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Engenharias

Disciplina: Química Geral e Ciência


dos Materiais
Professor: Pedro Dornas Cipriani
Estruturas Cristalinas
dos Sólidos
Sumário
 Revisão Histórica
 Introdução
 Estruturas Cristalinas
 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Sistemas Cristalinos
 Reticulados de Bravais

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Revisão
 A palavra estrutura vem do latim structura, derivada do
verbo struere, construir. No sentido mais geral, ela significa
organização das partes ou dos elementos que formam um
todo.
 1665 – Robert Hooke, em seu livro Micrographia, foi um
dos primeiros a estabelecer relações entre a forma externa
de um cristal e sua estrutura interna.
 1784 – René Just Haüy propõe que, os cristais poderiam
ser entendidos como empacotamento de unidades
romboédricas que ele denominou “molécules intégrantes”.
 1912 – A evidência experimental inequívoca da existência
de estrutura cristalina nos cristais, através da difração de
raios x.

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Sumário
 Revisão Histórica
 Introdução
 Estruturas Cristalinas
 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Sistemas Cristalinos
 Reticulados de Bravais

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Introdução

”Um cristal é geralmente definido como um


sólido com seus átomos arranjados em um
reticulado periódico tridimensional.”

 Preserva a neutralidade elétrica;


 Satisfaz o caráter direcional das ligações
covalentes;
 Minimiza as repulsões íon-íon;
 Agrupa os átomos o mais compactamente
possível.
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Introdução
 A grande maioria dos sólidos é cristalina.
 Nem todos os sólidos são cristalinos. Vidros e
resinas termorrígidas são totalmente amorfos.
 Muitos termoplásticos apresentam regiões
cristalinas em uma matriz amorfa.
 Um cristal contém cerca de 1023 átomos/cm3.

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Sumário
 Revisão Histórica
 Introdução
 Estruturas Cristalinas
 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Sistemas Cristalinos
 Reticulados de Bravais

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Estruturas Cristalinas
Em geral, todos os metais, grande parte dos
cerâmicos e certos polímeros cristalizam-se
quando se solidificam. Os átomos se arranjam
em uma estrutura tridimensional ordenada e
repetida. Estas estrutura chamam-se cristais.
Estes materiais cristalinos, têm uma estrutura
altamente organizada. Se esta ordem não
existe o material é dito não-cristalino ou
amorfo, nos quais não há ordem de longo
alcance.

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Estruturas Cristalinas

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Exemplo de Aplicação de Material Monocristalino:
Paletas de superligas à base de níquel para
turbina de alta-pressão em turbinas aeronáuticas.

Paletas de superliga à base de níquel da


turbina de alta pressão.

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Exemplo de Aplicação de Material Policristalino:
Chapas laminadas de aço para indústria da linha
branca – geladeira; fogão; micro-ondas.

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Exemplo de Aplicação de
Material Amorfo
A estrutura amorfa é geralmente observada em
materiais que poderiam apresentar estrutura
cristalina se solidificados sob condições especiais.
Alguns compostos cerâmicos a base de óxidos,
silicatos, boratos e aluminetos formam estrutura
vítreas em condições normais de solidificação.

A sílica é o exemplo clássico de material


que em condições especiais pode exibir o
processo de cristalização e formar o
quartzo. Por outro lado, se o resfriamento
da sílica, a partir do líquido, ocorre em
condições normais, a estrutura resultante
é amorfa.

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Exemplo de Aplicação de
Material Amorfo
Outra classe de materiais sólidos que apresentam a
estrutura amorfa de grande interesse tecnológico
são os metais amorfos ou vidros metálicos.
Começaram a ser desenvolvidos na década de 60,
obtidos a partir do estado líquido por resfriamento
ultrarrápido, com taxas de resfriamento próximo a
um milhão de graus por segundo.
Como são constituídos por elementos metálicos,
ligados por ligações metálicas, eles apresentam
elevada condutividade elétrica e térmica, e são
geralmente dúcteis. Não são transparentes e
frágeis como os vidros.
A resistência mecânica destes materiais é bastante elevada, chegando próxima do
valor teórico.
Aplicações: lâminas de barbear, cutelaria, bio-implantes, eletrodo para células
eletrolíticas, vasos de reatores químicos.
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Vidros Metálicos

Os cientistas agora descobriram que os átomos dos vidros metálicos


tendem a se agrupar em torno de um átomo central, em grupos de
sete a quinze, formando desenhos tridimensionais conhecidos como
poliedro de Kasper. Ou seja, os átomos não se organizam de forma
totalmente aleatória!
Estrutura Cristalina dos
Metais
 Como a ligação metálica é não-direcional não
há restrições quanto ao número e posições
dos vizinhos mais próximos.
 Então, a estrutura cristalina dos metais têm
geralmente um número grande de vizinhos e
alto empacotamento atômico.
 Três são as estruturas cristalinas mais
comuns em metais: Cúbica de corpo centrado
(CCC), cúbica de face centrada (CFC) e
hexagonal compacta (HC).

