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itheducacional

Prof. Charles Douglas Xavier dos Santos


• Graduado em Enfermagem
• Especialista em
• Formação em
• Mestre em
• Doutorando em
Emergências Traumáticas – APH
e Intra-hospitalar; Suporte básico
e avançado adulto e pediátrico
Conceitos de trauma
Bem-vindos
àaula!
• Apresentação do conteúdo
• Conhecimentos prévios necessários
• Compreendendo o conceito
• Apresentação do conteúdo
• Aplicações clínicas
• Desafie a sua aprendizagem
• Aprenda mais
• Resumo da aula
Conceito da Unidade de
Aprendizagem
Seja bem-vindo aluno ITH! É com alegria que anuncio esta Unidade de Aprendizagem 1, na
qual iremos abordar as definições importantes sobre o trauma, e questões quanto à segurança
de cena, avaliação da biomecânica e cinemática do trauma, avaliação primária e secundária,
além de das demonstrações em vídeo para realização das técnicas de restrição do movimento
da coluna. Bons estudos!

Prof. Charles Douglas


Conhecimentos necessários

Para melhor aproveitamento desse módulo éimportante que você reveja:

• Anatomia do corpo humano;


• Noções básicas de cuidado ao paciente.
Conceitos de Trauma

Para que uma doença/trauma ocorra, alguns itens devem interagir entre si. São eles:
(1) Um agente que cause a doença - Energia;
(2) Um hospedeiro na qual o agente possa residir – ser humano;
(3) Um ambiente apropriado em que os dois possam interagir – local do evento (CENA).

Desta forma, podemos entender o "trauma" como uma doença que envolve a troca de energia entre o meio
ambiente e o corpo, resultando em lesões que acometem os diferentes sistemas e órgãos. (Parreira et al.
2017)
Os traumas podem ser classificados quanto:

A Energia Causadora: Ao Mecanismo: A Etiologia


Energia mecânica Fechado/Aberto/penetrante Cranioencefálico e Face
Energia química Contuso/Corte/Fratura Torácico
Energia térmica Abrasão/Laceração Vertebro-medular ou TRM
Energia por radiação Abdominal e Pélvico
Energia elétrica Musculoesquelétio
Atendimento ao Trauma

O atendimento ao trauma é uma função de equipe, que deve ser realizado dentro de um sistema organizado.
Requer uma avaliação rápida e sistemática das lesões, com o uso de medidas terapêuticas.

Devemos sempre lembrar:


•Avaliação rápida e precisa;
•Identificação de choque e da hipóxia;
•Início das intervenções corretas;
•Transporte oportuno para local adequado.
O atendimento ao trauma pode ser realizado nos ambientes:

Pré-Hospitalar
 Acesso à assistência - Central de Regulação 192 / 193;
 Tratamento - Emergencial adequado e em tempo hábil;
 Triagem - Nível de Atenção e Encaminhamento;
 Transporte - Rápido e seguro até a assistência hospitalar.

Hospitalar
 Atendimento de emergência;
 Centro Cirúrgico;
 Atendimento crítico - acesso prioritário à unidade especializada;
 Reabilitação - programas de reabilitação.
Segurança da Cena

A primeira etapa do atendimento ao trauma deve ser a avaliação da segurança da cena e deve anteceder o
início da abordagem do paciente.

A segurança da cena se baseia em 3’s:


 Scene  Cena, cenário encontrado;
 Security  Segurança, o local é seguro para o início das intervenções necessárias;
 Situation  Situação, a circunstância permite fazer a intervenção de acordo com a necessidade de
indivíduo traumatizado.

É IMPORTANTE TER CONSCIÊNCIA DE QUEM É A


PESSOA MAIS IMPORTANTE NO LOCAL DO
PENSE
ACIDENTE/AGRAVO/OCORRENCIA? A vida que
você pode
salvar, pode
ser a sua.
Neste contexto, a avaliação da cena é fundamental para que o atendimento seja eficiente e eficaz. Além de
avaliar a natureza do acontecimento, é necessário determinar quais ações deverão ser tomadas para
promover um melhor atendimento. Assim, precisamos:
 Determinar o número de vítimas;
 Acesso a vítima;
 Situação Geral – Presença de outros serviços;
 Presença de agentes que possam comprometer a segurança da cena;
 Animais;
 Produtos perigosos;
 Fios elétricos;
 Instabilidade de estruturas;
 Risco de pânico;
 Fluídos corporais e contaminação;
 Risco de Violência;

Carro capota e 5 pessoas ficam feridas em acidente na Avenida Suburbana.


