Você está na página 1de 132

ENTOMOLOGIA FORENSE

Carlos Augusto Chamoun do Carmo

2 de setembro de
2014
ENTOMOLOGIA FORENSE
CONCEITO BÁSICO

É o estudo que relaciona o conhecimento sobre


insetos a locais de crimes ou qualquer litígio
judicial, ajudando a transformar vestígios brutos
em evidências, materializando provas.
POR QUE USAR OS INSETOS???
“ The insects will tell you
everything, people lie, but
insects don't lie.”

Murray Marks ---forensic


anthropologist, University of
Número total de espécies animais

Insects

other
arthropods
Other
animals
ENTOMOLOGIA FORENSE

HISTÓRICO
Sung Tz.u (1235,
China)
ENTOMOLOGIA FORENSE

HISTÓRIC
O - Jean Bergeret (1855): primeiro IPM

- La Faune des Cadavres (1894) Jean Pierre Mégnin (1828-1905)


Dividiu os insetos em oito legiões distintas
ENTOMOLOGIA FORENSE

HISTÓRICO

NO BRASIL
-
Roquete-Pinto (1908)

-
Oscar Freire (1914 – 1923)

- A Entomologia Forense caiu no esquecimento

- Monteiro-Filho & Penereiro 1987: ressurgimento

“Estudo da decomposição e sucessão sobre uma carcaça


animal numa área do estado de São Paulo, Brasil”
ENTOMOLOGIA FORENSE

HISTÓRICO

......... NO BRASIL – A PARTIR DE 1987

-
Consolidação de pesquisa em algumas instituições
acadêmicas
-
Unicamp e Unesp - SP

-
ICCE e Fiocruz - RJ

-
UFPR; UNB; Polícia Técnica da BA; UFPE e INPA
ENTOMOLOGIA FORENSE

HISTÓRICO

......... NO BRASIL – A PARTIR DE 1987

-
Grupos mais recentes: MG, AP e GO

-
Em breve no ES

OBS: Ainda existe grande distância entre a Perícia Oficial e


a área acadêmica no Brasil.
ENTOMOLOGIA
FORENSE
- Diversos centros renomados de investigação,
como o FBI (Federal Bureau Investigation) dos EUA.

Prédio do FBI.
ENTOMOLOGIA FORENSE

- CSI: Início no ano 2000, nos EUA, e em 2001 no


BR.

SUCESSO DE AUDIÊNCIA LÁ E AQUI


VANTAGEM OU
DESVANTAGEM???? BOM OU
RUIM PARA A PERÍCIA???
ENTOMOLOGIA
FORENSE
- Podemos dividir em:

Entomologia Urbana

Produtos Estocados

Médico-Legal / Criminal
ENTOMOLOGIA FORENSE

- URBANA
Cupim de
madeira
ENTOMOLOGIA FORENSE

- URBANA
Cupim de parede
ENTOMOLOGIA FORENSE

- PRODUTOS
ESTOCADOS

Sitophilus zeamais
(Besouro do caruncho)
ENTOMOLOGIA
- PRODUTOS FORENSE
ESTOCADOS
ENTOMOLOGIA
- PRODUTOS FORENSE
ESTOCADOS
ENTOMOLOGIA FORENSE
- MÉDICO-LEGAL / CRIMINAL

GRANDE INTERESSE GERAL

GRANDE REPERCUSSÃO PÚBLICA

GRANDE APELO SOCIAL

A MORTE CHAMA A ATENÇÃO DE


TODOS
SEQUESTRO

ESTUPRO
HOMICÍDIO
MAUS TRATOS
QUEM É A
VÍTIMA?

QUEM É O AUTOR?

QUANDO FOI A MORTE?


ENTOMOLOGIA
FORENSE
- MÉDICO-LEGAL / CRIMINAL
O Brasil tem um dos
maiores índices de
homicídio do
planeta
Taxa de homicídios no Brasil entre1998 e
2012

Permanecemos em 2o
lugar

FONTE: Mapa da Violência 2014


MAUS TRATOS

Miíase em idosa

-
Escabiose;
-
Pediculose;
-
Miíase
-
Larvas e pupas nas
fezes
Crianças negligenciadas
Idosos negligenciados
Como se deu a morte
Onde a morte ocorreu

Cidade Campo

Mesembrinella bellardiana
- Quando a morte ocorreu (IPM)

Há quanto tempo o indivíduo é um


cadáver???
.... NA MEDICINA LEGAL, TEMOS:

Tanatologia Forense
Conceito - A Tanatologia médico-legal ou forense
é o ramo da medicina legal que estuda o morto e
a morte, assim como os fenômenos dela
decorrentes.
Rigidez
cadavérica
-Músculos mandibulares

-Músculos do pescoço
o
Instalaçã

-
Músculos do tórax

-
Membros superiores

-
Músculos do abdome

-
Membros inferiores
Livores cadavéricos e hipóstases
Putrefação - Fase da coloração
Putrefação - Fase gasosa
(Enfizematosa)
Putrefação - Fase gasosa (Enfizematosa)

Circulação pós-morte
Putrefação - Fase gasosa (Enfizematosa)

Circulação pós-morte
Putrefação
Fase coliquativa
Putrefação
Fase de esqueletização
.... GRANDE PROBLEMA na Medicina Legal

VARIAÇÃO ENORME DO INTERVALO


DE CADA ESTÁGIO
Diversos fatores influenciam:
-
Local, clima, vegetação e umidade;
-
Idade e tamanho da vítima;
-
Proporção corporal;
-
Hábitos da vítima;

Quanto maior o tempo de menor a


morte, fidelidade do resultado.
Vantagens do IPM com a Entomologia
Forense

VARIAÇÃO MUITO
MENOR

Quanto maior o tempo de morte, maior a


fidelidade do resultado.
Classificação da fauna associada a Cadáveres

Necrófagos: Dípteros Muscóides (Moscas) e Coleópteros


(Besouros);

Onívoros: Himenópteros (Formigas e Vespas) e alguns Coleópteros ;

Parasitas e Himenópteros, Coleópteros, Dípteros


Muscóides e Dermápteros (Tesourinha);
Predadores:

Acidentais: Aracnídeos, Quilópodes, entre


outros .
Holometabolia: metamorfose completa
(mais de 80% das espécies)

Ovo – Larva – Pupa - Adulto

Ex: Lepidoptera (mariposas); Coleoptera


(besouros) Diptera (moscas); Hymenoptera
(vespas)
Principal entomofauna cadavérica
- Principais ordens de interesse
forense

2 ORDENS Diptera (moscas)

Coleoptera (besouros)
Famílias principais de Diptera

Caliphoridae

Sarcophagidae

Muscidae
Ordem Diptera
Família Caliphoridae (a mais importante)
Chrysomya megacephala Chrysomya albiceps
Chrysomya putoria

Mesembrinella bellardiana
Hemilucilia segmentaria
Sarconesia chlorogaster
Ordem Diptera
Família
Sarcophagidae
Ordem Diptera
Família Sarcophagidae
- Segunda família de maior importância forense.
Ravinia sp.

Sarcophaga sp.

Peckia sp.
Oxysarcodexia sp.
Ordem Diptera
Família Muscidae
Graphomya sp
Musca domestica Atherigona orientalis

Synthesiomya nudiseta
Ophyra aenensces
Morellia sp.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
MUSEU NACIONAL
Pesquisa de doutorado (2010-2014)
“Recuperação e Identificação de DNA humano Y-STR, in vitro
e in situ, a partir de imaturos das principais espécies de
moscas encontradas em cadáveres no Brasil e no sul dos
EUA”

Carlos Augusto Chamoun do Carmo Márcia Souto Couri


Janyra Oliveira Costa
INTRODUÇÃO
Entomologia Forense
Aplicação de conhecimentos sobre insetos em casos judiciais

Genética Forense
Estudo do DNA e técnicas moleculares aplicados a análises
de vestígios biológicos relacionados à área judicial

Entomogenética Forense
RELEVÂNCIA DO ESTUDO
-
1 em 14 mulheres é estuprada no mundo (Abrahams et al. 2014).

