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1ª Semana Interdisciplinar

Desenvolvimento Sustentável e semiárido:


equilíbrio social, ambiental, econômico e
cultural.

Índice de Desenvolvimento Sustentável para


Municípios (IDSM): uma mensuração da
sustentabilidade dos municípios paraibanos.

ROBSON FERNANDES BARBOSA

Sumé, 16 de fevereiro de 2011


Crescimento econômico x desenvolvimento

Crescimento econômico traduz-se pelos aumentos de produto,


rendimento, investimento e emprego num determinado país. É um
fenômeno quantitativo.

Desenvolvimento existe quando há uma melhora nas condições de vida


da população em geral, como por exemplo, melhores condições ao nível
da saúde, habitação, educação, justiça, garantia e respeito pelos direitos
humanos e liberdades fundamentais dos cidadãos. É um fenômeno
qualitativo.

Para Rocha (2008), ao focalizarmos estritamente a renda das famílias,


não contabilizamos s eventuais ganhos de bem-estar de uma
população, obtidos por meio de investimentos públicos em serviços
essenciais, tais como saneamento, saúde e educação.
Evolução do termo DESENVOLVIMENTO

- Crescimento econômico: PIB per capita


- Desenvolvimento: IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
O primeiro é condição para o segundo. Deve-se considerar o desenvolvimento
humano um fim e o crescimento econômico um meio para atingi-lo.

O bolo tem que crescer


para depois ser
repartido!

Entre 1995 e 2008, a Região Centro-Oeste, por exemplo, registrou o maior ritmo médio
anual de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país (5,3%). Mas a região
teve o pior desempenho na redução média anual da taxa de pobreza absoluta (-0,9%).
Portanto:
PIB per capita = desigualdade social porque é diferente a
distribuição de renda.
A busca do equilíbrio

 Incompatibilidade: Interesses empresariais x


justiça social, eficiência econômica e
conservação ambiental.

 A partir dessa percepção, surge a idéia do desenvolvimento


sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico à
preservação ambiental e a equidade social.

 Diante dessa preocupação, estuda-se formas de relacionar estas


dimensões da sustentabilidade a fim de promover uma melhor
qualidade de vida para as pessoas de uma determinada região.
As dimensões da sustentabilidade
“aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer
a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias
necessidades". (Brundtland (1987).

Fonte: Adaptado pelo Relatório Brundtland (1987).


Esquematização - alcance da
sustentabilidade
Econômica
Político-Institucional
META
Ambiental
Demográfica do
ra
pe Sustentabilidade
Cultural es
do
ta
Social s u l
Re

Desenvolvimento
Sustentável
de
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Di

Ações sustentáveis
(Poder Público, Privado e
Sociedade)
Fonte: Elaborada pelo próprio autor
(2008).
O papel da universidade para o
desenvolvimento sustentável

“ O principal vírus que dissemina a inviabilidade econômica da


grande maioria dos países “em desenvolvimento” atende pelo
nome de miséria científico-tecnológica”. (RIVERO, 2002).

Produtos e serviços de alta tecnologia


Aumento de 15% ao ano.

Matérias primas
Mal chega a 3% ao ano.

Essa combinação de exploração de bens com baixo valor agregado


e expansão demográfica é grande produtora de problema.
A Sustentabilidade e Seus Desafios

Quanto é suficiente? Que nível de consumo a Terra pode sustentar?


(DURNING, 1993).

Haverá uma mudança no comportamento de consumo da sociedade


capitalista?

Os ciclos da natureza serão capazes de sobreviver e recompor o seu


curso natural mediante a ação humana?

Os métodos de produção não são


imutáveis!!!

Inovações tecnológicas Produtividade


Indicadores de Sustentabilidade

De acordo com Van Belen (2005), indicadores são medidas,


não tendo poder de previsão, sendo expresso
quantativamente.

Características principais do
indicador:
Índices
ser significativo; Indicadores
ser relevante politicamente;
Dados analisados
permitir repetir as medições no tempo;
permitir um enfoque integrado; Dados primários
ser de fácil interpretação;

Figura 4 - Pirâmide de informações


Fonte: Hammond et al. (1995)
Quanto é sustentável?

