Kant foi um filósofo nascido na Prússia, viveu ao meio de
uma família tradicional protestante. Já aos 16 anos começou a estudar teologia onde despertou grande interesse pela filosofia. Alguns das suas principais obras são: Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, Crítica da faculdade de julgar e Fundamentação da Metafísica dos costumes. Kant foi um filósofo extremamente rigoroso e metódico; Para Kant, a filosofia deveria responder a quatro questões fundamentais: 1)O que posso saber? 2)Como devo agir? 3) O que posso esperar? 4) Por fim , o que é o ser humano? Filósofo iluminista, mas que empreendeu um verdadeiro exame crítico da razão, daí falar-se em criticismo. Em O que é o Esclarecimento? o autor mostra otimismo no que diz respeito à possibilidade do uso autônomo da razão. O que é o Esclarecimento?
Nesse texto, o esclarecimento é a saída do homem de
um estado de minoridade, de dependência dos outros e da falta de coragem de usar sua própria razão. Isso implica em não se deixar guiar cegamente por tutores como nossas crenças, as tradições e as opiniões alheias. O termo sapere aude significa “ouse saber”. Uso privado da razão
O uso privado da razão não significa senão a liberdade
que cada indivíduo possui para fazer uso da sua razão, no sentido de pensar por si mesmo, escapando da dependência e da tutoria.
Esse uso que é privado, em alguns casos, não deve ser
exteriorizado. O exemplos de Kant são o militar quanto às regras de sua incorporação e o crente em relação à sua religião. O uso público da razão
Já o uso público da razão diz respeito a uma
construção do esclarecimento e do bem coletivos, a partir do diálogo, da troca, dos discursos. Não se trata de forçar o outro a ser livre, a sair da menoridade, uma vez que isso é permanecer ainda não submissão (dos esclarecidos).
Uso público da razão é a disponibilidade pública de
pedir e oferecer razões para justificar determinada posição. O uso público da razão
Para Kant, é possível que o público esclareça-se,
desde que
“a liberdade seja dada para que o esclarecimento
torne-se praticamente inevitável” (p.1).
Usar publicamente a razão supõe a existência de
uma comunidade de esclarecidos que mantêm diálogos pautados na argumentação racional. Uso público e privado da razão
Assim esclarece Kant:
“Por ‘uso público da razão’ entendo o uso que um
homem, como scholar (erudito), faz da razão diante de um público letrado. Eu chamo de ‘uso privado da razão’ aquele uso que um homem faz da razão em um posto civil que lhe foi confiado” (p. 2). Somos esclarecidos?
Analisando a sua época, o filósofo prussiano não a
supõe esclarecida. Prova disso é que
“estamos longe de ver homens verdadeiramente
capazes de usar sua própria razão em assuntos religiosos de forma confiante e correta sem guias externos” (p. 3) Somos esclarecidos?
Apesar de apresentar exemplos negativos em relação
ao processo de esclarecimento, Kant no fundo é otimista porque percebe que os impedimentos para o livre exercício da razão têm diminuído. O filósofo enfatiza a importância de governos como o de Frederico o Grande que é para ele um déspota esclarecido. No seu governo era possível que todo os homens usassem sua própria razão no que diz respeito à consciência, afirma Kant: Somos esclarecidos?
“podem publicar livre e abertamente suas ideias
para o mundo avaliá-las, mesmo que desviem aqui ou ali da doutrina aceita” (p.3) Referências bibliográficas Kant, Immanuel. O que é o Esclarecimento? In: https:// www.airtonjo.com/download/Kant-Esclarecimento .pdf
KLEIN, Joel. A resposta kantiana à pergunta: que é
esclarecimento? In: ethic@ Florianópolis v. 8, n. 2 p. 211 - 227 Dez 2009.