-
Anuário de Segurança Pública: em 2011 foram43.869
mulheres
estupradas e em 2012 51.121 estupros.

-
RJ, 2012: 6.029 notificações, ou seja, 36,9 por 100 mil habitantes

-
SSP de SP: 1 estupro a cada 40 minutos.
-
IPEA: entre 2009 e 2011 quase 17 mil feminicídios no Brasil, ou
seja, 5.664 por ano (um em cada 90 minutos) .
-
Muitas vítimas de estupro são assassinadas e encontradas dias
depois, já em decomposição
-
Vítimas em decomposição: quase não se encontram provas
OBJETIVOS
Contribuir com a Perícia Oficial do Brasil para a
-

materialização de provas contra autores de crimes sexuais

Contribuir para a formação de um Procedimento


-

Operacional Padrão (POP) nas polícias científicas do Brasil


e de outros países.

-
Aproximar cada vez mais as áreas pericial e acadêmica
MATERIAL E MÉTODOS
ETAPA
2011 - EXPERIMENTO IN VITRO ENTOMOLÓGICA
NO BRASIL ETAPA
MOLECULAR

ETAPA
2012 - EXPERIMENTO IN SITU ENTOMOLÓGICA
NO BRASIL ETAPA
MOLECULAR
ETAPA
2013/14 - EXPERIMENTO IN VITRO ENTOMOLÓGICA
NOS EUA ETAPA
MOLECULAR
MATERIAL E MÉTODOS
EXPERIMENTO IN VITRO NO BRASIL
ETAPA ENTOMOLÓGICA
-
Laboratório de Diptera – Museu Nacional/UFRJ (Dra. Márcia Couri)

-
Laboratório de Entomologia Forense do ICCE – PC/RJ (Dra.
Janyra)

ETAPA MOLECULAR
- Laboratório de DNA do IPPGF – PC/RJ (Dr. Rodrigo
Grazinoli)
MATERIAL E MÉTODOS
EXPERIMENTO IN SITU NO BRASIL
ETAPA ENTOMOLÓGICA
-
Laboratório de Diptera – Museu Nacional/UFRJ (Dra. Márcia
Couri)

-Laboratório de Entomologia Forense do ICCE – PC/RJ (Dra.


Janyra)

-
Área de mata do Batalhão CFA – PM/ES

ETAPA MOLECULAR
- Laboratório de DNA do IPPGF – PC/RJ (Dr. Rodrigo Grazinoli)
MATERIAL E MÉTODOS
EXPERIMENTO IN VITRO
NOS EUA
ETAPA ENTOMOLÓGICA
- Laboratory of Forensic Entomology, Department of Biological
Science, Florida International University - FIU (Dr. Jeffrey Wells)

ETAPA MOLECULAR
- Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police (Dr. Jeffrey
Johnson)
MATERIAL E MÉTODOS
DIPTERA UTILIZADO NAS ETAPAS ENTOMOLÓGICAS NO
BRASIL

- Adultos e imaturos de Chrysomya albiceps

a
b
Larva (a) e adulto (b) de Chrysomya albiceps.
MATERIAL E MÉTODOS
DIPTERA UTILIZADO NAS ETAPAS ENTOMOLÓGICAS NO
BRASIL

- Adultos e imaturos de Chrysomya albiceps

Predominância

Voracidad Fácil
e diferenciação
MATERIAL E
MÉTODOS
EXPERIMENTO IN VITRO NO
BRASIL
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Entomologia Forense do ICCE, da Polícia Civil - RJ

-
600 g de carne moída + 3,0 mL de sêmen
-
Estímulo à oviposição em carne moída: potes protegidos da luz
-
Coletas de imaturos a cada 24h de decomposição

Potes de plástico, com carne (e sêmen)


Potes de plástico no interior da
para oviposição das moscas
gaiola
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Entomologia Forense do ICCE, da Polícia Civil - RJ

- Criação de adultos com água ad libitum e mel (50%).

Gaiola para criação de moscas.


