Você está na página 1de 18

ANA LUÍSA VIEIRA| DIREITO CONSTITUCIONAL II

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
OS ESTADOS MEMBROS
1. CARACTERÍSTICAS
» Os estados-membros constituem pessoas jurídicas
de direito público interno;
» Os estados-membros são autônomos.Possuem,
portanto, capacidade de:
- Auto-organização (Art. 25 da CF);
- Autogoverno (art. 27,28,125 da CF);
- Autoadministração (art. 18, 25/28 da CF);
- Autolegislação (art. 18, 25/28 da CF).

» Atenção: Autonomia é de Soberania.


AUTONOMIA DOS 2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
ESTADOS-
MEMBROS 2.1 Regra Geral
» Art. 18, §3º c/c Art. 48, VI ambos da CF. Vejamos:
» A Soberania é fundamento
da RFB. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
» Os entes federativos, dentre todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...] § 3º Os Estados
eles os estados-membros, podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
são autônomos, nos limites anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
de suas competências plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
constitucionalmente
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
definidas, delimitadas e República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52,
asseguradas. dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre: [...] VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas
de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.1 Regra Geral
» Para formação de estados-membros, são requisitos:
» 1ª Fase: Plebiscito.
Por meio de plebiscito, a população interessada deverá aprovar a formação do
novo Estado. Não havendo aprovação, nem se passará à próxima fase, na medida
em que o plebiscito é condição prévia, essencial e prejudicial à fase seguinte
» 2ª Fase: Projeto de Lei Complementar
Sendo favorável o resultado da consulta prévia ao povo mediante plebiscito, será
proposto projeto de lei perante qualquer das Casas do Congresso Nacional (art.
4.o, § 1.o, da Lei n. 9.709/98 )
» 3ª Fase: Audiências das Assembleias Legislativas
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.1 Regra Geral
» Para formação de estados-membros, são requisitos:
» 3ª Fase: Audiências das Assembleias Legislativas
Na casa do Congresso Nacional (Câmara ou Senado) que for apresentado o projeto de lei
complementar para criação de novos estados-membros, serão feitas audiências para
discussão da proposta (art. 4.o, § 2.o, da Lei n. 9.709/98, regulamentando o art. 48, VI, da
CF/88)
Atenção: O parecer das Assembleias Legislativas dos Estados não é vinculativo. Mesmo
que desfavorável, poderá dar-se continuidade ao processo de formação de novos estados.
» 4ª Fase: Aprovação pelo Congresso Nacional
Aprovação do projeto de lei complementar, proposto no Congresso Nacional, através do
quórum de aprovação pela maioria absoluta, de acordo com o art. 69 da CF/88. O
Congresso Nacional não está obrigado a aprovar o projeto de lei.
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.1 Regra Geral
» Para formação de estados-membros, são requisitos:
» 5ª Fase: Promulgação do Presidente da República
Aprovado o projeto de lei que estabeleça a criação de novos estados-membros,
será submetido à sanção ou veto do Presidente da República. Registra-se que
há discricionariedade na tomada de sua decisão, mesmo diante de manifestação
plebiscitária favorável, poderá vetar o projeto de lei sempre que julgar ser
contrário à convivência política.
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.2 Aspectos específicos e procedimentais

» O plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por


proposta de 1/3, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do
Congresso Nacional (art. 3º da Lei n. 9.709/98).
» A competência para autorizar referendo e convocar plebiscito é exclusiva do
Congresso Nacional, materializada por decreto legislativo (art. 49, XV, da CF/88).

