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PSICOLOGIA JURÍDICA

TRINDADE, Jorge. Manual de psicologia jurídica para operadores do direito. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 27-91.

•Disciplina ainda em construção  impermeabilidade do


direito e recenticidade da psicologia experimental e científica;

•Psicologia e direito com destino comum  comportamento


humano  compreensão / regulação;

•Saberes compartimentados e hermetismo do direito 


fetichização do jurídico (tecnicismo) e desprezo às conexões
com os demais ramos do saber;

•“Gheto aporético-epistemológico”  paralisia do


pensamento jurídico.
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•Ainda há quem negue a “tangência interdisciplinar” entre
psicologia e direito  ser / dever-ser e causalidade /
finalidade;

•Psicologia  disputa de saber (poder) com as ciências


biológicas (médicas): psiquiatria, biologia e psicopatologia;

•Transdisciplinariedade  “paradigma da complexidade”;

•Objetividade X subjetividade  “questionar o observador e


seu locus fora do sistema, incluindo-o na descriptio”  ciência
é plural.
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•“É o estudo do comportamento das pessoas e dos grupos enquanto têm
a necessidade de desenvolver-se dentro de ambientes regulados
juridicamente, assim como da evolução dessas regulamentações
jurídicas ou leis enquanto os grupos sociais se desenvolvem neles”
(CLEMENTE, 1998, p. 25);

•Psicologia do direito  explicar a fundamentação psicológica do direito


 psicologismo jurídico (realismos norteamericano e escandinavo);

•Psicologia no direito  estuda a estrutura da norma jurídica enquanto


vetores das condutas humanas  aplicada e prática;

•Psicologia para o direito  ciência auxiliar ao direito como a medicina


legal, p. ex. (MUÑOZ SABATÉ, 1980).
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•Aporte de conhecimento  1) assessoramento legislativo (leis mais adequadas);
e 2) assessoramento judicial (administração da justiça);

•Autor propõe que deixe de ser “auxiliar” e que se configure em novo paradigma:
psicojurídico (transdisciplinar)  “antes de sabermos como é que a justiça se
pode tornar sábia pelo recurso à psicologia, temos que pensar como é que o
saber psicológico se epistemologiza numa racionalidade de saber fazer justiça”
(AGRA, 1986, p. 311);

•Várias psicologias jurídicas  judicial / penitenciária / criminal / civil geral e de


família / laboral / administrativa / do testemunho / da criança e do adolescente /
das decisões judiciais / policial / da vítima;

•Outras áreas de atuação  dinâmica psicossocial das decisões judiciais, dos


direitos especiais targets groups , sobre os efeitos labeling approach na efera dos
atos jurídicos, a justiça terapêutica e a restaurativa.
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•Portanto, a área da psicologia jurídica é mais ampla que o mero “estudo do
comportamento dos atores jurídicos no âmbito do direito” e que a simples
“aplicação” dos saberes e instrumentos da “psicologia clínica ao sistema legal” 
“método específico que não se confunde com o ponto de vista clínico”;

•“Analisa as relações sociais, muitas das quais não chegam a ser selecionadas pelo
legislador”  “não se judicializam, isto é, permanecem destituídas de incidência
normativa e constituem a grande parte de nosos comportamentos sociais”;

•Vulnerabilidades  construção  resistências em sincronizar as interseções


entre psicologia e direito para efetivar um novo território (do saber): psicojurídico
(ver quadro das p. 35-6);

•Entraves  desconhecimento dos princípios básicos de funcionamento da mente


 dificuldade de compartilhar e de receber críticas  hegemonia  estrutura
rígida e impermeável  dogmatismo  tradições.
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•Desconhecer o saber da psicologia jurídica é um dos fatores para o erro
judicial (digo eu: também para a produção do conhecimento jurídico
acadêmico e “dos manuais”);
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A psicologia do direito