Modelo Mental

No.4 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA

Como mensurar a sustentabilidade dos


Políticas
~5 anos Ações
Objetivos

Melhoria da Operação
GER. PELAS
DIRETRIZES Metas Anuais

municípios paraibanos ?
Melhorias Inovações GER.
DE
1 ano • Gerenciamento • Gerenciamento PROJETOS
das Melhorias da Inovação

Six Sigma Black Belts

SISTEMA DE PADRONIZAÇÃO

Operação
1 dia O RÇ A ME NT O
Gerenciamento da Rotina
do Trabalho do Dia-a-Dia

RESULTADOS

Isto é
“Pensamento Sistêmico”
em gerenciamento!
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
para Municípios

 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – IDS Brasil 2004.

 Índice de Desenvolvimento Sustentável em Territórios Rurais (IDSTR) – Waquil et. al.(2005).

 Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios (IDSM) – Martins e Cândido


(2008).
Criação do IDSM – Índice de Desenvolvimento
Sustentável Para Municípios

 Dimensões e variáveis da sustentabilidade


6 dimensões e 44 indicadores

 Escolha dos indicadores

 Coleta de dados: secundários - Fonte de dados

 Instrumento de medida da sustentabilidade


Base de dados das variáveis e índices estabelecidos no IDSM
(Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios).

 Definição da relação positiva e negativa das variáveis e seu respectivo cálculo

 Representação do índice
Definição da relação positiva
e negativa das variáveis

Quando a relação é positiva Quando a relação é negativa

I = (x-m)/(M-m) I = (M-x)/(M-m)

I = Índice calculado para cada Estado e municípios analisados;


x = valor de cada variável em cada Estado ou Município;
m = valor mínimo identificado nessas localidades;
M = valor máximo identificado nessas localidades.

Expectativa de vida ao nascer Relação positiva


Famílias atendidas por transferências de benefícios sociais Relação Negativa
Análise da sustentabilidade

 Representação dos índices

ÍNDICE (0 - 1) COLORAÇÃO PERFORMANCE


0,7501 – 1,0000 IDEAL

0,5001 – 0,7500 ACEITÁVEL

0,2501 – 0,5000 ALERTA

0,000 – 0,2500 CRÍTICA

Quadro: Classificação e representação dos índices


Fonte: Martins e Candido(2008)
Representação dos IDS
DIMENSÃO VARIÁVEIS
Esperança de vida ao nascer
Mortalidade Infantil
Prevalência da desnutrição total
Imunização contra doenças infecciosas infantis
Oferta de Serviços básicos de saúde
Escolarização
Dimensão Alfabetização
Social Escolaridade
Analfabetismo funcional
Famílias atendidas com programas sociais
Adequação de moradia nos domicílios
Mortalidade por homicídio
Mortalidade por acidente de transporte
Crescimento da população
Razão entre a população urbana e rural
Dimensão Densidade demográfica
Demográfica Razão entre a população masculina e feminina
Distribuição da População por faixa etária
Representação dos IDS

DIMENSÃO VARIÁVEIS
Produto Interno Bruto per capita
Participação da Indústria no PIB
Saldo da balança comercial
Dimensão Renda Familiar per capita em salários mínimos
Econômica Renda per capita
Rendimentos provenientes do trabalho
Índice de Gine de distribuição do rendimento
Despesas por função: com Assistência Social, Educação, Cultura, Urbanismo, Habitação Urbana,
Gestão Ambiental, Ciência e Tecnologia, Desporto e Lazer, Saneamento Urbano, Saúde.
Acesso a Serviço de Telefonia Fixa
Dimensão Político- Participação nas Eleições
institucional Número de Conselhos Municipais
Número de Acessos a Justiça
Transferências Intergovernamentais da União
Representação dos IDS

DIMENSÃO VARIÁVEIS
Qualidade das águas: Aferição de Cloro residual, de Turbidez, de Coliformes Totais.
Tratamento das águas: tratada em ETAs e por desinfecção
Dimensão Consumo Médio per Capita de Água

