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GINÁSTICA ARTÍSTICA: AÇÕES E HABILIDADES

MOTORAS -10 a 14 ANOS


E D S O N D E J E S U S D O N A S C I M E N TO , S E B A S T I Ã O Á LVA R O G A L D I N O .

E Q U I P E : , J O H N N Y H E R B E RT D A S I LVA A R A Ú J O
Introdução

A ginástica artística pode ser considerada um aspecto da educação total da criança, levando-a á aquisição de
um conhecimento e domínio do mundo que acerca e de si mesma, a partir de uma prática elaborada
cuidadosamente, permitindo uma progressão a cada aula. Segundo Hostal (1982, p.12): “nosso corpo nada
mais é, na verdade que nosso modo de ser e de se movimentar, é através dele que aprendemos a se encontrar
e vivenciar a vida”.
A ginástica artística é uma atividade física de base formativa e educativa, que favorece uma diversidade de
experiências motoras. Por meio de pesquisa de campo realizada acerca das ações e habilidades motoras da
criança, procurou compreender, identificar e verificar se a mudanças nas ações motoras no aparelho solo em
alunas de faixa etária de 10 a 14 anos, através de uma proposta que apresenta evoluções num espaço, com
aparelhos diversificados específicos e adaptados.
Metodologia
A metodologia utilizada para este estudo foi teste de agilidade, velocidade, força, flexibilidade e equilíbrio e
procurou aplicar em um grupo de alunas de nível competitivo e iniciantes de Ginástica Artística.
Entretanto, este trabalho buscou verificar se a Ginástica Artística atua sobre mudanças importantes nas
ações e habilidades motoras de agilidade, flexibilidade, velocidade equilíbrio e força em alunas de 10 á 14
anos.
Ginastica artística
Segundo Teixeira (1997), A ginástica é praticada, ora consciente por meio de movimentos ginásticos e ora
inconsciente por intermédio do trabalho do dia-a-dia. A moderna ginástica desenvolveu-se na Alemanha
impulsionada por Friedrich Ludwig Jahn, que fundou em 1811, perto de Berlim, o primeiro ginásio ao ar
livre para treinamento físico da juventude prussiana.
A realização dos primeiros campeonatos e jogos olímpicos, além das provas de aparelhos, fazia parte do
programa de ginástica, provas de atletismo: corrida, salto em altura, distância e com vara, subida na corda,
arremesso de pedras, bem como corrida de 60 metros, salto em distância, lançamento de dardo e natação
para o sexo feminino.
o Brasil iniciou sua participação em 1951, nos I Jogos Desportivos Pan-Americanos, realizados em Bueno
Aires, Argentina. Em 1954 participou do Campeonato Mundial, em Roma, e em 1980 nos Jogos Olímpicos
de Moscou.
Solo
“Os elementos no solo constituem a base para a prática nos aparelhos, eles desenvolvem todas as
capacidades motoras e tem um efeito revigorante orgânico quando executados com uma intensidade
suficiente”. (BORRMANN, 1980, p.183).
Os exercícios de solo abrangem, em sua totalidade, quase todos os exercícios básicos na formação da
ginástica. Os giros ao redor dos eixos longitudinal, transversal e ântero-posterior necessários nos
encadeamentos, exigem em sua preparação geral um treinamento com auxilio de formas ginásticas
apropriadas a fim de educar o sentido de equilíbrio. (BORRMANN, 1980).
Motivação
A motivação é muito importante na Ginástica Artística, pois quando se trabalha com crianças iniciando a
modalidade, deve-se motivar o máximo para que no futuro se consiga revelar talentos. Pois, se a aula não
for motivadora, mesmo que o aluno tenha facilidade para executar os movimentos da Ginástica Artística,
não existirá a inclusão pelo gosto, o que poderá culminar com a desistência do iniciante. (DAVIDOFF,
1983).
È importante ressaltar que o aluno motivado, fará da aula um momento de alegria e felicidade. Ao se
ministrar não só aulas convencionais, mas aulas organizadas por intermédio da liberdade dos corpos, e com
aquisição de responsabilidade no que se refere à inserção social e de educação atlética.
A musica nas aulas de ginastica artística
Por intermédio da música o aluno desenvolve sua percepção corporal expressada em movimentos belos e
sutis no aparelho solo. Para Verderi (1998), a música exerce uma influência muito grande na criança. Para
uma volta á calma depois de uma aula, usa-se, musicas infantis para que a criança deixe a euforia da aula
para trás.
