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Curso De Criação De Rainhas

Por: Alejandro P. Garcia


Email: aleapicultura@yahoo.com.ar
• Genética
• Ciclo biológico
• Seleção da colonia mãe
• orfanação
• Translarve
Curso De Criação de rainhas
• Extração de Geléia
• Dupla transferência
• Introdução
• Marcação
Genética
No particular caso das abelhas, como em alguns poucos
insetos, a diferenciação sexual não esta dada por um azar
da natureza, senão por a diferença no numero de
cromosomos (Partenogenesis) .
Assim as femeas tem 16 cromossomos 2n (individuo
diplóide) enquanto que os zangãos tem 16 cromosomos n
(individuo haplóide), quer dizer que para o caso das femeas
os cromosomos são em pares. Estes pares se formam com a
informação que transmite a mãe (rainha) no ovo (óvulo) e a
informação que transmite o pai (zangão) no esperma.
A combinação que se logre dos diferentes alelos (Um alelo é
cada uma das várias formas alternativas do mesmo gene,
ocupando uma dada posição num cromossomo)
é a que nos dará o genotipo da descendência da nossa
rainha.
Por esse motivo é que importa tanto a qualidade da rainha
como a dos zangões que a fecundem.
Cada um dos alelos ao somar-se formarão o gen, cada gen
representa una característica , cor, tamanho, agressividade,
produtividade, sexo etc.
Dentro dos alelos podemos encontrar dois tipos, o alelo
dominante e o alelo recessivo.
Assim pois se dissessemos que o gen (a) é o que determina
a cor e a cor escura é o dominante diríamos que
A é o alelo dominante e a o alelo recessivo
Então teriamos que
A+A = individuo escuro
A+a = individuo escuro
a + a = individuo claro
Para o sexo se da uma característica particular, assim como
dissemos que o individuo com um só alelo X seria macho e o
que tivesse dois alelos X seria femea. Devemos tambem dizer
que esta condição só se da para individuos heterozigóticos
quer dizer no qual os dois alelos sejam diferentes, por
exemplo:
X1 + X2 = femea, mas se desse o caso
X1 + X1 = Macho diplóide (contem duas cópias do mesmo
gene) este será destruido pelas obreiras já que é uma mutação
genética que não chega a ser nem obreira e nem zangão.
Por esse motivo é que a consanguinidade dentro do apiário é
sumamente prejudicial, já que ao elevar o numero de rainhas e
zangões irmãos se aumenta a possibilidade de que se somem
alelos iguais chegando o caso de superar até um 50% de
nascimentos de machos diploides pelo que a colmeia não
É relativamente fácil reduzir o risco de consanguinidade
na criação de rainhas, algumas das formas mais
praticas são:
1. trabalhar com mais de uma linha genética, quer dizer
ter mais de uma mãe.
2. Trocar material com outros produtores apícolas
confiaveis
3. Nunca criar e fecundar no mesmo apiario, quer dizer
ter um lugar para a criação e outro para os núcleos de
fecundação
4. Trabalhar as colmeias mães com telas excluidoras na
parte inferior para evitar a saida de zangões.
Tendo em conta estes pontos se diminui ao mínimo o
risco.
CICLO BIOLÓGICO
Para poder começar com a criação de rainhas,
é indispensável dominar o ciclo biológico,
não só na teoria senão que se deve poder
diferenciar os estágios de larva com nada
mais que ao olhar. Os estágios de mais
utilidade são os três primeiros, ou seja, desde
que o ovo tenha eclodido até 72 horas depois.
Passado esse lapso a larva terá consumido
comida em pasta (mel e pólen) e já não será
valida para a Transferência.
Rainha Obreira Zangão

Días de ovo 3 3 3
Nutrição com geléia 5 3 3 1/2
Nutrição com comida em 3 3
pasta (mél e pólem)
Operculado 8 9 91/2
Metamorfose 7 12 15
Nascimento 15 21 241/2
Meio dia a mais de geléia real que coma o Zangão em relação a Operária, lhe
assegura que viva toda temporada primavera-verão e não morra aos 60 dias
como a operária.
Na imagem 1 vemos um
ovo recem posto pela
rainha, o qual esta em
posição vertical em
relação ao fundo da
1 celula
Na imagem 2
vemos o estado
de pupa
2