» Atividade: Pesquisem sobre a proposta de divisão do Estado do Pará, que


aconteceu em 2011.
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.1 Regra Geral
» Na hipótese de o povo ter autorizado (por meio de plebiscito) a criação do
novo estado, de o projeto de lei complementar ter sido aprovado pelo
Congresso Nacional e de o Presidente da República o ter sancionado. Como
se procederá a criação?
» O Art. 235 da CF/88 estabelece as diretrizes para os 10 (dez) primeiros anos
contados da criação no novo estado-membro.
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.2 Fusão
» O Art. 18, §3 da CF estabelece que os estados poderão INCORPORAR-SE
entre si.
» Esse é o conceito do surgimento de estados por meio da fusão.
» Nessa situação dois ou mais estados-membros se unem geograficamente,
formando um terceiro e novo estado ou território federal. Totalmente distinto
dos estados anteriores, os quais, simplesmente deixarão de existir.
» Exemplo: o estado do Rio de Janeiro, por meio do art. 8º da LC n. 20/74,
houve a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara (atual
município do Rio de Janeiro e sede da Capital Federal)
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.3 Cisão
» O Art. 18, §3 da CF estabelece que os estados poderão SUBDIVIDIR-SE.
» Esse é o conceito do surgimento de estados por meio da cisão.
» Nessa situação um estado subdivide-se formando dois ou mais estados-
membros novos, com personalidades jurídicas distintas, ou territórios
federais. O estado originário deixa de existir politicamente.
» Na doutrina do professor José Afonso da Silva tem-se que a cisão/subdivisão
“... significa separar um todo em várias partes, formando cada qual uma
unidade independente das demais”.
2. FORMAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS
2.3 Desmembramento
» O Art. 18, §3 da CF estabelece que os estados poderão DESMEMBRAR-SE,
situação onde um ou mais estados-membros podem ceder parte de seu
território geográfico para formar um novo estado-membro ou território federal
que não existia ou se anexar (a parte desmembrada) a um estado-membro já
existente.
» Esse é o conceito do surgimento de estados por meio da desmembramento.
» Exemplo: o estado de Goiás em relação ao de Tocantins (art. 13 do ADCT) e
com o do Mato Grosso em relação ao Mato Grosso do Sul (Lei Complementar
n. 31/77).
2.3.1 DESMEMBRAMENTO 2.3.2 DESMEMBRAMENTO
POR ANEXAÇÃO POR FORMAÇÃO
» A parte desmembrada vai anexar-se a um » A parte desmembrada se transformará em um
Estado que já existe, ampliando o seu ou mais de um estado-membro.
território geográfico.
» Nesses casos, o estado-membro originário não
» Não haverá criação de um novo Estado. desaparecerá, não ocorrendo a perda de sua
» Tanto o Estado primitivo permanece (só identidade. Apenas perderá parte de seu
que com área e população menores) como território e da população.
o Estado que receberá a parte » No tocante ao plebiscito, por população
desmembrada continua a existir (só que diretamente interessada deve ser entendida
com área e população maiores). população do Estado que sofrerá o
» No tocante ao plebiscito, por população desmembramento
diretamente interessada deve ser
entendida tanto a do território que se
pretende desmembrar como a que
receberá o acréscimo, na hipótese de
desmembramento anexação
3. BENS DOS 4. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS-
ESTADOS-MEMBROS MEMBROS
» De acordo com o art. 26 da
CF/88, incluem-se entre os 4.1 COMPETÊNCIA NÃO LEGISLATIVA (ADMINISTRATIVA)
bens dos Estados: » Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): trata-se
I - as águas superficiais ou subterrâneas, de competência não legislativa comum aos quatro entes federativos,
fluentes, emergentes e em depósito, quais sejam, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, prevista
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, no art. 23 da CF/88.
as decorrentes de obras da União;
» Residual (remanescente ou reservada): são reservadas aos Estados as
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e
costeiras, que estiverem no seu domínio, competências administrativas que não lhes sejam vedadas, ou a
excluídas aquelas sob domínio da União, competência que sobrar (eventual resíduo), após a enumeração dos
Municípios ou terceiros; outros entes federativos (art. 25, § 1.o), ou seja, as competências que
III - as ilhas fluviais e lacustres não não sejam da União (art. 21), do Distrito Federal (art. 23), dos
pertencentes à União; Municípios (art. 30, III a IX) e comum (art. 23).
IV - as terras devolutas não
compreendidas entre as da União.
4. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS-MEMBROS

4.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA


» Expressa: art. 25, caput. Relativa à capacidade de auto-organização dos Estados-Membros, que se regerão
pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios da CF/88.
» Residual (remanescente ou reservada): art. 25, § 1º toda competência que não for vedada está reservada aos
Estados-Membros, ou seja, o resíduo que sobrar, o que não for de competência expressa dos outros entes e
não houver vedação, caberá aos Estados materializar;
» Delegada pela União: art. 22, parágrafo único. A União poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias de sua competência privativa prevista no art. 22 e incisos. Tal autorização dar-se-á
por meio de lei complementar;
» Concorrente: art. 24 há concorrência para legislar dar-se-á entre a União, os Estados e o Distrito Federal,
cabendo à União legislar sobre normas gerais e aos Estados, sobre normas específicas;
4. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS-MEMBROS

4.2 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA


» Suplementar: art. 24, §§ 1º a 4º no âmbito da legislação concorrente, a União limita-se a estabelecer normas
gerais e os Estados, normas específicas. No entanto, em caso de inércia legislativa da União, os Estados
poderão suplementá-la, regulamentando as regras gerais sobre o assunto, sendo que, na superveniência de
lei federal sobre norma geral, a aludida norma estadual geral (suplementar) terá a sua eficácia suspensa, no
que for contrária à lei federal sobre normas gerais editadas posteriormente. Assim, poderíamos, conforme a
doutrina, dividir a competência suplementar em duas, a saber: a) competência suplementar complementar —
na hipótese de já existir lei federal sobre a matéria, cabendo aos Estados e ao Distrito Federal (na
competência estadual) simplesmente completá-las; b) competência suplementar supletiva — nessa hipótese
inexiste a lei federal, passando os Estados e o Distrito Federal (na competência estadual), temporariamente, a
ter a competência plena sobre a matéria.
» Tributária expressa: art. 155 da CF.
“ ATIVIDADE
Considerando o disposto no texto do § 3º do artigo 25 da
Constituição Federal. Analisem o texto da Lei nº
13.089/2015 e a PEC n. 13/2014, apresentando a conclusão
de vocês sobre o tema, quais os requisitos para a
constituição de uma região metropolitana, qual a
competência para sua instituição, eventuais limites e
aspectos específicos sobre o tema, bem como, tragam ao
menos 2 exemplos de regiões metropolitanas existentes,
indicando, inclusive os dispositivos legais que as instituíram.
O Trabalho deverá ser entregue até dia o início da próxima
aula via Gioconda (Produção Acadêmica)

Você também pode gostar