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Sistema Cúbico
 Cúbico simples
 Cúbico de corpo centrado
 Cúbico de face centrada

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Cúbico Simples (CS)
 V = a3
 Nº de átomos = 1
 Os metais não cristalizam
na estrutura cúbica
simples (devido ao baixo
empacotamento atômico)

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Cúbica de Corpo
Centrado (CCC)

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Cúbica de Corpo Centrado
(CCC)
  a  2+d2=(4R)2
a2+2a2=16R2
 Nº de coordenação = 12 3a2=16R2
a= = a =
 nº de átomos = 2 a2+a2=d2 = d2=2a2

 FEA =
 FEA =

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Cúbica de Face
Centrada (CFC)

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Cúbica de Face Centrada
(CFC)
 
 Nº de coordenação = 12
 Nº de átomos = 4
 FEA =
 FEA =

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Hexagonal Simples
 Os metais não cristalizam no sistema hexagonal
simples porque o fator de empacotamento é
muito baixo.
 Entretanto, cristais com mais de um tipo de
átomo cristalizam neste sistema.

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Hexagonal Compacto (HC)

25
Hexagonal Compacto (HC)
 
 Nº de coordenação = 12
 Nº de átomos = 6

 FEA =

26
 

 Apótema = m = 1/3 da altura

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Sumário
 Revisão Histórica
 Introdução
 Estruturas Cristalinas
 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Sistemas Cristalinos
 Reticulados de Bravais

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Cálculo da Massa Específica
 

onde,

n = número de átomos associados a cada célula unitária


A = peso atômico
Vc = volume da célula unitária
NA = número de Avogadro (6,023 x 1023 átomos/mol)

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Exemplo de cálculo de massa
específica
O cobre possui um raio atômico de 0,128 nm,
uma estrutura cristalina CFC e um peso
atômico de 63,5 g/mol. Calcule sua massa
específica teórica e compare a resposta com a
massa específica medida (8,94 g/cm3).

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Resolução
 

O valor encontrado na literatura para a massa


específica do cobre é de 8,94 g/cm3, que está
em boa concordância com o resultado teórico.

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Exercícios

1) O ferro possui uma estrutura cristalina CCC, um raio


atômico de 0,124 nm, e um peso atômico de 55,85 g/mol.
Calcule e compare a sua densidade com o valor
experimental encontrado de 7,87 g/cm3.

2) Calcule o raio de um átomo de irídio dado que o Ir possui


uma estrutura cristalina CFC, uma densidade de 22,4 g/cm3,
e um peso atômico de 192,2 g/mol.

3) Calcule o raio de um átomo de vanádio, dado que o V


possui uma estrutura cristalina CCC, uma densidade de
5,96 g/cm3, e um peso atômico de 50,9 g/mol.
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 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Reticulados de Bravais

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Polimorfismo e Alotropia
 Alguns metais e não-metais podem ter mais
de uma estrutura cristalina dependendo da
temperatura e pressão. Esse fenômeno é
conhecido como polimorfismo.
 Geralmente as transformações polimórficas
são acompanhadas de mudanças na
densidade e outras propriedades físicas.

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Polimorfismo e Alotropia
Exemplos de materiais que exibem
Polimorfismo:
 Ferro Puro – temperatura ambiente CCC; se altera
para CFC à 912ºC;
 Carbono – temperatura ambiente, grafita;
diamante é formado sob pressões extremamente
elevadas.

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Alotropia do Fe
 Na temperatura ambiente, o
Fe tem estrutura CCC, número
de coordenação 8, fator de
empacotamento de 0,68 e um
raio atômico de 1,241Å.
 A 910°C, o Ferro passa para
estrutura CFC, número de
coordenação 12, fator de
empacotamento de 0,74 e um
raio atômico de 1,292Å.
 A 1394°C, o ferro passa
novamente para CCC.
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 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Sistemas Cristalinos
 Reticulados de Bravais

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Sistemas Cristalinos
Geometria da Célula
Sistema Parâmetros de rede Ângulos
Unitária

cúbico a=b=c α = β = γ = 90°

tetragonal a=b≠c α = β = γ = 90°

ortorrômbico a≠b≠c α = β = γ = 90°

romboédrico a=b=c α ≠β ≠ γ ≠ 90°

hexagonal a=b≠c α = β = 90°; γ = 120°

monoclínico a≠b≠c α = γ = 90°; β > 90°

triclínico a≠b≠c α ≠ β ≠ γ ≠ 90° 38


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 Estruturas Cristalinas
 Cálculo da Massa Específica
 Polimorfismo e Alotropia
 Sistemas Cristalinos
 Reticulados de Bravais

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As 14 Redes de Bravais

Cúbica Simples Cúbica de Corpo Cúbica de Face Tetragonal Tetragonal de


Centrado (CCC) Centrada (CFC) Simples Corpo Centrado

Ortorrômbica Ortorrômbica de Ortorrômbica de Ortorrômbica de Romboédrica


Simples Corpo Centrado Base Centrada Face Centrada Simples

Ortorrômbica Monoclínica Monoclínica de Triclínica 40


Simples Simples Base Centrada

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