Na imagen 3 vemos o
estagio de ninfa 3
SELEÇÃO DA
COLONIA MÃE
A Seleção de uma colmeia mãe se
realizara tendo em conta o
comportamento de toda a colonia,
como se esta fosse um só individuo
(seleção masal) e não somente pela
cor da rainha.
As características mais buscadas são:
mansidão, prolificidade, produtividade, atitude
de limpeza, boa defesa diante das enfermidades
e baixa conduta enxameadora.
Para conseguir isso, a tarefa de observação
começará na temporada anterior, assim teremos
dados precisos, como:
A produtividade
A mansidão
A prolificidade
E por sobre tudo a invernada, dado fundamental
para um bom mantenimento do contingente de
abelhas durante o invierno. Este dado nos
permitirá reduzir ao máximo a perda de abelhas e
por conseguinte colmeias na temporada invernal.
ORFANAÇÃO
Como sabemos, a colmeia só criara uma nova
rainha se perde a sua atual soberana, o no caso
em que esta esteja machucada ou velha (rainha
zanganera).
Portanto para poder criar uma rainha,
necessitaremos simular alguma de todas estas
situações. A mais fácil de simular é a orfanação,
já que só se trata de privar a colmeia de sua
rainha. Esta operação pode ser completa, ou
seja orfanação total, ou semi-orfanação (a
rainha permanece dentro da colmeia mas
limitada a um pequeno espaço físico.
A forma de orfanar uma colmeia, é a mais
utilizada por os criadores de rainhas, porem
tem alguns contras consideraveis.
1. A colmeia órfão deverá ser reforçada
constantemente com quadros de cría para
evitar seu despovoamento
2. As obreiras ao sentirem-se órfãos criarão
uma rainha de emergência e não de
substituição.
3. O choro da colonia poderá atrair a
alguma outra rainha que esteja
fecundando-se e se tenha perdido, e assim
arruinaría nossa barra transferida
• Aquí vemos a tipica posição das abelhas,
com sua glandula de nassanoff elevada e
ventilando, para chamar a uma rainha,
em caso de orfanidade, ou para guiar a
sua rainha virgem que tenha saido a
fecundar-se.
SEMI-ORFANAÇÃO
A semi-orfanação é a situação pela qual a rainha
fica confinada em uma parte da colmeia, sem ter
a possibilidade de recorrer todos os quadros
fazendo postura e deixando seu feromonio.
É essa a principal causa pela qual as obreiras
levantam realeiras. A diferença fundamental esta
dada pelo tipo de realeiras que levantam, já que
não se sentem órfãos, elas pensam que sua
rainha esta envelhecendo.
Ao pensar assím, as nutrizes tomarão todo seu
tempo para selecionar as melhores larvas e as
alimentarão com abundante geléia, para
conseguir uma rainha de substituição.

As formas de semi-orfanação são varias.

