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TEORIA GERAL DO

DIREITO

INSTRUMENTOS DE
CONTROLE SOCIAL
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL

O comportamento de cada
membro do grupo social
estabelece a existência de
padrões de conduta.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Derivados da convivência e da
reciprocidade, que limitam a
liberdade de procedimentos,
atitudes e expressão.
Sempre que tais
comportamentos acarretarem
violação de interesses de outrem
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Desta forma, surgem regras de
conduta com o objetivo de
ajustar as relações entre os
indivíduos, ou entre os grupos
baseados em juízo de valores.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Entendendo como valor à
qualidade objetiva de um ser que,
por significar uma perfeição,
provoca a atração dos sentimentos
subordinados à vontade.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Podemos concluir que, se
o “valor” é um “bem” e o
bem coincide com o “fim”,
é sinônimo de valor.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Em conseqüência do convívio
do homem em grupos surgem
regramentos que ele começa a
aprender desde o nascimento.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Que ele é levado a aceitar e
respeitar como indispensáveis
à convivência harmônica, quer
se tratem de costumes, religião,
normas sociais ou jurídicas
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL

Norma então é tudo


aquilo que define ou
regulamenta o agir
humano.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
Resultado da norma é a
normatividade social que, seria um
conjunto de regras, escritas ou
orais, de origem determinada ou
indeterminada, que tutelam a
conduta dos homens em grupos,
impondo-lhes deveres positivos ou
negativos
INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL
As normas sociais
compreendem as normas:
as éticas,
as técnicas e
as lógicas
NORMAS TÉCNICAS
 Norma Técnica
 também denominada de prática
ou de operação
 é regra que indica a maneira de
agir para alcançar um
determinado fim.
NORMAS TÉCNICAS
Norma Técnica
Constituem a ordenação da
razão acerca de como e por
quais meios o ato humano
chega a um fim devido.
NORMAS TÉCNICAS
São normas que objetivam o fazer.
São neutras em relação a valores,
pois, tanto podem servir ao bem
quanto ao mal.
Não são obrigatórias em si.
NORMAS TÉCNICAS
Exemplos:
Regras de gramática
Normas indicadoras de
operacionalização de
aparelhos, etc.
NORMAS LÓGICAS
Normas Lógicas
dirigem-se ao pensar humano,
buscando orientar a atividade
intelectual, os conceitos, os
juízos e os raciocínios humanos.
NORMAS ÉTICAS
Normas Éticas
dizem respeito ao agir humano.
São aquelas que disciplinam o
comportamento do homem, tanto
de foro intimo e subjetivo, quanto
ao de natureza exterior e social.
NORMAS ÉTICAS
Normas Éticas
Prescrevem deveres para a
consecução de valores.
Sua principal característica é a
possibilidade de serem violadas.
NORMAS ÉTICAS
Normas Éticas
Não apenas implicam em juízos
de valor, mas impõe a escolha
de uma diretriz, de caráter
obrigatório num determinado
grupo social.
NORMAS ÉTICAS
O mundo ético é o mundo do
dever ser, isto é , o mundo dos
juízos de valores, em
contraposição ao ser, que é o
mundo do juízo da realidade.
NORMAS ÉTICAS
Características da norma ética:
A) Imperatividade:
A norma ética enuncia algo que
“deve ser”, ou seja, não descreve,
nem indica, nem aconselha;
NORMAS ÉTICAS
B) Possibilidade de violação:
Toda norma é formulada no
pressuposto essencial da
liberdade que tem o seu
destinatário de obedecer ou
não aos seus ditames;
NORMAS ÉTICAS
C)Impõe-se ao fato contrário:
A violação, porém, da norma
ética não atinge a sua validade;
embora transgredida, continua
válida, fixando a
“responsabilidade” do
transgressor.
NORMAS ÉTICAS

C)Impõe-se ao fato contrário:


