regulagem. É alimentado pelo óleo de alta
pressão do pistão piloto e em caso de
emergência, o dispositivo hidráulico de
emergência atua sobre ele, drenando a
câmara superior de óleo e fechando a
válvula de regulagem.
Conjunto Cilindro Carretel
Ao lado vemos o desenho em corte
do conjunto, indicando a entrada e as
saídas de óleo. Quando a câmara
superior do cilindro é drenada, a força
da mola emburra a haste para cima e
a válvula de regulagem se fecha. No
extremo superior do cilindro notamos
uma tubulação de óleo de escape do
cilindro, que canaliza o óleo que vaza
da câmara superior. Além desta
tubulação temos um retentor para
impedir o vazamento de óleo. Em
períodos de manutenção este
retentor é trocado.
Dispositivo Hidráulico de Emergência
Atua com a pressão de óleo dos mancais.
Controla o desarme (ou fechamento das
válvulas de regulagem) por queda de pressão
do sistema de lubrificação forçada dos
mancais, e também de forma redundandante
por excesso de velocidade, através do rele
elétrico que aciona a válvula solenóide e
corta a alimentação de óleo do dispositivo
hidráulico. Quando a pressão de alimentação
de óleo do dispositivo é baixada ou cortada, a
mola descomprime, fazendo com que a
haste da válvula suba para assim escoar o
óleo alojado na cavidade superior do cilindro
de força, que perde pressão e provoca
fechamento da válvula de regulagem.
Dispositivo Hidráulico de Emergência
No desenho ao lado, a área vermelha
corresponde ao óleo dos mancais, a área
azul o óleo proveniente do cilindro de
força, e o amarelo corresponde a área de
escoamento do óleo do cilindro de força
quando a pressão de óleo dos mancais cai
a patamares não aceitáveis ou quando o
sistema de sobre velocidade atua: O fluxo
de óleo é cortado pela solenóide
(acionada pelo rele elétrico),
paralelamente também ao corte da
alimentação de óleo pelo dispositivo
mecânico. Acima notamos a mola que
impulsiona a haste para cima quando há
queda da pressão de óleo dos mancais,
permitindo o escoamento do óleo
indicado pela área em azul. A seguir
apresentaremos o rele elétrico, mecânico
e válvula solenóide.
Componentes do sistema de controle
Rele Elétrico

Rele Elétrico : Envia sinal para abertura da válvula solenóide


normalmente fechada, fazendo com que o óleo que alimenta o
dispositivo hidráulico de emergência seja retornado para o reservatório.
É acionado pelo dispositivo mecânico de desarme por sobre velocidade
localizado no eixo da turbina.
Rele/ Dispositivo Mecânico

Acionado pelo Dispositivo mecânico de desarme por excesso de


velocidade localizado no eixo da turbina. Atua Normalmente fechada, e
abre quando desarma, fazendo com que o óleo escoe para o
reservatório, simulando perda de pressão de óleo no dispositivo
Hidráulico de Emergência.
Válvula solenóide

Recebe sinal para abertura através do Rele Elétrico do circuito. Ao abrir, esta
válvula simula a perda de pressão no dispositivo Hidráulico de emergência e no
fecho-rápido; o óleo passa então a escoar para o reservatório.
Pressostato de dois contatos

É um instrumento de medição de pressão utilizado como componente do


sistema de proteção do equipamento. Sua função básica é de proteger a
integridade dos mancais se há algum problema com a bomba de óleo
mecânica. Quando a pressão da linha de lubrificação forçada é inferior a 1,5
Kgf/cm2, o pressostato envia sinal para armar a bomba elétrica; caso haja
problemas na bomba elétrica, e se a pressão abaixar até 0,8 Kgf/cm2, o
pressostato envia sinal para a abertura da solenoide.
Foto do Sistema de comando e do circuito de
óleo de regulagem e de Lubrificação forçada
Fecho Rápido
A pressão do óleo dos mancais mantém a mola do
dispositivo hidráulico comprimida, e portanto a
passagem de vapor é liberada. Quando a pressão
de óleo dos mancais decai, o fecho-rápido dispara
e a mola do fecho se estende, vedando a
passagem de vapor; assim o dreno do dispositivo
se abre e o óleo retorna ao reservatório. Na
condição de excesso de velocidade, a válvula
solenóide se abre, simulando a condição de baixa
pressão de óleo; com isso, a válvula se fecha da
mesma forma descrita anteriormente.
Esta válvula atua tanto por excesso de velocidade
como por queda de pressão de óleo nos mancais.
Como podemos notar na foto ao lado, há também
a válvula manual que atua de forma independente
do fecho rápido. Temos então a opção de regular
o fluxo de vapor manualmente, para que a
velocidade do vapor seja elevada na partida.
Fecho Rápido
Válvula de Regulagem

