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na universidade e trabalho
Palestra apresentada para os alunos do CAEF (centro acadêmico de engenharia física) da USP -
EEL
Fabiana Murer CRP-06/137225 – Psicóloga Clínica , especialista em terapia cognitivo comportamental
pela Universidade salesianas de Lorena , SP. Unisal.
CARTAZES PUBLICADOS NA PÁGINA
DO FACEBOOK DA FUSM(FRENTE
UNIVERSITARIA DE SAÚDE MENTAL)
IDEALIZADOS POR ALUNOS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA E ALUNOS DA USP
MAS, ENTÃO O QUE É SÁUDE MENTAL?
Em outras palavras, isso significa ser capaz de lidar tanto com sentimentos
positivos — alegria, amor e coragem — quanto com os negativos — tristeza,
ciúmes e frustrações.
SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE IMPORTA? PORQUE O
DEBATE SURGIU?
Os mencionados casos de suicídio na USP
Em todo o Brasil, a preocupação com a reacenderam as discussões sobre como a
saúde mental na universidade vem saúde mental na universidade é deixada em
segundo plano. A constante pressão para que
crescendo. O debate ganhou força depois
trabalhos sejam entregues no prazo, centenas
de notícias de suicídios cometidos por de páginas lidas semanalmente e noites gastas
universitários em grandes universidades estudando para provas em que a maior parte
do país ganharem os noticiários. Só na da turma tira notas baixas são queixas que
Universidade de São Paulo (USP), quatro qualquer universitário já fez e/ou já ouviu.
estudantes cometeram suicídios, Além disso, a ideia de que um estudante de
registrados em maio e junho de 2018. ensino superior deve se dedicar apenas ao seu
curso leva alguns professores a ignorar o fato
de que muitos universitários também
trabalham, cuidam da casa e da família, tendo
por vezes suas reclamações silenciadas.
A LUTA CONTRA O TEMPO
ambientes universitários “exigem cumprimento de uma série de
tarefas com pouco espaço para trocas afetivas e relacionamentos
entre os pares [colegas, amigos, família]. São exigências em um
tempo do relógio que não acompanha o tempo do ser humano”.
Por que os jovens
universitários estão tão
suscetíveis a transtornos
mentais?
Segundo pesquisa, 30%
dos alunos de graduação
em instituições federais no
Brasil procuram
atendimento psicológico.
O QUE COLOCA PRESSÃO NO UNIVERSITÁRIO
PREJUDICANDO SUA SAÚDE MENTAL?
Além disso, na universidade, alunos e alunas percebem que abriram mão de uma
vida equilibrada, com estudo e lazer, para conseguirem aprovação no curso
desejado. Muitas vezes, dentro da faculdade essas privações e sacrifícios
continuam a ser feitos e, o que antes parecia natural, começa a ser questionado.
4.PERDA DE REFERÊNCIAS
Mudar de cidade para estudar também pode impactar a saúde mental, já que as
diversas mudanças pelas quais universitários/as passam demandam
“rearranjos psíquicos”. Ao sair do meio em que cresceu, pessoas perdem
referências que têm tanto sobre si – como características pelas quais são
reconhecidos –, quanto referências que tomam para si – como parentes e
amigos.
Muitos desses universitários saem de contextos nos quais são alunos
destaque e, percebem que são na verdade medianos, quando se deparam
com outras pessoas de mesmo nível na universidade. Isso gera uma quebra
da autoimagem que causa sofrimento.
5.FALTA DE SIGNIFICADO
Para evitar que a intensidade dos estudos universitários prejudique a saúde mental,
é necessário que os jovens encontrarem um significado para aquele esforço e
a carreira que escolheram. Em outras palavras, o fato de ter que fazer algo
estressante ou desprazeroso não é maior o problema. Se a pessoa encontra um
sentido para aquilo, é mais fácil passar por dificuldades. Estar em uma carreira
que não faz sentido faz com que muitas pessoas não consigam lidar com a carga
emocional exigida.
