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* FRANÇOISE DOLTO

1908-1988
*INTRODUÇÃO
* Iniciou
seus estudos de Medicina, em 1932 e já pensava
em dedicar-se à Pediatria.
* Depoisde uma análise pessoal, Dolto iniciou sua carreira
como psicanalista, em especial como psicanalista de
crianças.
* Com essa experiência de trabalho desenvolveu um
pensamento original sobre a educação de crianças, para
uso de pais e de educadores, inspirando-se nos
conhecimentos que a psicanálise e sua prática clínica.
* Uma das principais contribuições de Françoise Dolto foi a
de reconhecer a criança, desde a mais tenra idade, como
um sujeito de si mesma.
*Sobre a linguagem e
comunicação
*  O ser humano é um ser de “filiação linguajeira”, um ser
de linguagem pertencente a uma linhagem
transgeracional.
*O ser humano é um ser de comunicação. A verdadeira
relação única e simbólica é a relação da fala. 
* O lactente tem um desejo de comunicação Inter psíquica;
a comunicação se origina no desejo. E o objeto de desejo
já existe desde as primeiras respirações do bebê.
*Necessidade de se falar sobre a origem da criança e sobre
a sua verdade.
* Mortalidade simbólica (psíquica) – falta de uma
comunicação inter-humana verdadeira: base da psicose.
*As relações parentais
*  Nos1os. meses de vida: Díade - necessidade de uma única pessoa
para ser base do relacionamento afetivo e integração de si.
* Relação fusional: Bebê um atributo da mãe X Mãe objeto parcial do
bebê
* Necessidade da presença da mãe: Detentora da identidade do bebê.
* Necessidade da mãe falar com o bebê para que a integração e
identidade se realizem.
* Quando a mãe se ausenta (não-co-ser com a mãe) – o bebê se sente
privado e sem referência (objeto é perdido e o sujeito se sente
perdido também).
* O objeto e o sujeito se recuperam quando a mãe retorna (co-ser).
* As memórias dos encontros mãe/bebê (percepções) passam a
sustentar as ausências da mãe.
* Aspresenças e ausências – base da constituição do Sujeito (EM
SOLIDÃO).
*A TRIANGULAÇÃO
*  Desde a concepção a criança situa-se numa tríade.
*A díade só é estruturante se a mãe sente-se
vinculada ao marido e ao social.
*As ausências da mãe para responder ao marido –
estruturante da vida psíquica do bebê.
*Quando o bebê é o centro único do interesse da mãe
– a criança fica aprisionada no desejo materno.
*Sem um terceiro não existe um Eu.
*Importância do Pai: eixo da estrutura triangular.
*A relação dual deve ser marcada (barrada) pela
Lei
do Pai – interdição para o bebê e para a mãe
(privador do objeto)
*As castrações
simboligênicas
*  Castraçãopara Dolto: privação de um objeto investido
que terá que ser proibido, desenvestido para o
desenvolvimento posterior.
*A castração não é apenas repressiva, mas libertadora e
sublimatória – liberta as pulsões para outros modos de
satisfação e mais elaborados.
* Tipos de castração simboligênicas:
1. A Castração umbilical
2. A Castração oral.
3. A Castração anal
4. A Castração edípica
*A castração umbilical
*  O corte do cordão umbilical – alimento passa a ser
oral

*Separação física da mãe.

*É fundadora do ser humano - Se não houver o corte =


morte.

* Símbolo do nascimento e da vida.


*A castração oral
*  Desmame: o desejo do seio é proibido.

* Proibição do canibalismo em relação a mãe.

* Separação de uma parte de si mesmo no corpo da mãe.

* A criança reage colocando o polegar na boca

* Efeito:a criança é introduzida na relação com outras


pessoas.

* Desenvolvimento da linguagem
*A castração anal
*  Separação da mãe quanto à dependência das
necessidades esfincterianas e da manipulação
materna do corpo e no vestir.

*Fim do parasitismo físico e entrada no agir


(2º. Desmame).

*Proibição das pulsões anais – agredir ou


prejudicar o outro.
*A imagem inconsciente
do corpo
*  Representações psíquicas do corpo – construídas a partir das palavras e
afetos associados à vivência corporal e relacional (impressões somato-
psíquicas) – Isso relacional.
* Não é a realidade carnal do contato com o mundo físico (Esquema
Corporal) mas uma dimensão que é animada pela comunicação
relacional com os outros, as trocas linguageiras de sujeito para sujeito. 
* Aocontrario do que se produz no caso do esquema corporal, desde o
estagio fetal se estrutura inconscientemente uma imagem do corpo,
que é “a encarnação simbólica inconsciente do sujeito desejante”
(Dolto, 1984).
* "A Imagem Corporal é a síntese viva de nossas experiências emocionais:
inter-humanas, repetitivamente vividas através das sensações erógenas
eletivas, arcaicas e atuais. É a cada momento, memória inconsciente
de todo o vivido relacional, ao mesmo tempo, ela é atual, viva, em
situação dinâmica, simultaneamente narcísica e inter-relacional:
camuflável ou atualizável na relação aqui e agora" (Françoise Dolto,
1984, p. 317).
*A imagem inconsciente
do corpo

Menino, 7 anos - Psicótico


*A imagem inconsciente
do corpo

Menino, 10 anos – obesidade


*A imagem inconsciente
do corpo

Menina, 8 anos – Vítima de Abuso sexual


*A Terapêutica de Dolto
* Importância ao ambiente familiar: as entrevistas preliminares.
* Objetivo:
1. localizar a demanda de atendimento
2. Estudar a dinâmica familiar
3. O lugar da criança no narcisismo dos pais.

* Estrutura:
1. Entrevista com os pais juntos
2. Entrevista com os pais separados
3. Entrevista da criança com os pais juntos.
4. Entrevista com a criança sozinha.

* Criança:deve ouvir dos pais os motivos que os levaram a buscar o


tratamento.

* Suficientes quando a criança é sintoma do casal parental.


*A Terapêutica de Dolto
* O Atendimento da criança:
* Maiores de seis anos – a resolução edípica pode ser
retardada, pela vinculação com o terapeuta (a resolução
do Édipo numa relação triangular familiar).
* Nãousa brinquedos: utiliza papel, lápiz, massa de
modelar e a fala da criança.
* Associação livre diante das produções gráficas e de
modelagem.
* Desenhos e modelagens = representações da imagem
inconsciente do corpo – permite desvelar sonhos, fantasias
e desejos.
*O Pagamento simbólico: Criança na posição de desejo e
presentifica a dívida com o analista (contrato).

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