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OFICINA GRAMATICAL Nº 01

MECANISMOS DE ESTRUTURAÇÃO
TEXTUAL

Maputo
29 de junho de 2020

Danifo Chutumiá
 PLANO DE APRESENTAÇÃO

 Parâmetros da Textualidade

 Coesão e Coerência

 Proposta de Actividades

 Progressão Temática

 Referências Bibliográficas
“Todo o falante de uma língua tem a capacidade de
distinguir um texto coerente de um aglomerado incoerente
de enunciados ou frases.”

 O que é texto?
 Amplo: Toda e qualquer manifestação da capacidade
textual do ser humano (música, teatro, filme).

 Restrito: é a actividade comunicativa de um sujeito,

numa situação de comunicação dada, englobando o


conjunto de enunciados produzidos pelo locutor e o
evento da sua enunciação, ou seja, o DISCURSO.
 Mendes (2013)
 O texto pode variar muito em forma e sentido,
dependendo da situação, do modo de produção, do
produtor e receptor, dos objectivos, mas que se
caracteriza por construir um todo estruturado, coerente,
adequado a determinados propósitos comunicativos e
que inclui o conjunto necessário de enunciados para levar
a bom termo essa comunicação.

Vejam-se os exemplos:
TEXTUALIDADE
 Aquilo que se converte em uma sequência linguística de
texto. O que assegura a textualidade é a coerência.

PROPRIEDADES DA TEXTUALIDADE
 Informatividade
 Situacionalidade
 Intencionalidade
 Aceitabilidade
 Intertextualidade
 Coesão
 Coerência
COESÃO E COERÊNCIA

 Beaugrande & Dressler (1981)

COESÃO
  Modo como os componentes da superfície textual se
encontram conectados entre si numa sequência linear.

COERÊNCIA
 Modo como os componentes do universo textual são
mutuamente acessíveis e relevantes entre si, veiculando
sentidos.

 Koch e Travaglia (1999)


consideram que a coerência se estabelece na interação, na
interlocução, numa situação comunicativa entre dois
usuários
COESÃO E COERÊNCIA

 Marcuschi (1983)
Distingue coesão de coerência.

 A coesão não é uma condição necessária nem suficiente


para a criação do texto:

 Existem textos destituídos de recursos coesivos em que


“a continuidade textual se dá ao nível do sentido e não
ao nível das relações entre os constituintes linguísticos.”

 Há textos em que ocorre um “sequenciamento coesivo


de factos isolados que permanecem isolados, e com isto
não têm condições de formar uma textura.”
COESÃO E COERÊNCIA

 
 Koch (1998, 2004)
Propõe duas grandes modalidades de coesão:

 COESÃO REMISSIVA OU REFERENCIAL


«É aquela em que um componente da superfície do texto
faz remissão a outro(s) elemento(s) nela presentes ou
inferíveis a partir do universo textual.»

 A remissão pode ser anafórica ou catafórica.

 As formas remissivas podem ser: GRAMATICAIS OU


LEXICAIS.
COESÃO E COERÊNCIA

 
 COESÃO SEQUENCIAL

 «Diz respeito aos procedimentos linguísticos por meios


dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto
(enunciados, partes de enunciados, parágrafos e
sequencias textuais), diversos tipos de relações
semânticas e/ou pragmáticas, à medida que se faz o
texto progredir.»
 
Pode ser de dois tipos:
1. Parafrásica: com procedimentos de recorrência;
2. Frásica: sem procedimentos de recorrência estrita
PROPOSTA: DESCRIÇÃO DOS MECANISMOS DE COESÃO
REFERENCIAL E SEQUENCIAL NOS TEXTOS
PROPOSTA: DESCRIÇÃO DOS MECANISMOS DE COESÃO
REFERENCIAL E SEQUENCIAL NOS TEXTOS
PROGRESSÃO TEMÁTICA

 Na sequencialização do texto, é fundamental o modo


como se opera a progressão temática.

 Preocupados com a organização e hierarquização das


unidades semânticas de acordo com o seu valor
comunicativo, os funcionalistas estudam a articulação
TEMA (tópico) – REMA (comentário).

 Estas concepções variam em duas perspectivas.


PROGRESSÃO TEMÁTICA

1. Oracional → considera:
 Tema, tudo aquilo que se toma como base da
comunicação, aquilo de que se fala.
 Rema, o cerne da contribuição, aquilo que se diz sobre
o tema, não havendo necessariamente coincidência
entre o tema e dado, rema e novo.

2. Contextual → interessa-lhe a estrutura informacional


do texto e considera:
 Tema, a informação contextualmente dedutível
 Rema, a informação nova, desconhecida, não dedutível
TIPOS DE PROGRESSÃO TEMÁTICA

 PROGRESSÃO TEMÁTICA LINEAR → o rema, ou parte


do rema, de um enunciado passa a ser tema do
enunciado seguinte, o rema deste a tema do seguinte,
e assim sucessivamente.
A→B
B→C
C→D
TIPOS DE PROGRESSÃO TEMÁTICA

 PROGRESSÃO TEMÁTICA COM TEMA CONSTANTE → a um


mesmo tema são acrescentadas, em cada enunciado, novas
informações remáticas.
A→B
A→C
A→D
TIPOS DE PROGRESSÃO TEMÁTICA

• PROGRESSÃO COM TEMA DERIVADO → um hipertema, ou


tema geral, subdivide-se em temas parciais.
A→B
A1 → C
A2 → D
TIPOS DE PROGRESSÃO TEMÁTICA

 PROGRESSÃO POR DESENVOLVIMENTO DE UM REMA


SUBDIVIDIDO → o rema de uma frase divide-se em remas
ordenados, procedendo-os, portanto, ao desenvolvimento
das partes de um rema superordenado.
A → B (B1 + B2 + B3…)
B1 → C
B2 → D
TIPOS DE PROGRESSÃO TEMÁTICA

 PROGRESSÃO COM SALTO TEMATICO → Ocorre quando há


omissão de um segmento intermediário da cadeia de
progressão temática, facilmente dedutível do contexto.
A→B
B→C
……...
D→E
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Beaugrande, R. & Dressler, W. U. (1981) – Introduction to Linguistics.


Disponível em
http://www.beaugrande.com/introduction_to_text_linguistics.htm
 
• Danes, F (1974) – Functional Sentence Perspective and the
Organization of the Text. In Danes, F. (ed.) – Papers on Functional
Sentence Perspective. Praga: The Hague.

• Koch, I. (1998) – O Texto e a Construção dos Sentidos. Contexto: São


Paulo
 
• Koch, I. (2004) – Referenciação. In Introdução à Linguística Textual. São
Paulo: Martins Fontes
 
• Marcuschi, L. A. (1983) – A Linguística de Texto: O que é e como se faz.
Recife: Universidade Federal de Pernambuco
 
• Mendes, A. (2013) – Organização Textual. In Raposo, E. P. et al.
Gramática do Português. Volumes I e II. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

• QUE DIFICULDADES ENFRENTA DURANTE A PRODUÇÃO


TEXTUAL?

• É UM INDIVÍDUO ACTIVO NA LEITURA? SE SIM, EM QUE ISSO


CONTRIBUI PARA MELHORAR A SUA PRODUÇÃO ESCRITA?

• “A coesão está intimamente ligada à competência do


falante.” Duarte (2003)
• “A coesão não é uma questão do que um texto significa, mas
de como está edificado semanticamente.” Halliday & Hasan
(1994)
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