Você está na página 1de 42

MA14 - ARITMÉTICA

Abramo Hefez
PROFMAT - SBM
U5 - Algoritmo de Euclides

 
Máximo Divisor Comum
• Divisor Comum:
• Sejam e dois inteiros, distintos ou não. Um numero
inteiro será dito um divisor comum de e se e .

• Ex: Os divisores comum de e são:


• e.
• e.
• e .
U5 - Algoritmo de Euclides

 
Máximo Divisor Comum
• Definição: Máximo Divisor Comum
• Um número inteiro é um máximo divisor comum (mdc) de dois
inteiros e se possuir as seguintes propriedades:
I. é um divisor comum de e de , e
II. é divisível por todo divisor comum de e .

Ex: O mdc de e é o .
III. e .
IV. , todos dividem .
.
Propriedades

•  Quando existe, o mdc de dois números é único.

• Sempre existe o mdc de dois números inteiros e e o


denotaremos por .
• Proposição
• Como o mdc de e não depende da ordem em que e são
tomados, temos que
Propriedades

  alguns casos temos: Se , então


•Em
e.
• Mais geralmente, para todo , temos que
.

• Sejam . Tem-se que .


•  Se um mdc de e não nulos e é um divisor comum desses
números, então divide e, consequentemente, divide .
Portanto, .
• Isto mostra que, efetivamente, quando existe, o máximo
divisor comum de dois números, não ambos nulos, é o maior
dentre todos os divisores comuns desses números.
• Observe que dados , se existir o de e , então

• Assim, para efeito do calculo do mdc de dois numeros,


podemos supô-los não negativos.
Resultado fundamental para o
Algoritmo de Euclides
•  LEMA: Sejam . Se existe , então existe e
Exemplos 1
•I.   Determinar o máximo divisor comum de e , usando o Lema.
Exemplos 2
•I.   Dados com e , temos que
Exemplos 3 e 4
•I.   Determinar o mdc de .

II. Determinar os valores de e , para os quais divide .


Exemplos 5
•I.   Dados Determinar os valores de e , para os quais divide .
Algoritmo de Euclides

•  Prova construtiva da existência do mdc dada por Euclides.


• Dados , podemos supor . Se ou , ou ainda , já vimos que .
Suponhamos, então, que e que . Logo, pela divisão
euclidiana, podemos escrever
, com :
Temos duas possibilidades:
1. , e, em tal caso, temos
Algoritmo de Euclides

•2.  , e, em tal caso, podemos efetuar a divisão de por obtendo

Novamente temos duas possibilidades:


3. , e, em tal caso, temos
, ou
• , e, em tal caso, podemos efetuar a divisão de por obtendo
Algoritmo de Euclides

•  Este procedimento não pode continuar indefinidamente, pois


teríamos uma sequência de números naturais
,
Como go, para algum , temos que , o que implica que .
Ex: Encontre o mdc de 4722 e 42.
Algoritmo de Euclides

  algoritmo de Euclides pode ser sintetizado e realizado


•O
na pratica, como mostramos a seguir.
• Inicialmente, efetuamos a divisão e colocamos os
números envolvidos no diagrama.

𝑞1
 

𝑏  𝑎
 

𝑟1
 
Exercícios

 • Continuamos efetuando a divisão e colocamos os


números envolvidos no diagrama.
 𝑞 1  𝑞 2
 𝑏  𝑎  𝑟
1

1 𝑟2
 𝑟  

• Assim sucessivamente

  𝑞 1  𝑞 2  𝑞 3 𝑞 𝑛 −1  𝑞 𝑛 𝑞  𝑛+1
 
 𝑏  𝑎  𝑟  𝑟  𝑟  𝑟  𝑟 = ( 𝑎 , 𝑏 )
1 2 𝑛 −2 𝑛 −1 𝑛
 𝑟
1 𝑟2
 𝑟    𝑟  0
3  𝑟 4 𝑛
Exemplo
 I. Determinar o máximo divisor comum de e :

II. Determinar o máximo divisor comum de e :


Propriedades do mdc
•  Seja o conjunto da soma dos múltiplos de e , isto é,

• Note que e não são simultaneamente nulos, então

De fato, temos que .