Ações motoras e habilidades motoras
As ações motoras abordam o conjunto de especialidade e cada uma delas representa a totalidade
significativa para o praticante, considerando-se a relação que o iniciante mantém com o equipamento e o
contexto, a unidade comportamental que pode
ser ampliada pela transformação e diferenciação por níveis de prática, a base motora e a gênese particular
(PRESTIDGE, 1969).
Para Prestidge (1969), o movimento é ponto principal do domínio motor e com o objetivo de determinar o
envolvimento dos componentes mentais ou cognitivos que ocorrem na maioria das habilidades motoras,
também é chamado de domínio psicomotor. As habilidades motoras são aquelas que envolvem movimento,
porém não se pode esquecer que estas habilidades ou comportamentos do domínio motor não são realizados
sozinhos, existe uma inter-relação entre os domínios do comportamento cognitivo e do comportamento
afetivo.
classificação de habilidade motora é baseada na determinação de quais componentes ou elementos de uma
habilidade são semelhantes a outros componentes, ou outras habilidades.
A precisão do movimento é dividida em duas categorias, habilidade motora grossa ou global e, habilidade
motora fina. Em Ginástica Artística será utilizado basicamente às habilidades motoras grossas que são
caracterizadas pelo envolvimento da musculatura como base para o movimento, a distinção do começo e
ponto final pode ser dividida em: habilidades motoras discretas, por possuir bem estabelecido um início e
um fim da habilidade, habilidade motora em série, encadeamento de habilidades motoras discretas e
habilidade motora contínua, não há distinção entre o início e o fim da habilidade, (MARÇAL, 1987).
Os elementos da Ginástica Artística ocorrem a partir do encadeamento de ações motoras, ações executadas
coordenadas entre si, tal como os elos de uma corrente, chamado de cadeia motora, seqüência ordenada
destas ações motoras, por exemplo: o mortal para frente é o encadeamento de 3 ações motoras como, saltar,
girar e amortecer.
A abordagem do conteúdo motor em Ginástica Artística, no aparelho Solo, Segundo Leguet (1987), a
inserção das ações mais características são: rolar, saltar, amortecer, passar pelo apoio invertido, manter
equilíbrio, deslocar-se em bipedia, passar próximo ao solo.
Para Malmberg (2003), o ambiente de prática pode ser alterado e manipulado para que o aprendizado ocorra
de forma eficiente e interagindo as ações que possam ser adquiridas neste mesmo ambiente por um
praticante de ginástica artística.
Gallahue e Ozmun (2001) afirmam que, a experiência motora de cada criança se caracteriza principalmente
aos estímulos extrínsecos vindos do meio ambiente, proporcionado pela atividade que a criança está
envolvida, não podendo ser dada como uma busca de desempenho, mas sim pela busca de variados
estímulos que condicionem seu aparelho locomotor.
A criança consegue adquirir maior controle sobre alguns aspectos do rolamento, como manutenção do
alinhamento do corpo, velocidade e economia do movimento, aperfeiçoando de forma progressiva esta
habilidade, contudo isto infere no ganho de coordenação motora, pois o produto final do rolamento é a
conseqüência da execução harmoniosa dos membros cabeça e tronco, ao se executar um rolamento
(PEROTTI e PELEGRINI 2001).
O trabalho sempre se inicia de forma global, procurando comprometer a criança com uma familiarização
com o aparelho, uma vez que exige certa confiança para que o movimento possa ser progressivamente
evoluído. Uma condição essencial para a execução de uma ação é a garantia de que o indivíduo possa em
seguida retornar a uma posição conhecida, assegurar a aterrisagem e recuperar o equilíbrio (LEGUET,
1987).
Um dos princípios fundamentais da motricidade humana é que o comportamento motor é adaptável, e
segundo Meiriol (1999) o aluno deve ser analisado onde se encontra, e não onde se deseja que esteja.
Para tanto, inicialmente o indivíduo precisa identificar o problema motor que, a título de exemplo, pode-se
colocar a tarefa de ficar na posição invertida, com as mãos apoiadas no chão e os pés para cima.
(NUNOMURA e NISTA-PICCOLO, 2005).
A partir da comparação entre a última avaliação e as avaliações feitas em momentos anteriores, pode-se
inferir o quanto o aprendiz desenvolveu sua habilidade, o processo de aprendizagem motora pode ser
descrito como uma busca de solução para uma tarefa que surge de uma interação do indivíduo com a tarefa
e o meio ambiente (BARBANTI, 2003).