Esta válvula é controlada pelo governador através do sistema servo hidráulico. Quando não
há pressão de óleo no sistema de controle, a válvula do regulador é mantida na posição
fechada pela força da mola alojada no cilindro de força. Quando a pressão de óleo de
controle é estabelecida, e sob o controle do governador, assim que a turbina se aproxima da
velocidade mínima de operação, a válvula do regulador se move para a posição aberta,
permitindo a passagem de vapor para a turbina.
Válvula de Regulagem

O dispositivo Hidráulico de emergência atua no fechamento da válvula de


regulagem, que pode ser por sobre velocidade ou por baixa pressão de óleo nos
mancais, como já descrito anteriormente.
Válvula de Regulagem

O curso morto indicado na cabeça das válvulas tem como objetivo simular a
carga de projeto nos bocais e nos injetores, pois os injetores são projetados para
trabalhar numa condição de pressão nominal, e quando em carga parcial, esta
pressão não seria a ideal de trabalho se todas as válvulas estivessem abertas ao
mesmo tempo; isto prejudicaria o rendimento da máquina.
Válvula de regulagem

Na foto podemos ver a tubulação que canaliza o vapor de escape entre a bucha
e a haste da barra de acionamento. Devemos atentar para incrustações nesta
região.
Vedação do Vapor Lado descarga

A selagem é feita através de labirintos, que evitam o escape do vapor para o


exterior das turbinas não condensantes.
Na figura a esquerda podemos ver os labirintos, formados pelo anel labirinto e
os rebaixos no eixo. Há molas na sede do anel, para que os segmentos sejam
mantidos ao redor do eixo. Na figura da direita notamos uma tubulação saindo
da região do labirinto, que é responsável por canalizar o vapor de escape do
labirinto para um recipiente isolado.
Vedação do Vapor Lado Admissão

O principio de selagem é o mesmo, com anéis labirinto fixados na carcaça e


mantidos juntos ao eixo por meio de ação de molas helicoidais. A direita vemos
que a tubulação que canaliza o vapor de escape é na região inferior do
labirinto. Outra diferença é o número de anéis, que neste caso são quatro.
Anéis Labirinto dos Diafragmas

São fixados no diafragma e impedem a passagem de vapor entre os estágios da


turbina.
Rotor e discos

O eixo-rotor transmite o torque e o movimento de rotação para a máquina


acionada, no nosso caso o gerador. Os eixos que operam abaixo da rotação
crítica são chamados rígidos, que é o caso da turbina do G2. Os discos
empalhetados são fabricados individualmente e montados com interferência e
chaveta no eixo. Em turbinas de alta rotação com velocidade da palheta
superior a 272 m/s, o conjunto rotativo disco-eixo devem ser fabricados a partir
de uma peça única forjada e usinada.
Diafragma

São constituídos por dois semicírculos que


separam os estágios da Turbina de ação multi-
estágios. São fixados na carcaça, suportam as
palhetas fixas denominados expansores e
abraçam o eixo da turbina. O diâmetro do
diafragma é aumentado conforme a pressão
abaixa, devido ao aumento no volume
especifico do vapor.
Válvulas da tubulação de escape