Com isso também é possível reforçar a necessidade de quebrar estereótipos
negativos colocados sobre pessoas que admitem ter sua saúde mental abalada
e buscam ajuda. É comum sentir medo e vergonha de consultar um
profissional e ser julgado como uma “frescura” e “exagero”, ou decidir
mudar de curso e ser taxado como “preguiçoso” e “desistente”.
INVESTIR NA EMPATIA ENTRE OS ALUNOS PROFESSORES E
INSTUIÇÃO
". Os alunos estão o tempo inteiro em competição por bolsas de estudos, vagas de estágio,
liderança nas empresas júnior e intercâmbio, por exemplo.
"Em algumas universidades, a média é criada por um critério comparativo. Para um aluno
ir bem, outro necessariamente precisa ir mal. Então acontecem coisas como alunos que
escondem livros da biblioteca, ou arrancam páginas para que outros não consigam estudar
todo o caminho da formação está impregnado por valores profissionais e
mercadológicos. "As crianças estão expostas desde cedo, acreditam que têm que ascender
rapidamente. Ao mesmo tempo, elas não aprendem a lidar com esse ambiente competitivo
e ficam inseguras e vulneráveis para lidar com as cobranças."
"Uma coisa é uma relação com o mercado de trabalho, outra é mimetizar as relações sem se
dar conta disso. É preciso fazer uma inserção crítica e investir na solidariedade entre os
alunos, evitando mecanismos excessivamente competitivos no dia a dia."
SAÚDE NA UNIVERSIDADE EM DADOS
a questão de saúde mental nas universidades não é novidade nem no Brasil, nem
no exterior. O motivo de vários países começarem a prestar mais atenção nesse
debate é a abertura para tratar do assunto, possibilitado por as pessoas prestarem
maior atenção a mudanças de comportamento – tanto suas, quanto de pessoas
próximas.
Essa maior visibilidade do assunto também acontece devido aos estudos sobre
saúde mental. Vários dados recolhidos nos últimos anos têm assustado
especialistas e cidadãos. Por exemplo, o Departamento de Informática do
Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, apontou que o
suicídio é a quarta causa de morte entre jovens brasileiros. A taxa de suicídio
aumentou nas parcelas mais jovens da população, entre 2000 e 2015.
SAÚDE NA UNIVERSIDADE EM DADOS
Também se destaca uma pesquisa divulgada em 2016 pela Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Ela
apontou que 30% dos alunos de graduação em instituições federais no Brasil
procuraram atendimento psicológico em 2014 e afirmou que mais de 10%
desses estudantes fizeram uso de algum medicamento psiquiátrico.
Quanto à depressão, a Associação Brasileira de Psicanálise estima que cerca
de 10% dos adolescentes brasileiros sofrem dessa doença. A OMS traz,
ainda, que em todo o mundo 20% dos jovens são depressivos. O problema
também se estende à parcela adulta da população brasileira. Em 2016, mais
de 75 mil trabalhadores foram afastados de seus cargos por conta de quadros
depressivos, segundo levantamento da Previdência Social.
Trabalhos adjacentes exigidos em currículos através de entidades e trabalhos nas universidades
ATRAVÉS DE RELATOS CLÍNICOS, A PROCURA POR TERAPIA POR UNIVERSITÁRIOS AUMENTA , TAMBÉM DEVIDO Á
FICANDO CADA VEZ MAIS DIFÍCIL ADMINISTRAR TEMPO COM O ESTUDO EM SI DO CURSO ESCOLHIDO.
