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Vias Aéreas e Intubação

Orotraqueal
Internato de Cirurgia
Aluno: Luiz Henrique Viana Delgado
INTRODUÇÃO:

 O manuseio das vias aéreas é a etapa mais importante no atendimento do paciente na


emergência.

 A permeabilidade das vias aéreas é algo crucial para a estabilidade hemodinâmica do


paciente

 O controle e o manejo adequado das vias aéreas são cruciais para reduzir potenciais
danos em cenários de emergência seja pre hospitalar ou hospitalar
EXAME PRIMÁRIO DE AVALIAÇÃO DAS
VAS:
 Deve ser realizado em no máximo 15 segundos.
 O socorrista deve atuar imediatamente caso a via aérea se encontre obstruída, haja risco de
broncoaspiração ou comprometimento respiratório

 As causas mais comuns de obstrução alta de vias aéreas na medicina pré-hospitalar são: Queda
da língua sobre a parede posterior da faringe e corpos estranhos
COMO AVALIAR?

 EXAMINANDO: PALPE OLHE E ESCUTE


 FALOU CHOROU - (OFERTA O2 10 12 MIN)
 **grandes queimados
 SINAIS DE OBSTRUÇÃO?
 Grave dificuldade respiratória, cianose, incapacidade de tossir, respirar e falar.
 TRAUMA DE FACE, CERVICAL OU LARINGE?
 OXIMETRIA DE PULSO (<90 GRAVIDADE)
 GLASGOW (<8 = QUEDA BASE DE LINGUA IOT)
Por Que Indicar o Acesso a VA?

 Permeabilizar

 Proteger contra broncoaspiração

 Ventilar
PERMEABILIZAÇÃO:

 Os métodos de permeabilização de via aérea são divididos em 3 grupos:

 1. Manobras Manuais
 2. Equipamentos Básicos
 3. Equipamentos Avançados
MANOBRAS MANUAIS:

 Inclinação da cabeça com elevação do mento (chin lift)

 É a manobra mais eficaz.


 O socorrista coloca uma de suas mãos na fronte da vítima e a utiliza para inclinar a cabeça para
trás, os dedos da outra mão são colocados no queixo da vítima e são utilizados para deslocar a
mandíbula para cima e frente.
 Contrandicação: Suspeita de lesão cervical.
MANOBRAS MANUAIS:

 Elevação da Mandíbula (Jaw thrust)

 Indicada no caso de suspeita de lesão cervical. O socorrista se posiciona atrás da vítima ou ao


seu lado, mantendo a imobilização da cabeça/pescoço, utiliza os 4o e 5o dedos de suas mãos para
deslocar a mandíbula para cima e com os polegares mantém a boca do paciente aberta.
 Desvantagem: São necessários dois socorristas para ventilação simultânea da vítima.
MANOBRAS MANUAIS:

 Abertura da Boca
 Somente em vítima inconsciente. Colocar o polegar nos incisivos superiores da vítima e o
indicador nos inferiores. Fazer um movimento de abertura em tesoura com estes dois
dedos. Nunca usar em pacientes agitados.