•Resistência em aceitar  psicologia: “mera teorização” / direito:


hermetismo e hegemonia (concessão apenas para a filosofia)  não
admite que outro ramo do saber possa contribuir para explicar o
fenômeno jurídico e seus fundamentos;

•Riscos  utilitarismo / determinismo sobre as decisões judiciais e fins


da justiça.
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A psicologia do direito
•Potenciais benefícios  “poderia somar esforços no sentido
de transformar a justiça, em humanizá-la e aproximá-la do
povo”;

•Psicologia jurídica mantida restrita à psicologia para o direito


(auxiliar)  sem possibilidade de contestar ou interrogar o
direito, nem tratar dos fundamentos dele;

•Mesmo assim considerada, “não é apenas uma simples


justaposição da psicologia com o direito”  “mais que uma
nova disciplina é um território” de saber (inter)transdisciplinar.
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A psicologia do direito
•A história do ser humano “constitui um caminhar para o
infinito”;

•Importância  aprimorar a Justiça através do conhecimento


dos mecanismos psicológicos do comportamento humano /
muitos conflitos jurídicos são emocionais ou psicológicos / ver
itens 6.1 a 6.24 (p. 40-2);

•Rol de atividades da psicologia jurídica, segundo listado pelo


Conselho Norteamericano de Psicologia Forense (1978) – ver
p. 43-4.
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A questão da normatividade  “Norma é regula ou fórmula,
texto, pauta de conduta que vincula o sujeito (Ascensão, 1983)”;

•O campo da norma (“objetividade”) sofre uma clivagem 


estático / dinâmico  abstrato / concreto  prático / teorético
 impõe a criação da tarefa hermenêutica e introduz a
subjetividade;

•“O juízo decorrente da relação da norma com os fatos da vida


humana está repleto de subjetividades”  “fatores puramente
pessoais, que podem ser alinhados desde as experiências de
cada um, de sua cosmovisão, do maior ou menor otimismo para
com a vida” (Freud, p. 15, v. XXI, 1969).
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A questão da normatividade

“Toda norma, enquanto se exprime mediante um enunciado


linguístico, implica o reconhecimento da capacidade do
destinatário de compreendê-la” Sérgio Cotta

“Art. 21 – O desconhecimento da lei é inescusável. O erro


sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único – Considera-se evitável o erro se o agente atua
ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe
era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.”
Código Penal
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O papel das emoções na criação do direito

•“O que se deve prevenir não é a criação do direito, mas a


maneira com que se pode pervertê-la” (Mauro Cappelletti);

•Normas possuem conteúdo psíquico (emoções)  “o estudo


das emoções aversivas ou atrativas está na base epigenética
das regras da moral e do direito”  emoção: aprovar /
desaprovar uma conduta  natureza  cultura;

•Emoção está relacionado com a origem e com o fundamento


do juízo normativo.
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O papel das emoções na criação do direito

•“É possível elaborar uma teoria do direito construída também


com bases psicológicas”  consciência jurídica  fator de
fenomenologia social;

•Juízos normativos se fundam sobre emoções da vida 


questão em aberto: passagem do introspectivo para o que o
grupo considera normativo;

•Necessidades  crença  imperativo  “fato”  norma.


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papel das emoções na criação do direito  parêntesis: interface com sociologia jurídica (SOUTO,
Cláudio e SOUTO, Solange. Sociologia do direito: uma visão substantiva. Porto Alegre: Sergio
Antonio Fabris Editor, 2003. )

teoria a respeito da comunicação na sociedade, estabelecendo que ela se dá por meio de ações
relacionadas e exteriorizadas “de pelo menos dois compostos siv, sendo s = sentimento, i = idéia
e v = volição (vontade positiva ou negativa: querer ou não querer)”. “Isso reduz a decantada
complexidade das relações sociais e desdiz qualquer diferenciação agudamente essencial entre a
macro e a microssociologia”, ou seja, “a unidade siv como categoria social básica”.
 
