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EVASÃ O
ELISÃ O
* Silvio Crepaldi
Normas antielisivas
Regras criadas pelo pró prio Fisco para combater o planejamento
tributá rio - Artigo 116, pará grafo ú nico, Có digo Tributá rio Nacional
“A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária”.
Motivo econô mico adicional, além da economia tributá ria, que justifica a
realizaçã o do planejamento tributá rio.
Devemos perguntar: sem o ganho tributá rio, ainda assim, a operaçã o seria
realizada?
Antiga Visão do CARF Nova Visão do CARF
Quando uma pessoa física escolhe declarar pelo modelo completo ou pelo simplificado,
visando reduzir sua carga tributária, está agindo racional e licitamente. Sua conduta é
artificial, mas é admitida. O mesmo ocorre com dois profissionais que se organizam
como empresa para reduzir a carga tributária que teriam como pessoas físicas
autônomas.
Enfim, desde que o contribuinte atue conforme a lei, ele pode fazer seu planejamento
tributário para reduzir sua carga tributária. O fato de sua conduta ser intencional
(artificial), não traz qualquer vício. Estranho seria supor que as pessoas só pudessem
buscar economia tributária lícita se agissem de modo casual, ou que o efeito tributário
fosse acidental.”
Infelizmente o Fisco, na maioria das vezes, despreza o planejamento tributário lícito (elisão fiscal), consistente no
estudo e aplicação da legislação para enquadramento do contribuinte na modalidade de incidência tributária que
lhe for mais vantajosa.
Em nota de 15/4/2020, a ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), afirma
estar analisando as medidas jurídicas necessárias para resguardar a atuação do CARF na defesa do sistema
tributário nacional, com o seguinte trecho:
"Com o fim do voto de qualidade, os presidentes de colegiados internos do CARF não terão mais o poder de
desempatar um julgamento, o que, na prática, levará a vitória ao contribuinte, ou seja, às grandes empresas,
cercadas de planejamento tributário para burlar o sistema". (grifei)
Ao caracterizar qualquer planejamento tributário como uma atividade que visa burlar o sistema tributário
nacional, a ser combatida pelo voto de desempate no CARF, fica claro que a intenção da entidade é combater todo
e qualquer planejamento tributário, que é uma atividade lícita. Esse não é o papel da fiscalização, assim como o
papel do CARF não é o de defender o sistema tributário nacional, como afirma a ANFIP, mas sim de julgar
impugnações e recursos sobre a aplicação da legislação referente a tributos no âmbito federal.
Entendam: