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Oceanografia e Química

Unindo conhecimentos em prol dos oceanos e da sociedade

Eglif Bravim; Juliana Elias; Maryana Freire; Washington Carneiro


Oceanografia e Química


Introdução;

Megacidades do século XXI;

Legado;

Conclusão.
Introdução

As mudanças provocadas pela ação do homem no tempo têm exercido


grande influência sobre a dinâmica da química dos oceanos.

Oceanos: 4 bilhões de anos – salinidade determinada principalmente


por cloretos, manteve-se em um intervalo tolerável para o
aparecimento e a prosperidade das formas de vida, enquanto as
concentrações de oxigênio livre, nitrogênio, sulfato, sulfeto, ferro
dissolvido e carbonato-bicarbonato variaram consideravelmente.
Mudanças na química dos oceanos ao longo do tempo geológico
causaram variações na estequiometria dos elementos traço na
água do mar, assim como em seus estados de oxidação - metais de
transição (manganês, cobalto, níquel, cobre e zinco), sensíveis a
mudanças redox.

Processos de oxirredução e outras alterações na composição química


dos oceanos afetaram a biosfera e a evolução da vida nos diversos
ambientes marinhos.
Desafio:
Desafio Compreender os ciclos biogeoquímicos dos
oceanos e como são importantes fatores na
manutenção e controle do clima no planeta.
“Processos biológicos influenciam a abundância de CO2, NO2,
dimetilsulfato e aerossóis, que são importantes agentes na regulação
do clima e na intensidade do efeito estufa. Não há dúvida que os
elementos químicos, individualmente ou em conjunto, atuam de
maneira significativa em organismos e na própria estrutura dos
ecossistemas oceânicos, os quais são fatores chave para regulagem
do ciclo do carbono em todo o planeta, visto que são afetados e
influenciam as mudanças globais”.
Rumo as megacidades do século XXI
Rumo as megacidades do século XXI
O legado
“Mudanças causadas pelo desenvolvimento socioeconômico
foram tão profundas que deixaram um legado de longo
prazo com potencial de alterar negativamente a vida, não
apenas da fauna e flora sob influência direta das
megacidades, mas também dos oceanos”.
Plásticos e seus poluentes associados
• Apesar de serem lançados elementos sólidos e semi-sólidos,
a classe de poluentes mais estudada são os plásticos.

• Na Europa os estudos em relação a contaminação por


plásticos em praias e oceanos se concentraram a partir de
1970, já no Brasil a partir de 1990.
• Os estudos levam em consideração as seguintes
características:
- Composição;
- Tamanho;
- Fonte mais provável;
- Percepções das pessoas quanto ao fenômeno;
- A ação tóxica para o ser humano e organismos marinhos.
- Estudos em praias urbanas, rurais e em ilhas.
• Qualquer praia brasileira, em maior ou menor grau está
contaminada por plásticos.
• Nas ilhas existem dois padrões de poluição por plásticos:
- AUTÓCTONE- Devido ao fluxo intenso de pessoas não se
tem o controle eficiente das fontes de plásticos.
Ex: Fernando de Noronha
“O caminho do lixo produzido em Fernando de Noronha até
um aterro sanitário é longo. A ilha não tem tamanho nem
estrutura suficiente para lidar com a quantidade cada vez
maior de lixo produzida por moradores e os mais de 100 mil
turistas que visitam a ilha anualmente- recorde alcançado em
2018
Por Tatiana Coelho*, G1-23/01/2019 13h09 -ttps://g1.globo.com/natureza/desafio-
natureza/noticia/2019/01/23/o-caminho-do-lixo-em-fernando-de-noronha-das-lixeiras-da-ilha-ate-o-aterro-l
- ALÓCTONE- resultam no transporte de lixos marinho de
longas distâncias até a praia.
• Em todos esses ambientes tem se encontrado grandes
(inteiros ou fragmentado), mas a atenção tem se voltado
recentemente para porções menores, OS
MICROPLÁSTICOS, que são considerados mais danosos a
fauna e flora marinha.
• https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=adc0cOqE4qs
Cafeína, cocaína e outras drogas da indústria
farmacêutica
• Avanços na química analítica e na qualidade dos reagentes tem
permitido detectar substâncias amplamente consumidas de uso
humano e veterinário como: hormônios, medicamentos,
comésticos, drogas ilícitas e outras como a cafeína e os legal
rights ( que são extratos de comprimidos, pílulas, chicletes ou
ervas regulamentadas- sustâncias que imitam os efeitos de
drogas ilícitas).
Legado
“A composição da água do mar, tanto em termos de elementos
traço, atuando como micronutrientes reguladores da produção
primária ou como indicadores de contaminação, tem efeito direto
na biodiversidade, provisão de alimentos (pesca, maricultura e
atividades de extrativismo), turismo e ciclo do carbono nos
oceanos”.
“As mudanças causadas pela sociedade moderna certamente
alteraram a habitabilidade e qualidade dos ambientes.
Frequentemente, as mudanças decorrentes do desenvolvimento
socioeconômico foram tão profundas que deixaram um legado de
longo prazo com potencial de alterar negativamente a vida, não
apenas da fauna e da flora sob influência direta das megacidades,
mas também nos oceanos”.