1) Tela excluidora horizontal


2) Tela excluidora vertical
3) colmeia triplice
4) cesto técnico
Tela excluidora Horizontal
O método da tela excluidora horizontal, consiste
em superpor duas colméias separadas por uma
tela excluidora de rainhas. A rainha ficara
confinada na inferior e o quadro porta barras na
superior, para a qual a cada quatro días se subirá
um quadro com cría aberta.
As nutrizes que subirão a atender as larvas, são
as que alimentarão e opercularão nossas
realeiras.
Portanto o quadro porta barras e o de cría aberta
deverão estar juntos.
Tela excluidora vertical
Este sistema é similar ao anterior, mas a tela
excluidora se coloca no interior de uma colmeia
adaptada para tal fim, dividindo-a em duas partes
iguais. Numa das metades está a rainha e na
outra o quadro porta barras.
Aquí tambem se deverá reforçar a metade órfão
com quadros de cría aberta.
Este sistema é menos pratico que o anterior ja
que ao destampar as duas metades pode ocorrer
que a rainha passe de um lado ao outro sem que
nos demos conta, fracassando a transferência
Colmeia triplice
O uso da colmeia triplice, não esta muito difundido, e o
motivo talvez esteja em que não se utiliza material
estándar.
A colmeia triplice se bem tem capacidade para os
quadros hoffman, é da largura de tres colméias estándar.
O interior da colmeia esta dividido em tres partes iguais,
por meio de telas excluidoras, as duas pontas possuem
rainhas, mas a do centro está órfão. O seja, que a barra
de transferência ira colocada na mesma.
Aquí ao igual que nos outros casos se tem que passar
quadros com cría aberta para os lados da barra de
transferência.
Cesto Técnico
O canastro ou cesto técnico do doutor Farrar, é um
implemento no qual se encerra a rainha junto com um
quadro trabalhado, vazio e quente, para que ali realize a
postura, enquanto o resto da colméia se mantem semi
órfão, no extremo oposto ao cesto tecnico se colocara a
barra de transferência.
O quadro interior sera trocado a cada 4 dias para seguir
dando lugar aonde a rainha fazer a postura .
O marco extraido do cesto se colocara junto a barra de
transferência como no casos anteriores para atrair as
nutrizes.
• A primera vez que se • Uma vez destruidas
introduz a rainha no todas as realeiras
cesto técnico, naturais que tenham
esperam-se seis días levantado as obreiras,
para realizar a
transferência, ja que a se poderá proceder a
rainha havia estado em primeira transferência.
postura livremente • Previamente se terá
dentro da colmeia, não ministrado a colmeia
sabemos onde pode meio litro de xarope
haver material de incentivo para
genéticamente viavel
assím estimular a
para a criação de
realeiras. secreção de geléia nas
nutrizes.
A geléia real é o alimento destinado as larvas
até o terceiro día e as rainhas durante toda sua
vida. É produzida pelas glandulas
hipofaríngeas das nutrizes jóvens, desde seu
nascimento até os 12 días de vida.
Transferência
Chamamos transferência a ação por meio de qual
retiramos as larvas de um quadro com postura e as
colocamos na barra porta cupulas.
Esta é um listão a que se aderiu realeiras artificiais,
sejam plásticas ou as fabricadas pelo o proprio
apicultor com a cera virgem de suas abelhas.
Para realizar a transferência devemos ter em conta
alguns dados de importancia.
1. A temperatura e a humidade do laboratorio
2. O tempo da operação
3. A limpeza do equipamento e mãos
4. A comodidade do operario
5. A iluminação do quadro
E por ultimo e fundamental o conhecimento exato do
ciclo biológico e o reconhecimento de todos os
estagios larvais.

1. TEMPERATURA: a temperatura do quarto de


transferencia sera de uns 32 a 35 graus. E a humidade
de uns 70 % como minimo.
2. TEMPO DA OPERAÇÃO: toda a operação de
transferência não deverá consumir mais de 3 minutos
por barra, este é o tempo em que as larvas começam a
enfriar-se e resecar-se. O quadro com larvas não
deverá estar fora da colmeia por mais de trinta
minutos.
3. LIMPEZA: a limpeza tanto do instrumental como
das mãos do apicultor deve ser bem cuidada, evitando
odores fortes tanto seja de sugeiras, cigarros,
produtos químicos como tambem de sabão, cremes
desodorantes, perfumes, etc. Qualquer tipo de odor
que transmitamos a barra provocara que as nutrizes
não alimentem as larvas ou pelo contrario as rejeitem.
4. COMODIDADE: a comodidade do apicultor é
essencial para um bom Translarve. É muito util contar
com um atril para realizar as transferências, assim o
operario poderá contar con suas duas mãos. O pulso
tem um papel importantissimo no trabalho de
transferência já que se rebolcamos as larvas contra os
costados das celulas as machucariamos mortalmente.
5. ILUMINAÇÃO: se iluminará profusamente o fundo
das celulas, tendo em conta que a luz não seja
demasiado quente para não ressecar as larvas.
Como se realiza?
A transferência ou Translarve se realiza retirando com
uma agulha de transferência uma larva de um ou tres días
do quadro com postura, colocando-a lógo em uma
realeira artificial, que previamente ha sido preparada com
geléia real dissolvida com umas gotas de agua morna
para dar-le temperatura e densidade similar a
administrada pelas nutrizes.
A operação de retirada das larvas deverá ser muito
cuidadosa, a larva deverá ser tomada pela sua parte
dorsal e colocada na mesma posição em que se
encontrava no favo, já que se a virarmos morrerá por
asfixia, já que os espiráculos por onde respira ficarão
contra a geléia real e a afogara.
Colocando uma gota de geléia real nas
cupulas
Aquí vemos um
quadro com larvas
montado no atril,
com sua respectiva
iluminação.
Neste momento o
apicultor esta
retirando as larvas do
fundo da celula.
sobre a mesa vemos a
barra de
transferência.
Assim se ve a larva no
fundo da realeira, pela
parte exterior é aonde
colocaremos a agulha de
transferência.

