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Amor de perdição

Obra: Amor de Perdição


Autor da obra: Camilo Castelo Branco

Curso Profissional: Técnico de MIE Ano Letivo 2020/2021

Disciplina: Português Ano: 11.º

Módulo 5
Introdução
• A pedido da professora de português, Claúdia Casimiro, foi nos
proposto realizar um trabalho em PowerPoint sobre a obra literária,
Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco.
Biografia
• Há quem diga que, em 1846, foi iniciado na Maçonaria do Norte,[1] o que é muito estranho
ou algo contraditório, pois há indicações de que, pela mesma altura, na Revolta da Maria da
Fonte, lutava a favor dos Miguelistas como "ajudante às ordens do general escocês Reinaldo
MacDonell", que criaram a Real Ordem de São Miguel da Ala precisamente para combater a
Maçonaria. Do mesmo modo, muita da sua literatura demonstra defender os ideais
legitimistas e conservadores ou tradicionais, desaprovando os que lhe são contrários.
• Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi
o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários.
Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da moda,
conseguiu manter uma escrita muito original.
• Dentro da sua vasta obra, também se encontra colaboração da sua autoria em diversas
publicações periódicas como O Panorama, a Revista Universal Lisbonense, A illustração luso-
brasileira (1856-1859), Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865), Archivo
pittoresco (1857-1868), A Esperança (1865-1866), Gazeta Literária do Porto (1868)
(também chamada de Gazeta de Camilo Castelo Branco devido à sua extensa colaboração
como redator), a revista literária República das Letras (1875), Ribaltas e Gambiarras (1881),
A illustração portugueza (1884-1890), Lisboa creche: jornal miniatura (1884), e a título
póstumo nas publicações periódicas A semana de Lisboa (1893-1895), Serões (1901-1911),
Azulejos (1907-1909) e Feira da Ladra (1929-1943).
Amor de Perdição
• Amor de Perdição é o título de uma novela do escritor
português Camilo Castelo Branco, escrita em 1861 e
publicada em 1862. É considerada a obra principal do
escritor, e uma das mais importantes durante a fase do
Romantismo em Portugal. Retrata principalmente a
história do amor proibido entre Simão Botelho e Teresa
de Albuquerque. Foi subtitulada pelo autor como
Memórias Duma Família.
História
Escrita e primeira publicação
• Quando a obra foi escrita, em 1861, Camilo Castelo Branco encontrava-se preso na Cadeia da
Relação, no Porto, devido ao crime de adultério, que tinha praticado com Ana Plácido.
• A obra Amor de Perdição foi integralmente escrita durante um período de quinze dias,
durante a estadia do autor na cadeia. Enquanto esteve preso, também redigiu as obras O
Romance de Um Homem Rico e parte de Doze Casamentos Felizes.
• A primeira edição do livro foi publicada em 1862, ano em que também editou as obras
Memórias do Cárcere, Coisas Espantosas e Coração, Cabeça e Estômago. Porém, o periódico
Revolução de Setembro de 1 de Janeiro desse ano relatou que a obra já estava em
circulação, pelo que terá sido ainda editada em 1861, embora a data oficial seja de 1862,
data assinalada no rosto do livro.
• Em 1864, Camilo Castelo Branco escreveu a obra Amor de Salvação, que pretendia em parte
funcionar em contraponto em relação ao livro Amor de Perdição.
Continuação…
Reedições
• Em 1983, o Real Gabinete Português de Leitura, na cidade do Rio de Janeiro,
no Brasil, e a casa portuense Lello & Irmão lançaram uma reedição da obra a
partir do manuscrito original, dirigida pelo professor Maximiano de Carvalho e
Silva, da Universidade Federal Fluminense, e Aníbal Pinto de Castro, da
Universidade de Coimbra. Em 1986, a Secretaria de Estado da Cultura
publicou uma edição especial do livro, destinado aos portugueses emigrados
pelo globo.
Análise
Narrador
• O narrador apresenta-se em terceira pessoa, apenas identificando-se ao final do livro como sobrinho de Simão, filho de
Manuel Botelho, irmão de Simão. Possui aspetos autobiográficos.