Em seguida, lembrando que a unidade siv é indissociável (a não ser por abstração), os autores
citados constatam “que tudo que se comunica, seja conhecimento, norma ou julgamento, deve
ou não deve ser, portanto é norma positiva ou negativa de conduta para cada um dos
interlocutores” (SOUTO, 2003, p. 171). Significa dizer que eles identificam a unidade siv com o
padrão de conduta. Logo, o controle social, construído no processo de socialização, através da
interação/comunicação, é constituído por esses três aspectos básicos, donde se erigem os tipos
de controle social mais universais (idem, p. 192).
 
PSICOLOGIA JURÍDICA
O papel das emoções na criação do direito  parêntesis: interface com sociologia
jurídica

 
Daí, Cláudio e Solange Souto (2003, p. 187-8) definem o controle social como
“qualquer influência volitiva dominante, exercida por via individual ou grupal
sobre o comportamento de unidades individuais ou grupais, no sentido de manter-
se uniformidade quanto a padrões sociais”, em que “haveria assim maior índice
energético de um dos pólos da interação social (pólo controlante ou dominante),
acentuando-se nessa relação o elemento vontade”.
 
Todavia, muito embora os referidos autores acentuem que “o padrão ideal não é
cumprido por todos” (SOUTO, 2003, p. 177), uma vez que a tolerância, o
desconhecimento dos padrões de comportamento e a complexidade do processo
de socialização induzem certa flexibilidade no controle social (idem), advertem
que “a predeterminação da resposta do outro é a forma mais simples do controle
social” (idem, p. 178).
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O papel das emoções na criação do direito

•Crença  ponte entre o fato social e o normativo 


processos denominados “mecanismos de capacidade e das
repetições”;

•Capacidade  “potencialidade de adaptação” ao meio e à


convivência societária  variável. Escala de capacidade:
núcleos de ação e de irradiação de valores (orais, imaginários);

•Capacidades  transmitidas mimeticamente.


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O papel das emoções na criação do direito

•Crítica  ao introduzirmos o Estado e o direito positivado, a


dinâmica descrita sofre alterações  “leis de cima para baixo”
/ “jogos de poder e de interesses”;

•Outros fatores e saberes  cultura  influenciam ato de


julgar;

•Ideia subjacente ao texto: a criação do direito ocorre nos


julgamentos pelo judiciário? (para Alf Ross, sim).
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O papel das emoções na criação do direito

•Crítica  a criação do direito é fenômeno muito mais


complexo e multifacetado que a redução aos produtos do
Judiciário (decisões)  é processo dinâmico em muitos níveis;

•A criação do direito ocorre no microcosmo das relações


interpessoais, nos grupos, na sociedade (macrocosmo: p. ex.
Direito Achado na Rua) e também no Estado (instituições) 
p. ex.: a produção das leis é uma fase que precede às decisões
judiciais, fornecendo parâmetros para o ato de julgar;
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O papel das emoções na criação do direito

•Psicologismo individual / ético  “regras morais e jurídicas como uma


disposição da [in]consciência, análoga para todos os indivíduos da espécie
humana” (?)  Escola Ética Sentimental da Inglaterra (precursora da
filosofia fenomenológica);

•Psicologismo social  “a moral e o direito como reações da realidade


social aos fatores do ambiente externo”  Romantismo Jurídico Alemão e
Escola Histórica do Direito (Savigny);

•“A cognição e a vontade estão condicionadas por uma série de valores que
são projeções espontâneas [?] da [in]consciência e podem ser consideradas
como mitos, na medida em que são manifestações emocionais profundas
da vida humana. O valor-mito é irredutível à racionalidade” (?)
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O papel das emoções na criação do direito

•Jellinek  costume  “pauta normal das relações sociais,


radicada no modo psicológico de reagir do homem [ser humano]
frente a determinados fatos que, historicamente, vão criando uma
força vinculativo-normativa”;