Divulgação Correio: https
://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/carro-capota-e-5-pessoas-ficam-fe
ridas-em-acidente-na-avenida-suburbana
/
Biomecânica e cinemática do trauma

A análise da biomecânica ou cinemática do trauma é a avaliação do local do incidente a fim de determinar


quais forças e movimentos estavam envolvidos, e quais lesões possam ter resultado dessas forças.

Essa avaliação deve ser feita em toda abordagem de pacientes de trauma com o objetivo de relacionar o
mecanismo do trauma e a presença de lesões específicas, ampliando a capacidade de suspeição para a
presença de lesões e a tomada de decisão.
Avaliação primária

A avaliação primária é a inspeção inicial rápida. O objetivo da avaliação primária é identificar e corrigir
situações de risco imediato de morte. Na avaliação primária devemos:
 ter uma visão sistêmica e geral do paciente;
 considerar aparência, comportamento e mobilização;
 verificar a condição do doente e sua evolução.

Considera-se em estado crítico o paciente que apresentar alterações significativas em alguma etapa da
avaliação. Neste caso, o tempo de permanência na cena deve ser o menor possível.
A avaliação primária deve continuar muito rapidamente. As seis etapas envolvidas na avaliação primária e
sua ordem de prioridade são as seguintes:

X - Hemorragia Externa Grave (novo - eXsanguination ).


A - Atendimento da via aérea e controle da coluna cervical (airway).
B - Boa Ventilação (breathing).
C - Circulação: hemorragia e perfusão (circulation).
D - Disfunção neurológica (disability).
E - Exposição e ambiente (exposure).

X
EXSANGUINATION
X –Hemorragia Externa Grave

Conter hemorragia EXTERNA grave (exsanguinação) antes mesmo da abordagem das vias aéreas.
Ratificando o uso do torniquete, compressão direta e curativo compressivo como medida para contenção de
Hemorragia Vascular Grave no trauma:

Curativo Compressivo: Torniquete:


1. Compressão direta; 1. Usar dispositivo adequado;
2. Usar Compressa ou Pano Limpo; 2. Registrar a hora;
3. Caso esteja sujo de sangue não retirar, mas colocar mais 3. Não elevar membro;
compressa por cima 4. Não remover até chegar no hospital.
OBS: Caso não seja suficiente, considerar torniquete.

Compressão Torniquete
A - Via Aérea e Controle da Coluna Cervical

A maneira mais simples de determinar a perviedade da via aérea é pedir ao paciente que fale. A voz clara,
sem ruídos é sinal de via aérea pérvia, naquele momento.

Independentemente da técnica de A coluna cervical deve ser estabilizada usando


abordagem da via aérea, o socorrista com manobra manual, sendo o movimento
deve ter em mente a possibilidade de restringido com a instalação do colar cervical e
lesão cervical. headblock.

Liberação da via aérea. Estabilização da cervical. Estabilização da cervical e colocação do colar cervical.
Para assegurar a perviedade da via aérea no trauma, há manobras como:

• Chin Lift/Head Tilt ou hiper extensão da cabeça.


• Jaw Thrust ou elevação da mandíbula para ser usado em possível trauma cervical.

Acesse o link para ver como são essas técnicas:


https://www.youtube.com/watch?v=GCOb5EHPpRA

Caso estas manobras manuais não sejam


efetivas é possível utilizar dispositivos como:
• Cânula orofaríngea.
• Dispositivos supraglóticos como máscara
laríngea.
• Tubo orotraqueal.

Dispositivos para liberação da via aérea


B - Boa Ventilação
Nesta etapa é necessário avaliar:
 a presença de boa respiração e oxigenação;
 a simetria na expansão torácica;
 se o paciente está ventilando;
 observar presença de sinais de esforço respiratório ou uso de musculatura acessória;
 avaliar a presença de lesões abertas e/ou fechadas no tórax.

No paciente com ventilação anormal, realizar a palpação de todo o tórax e considerar a necessidade
de ventilação assistida através de Bolsa-Válvula-Máscara (BVM) com reservatório, caso a frequência
respiratória muito baixa, ou não mantenha ventilação ou oxigenação.

Em casos de ventilação de resgate, utilize a técnica do C e E:


• Coloque a máscara corretamente na face vendando o ar;
• Certifique-se que a parte mais fina está do lado do nariz;
• Comprima a bolsa para administrar ventilações (1 segundo cada).

Posição do BVM
C- Circulação

Avaliar a circulação (presença de hemorragia e avaliação da perfusão):

• Avaliar reenchimento capilar (normal até 2 segundos);


• Avaliar características da pele (temperatura, umidade e coloração);
• Avaliar pulso central e radial.

OBS: Se pulso periférico ausente e central presente, paciente pode estar com pressão arterial abaixo de 90
mmHg e deve permanecer o menor tempo possível na cena.
D- Disfunção Neurológica

Nos casos de atendimento ao trauma, a avaliação da função cerebral é uma medida indireta da oxigenação
cerebral. O objetivo é determinar o nível de consciência do doente e inferir o potencial de hipóxia.

