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TRINDADE, Jorge. Manual de psicologia jurídica para operadores do direito. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 27-91.
•Autor propõe que deixe de ser “auxiliar” e que se configure em novo paradigma:
psicojurídico (transdisciplinar) “antes de sabermos como é que a justiça se
pode tornar sábia pelo recurso à psicologia, temos que pensar como é que o
saber psicológico se epistemologiza numa racionalidade de saber fazer justiça”
(AGRA, 1986, p. 311);
•“Analisa as relações sociais, muitas das quais não chegam a ser selecionadas pelo
legislador” “não se judicializam, isto é, permanecem destituídas de incidência
normativa e constituem a grande parte de nosos comportamentos sociais”;
A psicologia do direito
teoria a respeito da comunicação na sociedade, estabelecendo que ela se dá por meio de ações
relacionadas e exteriorizadas “de pelo menos dois compostos siv, sendo s = sentimento, i = idéia
e v = volição (vontade positiva ou negativa: querer ou não querer)”. “Isso reduz a decantada
complexidade das relações sociais e desdiz qualquer diferenciação agudamente essencial entre a
macro e a microssociologia”, ou seja, “a unidade siv como categoria social básica”.
Em seguida, lembrando que a unidade siv é indissociável (a não ser por abstração), os autores
citados constatam “que tudo que se comunica, seja conhecimento, norma ou julgamento, deve
ou não deve ser, portanto é norma positiva ou negativa de conduta para cada um dos
interlocutores” (SOUTO, 2003, p. 171). Significa dizer que eles identificam a unidade siv com o
padrão de conduta. Logo, o controle social, construído no processo de socialização, através da
interação/comunicação, é constituído por esses três aspectos básicos, donde se erigem os tipos
de controle social mais universais (idem, p. 192).
PSICOLOGIA JURÍDICA
O papel das emoções na criação do direito parêntesis: interface com sociologia
jurídica
Daí, Cláudio e Solange Souto (2003, p. 187-8) definem o controle social como
“qualquer influência volitiva dominante, exercida por via individual ou grupal
sobre o comportamento de unidades individuais ou grupais, no sentido de manter-
se uniformidade quanto a padrões sociais”, em que “haveria assim maior índice
energético de um dos pólos da interação social (pólo controlante ou dominante),
acentuando-se nessa relação o elemento vontade”.
Todavia, muito embora os referidos autores acentuem que “o padrão ideal não é
cumprido por todos” (SOUTO, 2003, p. 177), uma vez que a tolerância, o
desconhecimento dos padrões de comportamento e a complexidade do processo
de socialização induzem certa flexibilidade no controle social (idem), advertem
que “a predeterminação da resposta do outro é a forma mais simples do controle
social” (idem, p. 178).
PSICOLOGIA JURÍDICA
O papel das emoções na criação do direito
•“A cognição e a vontade estão condicionadas por uma série de valores que
são projeções espontâneas [?] da [in]consciência e podem ser consideradas
como mitos, na medida em que são manifestações emocionais profundas
da vida humana. O valor-mito é irredutível à racionalidade” (?)
PSICOLOGIA JURÍDICA
O papel das emoções na criação do direito
•“Os conflitos de valor não [?] podem ser resolvidos com base
numa consideração racional científica. Eles precisam ser
equacionados do ponto de vista de uma convicção subjetiva. A
resposta é sempre um juízo do valor relativo ao que o sujeito
estima. O fato de que muitos indivíduos estejam de acordo nas
suas valorações não é prova de que tais juízos tenham uma
validade objetiva e universal”;
PSICOLOGIA JURÍDICA
O papel das emoções na criação do direito
•As normas (leis, códigos) são “um disfarce de outras normas não
declaradas” “Através de processos de racionalização e
intelectualização, busca-se a norma [lei] para justificar a posteriori a
decisão anterior e interiormente tomada”;
• 1ª etapa: joga sem se dar conta das regras, busca apenas “satisfazer
fantasias e exercitar necessidades” postura decisonal equivalente:
“sujeito desconsidera todas as regras”, guiando-se apenas por sua vontade
e consciência
subjetividade que abandona “princípios, as regras e as normas
procedimentais, enquanto preceitos externos e vinculantes”;