Ambiental Acesso ao sistema de abastecimento de água


Tipo de esgotamento sanitário por domicílio
Acesso a coleta de Lixo urbano e rural
Quantidade de Bibliotecas
Quantidade de Museus
Quantidade de Ginásios de esportes e estádios

Dimensão Cultural Quantidade de Cinemas


Quantidade de Unidades de ensino superior
Quantidade de teatros ou salas de espetáculos
Quantidade de Centros cultural
Mapa brasileiro dos IDS

Político-institucional: apenas o
Estado de MG teve um nível de
sustentabilidade aceitável.
Social: nenhum dos Estados
apresentou situação crítica.

Econômica: Concentração de
renda nas regiões do Sul,
Sudeste e parte do Centro-
Oeste.

Demográfica: nenhum Estado


apresentou situação ideal ou
crítica.

Ambiental: a região Norte


evidenciou os piores índices.
Cultural: a região Norte
evidenciou os piores índices.
Gado Bravo - 0,3118
João Pessoa – 0,6587
Campina Grande – 0,6024
Cabedelo - 0,5034
Níveis de sustentabilidade do Estado
da Paraíba
ÍN D IC E PERFO RM ANCE
ID S D A S D IM E N S Õ E S DA C O LO R A ÇÃ O DA
P A R A ÍB A P A R A ÍB A

S o c ia l 0 ,4 7 6 8 A LER TA
D e m o g rá fic a 0 ,3 3 8 2 A LER TA

E c o n ô m ic a 0 ,2 4 1 7 C R ÍT IC O
P o lític o -In s titu c io n a l 0 ,3 4 2 2 A LER TA

A m b ie n ta l 0 ,4 6 8 6 A LER TA
C u ltu ra l 0 ,1 1 4 5 C R ÍT IC O
ÍN D IC E D E D E S E N V O L V IE M E N T O 0 ,3 3 0 3 A LER TA
S U S N T E N T Á V E L - ID S

Fonte: Pesquisa direta (2008).

A PB ocupa o 19ª posição em relação aos Estados brasileiros.


Considerações finais

Espera-se que a metodologia IDSM, através do Sistema de


Monitoramento de Índices de Sustentabilidade, possa oferecer
aos gestores públicos e a sociedade em geral, informações
organizadas e sistematizadas que direcionem a formulação de
políticas e ações rumo ao desenvolvimento sustentável

Pois, só assim, a elaboração e implementação de


políticas públicas para o desenvolvimento local terá
sucesso. Garantindo um futuro de qualidade para as
gerações futuras!
Referências

BARBOSA, F. B. ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A SUSTENTABILIDADE E A


COMPETITIVIDADE: um estudo exploratório no arranjo produtivo local de confecções em
Guarabira – PB. Dissertação. Engenharia de Produção. UFPB. João Pessoa, 2009.

HAMMOND, A. et al., Environmental Indicators: a Systematic Approach to Measuring and


Reporting on Environmental Policy Performance in the Context of Sustainable Development.
Washington: WRI, 1995.

MARTINS, M. F.; CÂNDIDO, G.A. Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios


(IDSM): metodologia para análise e cálculo do IDSM e classificação dos níveis de
sustentabilidade – uma aplicação no Estado da Paraíba. João Pessoa: Sebrae, 2008.

RIVERO, Oswaldo de. O mito do desenvolvimento. Os países invisíveis no século XXI.


Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
ROCHA, Sonia. Pobreza no Brasil. Afinal, do que se trata? 3. ed. Rio dejaneiro: Editora
FGV, 2008.
Disponível em: http://pbsrvlamp.sebraepb.com.br/. Acesso em: 11 de fevereiro de 2011.
Reflexão

“Precisamos entender que vivemos na era dos limites. O


desenvolvimento que não é capaz de incorporar critérios de
sustentabilidade, de conciliar as respostas às necessidades do
presente com o direito das gerações futuras, não é
desenvolvimento”.

(Marina Silva)

Obrigado!!!

robson_rfb@yahoo.com.br

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