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Polipilula com ou sem

Aspirina em pessoas sem


doença cardiovascular
Luara Dantas Espinosa
Introdução
• As doenças cardiovasculares são responsáveis
por aproximadamente 18 milhões de mortes por
ano no mundo.

• Hipertensão Arterial e elevação de lipoproteína


de baixa densidade (LDL) são os fatores de risco
modificáveis mais importantes para doenças
cardiovasculares
Introdução
• TIPS 3: Ensaio randomizado, duplo-cego e
controlado por placebo, testou separadamente o
tratamento com polipílula contendo uma
estatina e vários redutores de pressão arterial
associados ou não a aspirina e a aspirina
isoladamente.

• Avaliado a eficácia e segurança da Polipílula x


Placebo, Aspirina x Placebo e a combinação da
Polipílula com Aspirina x Placebo.
População estudada
• Homens ≥ 50 anos e Mulheres ≥ 55 anos,
sem doença cardiovascular conhecida,
mas com risco cardiovascular
intermediário ou alto.
• 5713 participantes submetidos a
randomização entre 30/07/2012 e
12/08/2017
Métodos
Primeira comparação
• Comparando o uso de uma polipílula diária em
comparação com placebo na incidência de desfechos
cardiovasculares .
Polipílula :
- Sinvastatina 40mg
- Atenolol 100mg
- Hidroclorotiazida 25mg
- Ramipril 10mg
Métodos
Segunda comparação
• Uso da aspirina 75 mg, com revestimento entérico,
versus Placebo na incidência de desfechos
cardiovasculares.

Terceira Comparação
• Efeitos das polipílulas com aspirina em comparação com
o duplo placebo.
Acompanhamento e adesão
DESCONTINUAÇÃO DO REGIME:
• 42,2% do grupo polipílula
• 39,7% do grupo polipílula + aspirina
• 20% do grupo controle

• Os principais fatores na descontinuação dos ensaios incluíram:


barreiras administrativas, regulatórias e de atrasos na entrega
dos medicamentos, bem como as restrições relacionadas a
pandemia devido ao covid-19.
Resultados
 Polipílula x Placebo
• Eventos cardiovasculares maiores como Insuficiência cardíaca,
parada cardíaca ressuscitada e revascularização arterial
ocorreu em 126 participantes do grupo polipílula (4,4%), em
comparação com 157 participantes (5,5%) do grupo placebo.

• Morte por causas cardiovasculares ou AVC: 111 participantes


(3,9%) no grupo polipílula e 139 participantes (4,9%) no grupo
placebo.

• Número total de eventos: 138 no polipílula e 179 no grupo


controle
Resultados
 Aspirina x Placebo
• Morte por causas cardiovasculares (IAM ou AVC): 116
participantes (4,1%) no grupo da aspirina e em 134
participantes (4,7%) no grupo placebo.

• Morte por causas cardiovasculares, IAM, AVC ou câncer: 153


participantes (5,3%) no grupo aspirina e em 177 participantes
(6,2%) no grupo placebo

• Número total de eventos: 124 no grupo aspirina e 144 no


grupo placebo.
Resultados
Polipílula mais Aspirina x Placebo

• Eventos cardiovasculares, insuficiência cardíaca, parada


cardíaca ressuscitada ou revascularização arterial: 59
participantes (4,1%) no grupo polipílula mais aspirina, em
comparação com 83 no grupo duplo-placebo (5,8%).

• Morte de causas cardiovasculares, IAM ou AVC: 52


participantes (3,6%) no grupo polipílula mais aspirina versos
75 no grupo duplo-placebo (5,3%).
Resultados
• Polipílula mais Aspirina x Placebo
• O numero de participantes que descontinuaram os
medicamentos no grupo ensaio ou placebo por causa de
efeitos colaterais foram semelhantes nos dois grupos.

Efeitos colaterais relatados:


EFEITO COLATERAL Polipílula + Aspirina Duplo-placebo
Sintomas musculares 5 7
Sangramento 3 1
gastrointestinal
Dispepsia 3 3
Gastrite 19 22
Hipotensão 45 22
Sangramento grave 9 12
Conclusão
• No TIPS 3 foi visto uma redução de 31% no risco
relativo de eventos cardiovasculares em uma
análise de intenção de tratar.

• A redução no nível de LDL com a polipílula foi a


metade do valor que haviam previsto com base
nos estudos pilotos (TIPS-1 e TIPS-2) ou ensaios
com novas estatinas.
Conclusão
• O grau de redução da pressão arterial também foi menor em
aproximadamente um terço, em comparação com os achados de
estudos anteriores de curto prazo. 

• A redução da pressão arterial sistólica observada no TIPS-3 foi


semelhante à observada no estudo HOPE –3, que usou duas
amostras de fármacos para baixar a pressão em meia doses.

• Redução da pressão arterial diastólica foi maior do que a


observada no estudo PolyIran de longo prazo, no qual nenhuma
diferença na pressão arterial diastólica foi observada no final do
estudo. 
Discussão
• Os benefícios observados em eventos cardiovasculares foram
consistentes com o que seria esperado de uma redução
modesta no nível de LDL e na pressão arterial, com benefícios
adicionais da aspirina.

• Provável que nesse estudo os resultados da polipílula com


aspirina seja uma subestimação dos verdadeiros efeitos do
tratamento por causa da alta incidência de descontinuação do
regime do estudo (que foi principalmente por razões não
relacionadas aos efeitos colaterais).
Discussão

• Durante o ensaio, as complexidades nos processos de


distribuição de medicamentos, resultaram em atrasos no
fornecimento de medicamentos para muitos locais.

•  Esses atrasos limitaram o acesso inicial aos medicamentos e


placebos do estudo para os participantes, impediram o
reabastecimento, levando à descontinuação após o início do
regime.
Discussão
•  a pandemia de Covid-19 restringiu as operações locais em
praticamente todos os países a partir de março de 2020.

• Sendo assim, o acompanhamento geral do estudo foi um


pouco mais curto do que haviam planejado. TIPS-3 teve uma
mediana de 4,4 anos de acompanhamento, em comparação
com os 5 anos planejados, enquanto o acompanhamento
médio no ensaio HOPE-3 foi de 5,6 anos e no ensaio PolyIran
todos os participantes foram acompanhados por 5 anos.
Consideração final
• Futuras formulações de uma polipílula pode resultar em
maiores diferenças nos fatores de risco, pode-se esperar que
leve a maiores benefícios do que foram observadas no ensaio
atual.
Referência
• YUSUF, Joseph. Polypill with or without Aspirin in Persons
without Cardiovascular Disease. The new england journal of
medicine, [S. l.], p. 216-228, 21 jan. 2021.

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