AINDA EM RELAÇÃO AO TRABALHO, ALGUNS UNIVERSITÁRIOS SÃO REMUNERADOS E OUTROS NÃO, MAS
PERMANECEM EM ENTIDADES NÃO APENAS POR GOSTAREM DO QUE FAZEM , MAS PELA EXIGÊNCIA EM HORAS E
DEDICAÇÃO PROPORCIONANDO UMA MELHOR POSIÇÃO PARA CONSEGUIREM ESTÁGIOS, ELEVANDO ASSIM O
NÍVEL DE STRESS E COMPROMETIMENTO COM ESSES TRABALHOS E A VIDA ACADÊMICA. TRABALHOS ESSES QUE
REQUEREM CONHECIMENTOS QUE NUNCA FORAM ENSINADOS MAS QUE DE UM DIA PARA O OUTRO PRECISAM
ENTREGAR RESULTADOS , RELATÓRIOS, O QUE EXIGE UMA RESPONSABILIDADE EXTREMA, CARGOS COMO ,
ADMINISTRAR PARTES FINANCEIRAS, MARKETING ENTRE OUTROS CONHECIMENTOS QUE O UNIVERSITÁRIO NÃO
TEM E O TEMPO PARA CONCILIAR TUDO DE MODO QUE SUA SAÚDE MENTAL COMEÇA A SER COMPROMETIDA .
Para dar visibilidade à questão da saúde mental na universidade, grupos de várias instituições
passaram a usar a #nãoénormal. Assim, desabafos e denúncias de cobranças sofridas por
universitários ganharam espaço em redes sociais. Bruna Matos, uma das organizadoras do
movimento na Universidade Federal de Viçosa (UFV), afirmou que o movimento pensa
atividades para promover discussões sobre posturas adotadas pela universidade que, de alguma
forma, prejudicam o desempenho e a saúde de seus estudantes.
Além da UFV, diversos cursos da USP também se juntaram para fundar a Frente
Universitária de Saúde Mental (FUSM). Na sua página do Facebook, o grupo afirma que:
A nossa luta é por instalações e manutenção de serviços de acolhimento nas faculdades, de
modo que, caso algum aluno precise, tenha algum lugar de acolhimento. É por uma mudança
curricular que tenha como uma de suas diretrizes a saúde mental do aluno. É por permanência
estudantil. É por uma universidade sem opressões. A busca por saúde mental dos alunos está
por trás de muitas coisas que fazemos em nosso dia a dia e deve ser uma prioridade para nós.
PORQUE É TÃO IMPORTANTE CUIDAR DA SAÚDE MENTAL?
Os desafios diários são uma parte importante da nossa vida, afinal, tornam
tudo ainda mais interessante e atrativo. No entanto, quando não estamos
mentalmente saudáveis, tendemos a reagir às situações que se apresentam
de maneira exagerada e até desequilibrada.
Já parou para pensar em como você tem se sentido no seu curso e na sua universidade? Tem se
alimentado bem, dormido bem, praticado atividades de lazer? Está se sentindo feliz e apoiado pelos
colegas, familiares e membros da comunidade acadêmica? Ou está mais para sobrecarregado,
esgotado , sem tempo para si?
TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA, COBRANÇAS
ESTIGMA
ANSIEDADE E DEPRESSÃO, PANICO, STRESS, SIDROME DE BURNOUT
É normal se sentir triste, estressado ou, até mesmo, exausto em alguns
momentos. A pergunta é: o que você faz com esse sentimento? A
maneira como lida com as suas oscilações de humor e,
principalmente, o que faz para prevenir descontroles emocionais é
o que vai determinar a qualidade da sua saúde mental.
"Também gostaria de saber sobre algumas dicas de auto cuidado, de como se priorizar, ao invés de priorizar os
estudos. Como exemplo, temos muitas semanas de prova onde a gente nem come direito, não dorme, não faz uma
pausa pra nada, apenas estuda."
"Tenho muitas dificuldades em me manter calmo para realizar as tarefas que surgem de repente, mesmo
tentando me organizar, sempre que acabo alguma coisa, já aparece outra, nessa acabo desistindo de fazer
algumas coisas. Como posso me manter mais tranquilo para fazer as atividades?"
"Muitas vezes evito arriscar em alguma ideia e projeto por receio de prejudicar alguém, principalmente o CAEF,
que está ali para ajudar os alunos, como acha que posso ir me livrando desse receio"
"Tenho muitas dificuldades para encontrar meus limites, até onde eu posso ir com responsabilidades, existe
alguma técnica, dica ou sugestão que me ajude com isso?"
PROCURAR AJUDA NÃO É VERGONHA