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AULA DE HOJE

TEXTO: O QUE É SEMIÓTICA?

Referência Bibliográfica:
SANTAELA, Lúcia. Comunicação e Semiótica.
Lúcia Santaella e Winfried Nöth, São Paulo:
Hacker Editores, 2004.
O QUE É SEMIÓTICA p.76
O campo semiótico parece invadir
todos os outros. Essa questão,
contudo, deve ser bem esclarecida
para evitar equívocos muito comuns.
De fato, como queria Peirce, o
universo está permeado de signos.
Há signos em todas as partes . Esse
se constitui no objeto de estudo da
Semiótica.
O QUE É SEMIÓTICA p.76
Para a Semiótica, o que interessa são todos os tipos
possíveis de signos, verbais, não-verbais e naturais, seus
modos de significação, de denotação e de informação;
e todo o seu comportamento e propriedades.

Que poderes de referência eles têm, como se


contextualizam, como se estruturam em sistemas e
processos, como são emitidos, produzidos, que efeitos
podem provocar nos receptores, como são usados, que
consequências podem advir deles a curto, médio e longo
prazo? Eis aí um quadro de questões que cabe à Semiótica
investigar.
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• Não fica difícil perceber que, dentre todas as
ciências ou campos de conhecimento, aquele
que mais perto está da Semiótica é, sem
dúvida, a comunicação. Não pode haver
comunicação sem ação de signos e vice-
versa.
O QUE É SEMIÓTICA p.77
• Argumenta-se que a comunicação não deve
ser reduzida à transmissão de mensagens.
Embora isso seja verdadeiro, também não se
pode negar que, sem a transmissão de algum
tipo de mensagem , não há comunicação.
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• Ora, se não estivermos presos à visão muito vaga
e pobre de que aquilo que uma mensagem
transmite é informação , e se também não
estivermos limitados a uma concepção
linguocêntrica do signo, pode-se afirmar que
toda e qualquer mensagem é feita de signos das
mais variadas espécies . De fato, signos são os
materiais de que as mensagens são feitas. Se a
Semiótica estuda os signos, o ponto em que
comunicação e Semiótica se cruzam aí fica nítido.
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• A mais divulgada e conhecida definição de signo
é a de Saussure. Trata-se de uma concepção
diádica ( constituída por duas pessoas) da relação
existente entre um significante, imagem acústica,
e um significado, conceito. Embora uma tal
definição se preste particularmente ao signo
lingüístico, muitos autores buscaram aplicá-Ia a
outros sistemas de signos, como pintura, cinema,
etc.
O QUE É SEMIÓTICA? p.78
• Hjelmslev desdobrou a dicotomia saussuriana em duas
dicotomias (divisão de um elemento em duas partes),:
substância de expressão e substância de conteúdo, forma de
expressão e forma de conteúdo. Tanto Saussure quanto
Hjelmslev fundaram a tradição do signo concebido a partir de
um paradigma lingüístico.
• Jakobson buscou sua definição de signo nos clássicos: signans
e signatum, sendo o primeiro o aspecto material, encarnado
do signo e o segundo, seu aspecto inteligível , o significado do
signo. O signo é assim definido como algo que está em lugar
de outra coisa para alguém.
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• Bakhtin, por seu lado, desenvolveu uma teoria
do signo e do texto independente das
posições fundamentais dos formalistas russos.
Sua teoria da semioticidade das ideologias,
trabalhada em conjunto com Voloshinov e
Medvedev, está baseada na natureza
inalienavelmente ideológica ( que não se pode
transferir) de todo signo.
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• Uma outra família de signos, estes concebidos
dentro de uma lógica triádica (divisão em três)
, vem de Peirce, cuja doutrina dos signos foi
sumariamente simplificada por Morris,
embora este ainda tenha mantido a
triadicidade original.
O QUE É SEMIÓTICA
• No final do texto os autores afirmam que:
• “... Pretendemos apenas fornecer uma rápida
amostragem de quão pouca ajuda se tem
quando se define a semiótica como a ciência
dos signos, pois o termo "signo" está muito
longe de ser univalente...”.
• Fonte: SANTAELA, Lúcia. Comunicação e Semiótica. Lúcia Santaella e
Winfried Nöth, São Paulo: Hacker Editores, 2004.

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