Influências
• O título do livro foi escolhido em grande parte devido à própria situação ao autor. Com efeito, parte do enredo espelha
situações que Camilo Castelo Branco e Ana Plácido viveram, como uma relação amorosa infeliz, a recolha num
convento, a pena de degredo, que o autor também esteve em risco de correr, e a atitude violenta que Simão teve
contra a sociedade em geral, e contra o abuso dos poderes paternos. Esta ligação entre Camilo Castelo Branco e Simão
está bem patente em várias partes do livro, quando Simão escreve a Teresa suplicando-lhe que renegue ao seu amor,
de forma a ser poder salvar. Nestes momentos, Simão sai do seu carácter normal, tornando-se obviamente uma
representação do autor. Outra inspiração para a obra foram as experiências do seu tio paterno Simão António Botelho,
e de Rita, que o acolhera como órfão na cidade de Vila Real. Simão Botelho chegou ainda a ser deportado para a Índia,
onde terá falecido. Esta é uma das principais diferenças em relação à obra, uma vez que Simão morreu a bordo do
navio, já a caminho da Índia. Esta não foi a primeira vez que Camilo Castelo Branco se inspirou nas histórias da sua
própria família, os Correias Botelhas, conhecidos como Brocas. Com efeito, também tentou escrever um livro baseado
no seu avô, Domingos José Correia Botelho, que não chegou a concluir, e em 1853, utilizou pessoas da sua própria
família como personagens.
• Outra influência do livro foram as lendas e tradições da região entre entre Douro e Minho, sobressaindo o diálogo onde
Teresa de Albuquerque rejeitou o seu primo e pretendente Baltazar Coutinho, muito semelhante à Lenda do Trágio
Juramento, documentada por Gentil Marques.
Corrente literária

• Apesar de não ser talvez o melhor livro de Camilo Castelo Branco, do ponto
de vista da estrutura, é indubitavelmente o que foi escrito com mais paixão
em toda a sua obra literária. Ainda assim, é um ponto marcante na sua
carreira, correspondendo à sua maturação artística. Corresponde igualmente
ao auge da segunda fase do romantismo português, ao combinar os temas
românticos com os excessos da paixão entre os dois protagonistas, proibida
por rivalidades entre as famílias, que acaba com o seu sacrifício.
Enredo
• O livro centra-se principalmente na relação amorosa entre Simão Botelho, de 17 anos, e Teresa de Albuquerque, com 15
anos. Esta paixão encontrou a oposição da família de Teresa, uma vez que, apesar de ambos pertencerem a famílias de
origem fidalga, Simão tinha uma maior afinidade para com as pessoas do povo, preferência que também era criticada pela
sua irmã Rita, que o acusava de desprezar a sua linhagem. Sobressai então o tema do amor impossível, que termina no
sacrifício de ambos, sendo Teresa enclausurada num convento, enquanto que Simão é condenado ao degredo, falecendo
no entanto a bordo do navio.
• Simão Botelho e Teresa de Albuquerque pertencem a famílias rivais: ele, filho de dezoito anos de idade de um juiz e ela, de
16 anos de idade, sendo filha única, de um amado, mas tiranizado nobilotto provincial. Eles estão perto e - por causa de
disputas triviais - seus pais se odeiam. A história se passa em Coimbra, onde estudou o jovem, e Viseu, onde as famílias
residem. O amor floresce quase involuntariamente e, uma vez que é detetado, ele é ferozmente contestado por ambos os
pais. Para complicar o primo de Teresa, Baltasar intervém, visando à força obrigar Teresa a aceita-lo como marido sendo
aceite e apoiado por sua família. A dedicação é total dos dois amantes mútuos intransigentes. Por Teresa recusar seu
primo, é enviada para um convento, primeiro em Viseu e depois no Porto. Simão tenta ver a garota, mas é impedido pela
família e agora também por seu primo. Exasperado de uma proibição injustificada e com medo de mais violência que
poderia forçá-la a se casar com Baltazar, tira proveito de uma provocação na rua e mata-o. Ele se recusa a fugir e se
entregar às autoridades. Não adiantaria para ele tentar se defender e então é condenado à forca. O pai acabou mudando
sua decisão, empurrado por sua esposa e amigos. Ele pediu e obteve a aceitação de que a sentença passasse a ser
comutada para dez anos de exílio nas Índias portuguesas. Simão é colocado a bordo do navio que está partindo para Goa.
A partir do porto vê sua amada por trás das grades do convento. Ele percebe que ele está morrendo e ele recebe uma
carta na qual Teresa declara que ele nunca conheceu a maioria, se não no céu. Ela morre consumida por infelicidade. Ele
segue logo depois e é lançado ao mar. Também morre a sua jovem serva Mariana, que ama Simão desesperadamente,
tendo-o tratado e seguido nos dias de prisão.

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