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A PELE E O BANHO DO Profas.

Da disciplina

RECEM NASCIDO 2020


A pele é o órgão que protege o organismo contra ações
mecânicas, térmicas e químicas, e agentes agressores
infecciosos e tóxicos. A comunicação do meio externo com o
interno envolvido pela pele, é mediada por numerosos
receptores sensoriais que se encontram na superfície cutânea.
O Ministério da Saúde reporta que a mortalidade neonatal
equivale a quase 70% das mortes no primeiro ano de vida e,
por essa razão, o cuidado adequado ao RN constitui-se em
estratégia que pode reduzir os índices de mortalidade infantil
no País. Entre os cuidados, inclui-se também a higiene.
Acreditava-se, até algum tempo atrás, que a função de barreira
cutânea atingia sua maturidade por volta da 34ª semana de gestação.
Porém, dados recentes mostram que ela continua a se desenvolver até
12 meses após o nascimento.

A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de


adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se
tornam necessários.
VÉRNIX

Lubrifica a pele

Manto protetor

Barreira mecânica
contra bactérias
A higiene do recém–nascido não é uma atividade banal, ao
contrário esconde uma complexidade que explica a variedade de
práticas propostas na atualidade. Existe ainda uma ausência de
recomendações baseadas em consensos e as práticas de higiene
em geral são influenciadas por tradições culturais e experiência
familiar anterior.

No RN o banho pode levar a hipotermia, aumento do consumo


de oxigênio, estress respiratório e alteração dos sinais vitais, em
função disto deve ser corretamente realizado, em sala aquecida,
com tranquilidade e segurança .
Nos RN, a superfície cutânea possui pH com tendência a neutro,
o que diminui significativamente a defesa contra a excessiva
proliferação microbiana e pode promover maior perda de água
transepidérmica, demonstrando alteração da função de barreira
epidérmica.

A barreira lipídica protetora não pode ser reproduzida por meios


artificiais; por essa razão, é necessário o máximo cuidado para
não haver destruição dessa barreira, que ocorre, principalmente,
pelo uso inadequado de produtos químicos.
O banho de imersão é o mais indicado, com água morna que permite
menor perda de calor e oferece mais conforto ao bebe.
A limpeza deve ser suave, sem esfregar a pele com panos ou toalhas
que podem ter potencial irritante para a pele frágil do RN. Secar com
suavidade (sem esfregar) com uma toalha macia e limpa.
Como a barreira epidérmica é imatura nos RNs e lactentes, a
permeabilidade cutânea é muito elevada, sobretudo, durante a
primeira quinzena de vida. Isso promove um importante risco de
toxicidade por absorção percutânea de drogas.
Sendo mais facilmente agredida mecanicamente, como ocorre na
zona de contato com as fraldas ou pela utilização de lenços de
limpeza, que causa remoção repetida e localizada de células do estrato
córneo e aumenta, por sua vez, a permeabilidade cutânea.
SYNDETS
Sensibilidade
A pele da criança possui características diferentes da pele do adulto,
ou seja, possui maior superfície cutânea em relação ao peso corporal,
e menor coesão na junção derme-epiderme.
Como consequência, a criança ao nascer possui maior perda
transepidérmica de água (TEWL), absorção percutânea aumentada e
instabilidade térmica, necessitando de cuidados especiais em relação à
higiene e ao uso de produtos específicos para a pele infantil.
Em alguns centros na Europa e na Austrália, o tummy bath (banho
de balde ou banho de ofurô) tem sido utilizado como parte da rotina
na higiene e assistência ao recém nascido. Esse tipo de banheira
assemelha-se ao formato do útero, permitindo ao neonato
permanecer com o corpo submergido dentro da água, em posição
fletida, com os membros inferiores e superiores em linha mediana,
flexionados, mantendo a cabeça fora da água, apoiada pelo cuidador.
As infecções são responsáveis por até metade das
mortes neonatais em países de baixa renda e o
coto umbilical é uma fonte comum de infecção
nessa população e nesse cenário.

A contaminação do coto por bactérias podem levar a


septicemia e resultar na morbidade e mortalidade,
especialmente nos países em desenvolvimento.
As recomendações para manter o coto umbilical seco devem ser
repensadas a partir dos resultados com o uso precoce da clorexidina ,
já que esta se mostrou efetiva na redução de colonização e infecções e
da mortalidade associadas às complicações do coto umbilical.
A queda do coto foi prolongada com o uso da clorexidina em relação à
substâncias como o álcool a 70%.
Álcool a 70% acelera a mumificação, mas não interfere na
colonização.

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