 Posição lateral de segurança


EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE
PERMEABILIZAÇÃO DE VIAS AÉREAS:
 Cânulas Orofaríngeas (Guedel)
 de plástico ou borracha
 Evita queda da língua sobre a parede posterior da faringe e
permitir a aspiração.
 Deve ser utilizada em pacientes inconscientes (reflexo
vômito)
 A cânula deve ser adequada as dimensões da vítima
(comissura labial e lóbulo da orelha/ ângulo da mandíbula
 Técnica: Introduzida com o lado côncavo para cima com
rotação de 180º quando a extremidade distal atingir o
palato mole.
EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE
PERMEABILIZAÇÃO DE VIAS AÉREAS:
 Cânula Nasofaríngea
 Está indicado em pacientes com trismo, causa menos reflexo de vômito O tamanho ideal
deve ir do ângulo da mandíbula a narina.
 Introduzido pela narina, após ser lubrificado com geléia anestésica
 Contra-indicado em pacientes com trauma facial ou de base de crânio.
EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE
PERMEABILIZAÇÃO DE VIAS AÉREAS:
 Aspiração das vias aéreas (aspirador)
 Tem como finalidade a remoção de sangue, vômito e de outros materiais.
 Os rígidos são os indicados para urgências.
VIA AÉREA DEFINITIVA
INDICAÇÕES:
• Procedimentos e cirurgias
• Impossibilidade de manter via aérea pérvia
• Insuficiência respiratória aguda grave e refratária
• Hipoxia e/ou hipercapnia ( aumento CO2)
• Escala de Coma de Glasgow (GCS) ≤ 8
• Instabilidade hemodinâmica grave ou parada cardiorrespiratória
• Antecipação de piora em pacientes queimados ou em pacientes com visível desconforto
respiratório que poderão entrar em fadiga da musculatura respiratória
• A única contraindicação absoluta é: transecção de traqueia
EQUIPAMENTOS AVANÇADOS DE
PERMEABILIZAÇÃO DE VIAS AÉREAS:
 Via aérea definitiva é a presença de um dispositivo com balonete insuflado na traqueia
fixado e conectado a uma fonte de oxigênio
 Toda permeabilização de vias aéreas avançada em emergência parte do pressuposto que o
paciente esta com estomago cheio, seguindo então 2 modelos:
 Sequência Rápida = Pré-Oxigenação + Hipnótico/analgésico + Relaxante + Intubação.
 Paciente Acordado (“Muito difícil”) = Pré-Oxigenação + sedação leve variável + Intubação
(esta é muito difícil e raramente escolhida).
COMBITUBE E MASCARA LARÍNGEA:

 Diapositivos de transição enquanto não entramos na VA definitiva

 Combitube: Possui duas luzes e dois balonetes. evita bronco aspiração

 Mascara laríngea: introduzo pelo palato duro fixando-a na frente da orofaringe. Ao insuflar
o cuff há proteção para que o ar não escape (não protege conta bronco aspiração)

 Ambus: introduzidos as cegas


COMBITUBE

MÁSCARA LARÍNGEA
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL:

 É o método definitivo e de escolha para assegurar ventilação pulmonar adequada sem


distensão gástrica ou risco de broncoaspiração.

 O tempo da manobra não deve ultrapassar 15 a 30 segundos e deve ser sempre precedido
por oxigenação e ventilação do paciente com uso de máscara.
SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO:

 O objetivo desta técnica é obter o controle das vias aéreas no menor tempo possível após a
abolição dos reflexos protetores.
 É dividida em 7 etapas comumente conhecidas como os “7 Ps’ da Intubação Orotaqueal”:
1- PREPARAÇÃO
 deve durar menos que 5 min
 sistematizado em: avaliação, check-list de material, monitorização, preparo de drogas e
acesso venoso. ( STOP-MAID )
2- PRÉ-OXIGENAÇÃO
3- PRÉ TRATAMENTO
4- PARALISIA COM INDUÇÃO
5- POSICIONAMENTO DO PACIENTE
1- PREPARAÇÃO: STOP – MAID:

• S: Sucção – Deixe o aspirador pronto


• T: Teste todos os equipamentos necessários (de preferência, mais que uma pessoa
testando)
• O: Oxigênio pronto para a pré-oxigenação
• P: Posicione o tudo na mesa para facilitar o procedimento (coloque o tubo em formato
anatômico – formato de vírgula)
• M: Monitorize o paciente com cardioscopia e oxímetro de pulso
• A: Avalie a via aérea do paciente
• I: IV – deixe sempre um acesso pérvio periférico com jelco 18
• D: Drogas para utilização – escolher e preparar as drogas
AVALIAÇÃO DE VA E VIA AÉREA
DIFÍCIL:

Verificar o LEMON:
ESCORE DE MALLAMPATTI:
2. PRÉ-OXIGENAÇÃO/ 3- PRÉ TRATAMENTO
 2- pré oxigenação:
 Manter uma fração de inspiração de oxigênio (FiO2) de 100% durante 3-5 minutos.
 Com isso, consegue-se uma apneia de 3-5 min antes que a saturação de
oxigênio caia para < 90%.
 3. Pré-tratamento
  fentanil (1-3 mcg/kg)
  lidocaína (1,5 mg/kg).
 Elas devem ser administradas três minutos antes da passagem do tubo, se houver
indicação.
4- PARALISIA COM INDUÇÃO:

 Droga hipnótica (capaz de induzir o sono)


