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Rede de Atenção

Psicossocial e Apoio
Matricial

CHIAVERINI, D. H. (org.). Guia prático de matriciamento em saúde mental.


Brasília/DF: Ministério da Saúde, 2011.
REDE DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL - DIRETRIZES
1. Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da cidadania;
2. • Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;
3. • Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência
multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
4. • Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado
com participação e controle social dos usuários e de seus familiares;
5. • Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de
ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado;
6. • Desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com
transtornos mentais, incluídos os decorrentes do uso de substâncias psicoativas
REDE DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL - OBJETIVOS
1. Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;

2. • Promover a vinculação das pessoas em sofrimento/transtornos mentais e com


necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias
aos pontos de atenção;

3. • Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no


território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento
contínuo e da atenção às urgências.
MATRICIAMENTO OU APOIO MATRICIAL

Formulado por Gastão Wagner Campos (1999)

É um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de
construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.

Ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações

O sistema de saúde se reestrutura em dois


tipos de equipes:

♦equipe de referência;
♦equipe de apoio matricial.
Matriciamento não é:

• encaminhamento ao especialista
• atendimento individual pelo profissional
de saúde mental
• intervenção psicossocial coletiva realizado
apenas pelo profissional de saúde mental
Deve proporcionar:

A retaguarda especializada da assistência,


Um suporte técnico-pedagógico,
Vínculo interpessoal
Apoio institucional no processo de construção coletiva de projetos terapêuticos
junto à população.
Diferencia-se da supervisão, pois o matriciador pode participar ativamente do
projeto terapêutico.
PROFISSIONAIS MATRICIADORES EM
SAÚDE MENTAL NA AP
Psiquiatras

Psicólogos

Terapeutas ocupacionais

Fonoaudiólogos

Assistentes sociais

Enfermeiros de saúde mental


DEMANDAS QUE PODEM SER
MATRICIADAS
Exame do estado mental

Risco para transtornos mentais

Transtornos mentais comuns

Transtornos mentais graves

Alcoolismos e outras drogadições

Risco de Suicídio

Problemas do sono
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA TRANSTORNOS MENTAIS DE
ACORDO COM A LINHA DE VIDA DE UM INDIVÍDUO
INSTRUMENTOS DO PROCESSO DE
MATRICIAMENTO
1. Elaboração do Projeto Terapêutico Singular

Um caso pode ser um indivíduo, uma família, uma rua ou praticamente toda uma área de abrangência.
Abordagens biológica e farmacológica
Abordagens psicossocial e familiar
Apoio do sistema de saúde
Apoio da rede comunitária
Trabalho em equipe: quem faz o quê

2. Interconsulta
ação colaborativa entre profissionais de diferentes áreas.

3. Visita domiciliar conjunta


ESTAPAS DE UMA CONSULTA
CONJUNTA
1. Contato prévio com as equipes
Esclarecer matriciadores não irão simplesmente atender e sim trabalhar juntos

2. Discussão antes do atendimento

3. Explicação do modelo ao usuário

4. Solicitação de permissão

5. Realização da consulta

6. Discussão de uma conduta compartilhada

7. Organização de revisão do caso


4. Genograma = permite descrever e ver como uma família funciona e interage
5. Ecomapa = avaliar as relações familiares com o meio social
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

Barreira = Desconstrução do que os profissionais da ESF entendem por


saúde mental, sendo a “educação em saúde mental” fundamental na
rotina dos espaços matriciais

Devem compreender que o acolhimento já é uma intervenção em saúde


mental

O apoio à adesão ao tratamento, os cuidados clínicos a esses usuários e a


inserção na comunidade podem (e devem) ser realizados pela equipe da
ESF

Desconstrução dos preconceitos relacionados ao adoecimento psíquico,


por meio, por exemplo, de leitura de textos, discussão de casos e
planejamento conjunto de atividades de grupos variados
DIFICULDADES COMUMENTE VIVENCIADAS PELOS
PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Tendência a dar soluções e conselhos

Manejo do tempo de cuidado e de expectativa de melhora do quadro

Dificuldades transferências

A contratransferência
COMO ACOLHER O PACIENTE QUE CHEGA ÀS UNIDADES
DA ESF?

Ouvir as queixas apresentadas sem menosprezá-las nem considerar que o paciente está inventando esses
sintomas. Os sintomas existem, apenas são causados por mecanismos fisiopatológicos de origem
emocional.

Examinar o paciente para verificar possível patologia orgânica e tranquilizá-lo sobre esse aspecto.

Conversar com o paciente sobre sua vida naquele momento.

Perguntar o que o paciente acha que está causando seus sintomas e se ele relaciona esses sintomas com o
que está ocorrendo em sua vida.

Examinar psiquicamente o paciente para confirmar o grau de gravidade de seu sofrimento emocional.

Conversar com ele sobre como poderia ser apoiado para superar seus problemas na vida.
A EQUIPE DEVE OFERECER ESPAÇOS DE ESCUTA E DE APOIO
QUE POSSAM BENEFICIÁ-LO, TAIS COMO:

Realização de novas conversas com pessoas da equipe;

Participação nas atividades físicas ou de trabalhos manuais realizadas nos diversos grupos de apoio
organizados nas unidades;

Busca de espaços sociais comunitários em que eles também se sintam apoiados, tais como igrejas,
ONGs, atividades artísticas e esportivas etc.

O acolhimento e a escuta, o apoio das equipes e dos grupos são, em


grande parte dos casos, suficientes para a pessoa se reestruturar,
buscando soluções para seus problemas
MANEJO DO COMPORTAMENTO SUICIDA

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