Uma importante ferramenta para a determinação das funções neurológicas é a Avaliação Pupilar e a
avaliação pela Escala de Coma de Glasgow.

https://enfermagempiaui.com.br/avaliacao-pupilar-em-pacientes/
Para saber mais sobre a Escala de Coma de Glasgow acesse:
https://www.glasgowcomascale.org/

COLOCAR ESSAS IMAGENS


UMA ABAIXO DA OUTRA
EM TAMANHO QUE
PERMITA A LEITURA.
E- Exposição e Ambiente

A exposição do paciente se faz necessária para uma avaliação mais completa, cuidadosa e detalhada das
possíveis lesões, nunca esquecendo do cuidado com a hipotermia. As principais ações são:
 Cortar as vestes do paciente sem movimentação excessiva e somente das partes necessárias;
 Proteger o paciente da hipotermia com auxílio de manta aluminizada;
 Utilizar outras medidas para prevenir a hipotermia.

“A parte do corpo que não está exposta poderá ser a parte mais gravemente ferida"
O socorrista pode perguntar ao doente "o que aconteceu". Se receber uma explicação coerente, conclui-se
que o paciente está com a via aérea permeável, apresenta função respiratória suficiente que permite a
fala, perfusão cerebral adequada e funcionamento neurológico razoável.

Ao fim da avaliação primária deve-se proceder com a Avaliação Secundária.

Avaliação Secundária

A Avaliação Secundária deve ser iniciada depois da avaliação primária e tem como objetivos localizar
alterações na cor da pele, mucosas, assimetrias morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, ruídos
anômalos, alterações de motricidade e sensibilidade, isto é, consiste no exame físico completo, história
clínica, reavaliação dos sinais vitais, procedimentos especiais de diagnóstico.
A avaliação secundária pode ser realizada seguindo a entrevista subjetiva SAMPLA:
S - Sinais Vitais
A - Alergias
M - Medicamentos de uso habitual
P - Passado médico / gravidez
L - Líquidos / alimentos ingeridos
A - Ambiente e eventos relacionados

Já o exame físico deve ser realizado por inspeção, seguida de palpação, ausculta e percussão. Os objetivos
são de localizar ferimentos, sangramentos, afundamentos, desvios, hematomas, alterações na cor da pele ou
mucosas, assimetrias, instabilidades, alterações de motricidade e sensibilidade.
Aprenda mais
Para acesso a informações internacionais de atendimento ao trauma,
acesse o site do Suporte Avançado de Vida em Trauma.
https://www.facs.org/quality-programs/trauma/atls

Além disso, leia o artigo Relação entre o mecanismo de trauma e lesões


diagnosticadas em vítimas de trauma fechado, disponível em material
complementar.
Assista aos
vídeos Aprenda
mais.
Utilização do BVM
https://www.youtube.com/watch?v=CE8ti3JDBYw

Utilização da máscara laríngea


https://www.youtube.com/watch?v=LlvJAZt81k0
Resumo da aula de
hoje

Revisão 01 Revisão 02 Revisão 03


O trauma é um evento O atendimento sempre Seguir os parâmetros e
que necessita de deve seguir o protocolo protocolos garante o
cuidados urgentes, XABCDE. sucesso no atendimento
porém a segurança no e diminui o risco de
atendimento, para o morte do indivíduo
profissional atendente e traumatizado.
o paciente, devem ser
prioridade.
Referências
bibliográficas
• American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support. 9th ed. Chicago,: American College of
Surgeons; Illinois, USA, 2012.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU
192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Suporte Básico de Vida. 2a edição ,Brasília, 2016.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU
192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Suporte Avançado de Vida. 2a edição, Brasília, 2016.
• GENTILE J.K.A, HIMURO H.H.S., ROJAS S.S.O., VEIGA V.C., AMAYA L.E.C., Carvalho JC, Condutas no
paciente com trauma cranioencefálico. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. São Paulo, 2011.
• National Association of Emergency Medical Technicians (U.S.), and American College of Surgeons.
PHTLS: Prehospital Trauma Life Support. Jones & Bartlett Learning. 9th Ed.,USA, 2018.
• PHTLS – Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado: Comitê do PHTLS da National Association of
Emergency Medical Technicions (NAEMT) em Cooperação com Comitê de Trauma do Colégio Americano
de Cirurgiões. 6º ed. Mosby Jems, Rio de Janeiro:– Elsevier, 2007.
E por hoje terminamos!
Nossa Unidade de Aprendizado chegou ao fim.
Não esqueça de estudar os matérias
complementares da unidade.

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