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Entomologia Forense do ICCE, da Polícia Civil - RJ
- Pote após 192h (8 dias) de decomposição

Potes de plástico com larvas e pupas


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NO


BRASIL
Laboratório de Entomologia Forense do ICCE, da Polícia Civil - RJ
- Coleta das larvas e pupas a cada 24 horas (a partir do 2º dia)

Frascos com álcool 70%, para armazenamento das larvas e pupas


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Entomologia Forense do ICCE, da Polícia Civil - RJ
- Dissecação dos imaturos
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Entomologia Forense do ICCE, da Polícia Civil - RJ

- Material do trato digestório dos imaturos

Frascos de Eppendorf com o trato gastrintestinal das larvas, em álcool


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ

TRÊS SEQUÊNCIAS FUNDAMENTAIS

1 – Extração do DNA

2 – Amplificação do DNA

3 – Eletroforese capilar
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO


BRASIL
Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
1 – Extração do DNA

Extração de DNA pela técnica de fenol-


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
1 – Extração do DNA
- Técnica de fenol-clorofórmio

DNA

Eppendorf com partição do DNA na fase aquosa (superior)


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ

APÓS A EXTRAÇÃO, FOI FEITA A QUANTIFICAÇÃO DE DNA TOTAL

Diluições para valores próximos de 1,0


ng/µL
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR

1) DNA alvo (molde)

1) Primers (oligonucleotídeos)
2) dNTPs

1) DNA Polymerase termoestável


2) Mg++ ions
3) Solução tampão
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR
1. Adição de reagentes
DNA
Taq dATP
polimerase dCTP
Primers dGTP
Tampão dTTP
Água
(nucleotideos)
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR
1. Adição de reagentes
DNA
Taq dATP
polimerase dCTP
Primers dGTP
Tampão dTTP
Água
(nucleotideos)
94ºC

DENATURAÇÃO

2. Alternância de
temperaturas
(Termociclador)
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR
1. Adição de reagentes
DNA
Taq dATP
polimerase dCTP
Primers dGTP
Tampão dTTP
Água
(nucleotideos)

94ºC 57ºC

DENATURAÇÃO ANELAMENTO

2. Alternância de temperaturas
(Termociclador)
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR
1. Adição de reagentes
DNA
Taq dATP
polimerase dCTP
Primers dGTP
Tampão dTTP
Água
(nucleotideos)
94ºC

57ºC

72ºC
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR

Termociclado Programa específico


r Yfiler
2 - Amplificação do DNA por PCR
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
2 - Amplificação do DNA por PCR

Esquema mostrando amplificação do DNA


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
3 - Eletroforese capilar para análise Y-STR

Analisador genético ABI 3100 Avant


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF), da Polícia Civil- RJ
3 - Eletroforese capilar para análise Y-STR
MATERIAL E MÉTODOS
ETAPA MOLECULAR IN VITRO NO
BRASIL
3 - Eletroforese capilar para análise Y-
STR
RESULTADOS E DISCUSSÃO

EXPERIMENTO IN VITRO NO BRASIL


Número de imaturos dissecados
Tempo de Decomposição Número de imaturos
48 horas (2º dia) 15 larvas e 00 pupas
72 horas (3º dia) 14 larvas e 00 pupas
96 horas (4º dia) 14 larvas e 00 pupas
120 horas (5º dia) 15 larvas e 00 pupas
144 horas (6º dia) 13 larvas e 00 pupas
168 horas (7º dia) 08 larvas e 12 pupas
192 horas (8º dia) 02 larvas e 13 pupas
81 larvas e 15 pupas =
TOTA 8 dias
L
96
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NO
BRASIL

Eletroferograma Y-STR/48h (2º DIA)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NO BRASIL

Eletroferograma Y-STR/72h (3º DIA)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NO
BRASIL
Eletroferograma Y-STR/120h (5º DIA)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NO BRASIL

Eletroferograma Y-STR/144h (6º DIA)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NO BRASIL

Eletroferograma Y-STR/192h (8º DIA)


Locais Alelos das Amostras
Genéticos
RESULTADOS E DISCUSSÃO Haplótipo Haplótipo de
48h 72h 120h 144h 192h
EXPERIMENTO IN VITRO NO BRASIL Questionado Referência

DYS456 16 16 16 16 16 16
# 15 regiões amplificadas em 16. DYS389 I 14 14 14 14 14 14
DYS390 23 23 23 23

# Melhores resultados: amostras DYS389 II 30 30 30


de maior decomposição. DYS458 15 15 15 15 15 15
DYS19 16

# Locais amplificados com total DYS385 15 15 15 15


compatibilidade alélica com a DYS393 14 14 14 14 14 14 14
amostra de referência DYS391 10 10 10 10 10 10
DYS439 12 12 12
# Não houve perfil de mistura
DYS635 22 22 22 22
DYS392 12 12 12 12
# Técnica tem grande potencial
GATA H4 11 11 11 11 11
para aplicabilidade pericial DYS437 15 15 15 15 15 15 15
DYS438 8 8 8 8 8
DYS448 20 20 20 20 20
MATERIAL E
MÉTODOS
EXPERIMENTO IN SITU NO
BRASIL
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL

Batalhão CFA da PM-ES

3 ou 4 disparos de arma de fogo no


Modelo animal: porca da espécie Sus scrofa
animal, a curta distância
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES

Seringa com sêmen

Dípteros pousando na
carcaça segundos após a
morte Inoculação de 3,0 mL de sêmen na região
anal e vaginal da porca (com 15kg)
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES

Jaula de metal, forrada com tela de


pinteiro
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES
- Coleta de imaturos a cada 24h, até 14 dias de decomposição

Amostra 48h (2º dia de decomposição)


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES

Amostra 288h (12º dia de decomposição)


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES

Frascos com álcool 70%, para armazenamento das larvas e pupas


coletadas.
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Batalhão CFA da PM-ES
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Laboratório de Entomologia Forense do ICCE - RJ

Dissecação do imaturo
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN SITU NO


BRASIL
Laboratório de Entomologia Forense do ICCE - RJ

- Material do trato digestório dos imaturos

TAMPÃO DE
EXTRAÇÃO

Frascos de Eppendorf com o trato gastrintestinal das larvas


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN SITU NO


BRASIL
Laboratório de Genética Forense (IPPGF) - RJ

TRÊS SEQUÊNCIAS FUNDAMENTAIS

1 – Extração do DNA

2 – Amplificação do DNA

3 – Eletroforese capilar
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN SITU NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF) - RJ

- Além da extração por fenol-clorofórmio, também foi


utilizada...

DNA

Eppendorf com partição do DNA na fase aquosa (superior)


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN SITU NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF) - RJ

Resina magnética (Kit IQ) Ultrafiltração em


Microcon
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN SITU NO BRASIL


Laboratório de Genética Forense (IPPGF) - RJ

APÓS A EXTRAÇÃO, FOI FEITA A QUANTIFICAÇÃO DO


DNA

Diluições para valores próximos de 1,0 ng/µL


RESULTADOSE
DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN SITU NO
BRASIL
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN SITU NO BRASIL

Tempo de Decomposição Número de imaturos


96 horas (4º dia) 51 larvas e 00 pupas
120 horas (5º dia) 53 larvas e 00 pupas
144 horas (6º dia) 76 larvas e 00 pupas
168 horas (7º dia) 28 larvas e 00 pupas
192 horas (8º dia) 32 larvas e 00 pupas
216 horas (9º dia) 48 larvas e 01 pupa
240 horas (10º dia) 11 larvas e 28 pupas
264 horas (11º dia) 00 larvas e 18 pupas
288 horas (12º dia) 00 lavras e 23 pupas
312 horas (13º dia) 00 larvas e 57 pupas
336 horas (14º dia) 00 larvas e 20 pupas
289 larvas e 157 pupas =
TOTA 14 dias
L
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN SITU NO
BRASIL
Eletroferograma Y-STR / 144h (6º dia)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN SITU NO BRASIL
Eletroferograma Y-STR / 288h (12º
dia)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN SITU NO BRASIL
Eletroferograma Y-STR / 336h (14º
dia)
Locais Horários e Alelos das Amostras
Genéticos
Haplótipo Haplótipo de
144h 168h 192h 216h 240h 288h 312h 336h
Questionado Referência