O comportamento observável, por seu turno, reflete uma série de modificações no sistema sensório-motor
que são provocadas pela busca sistemática de se atingir um objetivo, pois se busca enfatizar as melhores
formas de se executar um sistema motor e isto é analisado por meio Nunomura e Nista-Piccolo (2005, p.67):
Equilíbrio
“O equilíbrio é uma habilidade em que o indivíduo mantém a postura do seu corpo inalterada, mesmo
quando este é colocado em várias posições, ou seja, equilíbrio é básico para todo o movimento e é
influenciado por estímulos visuais, táteis, cinéticos e vestibulares”. (GALLAHUE e OZMUN, 2001, p. 32).
Haywood e Getchell (2004) também colocam que o equilíbrio, bem como a postura deve ser mantido em
infinitas situações, quando parados (equilíbrio estático) e quando em movimento (equilíbrio dinâmico) e por
outro lado deve-se equilibrar sobre uma variedade de partes corporais, não somente sobre os pés.
Os mesmos autores no parágrafo acima citam como exemplo, as ginastas e todas as partes corporais sobre as
quais trabalharão que contam do calendário. Portanto, mesmo um indivíduo, quer seja criança ou adulto
eventualmente deverá equilibrar-se sobre superfícies que não sejam o chão, tais como uma escada, ou sem
até mesmo todas as informações que gostariam como seria o caso de caminhar no escuro.
Força
Segundo Weineck (1999) a força nas suas diversas manifestações, força máxima, força rápida e resistência
de força, representam em quase todas as modalidades esportivas um dos fatores determinantes do
desempenho, atribui-se um papel significativo ao desenvolvimento de acordo com a modalidade esportiva.
Ghorayeb e Barros (1999) mostraram que a força, quanto à qualidade de aptidão física, como a capacidade
de produzir tensão nos músculos esqueléticos, é diretamente proporcional á capacidade contrátil nas fibras
musculares, e da capacidade de ajuntar suas unidades motoras. Do ponto de vista físico, a força é o produto
de uma massa por sua aceleração, sendo a força peso e medida em newtons (N), e dada pela massa
multiplicada pela aceleração da gravidade.
Paralelamente ao seu significado para a capacidade imediata de desempenho específico em um esporte, o
treinamento de força tem, tem também em outras áreas, importantes funções, sendo o aperfeiçoamento das
capacidades técnicas e de condicionamento, como pré-requisito para maior tolerância á carga, como base
para a execução de métodos de treinamento, como por exemplo, o treinamento pliométrico.
Flexibilidade
A flexibilidade representa uma característica relativamente autônoma do desempenho esportivo e assume
uma posição central dentre as principais capacidades condicionais e coordenativas. Com o aumento da
flexibilidade, os exercícios podem ser executados com maior amplitude de movimentos, maior força, mais
rapidamente, mais facilmente, com maior fluência e de modo eficaz.
A flexibilidade na Ginástica Artística é essencial, pois, é ela que da maior amplitude nos movimentos, graça
e leveza e qualquer que seja a dificuldade do movimento, ela também facilita a execução dos movimentos.
“Flexibilidade se refere á amplitude de movimento de uma articulação”. (BOMPA, 2002, p.37).
Em termos científicos Araújo (1990), define a flexibilidade como uma qualidade que com base na
mobilidade articular extensibilidade e elasticidades musculares e sob o controle do sistema nervoso central,
permite o máximo percurso das articulações em posições diversas, possibilitando ao indivíduo a realização
de ações motoras com grande amplitude.
A flexibilidade como específica das articulações e pode ser melhorada com a prática. Por outro lado é um
processo de longa duração (GALLAHUE e OZMUN, 2001).
Weineck (1999) acrescenta que esta é uma capacidade que também pode atingir um alto grau
desenvolvimento durante a transição da infância para a adolescência. Ressalta ainda que a otimização dos
requisitos motores do condicionamento em força, velocidade, resistência. Também é colocada a situação de
um adequado treinamento de flexibilidade em ginastas, não trazendo prejuízos a atleta, mas havendo um
notável aumento de massa muscular (hipertrofia), que em movimentos de grande amplitude requer uma
grande capacidade muscular, sendo a força um fator determinante para a amplitude e o alcance do
movimento.