Aquí podemos
observar o sistema
respiratorio de uma
larva e os
espiraculos
Una vez realizada a transferência, a barra será
introduzida dentro da colmeia que, segundo cada caso,
tenha sido eleita para criadora, alí as nutrizes as
alimentarão por um periodo de tempo que variara
segundo a idade da larva transferida e pode ser de 2 a 5
días. Passado esse periodo as realeiras serão operculadas
e já não receberão nenhum alimento até seu nascimento 8
días depois da operculação.
O apicultor preparara 48 hs antes do nascimento tantos
nucleos cegos como realeiras deseje introduzir.
É de suma importancia ter tudo previsto para o momento
do nascimento, já que se isso ocorrer dentro da colmeia
criadora, a primera rainha que nasça matara ao resto.
Na imagem vemos duas barras, uma recem
transferida e outra já operculada.
Dupla transferência
A dupla transferência é uma técnica simples, só se trata
de repetir o Translarve 72 hs depois de realizado o
primero, mas esta vez se retiraram as larvas que estão
flutuando sobre o colchão de geléia real natural provido
pelas nutrizes, e ali se colocara uma nova larva de um
día.
Ao realizar esta operação se deverá ter cuidado de não
rebentar a larva que se extrai nem revolver a geléia
depositada no fundo da realeira.
Uma vez vez realizada a dupla transferência se procederá
como no caso anterior. Se colocará a barra dentro de uma
colmeia continuadora para sua alimentação e Operculado.

Aquí vemos as
obreiras
operculando as
realeiras.
MITOS SOBRE O ZANGÃO
Existem muitos mitos em relação ao zangão.
Sempre se afirmou que o zangão era filho da
rainha, quando na realidade é que é irmão da
rainha, pois parte de uma unidade biológica a que
mal se fez em denominar ovo, já que para que
fosse um ovo deveria conter a informação genética
de dois progenitores e em realidade é um biodos
formado a partir de uma meiosis das células da
rainha. Por essa razão é incorreto dizer que o
zangão nasce de um ovo infecundo porque em
realidade não é um ovo e nem é infecundo.
Para poder entender isso, pode citar-se o caso da mosca da
fruta, o ceratitis capitata. Esta mosca é combatida criando
machos em cativeiro aos que se esteriliza em laboratórios para
que logo ao serem liberados fecundem as fêmeas. Como os
machos não terão sêmen ao fecundar as Fêmeas, estas porão
ovos que jamais incubarão por falta de um dos gametas. Se
este mesmo processo se efetuasse com as abelhas e se
esterilizassem os zangões, elas igualmente poriam “ovos" que
originariam machos. Outro dos mitos existentes é o de afirmar
que os zangões serão todos iguais a sua "mãe irmã" quando em
realidade o que acontece é o contrario, pois a célula que
origina o macho, esse óvulo até agora chamado ovo infecundo,
surge por uma meiosis celular da rainha, quer dizer que dos 32
cromossomos em pares que formam o genoma da rainha
somente 16 passarão ao zangão.
FIM

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