•“Os conflitos de valor não [?] podem ser resolvidos com base
numa consideração racional científica. Eles precisam ser
equacionados do ponto de vista de uma convicção subjetiva. A
resposta é sempre um juízo do valor relativo ao que o sujeito
estima. O fato de que muitos indivíduos estejam de acordo nas
suas valorações não é prova de que tais juízos tenham uma
validade objetiva e universal”;
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O papel das emoções na criação do direito

•Relativismo filosófico e jurídico  “o justo somente é válido


numa determinada situação e de acordo com um sistema
determinado de valores”  tolerância e secularismo 
garantismo moderno;

•Conceito de atitude  mostra “a relação entre os valores e as


crenças pessoais de quem decide”  E-R (decisão/sentença é
resposta): modelo simplista;

•E-A-R (A = ambiente)  E (caso)-E’ (caso aceito)-A (atitude)-R


(sentença).
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O papel das emoções na criação do direito

•Heldrich e Schmidtchen  jovens juízes procedentes da


classe média, média superior (47%) e média inferior (48%) 
em geral, “concordam com a ordem política estabelecida”;

•“Somente estudos sistemáticos e com amostras ampliadas


poderiam demonstrar a possibilidade de se estabelecer
relações entre o environment [ambiente] de quem decide e
sua decisão”;
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O papel das emoções na criação do direito

•O realismo jurídico  empirismo  “desvendar os fatores da realidade


que estão na gênese da normatividade”  pretende “computar apenas a
realidade concreta tal como ela de fato é”;

•Fato psicológico (motivações das decisões) / fato linguístico / fato cultural


(dialética integrativa de elementos heterogêneos);

•Para a psicologia jurídica só interessa a vertente psicológica do realismo


jurídico;

•Ênfase na “vontade dos operadores das decisões concretas”  “buscada


no mundo interno do sujeito, no irracional, e nas motivações inconscientes
do ato de decidir”;
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O papel das emoções na criação do direito

•Realismo psicológico radical  “nega que a produção jurídica


realizada pelos juízes e tribunais seja baseada num processo racional,
lógico e objetivo”  “processo interativo de fatores inconscientes e
irracionais”;

•“A interpretação implica o desvelamento do inconsciente” (ou


implicaria na ocultação dos reais motivos?);

•Lógica das normas  estocástica  lógica das probabilidades 


expectativas a partir das “predições” das decisões dos tribunais 
texto da lei como parâmetro para decidir  fornece as justificativas a
posteriori para a decisão tomada anteriormente;
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O papel das emoções na criação do direito

•Realismo norte-americano  “a norma real é aquela aplicada ao


caso concreto pelos operadores normativos, isto é, aquilo que é
declarado pelos órgãos jurisdicionais, quando dizem e fazem o
direito”  e quando não dizem? Podemos afirmar que a dimensão
do não-dito é uma decisão?;

•“desmascaramento do processo de decisão”  obedece “ao


processo psicológico, da lógica do inconsciente, quer dizer, da
conclusão à procura de premissas convenientes”;

•Princípios  psicológico: determinismo do inconsciente; da


prevalência das decisões sobre as leis  direito é a decisão judicial;
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•“toda a atenção deve ser dirigida para as decisões dos


operadores de direito”  conhecer: instintos, pulsões,
mecanismos de defesa, preconceitos, inconsciente; é obrigatório
para conhecer o direito vivo;

•Estudos das decisões e dos comportamentos dos órgãos


jurisdicionais em confronto com as normas (que não são os
verdadeiros fundamentos daquelas);

•Fundamentação teórica  fundamentos reais / jurisprudência


conceitual  fatos jurídicos e interesses;
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•Fontes do direito  motivos internos, psicológicos e emocionais  “que


não são manifestos no ato de decidir, mas estão presentes de forma
implícita e latente” (Ex: decisões de (in)admissibilidade dos RESPs e Res);

•As normas (leis, códigos) são “um disfarce de outras normas não
declaradas”  “Através de processos de racionalização e
intelectualização, busca-se a norma [lei] para justificar a posteriori a
decisão anterior e interiormente tomada”;

•“Direito nada tem de geral, uniforme e seguro”  não existe segurança


jurídica  “enquanto não há sentença, tudo pertence ao reino das
probabilidades”;
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•“O direito, então, é o que os juízes efetivamente criam, como eles o


operam no caso concreto”  é mais que isso?