Agilidade
Segundo Barrow e McGee (citado por SHEPPARD e YOUNG, 2006), a agilidade é a habilidade para mudar
de direção rapidamente e de forma exata. Mais recentemente, a agilidade foi definida como a habilidade
para manter ou controlar a posição do corpo, enquanto se muda de direção rapidamente, durante uma série
de movimentos (TWIST e BENICKY, 1996). Ou a habilidade para mudar de direção, arrancar e parar de
forma brusca (GAMBETA, 1996).
“È importante ressaltar que a agilidade se refere à capacidade do atleta de mudar de direção de forma rápida
e eficaz,” (BOMPA, 2002, p. 51). Já Segundo Rigo (1977), a agilidade é a movimentação do corpo no
espaço, ou seja, movimentos que incluam trocas de sentido e direção.
Velocidade
Uma importante capacidade biomotora requerida nos desportos é a velocidade ou a capacidade de se
transportar ou mover se rapidamente. Mecanicamente, a velocidade é demonstrada por meio da relação
entre espaços e tempo, o termo velocidade incorpora três elementos: tempo de reação, freqüência de
movimento por unidade de tempo e velocidade de transposição de uma determinada distância (BOMPA,
2000).
Ozolin (1971), afirma que há dois tipos de velocidade sendo uma a geral e as outras específicas, os atletas
desenvolvem uma velocidade especial, específica para cada desporto, por meio de métodos específicos.
Para Grosser (1991), Velocidade no esporte é a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de
movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na força máxima
de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular.
Objetivo Geral
Este trabalho teve como objetivo principal, compreender e identificar mudanças nas ações motoras no
aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos.
Objetivos Específicos
 Analisar as ações motoras no aparelho solo em alunas de faixa etária de 10 a 14 anos;
 Identificar as ações e habilidades motoras necessárias para um bom aprendizado no aparelho solo;
 Verificar se as sessões de treinamento de Ginástica Artística produzem mudanças sobre as variáveis
motoras básicas.
método
Foram elaborados os protocolos para avaliações motoras, considerando os testes que melhor se aplicam à
faixa etária e aos objetivos do trabalho que está sendo desenvolvido.
As aulas são aplicadas três vezes por semana em sessões de duas horas e meia. As atividades são elaboradas
e adequadas conforme o repertório motor verificado nas crianças, através das avaliações.
A pesquisa foi composta por 7 alunas, sendo 4 do nível competitivo e 3 iniciantes, com a faixa etária de 10 a
14 anos, com a média de idade 12 anos do nível competitivo e de 13,66 anos para as iniciantes. Pesquisa
que foi realizada durante as sessões de Ginástica Artística com o mesmo grupo de alunas do Departamento
de Esportes da cidade de São João da Boa Vista, SP.
 Teste de barra para medição da força de membros superior;
 Teste de velocidade (Teste de 50 metros);
 Teste de agilidade (Pista Sinuosa);
 Teste de equilíbrio estático (Posição de Avião);
 Teste de Flexibilidade posição ântero-posterior (Espacate)
 Cronômetro, trena, caneta, ficha de teste, cones e orgoniômetro.
 O objetivo destes instrumentos de pesquisa é analisar as ações e habilidades motoras nos alunos no
aparelho solo.
Antes da realização dos testes todos os responsáveis pelas alunas assinaram uma autorização, e foram
informados de todos os procedimentos dos testes.
Os testes foram aplicados no início de junho de 2010 para as alunas de nível competitivo e para as
iniciantes.
Gráfico 1
Em relação aos dados do gráfico-1 mostram na corrida pré-teste em alunas de nível competitivo, que a
média foi 8’’95, já a mediana foi de 8’’98. Já em relação ao pós-teste à média foi de 8”52 com mediana de
8”38. Ficou evidente que a V2 teve uma melhora significante do pré para o pós-teste de 10,92%,já para a
V3 houve uma melhora de 4,95% do pré para o pós-teste, já a V1 teve uma melhora do pré para o pós–teste
de 3,26%.
Gráfico 6
Os dados do gráfico-6, barra em suspensão pré-teste em alunas iniciantes mostra que a média foi 9”79, já a
mediana foi de 9”10. Já em relação ao pós-teste a média foi de10”80 com mediana de 10”23. Ficou evidente
que a V1 teve uma melhora do pré-teste para o pós-teste de 12,67%,já a V3 obteve uma melhora de 11,04%
do pré-teste para o pós-teste, já para a V2 mostra um resultado não significativo de*0,53%.
Obrigado!

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