TEOREMA
•  • Se e são dois inteiros, não ambos nulos, então
Corolários
•1.  Quaisquer que sejam , não ambos nulos e ,
Corolários
•2.  Dados , não ambos nulos tem se que

Dois números inteiros e serão ditos primos entre si, ou


coprimos, se , ou seja, se o único divisor comum positivo de
ambos é .
Corolários
•3.  Dois números , são primos entre si se, e somente se,
existem números inteiros e tais que .
Um Teorema
Fundamental
•1.  (Lema de Gauss) Sejam e .
e

2. Dados e com e não ambos nulos, temos que


e.
Generalização do conceito
de mdc
•  Um número natural será dito mdc de dados números inteiros ,
não todos nulos, se possuir as seguintes propriedades:
i. é um divisor comum de .
ii. Se é um divisor comum de , então .
• O mdc, quando existe, é certamente único e será representado
por
• Dados números inteiros , não todos nulos, existe o seu mdc e
pode ser calculado recursivamente através da formula:
Exemplos

• 
U6 - Algoritmo de Euclides
Estendido
•  Suponhamos . Para calcular o mdc de e montamos a matriz

• O primeiro passo do algoritmo consiste em subtrair da segunda


linha vezes a primeira linha, onde é o quociente da divisão de
por , assim a matriz fica

• Onde é o resto da divisão de por .


•  Em seguida na matriz , subtraímos da primeira linha vezes a
segunda linha, onde é o quociente da divisão de por ,
obtendo a matriz

,
• onde é o resto da divisão de por ,
• O algoritmo prossegue reproduzindo o Algoritmo de Euclides
para determinação do mdc de e , efetuado, porém, sobre as
duas linhas da matriz, obtendo no final do processo uma
matriz .
Exemplo

••  Vamos calcular , utilizando o algoritmo que


apresentamos acima.


Exemplo

• 

•.
• Portanto .
U6 - Mínimo Múltiplo
Comum
•  Um número inteiro é um múltiplo comum de dois números
inteiros dados se ele é simultaneamente múltiplo de ambos os
números.
• Um número inteiro é um mínimo múltiplo comum (mmc) dos
números inteiros e , quando vale:
i. é um múltiplo comum de e , e
ii. se é um múltiplo comum de e , então .
• EX:
Unicidade do mmc
•  Se o mínimo múltiplo comum existe, então ele é único.
• Demonstração:

• Assim temos que se é o mmc de e e é um múltiplo comum


de e , então . Se , temos que .
• O mínimo múltiplo comum de e , se existe, e denotado por .
• Para efeito do cálculo do mmc de dois números, podemos
sempre supô-los não negativos.
Proposição
•  ou

• Dados dois números inteiros e , temos que existe e


.
Proposição
•  Corolário
• Se e são números inteiros primos entre si, então
Generalização do conceito
de mmc
•  Um número natural é um mmc dos números inteiros , não
nulos, se é um múltiplo comum de , e, se para todo múltiplo
comum desse números, tem se que .
• O mmc, quando existe, é único e será representado por .
• Dados números inteiros , não nulos, então existe o número e
Exemplo

•  Temos que

• pois
A Equação Pitagórica

•  Chamamos de equação pitagórica a expressão


• e , onde e ímpar.
• Note que as únicas soluções com uma das coordenadas nula
são , , onde . Essas serão chamadas de soluções triviais.
• Um terno de números naturais será dito um terno pitagórico
quando for solução da equação pitagórica, ou seja, quando .
A Equação Pitagórica

• 
• Dados dois números naturais e primos entre si, se é um
quadrado, então tanto quanto são quadrados.
•  Chamaremos de triângulo pitagórico primitivo a um triângulo
retângulo cujos lados são números naturais coprimos. Um
terno que representa os lados de um triângulo pitagórico
primitivo será chamado terno pitagórico primitivo.
• Os ternos pitagóricos primitivos dão origem a todos os
ternos pitagóricos. De fato, se é um terno pitagórico, então ,
onde dé o mdc de e , é um terno pitagórico primitivo. Segue-
se que, a menos de sinais, toda solução não trivial da equação
pitagórica é um múltiplo por um natural de um terno
pitagórico primitivo.
•  Portanto, podemos concentrar a nossa atenção nos ternos
primitivos. Se e são coprimos e satisfazem a relação , então
eles devem ser dois a dois coprimos.
• É um exercício fácil mostrar que se e são dois a dois
coprimos e vale a relação , então dois desses números são
ímpares, não podendo ser e . Logo e têm paridades distintas
e, consequentemente, terá que ser ímpar.
• Portanto, sem perda de generalidade, podemos supor e
ímpares e par.
• A relação pode ser escrita como , logo
• 
• Os inteiros e são positivos e coprimos, pois o seu mdc
deve dividir a soma e a diferença de com , que são
coprimos.
• Pelo Lema acima, existem números naturais e , com ,
e de paridades diferentes, tais que
,
• Ou seja, .
•  Reciprocamente, dados números naturais e , com , e de
paridades diferentes, pondo e , temos que e é uma solução
primitiva.
• Exemplo
• As soluções primitivas da equação pitagórica são devidas a
Euclides, e toda solução primitiva é representada de modo
único.
FIM

1. Entregar próxima aula lista III


resolvida.

Você também pode gostar