Conseqüentemente, ela se
impõe ao fato isolado que
conflitar com ele; se sobrepõe
ao comportamento contrário.
NORMAS ÉTICAS
 A experiência da vida diária revela
que vivemos cercados destas normas
éticas, de preceitos determinando, ora
que devemos adotar certas formas de
comportamento, ora que não
devemos proceder de certa maneira.
NORMAS ÉTICAS
Verificamos também que são
diferenciadas entre si:
A)algumas têm características
puramente “religiosas”; são
fundadas na Fé;
NORMAS ÉTICAS
 B)outras têm feição “moral”,
fundada na Fé;
 C)outras têm feição “moral”,
fundada no foro íntimo de cada um
e visando ao bem da pessoa (o que
não significa que o indivíduo seja a
medida dos atos morais);
NORMAS ÉTICAS
D) outras se revelam como
preceitos de “etiquetas
sociais”, visando tornar o
ambiente social mais ameno;
E)e outro, enfim, são
“jurídicas”, constituindo o
campo do Direito.
NORMAS ÉTICAS
Todas se destinam a criar
condições para a realização de
uma ordem, de uma convivência
ordenada entre nós, cada qual
com suas peculiaridades.
NORMAS ÉTICAS
 A atividade humana, além de
subordinar-se às leis da
natureza, conduz-se conforme as
normas éticas, tem necessidade
de orientar-se também pelas
chamadas “normas técnicas”.
NORMAS ÉTICAS
 A diferença entre elas está, na lição de
NADER, em que:
 as normas éticas determinam o agir social e a
sua vivência já constitui um fim;
 enquanto as normas técnicas indicam fórmulas
do fazer e são apenas meios que irão
capacitar o homem a atingir certos resultados.
NORMAS ÉTICAS
As normas éticas compreendem as
normas:
religiosas,
morais,
de trato social e
jurídicas.
NORMAS ÉTICAS
RELIGIOSA
MORAL
DE TRATO SOCIAL
NORMAS (plano compreensivo-normativo)

ÉTICAS JURÍDICA
NORMAS RELIGIOSAS
 a)Normas religiosas
 São as consideradas e qualificadas
pelos fieis de determinada confissão
religiosa como oriundas da divindade,
ou por elas aprovadas, e outras de
caráter obrigatório por determinação
da autoridade religiosa seu valor é
transcendental.
NORMAS RELIGIOSAS
 Principais características:
 A)Unilateralidade: só estabelecem
deveres e nenhuma exigibilidade por
parte de outro ser humano;
 B)Incoercibilidade: carecem de força e
mecanismo de constrangimento para a
sua obediência;
NORMAS RELIGIOSAS
 C)Interioridade: é indispensável o
querer do destinatário;
 D)Autonomia: os procedimentos de
conduta nascem da consciência do
individuo;
 E)Particularidade: regem aspectos
particulares de conduta e destinam-se
a apenas alguns destinatários, os
crentes da confissão;
NORMAS RELIGIOSAS
 F)Visam o bem social e o particular;
 G)Tem previsão de sanções
internas(o pecado) e externas(a
excomunhão).
NORMA MORAL
 b)Norma Moral
 É a norma de conduta desprovida de
coerção, que só prescreve deveres. É
subjetiva e psicológica. A norma moral
busca o bem seu valor é imanente.
 Exemplo de norma moral é o ser-se grato
ao bem recebido.
NORMA MORAL
 Suas principais características são:
 Interioridade;
 Unilateralidade;
 Incoercibilidade;
 Autonomia;
 Visar o bem social e particular,
com sanções difusas.
NORMA MORAL
 Consideraremos bem tudo aquilo
que promove o homem de uma
forma integral e integrada.
 Integral significa a plena realização
do homem, e integrada, o
condicionamento a idêntico
interesse do próximo.
NORMA MORAL
 (...) A par da idéia matriz de bem,
organizam-se os sistemas éticos,
deduzem-se os princípios e
chega-se às normas morais que
vão orientar as consciências
humanas em suas atitudes.
( Nader, p. 95)
NORMAS DE TRATO SOCIAL
 c) Normas de Trato Social
 Também denominadas normas de uso
social ou normas convencionais, são
padrões de conduta social, elaborados
pela sociedade e que, embora não
resguardando os interesses de
segurança do homem, visam tornar o
ambiente social mais agradável, sob
pressão da própria sociedade.
NORMAS DE TRATO SOCIAL
 Tem mero valor social, visando à
realização do homem dentro do ambiente
social.
 Suas principais características são:
 A)Unilateralidade: a cada regra
correspondem deveres, e nenhuma
exigibilidade;
NORMAS DE TRATO SOCIAL

 B) Exterioridade: visam apenas a


superficialidade, ao exterior, às
aparências (regras de etiqueta,
cortesia, cerimonial);
NORMAS DE TRATO SOCIAL