Entre a turbina e a Válvula de fechamento, há uma válvula de emergência que


atua quando a pressão do vapor de escape atinge 4,3 Kgf/cm2, e é projetada
para estar totalmente aberta a 4,6 Kgf/cm2. Isto pode ocorrer caso haja algum
defeito na Válvula de fechamento de saída.
Outros componentes
Alinhamento
O alinhamento entre turbina e redutor, assim como entre redutor e gerador
devem ser feitos de forma que a dilatação térmica, escalamento do pinhão do
redutor na coroa e os efeitos de desnivelamento do piso sejam suprimidos.
Nos manuais dos equipamentos deve constar a dilatação térmica de cada um
deles, e o escalamento para o redutor. Com esses dados em mãos e o projeto
civil, devemos montar um protocolo de alinhamento para turbinas e
geradores.
No manual da Engeturb consta um documento do primeiro alinhamento
realizado, e este serve como base para o alinhamento na manutenção.
O alinhamento da turbina e do gerador devem ser feitos com o protocolo de
alinhamento e com a tabela de limites de alinhamento do acoplamento Falc.
Adotaremos como referencial a vista de frente para o governador, e na vista
lateral, a turbina está a direita e o gerador a esquerda.
Alinhamento - Procedimentos

Fixa-se o relógio comparador, com base magnética ou por meio de um sargento


no flange fixo ou no gabarito montado no cubo, e ao eixo que seja mais fácil de
girar. Certifica-se então que o dispositivo esteja rígido. Percorre-se o diâmetro
dando uma volta completa (360°); marca-se a posição de máxima leitura e zera-
se o indicador neste ponto. Percorre-se novamente o diâmetro e anota-se a
indicação total do relógio. Este valor dividido por 2 deverá ser igual ou menor
que o limite de desalinhamento paralelo especificado, que no caso do Falc
G.1040 é de 0,3 mm.
Alinhamento - Procedimentos

Após a montagem dos cubos nos eixos, com aproximadamente 6 mm de


folga no caso do Falc G.1040, usa-se o calibrador de folgas em laminas
para medir o desalinhamento angular. Mantendo-se a mesma
profundidade, insere-se as lâminas calibradas no gap dos cubos em
intervalos de 90°. O desalinhamento angular é dado pela diferença entre
a mínima e a máxima medida. Este valor não pode ultrapassar 0,5 mm.
Alinhamento

Os cubos do acoplamento podem estar desalinhados, no máximo, de acordo com


as medidas acima. Por exemplo para o acoplamento da turbina Falc G.1040, a folga
de separação do cubo é de 6 mm e os limites de desalinhamento paralelo e angular
máximos são 0,3 e 0,5 mm respectivamente.
Alinhamento Turbina Redutor

Figura 1 – Primeiro
Alinhamento Turbina - Redutor

O referencial é observador olhando para a turbina de frente para o


governador na vista superior, e o relógio comparador está na turbina. No
eixo y da Figura 1, indica que a turbina está 0,1 mm mais baixa que o
redutor; o eixo x indica que não há desvio entre o redutor e a turbina e as
linhas de centro estão alinhadas na vista superior do conjunto. Este
desalinhamento proporcional serve para compensar a dilatação da turbina e
escalamento do redutor quando em funcionamento.
Alinhamento Redutor Gerador

Figura 2 –Primeiro
Alinhamento Redutor
Gerador
O referencial não muda e é fixo, e o relógio comparador está no redutor. Neste
caso o Técnico zerou o relógio com o apalpador na região superior do eixo do
gerador e também com o apalpador na lateral esquerda do eixo do gerador.
Aqui nota-se pelo eixo y que o gerador está acima do eixo do redutor em 0,11
mm. Pelo eixo x pode-se ver que o gerador está deslocado 0,15 mm para a
esquerda, tomando-se pela vista superior. Estes valores compensam as
dilatações e escalamento do redutor, quando em funcionamento.
Desenho de desalinhamento do Conjunto
Alinhamento
Propomos a elaboração de protocolos de medição com figuras de vista
lateral e superior, para arquivamento dos valores de desalinhamento do
conjunto Turbina-Redutor-Gerador, e junto a este protocolo deve conter as
tolerâncias de desalinhamento absorvidas pelo acoplamento Falc. O gap
entre os eixos do Redutor-Turbina e Redutor-Gerador também deve estar
contido no protocolo.
Referencias Bibliográficas
• Manual Engeturb Dresser-Rand para turbinas
de Múltiplos estágios
• Apostila MAN- Prime Serv Turbinas a Vapor
• Tripler, P.A.; Física (Para Cientistas e
Engenheiros), Vol.2 , Gravitação Ondas e
Termodinâmica, 3a Ed., Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A., 1995.

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