•“o realismo norte-americano formula uma abordagem psicossocial que


considera o direito como o resultado de uma crença, na qual a comunidade
só se torna possível quando seus membros pensam que ela está regida
pelos princípios da razão.”;

•“O direito é um grande depósito de símbolos sociais sentimentalmente


importantes”;

•“Common Law  direito com “origem jurisprudencial” 


responsabilidade dos tribunais em “criar” o direito;
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O papel das emoções na criação do direito

•Dworkin  “o direito não é independente da moral”  a


distinção não é tão clara  “incluir princípios e diretrizes
políticas à ciência jurídica”;

•Realismo escandinavo  Hägerstron, Olivercrona, Lunstedt e


Ross (Escola de Upsala)  visão europeia do norte-americano;

• Normatividade como “regras de xadrez”  “compreender o


movimento dos jogadores e predizê-lo”;
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O papel das emoções na criação do direito

• “Ciência jurídica atual é um sinônimo de irrealidade” 


irracional  “refuta o direito como um sistema lógico ou uma
estrutura sistemática”  trata como “conjunto de decisões
judiciais”;

•“análise do funcionamento real dos tribunais e dos fatores


que influem nas suas decisões” (respostas concretas);

• Sentido  enunciados com informações sobre o mundo 


se não tiver, metafísica;
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O papel das emoções na criação do direito

• Realidade comprova: “direito está cheio de componentes


psicológicos”  “regras jurídicas são estímulos verbais tendentes a
produzir determinados componentes”;

•Crítica: deixam de lado os interesses envolvidos na formulação das


leis. Ex: simulador para retirar carteira de motorista / nem todo
conflito é judicializado / as leis podem produzir efeitos sociais;

• Dinâmica psicológica e justiça concreta  decisão como “ato final


de uma cena conflitiva”  culminância de processo de aprendizagem
(múltiplas noções: razão, pensamento, impulso e motivação);
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O papel das emoções na criação do direito

• Ato decisório  “comunicação”, “sistema interativo”, “ato


complexo” (poder gerar mais complexidade);

• Não pacifica, não gera consenso e não acaba


satisfatoriamente o conflito  este é “condição de
possibilidade da decisão” e “inaugura a oportunidade de
transformar a realidade social”;

• Conflito  “falha ou ruptura no processo entre partes que se


comunicam”;
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O papel das emoções na criação do direito

• Teoria sobre mecanismos do inconsciente (subjaz à motivação das


decisões judiciais)  paralelo entre as etapas piagetianas do
desenvolvimento do juízo moral e as posturas interpretativas das decisões;

• 1ª etapa: joga sem se dar conta das regras, busca apenas “satisfazer
fantasias e exercitar necessidades”  postura decisonal equivalente:
“sujeito desconsidera todas as regras”, guiando-se apenas por sua vontade
e consciência
 subjetividade que abandona “princípios, as regras e as normas
procedimentais, enquanto preceitos externos e vinculantes”;

• 2ª etapa: regras do jogo como sagradas e imutáveis  postura decisonal


equivalente: “dura lex, sed lex”  não interpreta;
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O papel das emoções na criação do direito

• 3ª etapa: regra como resultado de determinação livre e digna


de respeito  realização do justo  admite flexibilizações
postura decisional equivalente: “consciência de ser a
interpretação da norma o único caminho para alcançar a
justiça”  regra = regula, linha, guia: variações podem ser
sentidas como adaptativas das diferentes situações concretas;

• “Realizar a mediação entre a regra – sempre geral, abstrata e


teórica – e a vida – específica, concreta e prática - parece
tarefa essencial à justiça.”;

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