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Agentes públicos

Aulas 10 e 11
CASO GERADOR

OU
Quais são os regimes jurídicos
aplicáveis aos agentes públicos?
Professor Rede Pública
Mesário
JURADOS
O que essas pessoas têm em
comum?
AGENTES PÚBLICOS
Lei 8429/92

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo


aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Servidores públicos

Estatutários:
- servidores de regime geral (estatuto
funcional básico);
- servidores de regime especial (aqueles em
que o estatuto funcional disciplinador se
encontra em lei específica - ex.: professores,
fiscais);
Como se definem os ocupantes
de cargos e empregos públicos?
Concurso público é a regra geral
CF: Art. 37. (...)
II - a investidura em cargo ou emprego público
depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 1
9, de 1998)
Regimes jurídicos
ESTATUTÁRIO: TRABALHISTA:
 Concurso Público Concurso público
Natureza estatutária: fulcro em um Tem natureza contratual (CLT)
Legislação federal
conjunto de normas (LEI) que
Não adquire estabilidade
disciplinam a relação entre o servidor  Demissão condicionada
público e a Administração.  Ocupa emprego público
Cada ente da federação tem
competência para legislar
Após período probatório, o servidor TEMPORÁRIO:
adquire direito à estabilidade no cargo  Processo seletivo simplificado
 Prazo determinado (sem
estabilidade)
 A função tem que requerer
temporariedade
 Excepcionalidade
 Exerce uma função
Art. 39, caput, CF: A questãodo RJU
Redação original Redação EC 19/98
(em vigor) (suspensa pelo STF)
Art. 39. A União, os Estados, o A União , os Estados , o Distrito
Distrito Federal e os Federal e os Municípios
Municípios instituirão, no instituirão conselho de política
âmbito de sua competência, de administração e
regime jurídico único e planos remuneração de pessoal ,
de carreira para os servidores integrado por servidores
da administração pública designados pelos respectivos
direta, das autarquias e das Poderes
fundações públicas
ADI 2135-4 (MC)
O Tribunal, por maioria, vencidos os Senhores Ministros Nelson
Jobim, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, deferiu
parcialmente a medida cautelar para suspender a eficácia do artigo
039, caput, da Constituição Federal, com a redação da Emenda
Constitucional nº 019, de 04 de junho de 1998, tudo nos termos do
voto do relator originário, Ministro Néri da Silveira, esclarecido,
nesta assentada, que a decisão - como é próprio das medidas
cautelares - terá efeitos ex nunc, subsistindo a legislação editada
nos termos da emenda declarada suspensa. Votou a Presidente,
Ministra Ellen Gracie, que lavrará o acórdão. Não participaram da
votação a Senhora Ministra Cármen Lúcia e o Senhor Ministro
Gilmar Mendes por sucederem, respectivamente, aos Senhores
Ministros Nelson Jobim e Néri da Silveira. - Plenário, 02.08.2007. -
Acórdão, DJ 07.03.2008.
MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
PODER CONSTITUINTE REFORMADOR. PROCESSO LEGISLATIVO. EMENDA
CONSTITUCIONAL 19, DE 04.06.1998. ART. 39, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME JURÍDICO ÚNICO. PROPOSTA DE
IMPLEMENTAÇÃO, DURANTE A ATIVIDADE CONSTITUINTE DERIVADA, DA
FIGURA DO CONTRATO DE EMPREGO PÚBLICO. INOVAÇÃO QUE NÃO
OBTEVE A APROVAÇÃO DA MAIORIA DE TRÊS QUINTOS DOS MEMBROS DA
CÂMARA DOS DEPUTADOS QUANDO DA APRECIAÇÃO, EM PRIMEIRO
TURNO, DO DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO (DVS) Nº 9.
SUBSTITUIÇÃO, NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA LEVADA A SEGUNDO
TURNO, DA REDAÇÃO ORIGINAL DO CAPUT DO ART. 39 PELO TEXTO
INICIALMENTE PREVISTO PARA O PARÁGRAFO 2º DO MESMO DISPOSITIVO,
NOS TERMOS DO SUBSTITUTIVO APROVADO. SUPRESSÃO, DO TEXTO
CONSTITUCIONAL, DA EXPRESSA MENÇÃO AO SISTEMA DE REGIME
JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
RECONHECIMENTO, PELA MAIORIA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, DA PLAUSIBILIDADE DA ALEGAÇÃO DE VÍCIO FORMAL POR
OFENSA AO ART. 60, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RELEVÂNCIA
JURÍDICA DAS DEMAIS ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
E MATERIAL REJEITADA POR UNANIMIDADE.
CF – Art. 37
I - os cargos, empregos e funções
públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei; (Redação
da EC 19/98)
Cargo público

Cargo público é o lugar dentro da organização


funcional da Administração Pública, suas
autarquias e fundações públicas, que, ocupado
por Servidor Público, tem funções específicas e
remuneração fixadas em lei ou diploma a ela
equivalente. (JSCF, 20ª. Ed.) p. 574
• EMPREGO PÚBLICO: unidade de
atribuições quando contratado pela
CLT.
• FUNÇÃO: conjunto de atribuições
às quais não corresponde um cargo
ou emprego.
Classificação dos cargos

• Cargos vitalícios

• Cargos efetivos

• Cargos em comissão
Cargos vitalícios

• MAGISTRADOS, MP, T. CONTAS

• Oferecem maior garantia de permanência a seus


ocupantes

• Só por meio de processo judicial, como regra, os


seus titulares podem perder (não é viável por
processo administrativo, salvo no período inicial).
Cargos efetivos

• Se revestem de caráter de permanência,


constituindo a maioria absoluta dos cargos
integrantes dos diversos quadros funcionais
• Também proporcionam segurança a seus
titulares. (art. 41 CF).
• Não chegam a ter caráter de vitaliciedade.
Art. 41, CF/88

• São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores


nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público.