 C) heteronomia: os
procedimentos de conduta não
nascem da consciência do sujeito
e o obrigam independentemente
de sua vontade;
NORMAS DE TRATO SOCIAL

 D) Incoercibilidade: sendo unilaterais e


não sofrendo intervenção estatal, tais
regras não são impostas
coercitivamente; carece de força o
mecanismo de constrangimento;
NORMAS DE TRATO SOCIAL
 E) Aspecto social: as normas possuem
um significado social, constituindo-se
em maneiras de se apresentar perante
o próximo; o individuo não se
subordina a tais preceitos consigo
mesmo; sua finalidade é o
aperfeiçoamento do convívio social;
NORMAS DE TRATO SOCIAL
 F) Sanção difusa: a uma sanção
incerta, consistindo na reprovação,
na crítica, rompimento de relações
sociais, até mesmo na expulsão do
grupo; às vezes, o constrangimento
que a regra impõe é maior e mais
oneroso que a coação do direito;
NORMAS DE TRATO SOCIAL
 G) Isonomia por classes e níveis
culturais: as regras de trato social
não se destinam a todos de igual
maneira, seu caráter vária conforme
o nível de cultura e a classe social do
destinatário. Exemplo: é expectativa
social que o comportamento social
de um magistrado seja superior a de
um humilde colono.
NORMAS JURÍDICAS
 d) Normas Jurídicas
 São regras de conduta, impostas
ou reconhecidas pelo poder
público, compostas de preceito e
sanção. São, pois, objetivas e
sociológicas. Seu objetivo é o bem
comum, ou seja, o bem de toda a
sociedade ou de um comunidade.
NORMAS JURÍDICAS
 O direito surge na confluência do
moral e do social. Por ser moral, a
função do direito é corretiva e
civilizadora. Por ser social, a função
do direito não pode contrariar
fundamentalmente a realidade,
porque então perderia a eficácia.
NORMAS JURÍDICAS
 Não pode haver sempre e em todos
os lugares a mesma
regulamentação jurídica, mas ao
contrário ela deve adaptar-se a
situações concretas do povo, a seu
grau de civilização e as
necessidades da época.
NORMAS JURÍDICAS
 Características da Norma
Jurídica:
 A) Bilateralidade: nos casos de
normas disciplinadoras de
conduta, a bilateralidade
consiste em a norma enlaçar o
direito de uma parte com o
dever de outra;
NORMAS JURÍDICAS
 B) Coercibilidade: consiste em que ela
contém sempre a possibilidade jurídica
da coação; é essencial para a
eficiência da norma que o Estado
possa obrigar o cidadão à obediência
da norma;
 C) Imperatividade: consiste em que a
norma estabelece um comando a ser
observado compulsoriamente;
NORMAS JURÍDICAS
 D) Exterioridade: a norma jurídica visa
um comportamento objetivo, exterior ao
destinatário, dispensando sua vontade;
 E) Generalidade e abstração: a norma
jurídica estabelece princípios gerais
aplicáveis a infinidade de casos e não
servem para regular o caso singular;
além disso, consiste a norma ter vários
destinatários;
NORMAS JURÍDICAS
 F) Heteronomia: os procedimentos
de conduta não nascem na
consciência do destinatário,
obrigando-o independentemente
de sua adesão;
 G) Visam ao bem social;
 H) Trazem sanção explicita.
NORMAS JURÍDICAS
 Heteronomia:
 é um conceito criado por Kant significando
as leis que recebemos. Ao contrário de
autonomia, consiste na sujeição do individuo
à vontade de terceiros ou de uma
coletividade. É conceito básico relacionado
ao Estado de Direito, em que todos devem
se submeter à vontade da lei. Do grego
heteros (DIVERSOS) + Nomos (REGRAS),
a heteronomia é a característica da Norma
Jurídica, que esclarece ser esta imponível à
vontade do destinador
Distinções formais dos instrumentos de controle
social: Direito, moral, religião e trato social
DIREITO MORAL RELIGIÃO TRATO
SOCIAL
1 - Coerção SIM NÃO NÃO NÃO
2 - Bilateralidade SIM NÃO NÃO NÃO
3 - Heteronomia SIM SIM/ SIM/ SIM
NÃO NÃO
4 - Sanção SIM NÃO NÃO SIM
5 - Foro Externo SIM NÃO NÃO SIM

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