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Relações Intermaxilares

em Prótese Total
Relações Intermaxilares em Desdentados

• Relaciona-se a questão da posição (localização)


natural e conveniente da mandíbula em relação ao
crânio, no sentido vertical e horizontal da face. No
sentido vertical teremos que determinar a DVO e no
sentido horizontal à RC.

• Nogueira Pinto
LOCALIZAÇÃO DA MAXILA NO
DESDENTADO TOTAL

• No sentido vertical
DV

• No sentido horizontal

RC
Hospital de Reabilitação de Anomalias craniofac
Universidade de São Paulo

Dimensão vertical
Dimensão Vertical:

• Medida vertical da face entre dois pontos quaisquer, selecionados


arbitrariamente e convenientemente localizados, um acima e outro
abaixo da boca, usualmente na linha mediana.
DIMENSÃO
VERTICAL
Conceitos
Dimensão Vertical de Repouso (DVR):
Posição fisiológica de repouso mandibular

 Dimensão Vertical de Oclusão (DVO):


Estabelecida pela PT superior e inferior com dentes artificiais em
contato

 Espaço Funcional Livre (EFL)


EFL=DVR-DVO
Dimensão Vertical de
Repouso (DVR):
• Posição de repouso muscular onde não há contato entre os dentes.
Dimensão Vertical de Oclusão
(DVO):
• Medida vertical da face, quando os dentes superiores estão em
contato com os inferiores.
• Dimensão vertical ativa, pois os mm elevadores encontram-se em
atividade nessa situação.
Importância da DVO
 Eficiência funcional
 Estética facial
 Posicionamento das
ATMs
 Preservação dos tecidos
de suporte
 Prevenção de fadiga
muscular
 Favorece deglutição e
fonética
 Essencial para a R.C.
Espaço Funcional Livre (EFL):

•É uma pequena distância intermaxilar


que separa a DVR e a DVO. É a diferença
entre DVR e DVO.
•Este EFL varia na altura dos incisivos de 2
a 4 mm.
DVR não se perde ao longo da vida
Conceitos
Em pacientes com dentes o EFL corresponde a distância entre a DVR –
DVO

EFL = DVR – DVO


(normalmente 2 à 4 mm)
Portanto...

•Num paciente desdentado a DVO


corresponde à DVR – EFL (normalmente
de 2 à 4 mm)

•DVO = DVR – EFL


DVO = DVR - EFL
Problemas relacionados à
DVO aumentada
Desgaste precoce dos dentes de resina acrílica

Maior reabsorção óssea

Alterações da mastigação, fonação e deglutição

Aparência de sorriso permanente

Fadiga muscular, desconforto, dor

Danos à ATM
Russi et al, 1982
Todescan, 1959
Problemas relacionados à
DVO aumentada
• Dificuldade na fonação
• Dor ou sensibilidade dos rebordos
• Diminuição da habilidade mastigatória
• Tensão nos músculos faciais

• Mohyndra, 1996
Problemas relacionados à
DVO diminuída
Rugas e sulcos nasogenianos acentuados
Perda do tônus muscular
Lesões comissurais
Dor nos músculos mastigatórios e ATM
Redução da eficiência mastigatória

Russi et al, 1982


Determinação da
Dimensão vertical
Métodos que não utilizam registros prévios:
_Fonéticos (Silverman, 1953) - Espaço funcional de pronúncia.
_Estético (Turrel, 1968)- Harmonia do terço facial
_Deglutição (Monson, 1920)
_Métrico (Pleasure, 1951)- Compasso de Willis
_Proporções faciais (Wills,1930;Boyanov, 1970)
_Fisiológico – Diminuição de 3 à 4 mm EFL
Espaço Funcional de Pronúncia
(EFP):

•Espaço existente entre os dentes


durante a pronúncia de sons
sibilantes, lábio dentais e labiais.
Dimensão Vertical de oclusão

Nenhum método para a determinação da posição de oclusão


pode ser aceito como válido para todos os pacientes, sendo
aconselhável a utilização de vários métodos e a comparação dos
resultados obtidos

Heartwell Jr & Rahn, 1974


Dimensão Vertical de Repouso
O método da determinação da DVR deveria ser encarado como
um método de orientação e por isso mesmo, testado com outros
métodos

Nogueira, 1991
Terço
inferior da
face
DVR = DVO + EFL
DVO = DVR - EFL
Método de Lytle modificado
•Paciente em repouso muscular;
•Com compasso de Willis, medimos a distância que
vai do mento à base do nariz;
•Diminuímos 3,0mm (EFL) do valor encontrado,
calibramos o compasso de Willis com esse novo
Valor, o qual corresponderá a DVO do paciente;
•Confeccionamos os planos de cera com a DVO
do paciente;
PLANO DE ORIENTAÇÃO

É um dispositivo destinado a registrar todos os dados referentes a


relação intermaxilar necessários a confecção de uma dentadura
sendo constituído da chapa de prova e do plano de cera
CHAPA DE PROVA