• O servidor público estável só perderá o cargo em 4 hipóteses, não


cumulativas:
• sentença judicial transitada em julgado (art. 41, § 1º, I, CF);

• processo administrativo, em que lhe seja assegurada ampla


defesa; (art. 41, § 1º, II, CF) = (P.A.D)

• Avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa. (art. 41, § 1º, III, CF)

• Necessidade de redução de despesas de pessoal (art. 169 c/c Art.


247 CF, art. 33 EC 19/98) e (art. 18 e 20, Lc 101/00 e L 9801/99)

• Observação: Ver ADI 2238 (é inconstitucional redução


proporcional da jornada e da remuneração prevista na LRF)
Investidura (art. 37, CF)

II - a investidura em cargo ou emprego público


depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
Art. 37, V, CF
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Caso para discussão
• Lei complementar do Estado da Paraíba criou
cargos em comissão de “agente judiciário de
vigilância”

• Foi proposta ADI

• Procede?
ADI 3233
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS
6.600/1998 (ART. 1º, CAPUT E INCISOS I E II), 7.679/2004 E
7.696/2004 E LEI COMPLEMENTAR 57/2003 (ART. 5º), DO
ESTADO DA PARAÍBA. CRIAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO.
I – (...)
II – Ofende o disposto no art. 37, II, da Constituição Federal
norma que cria cargos em comissão cujas atribuições não se
harmonizam com o princípio da livre nomeação e exoneração,
que informa a investidura em comissão. Necessidade de
demonstração efetiva, pelo legislador estadual, da adequação da
norma aos fins pretendidos, de modo a justificar a exceção à
regra do concurso público para a investidura em cargo público.
Precedentes. Ação julgada procedente.
Obs. O cargo questionado era o de “agente judiciário de
vigilância”
Remuneração dos servidores
• Remuneração = Vencimento + Vantagens

• Estabelecida por lei

• Regra geral: Art. 37, XI => Remuneração do STF é o teto,


seguido dos subtetos
Subsídio
• Parcela única § 4º O membro de Poder, o detentor de
mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente
por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI

• Ressalvadas as verbas trabalhistas (como férias) e as de


caráter indenizatório (como diárias)
Subsídio
• Cargos de natureza política

• Membros do MP, advogados públicos e defensores públicos;


Membros de tribunais de contas

• Demais servidores organizados em carreira, na forma em que


dispuser a respectiva lei
TJRJ AC 0150510-90.2018.8.19.0001 
APELAÇÃO E REEXAME NECESSÁRIO. ADMINISTRATIVO.
INDENIZAÇÃO POR LICENÇAS PRÊMIO NÃO GOZADAS.
POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO QUE VEDA O ENRIQUECIMENTO
ILÍCITO DA ADMINISTRAÇÃO. PRESUNÇÃO DE QUE O NÃO GOZO
DO DESCANSO REMUNERADO DO SERVIDOR SE DEU EM
PROVEITO DO SERVIÇO PÚBLICO DIANTE DE ABSOLUTA
NECESSIDADE. VALOR DA INDENIZAÇÃO CALCULADO COM BASE
NA ÚLTIMA REMUNERAÇÃO RECEBIDA EM ATIVIDADE,
EXCLUÍDAS AS VERBAS DE CARÁTER EVENTUAL E TEMPORÁRIO.
CONSIDERANDO O CARÁTER INDENIZATÓRIO DA VERBA DE
LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA, SOBRE ESTA NÃO DEVE
INCIDIR O TETO CONSTITUCIONAL, EM OBEDIÊNCIA AO ART. 37,
§ 11 DA CF, QUE DETERMINA A EXCLUSÃO DO TETO
REMUNERATÓRIO NAS VERBAS INDENIZATÓRIAS. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.
Teto deve ser apurado em cada
vínculo
• Portanto, se há acumulação legítima, pode
haver superação do teto

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDeta
lhe.asp?idConteudo=341877
RE 602043
Ementa: TETO CONSTITUCIONAL – ACUMULAÇÃO DE CARGOS –
ALCANCE. Nas situações jurídicas em que a Constituição Federal
autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é
considerado em relação à remuneração de cada um deles, e não
ao somatório do que recebido.

Tese: Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação


de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI,
da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos
vínculos formalizados, afastada a observância
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do
agente público.
Extinção do vínculo estatutário
• Renúncia

• Exoneração: sem caráter punitivo

• Demissão: com caráter punitivo

• Destituição: do servidor faltoso de cargo comissionado


ESTATAIS
CF - Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§1º. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre:
(...)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários;
Proteção contra demissão imotivada
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO
IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE
MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO. I - Os
empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da
CF, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº
19/1998. Precedentes. II - Em atenção, no entanto, aos princípios da
impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso publico, a
dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia
mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se,
assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão,
sejam também respeitados por ocasião da dispensa. III – A motivação do
ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível
quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal
investido do poder de demitir. IV - Recurso extraordinário parcialmente
provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se,
entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de
trabalho.
(RE 589998,Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2013, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-179 DIVULG 11-09-2013
PUBLIC 12-09-2013)

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