 Bloqueador neuromuscular (na maioria das vezes succinilcolina), em bólus e de
forma rápida.
5- Posicionamento do paciente:

 Na fase de posicionamento, deve-se posicionar o paciente em decúbito dorsal com 30º de


inclinação no dorso, em posição de “sniff” ou  “farejador” (coxim na região occipital +
hiperextensão do pescoço, se não houver contraindicação para tal). O objetivo é alinhar os
eixos oral, laríngeo e faríngeo do paciente.
6- POSICIONAMENTO DO TUBO COM
CONFIRMAÇÃO:
1. Segurar o tubo com mão direita e laringoscópio com mão esquerda;
2. Colocar o laringoscópio pela rima labial direita e deslocar a língua para esquerda;
3. Tracionar o laringoscópio para cima e para frente, a aproximadamente 45º, posicionando-o na
valécula
4. Visualizar as cordas vocais (a intubação não pode ser realizada às cegas, devendo ser realizada sob
visualização direta das cordas vocais);
5. Introduzir tubo até que a borda proximal do cuff ultrapasse as cordas vocais. Parte distal do tubo
deve estar a 5-7cm da carina (normalmente isso é a marca de 22cm em adultos);
6. Retirar fio guia;
7. Insuflar cuff com seringa de 6 a 10 ml de ar (20mmHg);
8. Acoplar ambu e insuflar, auscultando epigástrio, pulmão esquerdo e pulmão direito,
respectivamente.
INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL:

 Usamos muito eletivamente para cirurgia de boca e maxilofacial

 Não precisa hiper estender o paciente

 Pode ser usado em emergência: NÃO USAR EM SUSPEITA DE FRATURA DE BASE DE


CRÂNIO E APNEIA

 A intubação eletiva geralmente é boa para esse tipo de cânula mas quando fazemos na emergência a
intubação geralmente é as cegas pode ir para o esôfago

 Dica: para fazer uma intubação nasotraqueal em área vermelha o paciente precisa estar respirando
pois se trata de um procedimento cegas
VIA AÉREA CIRÚRGICA:
 Usado em emergências quando não se tem acesso as vias aéreas por meio de intubação
endotraqueal.
 Cricotireoidostomia
 Opção cirúrgica empregada quando os outros métodos de acesso a via aérea falham ou
estão contra-indicados.
 Indicações: traumatismos faciais graves, lesões de coluna cervical e obstrução supra
glótica completa de vias aéreas.
 Cirurgica (contraindicada em menores de 12 anos- estenose traqueal)
 Por punção
 OBS:
 Relação inspiração/ expiração 1/4
 De 30 a 40 min tenho q partir para outra VA se não pode gerar hipercapnia (acumulo de CO2 que
é incompatível com a vida)
CRICOTIREOIDOTOMIA:
VIA AÉREA CIRÚRGICA:

 Traqueostomia
 Procedimento de difícil
 Não utilizado em politraumatizados (eletivo)
 Exceção: trauma de laringe
 Rouquidão, enfisema CS e massa palpável
EPM / UNIFESP - RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

 23. Com relação à intubação em sequência rápida, assinale a alternativa correta.


(A) A sequência rápida de intubação somente dever ser usada em situações de emergência, pois
pode levar a sérias complicações se usada em situações eletivas.
(B) Como se trata de um procedimento de emergência não requer preoxigenação do paciente.
(C) É caracterizada pela administração simultânea de agentes sedativos e bloqueadores
neuromusculares com o objetivo de facilitar a intubação em situações de emergência.
(D) Qualquer bloqueador neuromuscular pode ser usado neste procedimento.
(E) Pacientes instáveis hemodinamicamente não são candidatos a intubação de sequência
rápida.
GABARITO

 LETRA C
REFERÊNCIAS:

 ACLS – . American Heart Association, Suporte Avançado de Vida Cardiovascular –


Manual para profissionais de saúde.4.a ed. 2015

 SANAR (Brasil). Intubação Orotraqueal (IOT) na Emergência. 2019. Disponível em:


https://www.sanarmed.com/intubacao-orotraqueal-iot-na-emergencia-yellowbook. Acesso
em: 03 mar. 2021.

 Livro – Pronto Socorro: Medicina de Emergência 3 ª edição HC FMUSP

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