É a base provisória de uma dentadura, preparada sobre um modelo


funcional, com material adequado, que permite a realização de todos
os passos prévios para a confecção da futura dentadura sem se
deformar ou rompe
Delimitação da área chapeável
superior
FREIOS
SULCO VESTÍBULO LABIAL
PROCESSO ZIGOMÁTICO
TUBEROSIDADE
FÓVEAS PALATINAS
Delimitação da área chapeável
inferior

FREIOS
SULCO VESTÍBULO LINGUAL
LINHA OBLÍQUA EXTERNA
REGIÃO DISTO LINGUAL
LINHA MILOÍDEA
PLANO DE CERA

É uma muralha adaptada à chapa de prova onde registramos relações


intermaxilares de interesse protético, a fim de se orientarem os
passos para a confecção da dentadura
OBJETIVOS

• Registrar a forma do arco facial


• Proporcionar suporte para os lábios
• Determinar a DVO
• Estabelecer a RC
• Marcar as linhas de referência
• Transferir estes registros para o modelo, e depois para o articulador
CONFECÇÃO DOS
PLANOS DE CERA
“São bases provisórias que confeccionamos
sobre os modelos funcionais e que tem por objetivo
estabelecer e manter a altura em oclusão, fixar a
relação central, transferir as relações
inter-maxilares para um articulador e servir como
base de prova.”

Boucher, 1947
1 cm
Ajuste do contorno
vestibular
FATORES DETERMINANTES:
região anterior
•Suporte labial;
•Altura do rolete de cera;
•Paralelismo com a linha-
bipupilar.
Verificação do suporte
labial
TIPOS DE LÁBIOS

• Curtos - exibe mais os superiores


• Longos - encobre totalmente os superiores
• Médio - harmônico
Região posterior
Plano de Camper

•Plano antropométrico (no


crânio) que vai do tragus à asa
do nariz.
Linha Bi-pupilar
Curvaturas relacionadas ao plano oclusal
CURVA DE SPEE
ARBITRÁRIA E INDIVIDUAL
CURVA DE SPEE
CURVA DE WILSON
Plano oclusal
Linhas de referência no plano de cera
superior

• Linha do sorriso forçado


• Altura do incisivo central superior

• Linha da comissura labial


• Distância entre as distais dos caninos

• Linha média da face


Tamanho dos dentes
Fatores que devem ser considerados durante
a seleção do tamanho dos dentes artificiais:

• altura
Influenciam na estética

• largura e na fonética
Tamanho dos dentes
•a linha alta do sorriso determina a
altura do incisivo central superior

Altura
Tamanho dos dentes

largura

A distância entre as

comissuras em curva

é igual a distância entre

as distais dos caninos


Tamanho dos dentes

largura

A largura da base do nariz é

igual a distância, em linha

reta, entre a ponta de cúspide

dos caninos.
Tamanho dos dentes

Tamanho dos
Incisivos
centrais
Tamanho dos dentes

Largura dos caninos


Tamanho dos dentes
Transferência do plano de orientação
superior para o ASA
Garfo para paciente dentado

Garfo para desdentado


O plano inferior será o
responsável pelo registro em RC
Nos casos de Prótese total
o registro interoclusal
sempre será feito em
Relação Cêntrica
Oclusão de Relação Cêntrica

ORC : RC = MIH

Posição ótima
Manipulação bilateral:

DAWSON
Manipulação Bilateral
DAWSON
• Localização Antero-superior
• Reprodutibilidade
• Simetria dos côndilos
• Dificilmente fica na posição posterior
Manipulação bilateral:

DAWSON
• Ponto de orientação no queixo
• Mais popular
• Maior risco de sobretrusão
• Pressão das estruturas limitantes
posteriores
• Direcionamento para superior melhora os
fatores citados

• Três pontos de apoio (Ranfjord)


• A força deve ser igual nos três pontos
• Utiliza-se uma única mão, facilita o
registro
• Deve-se ter cuidado para nào desviar a
mandíbula.
Método guiado não forçado:

CELENZA
Para finalização da montagem do articulador
necessita-se fazer o registro do plano de cera
inferior na relação cêntrica e dimensão
vertical de oclusão pré-determinada.
Manipulação pelo mento (RC e DVO)
Manipulação pelo mento
Planos de orientação com linhas de referência
Escolha e Prova dos dentes
Oclusão em Prótese Total

• Oclusão Balanceada Bilateral

• MIH = RC portanto ROC


• Contatos simultâneos entre os dentes posteriores direito e esquerdo na MIH.
• Nos movimentos excursivos da mandíbula, desoclusão em grupo do lado de
trabalho e pelo menos um contato em balanceio (contralateral).
• Na protrusão contatos dos anteriores e bilateralmente nos posteriores de
forma simultânea e harmoniosa.
Vantagens da Oclusão Balanceada Bilateral

• Maior estabilidade, retenção e equilibrio


• Melhor distribuição de forças na área chapeável de suporte.
• Maior preservação do rebordo alveolar
Desvantagens

• Dificuldades laboratoriais e imprevisibilidade de manutenção após a


acrilização
• Ajustes das próteses na boca
• Possibilidade de não funcionar pela presença do bolo alimentar na
boca
• Dificuldade de manutenção pelo desgastes dos dentes.

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