“Hoje sabe-se que, seguindo as tendências globais, praticamente


qualquer praia da extensa costa brasileira está em menor ou maior
grau contaminada pela presença de plásticos”.
“Aproximadamente ¼ das emissões anuais de CO2 antropogênico
é absorvido pelos oceanos. Se por um lado o impacto das emissões
na intensificação do efeito estufa na atmosfera é diminuído, o
“custo ambiental” é muito elevado: quando o CO2 atmosférico é
absorvido pelos oceanos, ele é dissolvido na água do mar. O
resultado deste processo é a formação de ácido carbônico nas
camadas superficiais dos oceanos, por meio de uma reação
química que leva à acidificação dos oceanos. A “acidez” dos
oceanos já aumentou em aproximadamente 30% desde o começo
da revolução industrial”.
“Este processo torna a água do mar mais “corrosiva” para os
organismos que produzem conchas e outras estruturas calcárias,
podendo afetar também a sua reprodução, fisiologia e distribuição
geográfica”.
“Ainda que fosse possível cortar imediatamente as emissões de
CO2, a quantidade de CO2 emitida pelo homem até hoje
permanecerá na atmosfera ainda por alguns milhares de anos,
mantendo as temperaturas do planeta elevadas em relação ao
período pré-industrial, e dissolvendo-se na superfície dos oceanos,
provocando a acidificação”.
Conclusão
“A participação da comunidade acadêmica brasileira nestas mais recentes
investidas na fronteira da Oceanografia Química é extremamente limitada,
especialmente devido a: i. ausência de infraestrutura física para preparo de
material de campo e processamento de amostras em nível ultra traço; ii.
acesso limitado em cruzeiros oceanográficos, seja devido ao pequeno número
de embarcações brasileiras e/ou ausência de laboratórios/containers “limpos”
nestas embarcações; iii. reduzida cooperação internacional; iv. restrita
capacidade analítica das instituições brasileiras para a análise de elementos
traço e ultratraço (e.g. REE) em água do mar; v. alto custo de reagentes
ultrapuros associado ao processamento de um grande número de amostras; e
vi. falta de capacitação de pessoal de nível técnico e superior nesta área da
Oceanografia”.
Referências
COELHO, Tatiana. O caminho do lixo em Fernando de Noronha: das lixeiras da ilha até o aterro no continente.
Ilha faz toda a separação do lixo, mas falta de espaço e preocupação ambiental fazem com que grande parte
dos resíduos seja enviada em barcos para Recife. Natureza. Desafio Natureza. G1. Disponível em:
https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/01/23/o-caminho-do-lixo-em-fernando-de-noronha-
das-lixeiras-da-ilha-ate-o-aterro-no-continente.ghtml; Acesso em: 23 de Jan. 2019;

HATJE, Vanessa; COSTA, Mônica Ferreira da; CUNHA, Letícia Cotrim da. Oceanografia e Química: unindo
conhecimentos em prol dos oceanos e da sociedade. Química Nova,  São Paulo ,  v. 36, n. 10, p. 1497-1508, 
  2013 .   Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422013001000004&lng=en&nrm=iso. Accesso em:  07  Mar.  2019.

REICH, Henry; REICH, Alex; REICH, Peter; EVELETH, Rose; ELERT, Emily; SALAZAR; Ever. "MinuteEarth:
Ocean Confetti!“. Tradução de SOUZA, Leonardo G. Edição: SOUZA, Ricardo G. Minuto da Terra. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=adc0cOqE4qs; Acesso em: 23 de Jan. 2019.

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