DYS456 16 16 16 16 16 16
DYS389 I 14 14 14
DYS390 23
DYS389 II 30 30 30
DYS458 15 15 15 15 15
DYS19 16
DYS385 15 15 15
DYS393 14
DYS391 10
DYS439 12 12 12 12
DYS635 22 22 22
DYS392 12 12 12
GATA H4 11
DYS437 15
DYS438 8
DYS448 20
RESULTADOS E DISCUSSÃO

EXPERIMENTO IN SITU NO BRASIL


-
Amplificação de 8 regiões de interesse, na união dos horários

-
Locais alélicos amplificados compatíveis com a amostra
referência
-
Não houve perfil de mistura

-
CODIS tem exigência mínima de 7 locais amplificados para Y-STR

-
Dificuldades analíticas bem maiores do que nos testes in vitro

-
Necessidade de mais ajustes dos protocolos para uso in situ

-
Técnica tem grande potencial para aplicabilidade pericial
MATERIAL E
MÉTODOS
EXPERIMENTO IN VITRO NOS
EUA
UNITED STATE OF AMERICA (USA) – 2013 / 2014
- Florida International University
(FIU)

Dr. Jeffrey
Wels
UNITED STATE OF AMERICA (USA) – 2013 / 2014
- Miami Dade Police: Crime Lab / CSI MIAMI

Dr. Jeffrey
Johnson

113
MATERIAL E MÉTODOS
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA

- Espécie predominante em cadáveres na região: Chrysomya


megacephala

a b

Larva (a) e adulto (b) de C. megacephala


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NOS EUA


Laboratory of Forensic Entomology, Florida International University - FIU
-
Estímulo à oviposição em frascos específicos
-
600 g de carne moída + 3,0 mL de sêmen
-
Coletas de imaturos a cada 24h de decomposição, por 14 dias.

Potes específicos para Potes de plástico, com carne (e sêmen)


oviposição para onde os ovos foram transferidos
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NOS EUA


Laboratory of Forensic Entomology, Florida International University - FIU
- Uso de gaiolas entomológicas

Gaiola entomológica metálica, usada no laboratório americano


MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NOS EUA


Laboratory of Forensic Entomology, Florida International University - FIU
- Armazenamento dos imaturos de C. megacephala.

Larvas no tubos Falcon com


álcool 70%
Tubos Falcon com álcool 70%
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA ENTOMOLÓGICA IN VITRO NOS EUA


Laboratory of Forensic Entomology, Florida International University - FIU
- Retirada visceral dos imaturos de C. megacephala.

Transferência das vísceras para


Dissecação ventral postero-anterior frascos Eppendorf com tampão de extração
de
C. megacephala
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NOS


EUA
Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police

1 – Extração do DNA

2 – Amplificação do DNA

3 – Eletroforese capilar
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NOS


EUA
Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police
1 – Extração do DNA
- Extração baseada em partículas magnéticas

“Large Volum Protocol”

Tubo específico

20 µl de proteinase K, mantida em temperatura ambiente


Equipamento EZ1 Advanced XL, da Qiagen
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NOS


EUA
Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police
Quantificação específica – DNA Y humano

Equipamento 7500 Real Time PCR System (Life


Technologies)
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NOS


EUA
Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police
Concentração de DNA

Concentração de DNA membrana ultrafiltrante


Microcon
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NOS


EUA
Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police
2 – Amplificação do DNA por PCR

Termociclador GeneAmp PCR System


9700®
MATERIAL E MÉTODOS

ETAPA MOLECULAR IN VITRO NOS


EUA
Crime Laboratory / CSI of Miami Dade Police
3- Eletroforese capilar

Aparelho ABI 3130, para eletroforese capilar no Crime


Lab
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA
Tempo de Decomposição Número de imaturos
72 horas (3º dia) 15 larvas e 00 pupas
96 horas (4º dia) 16 larvas e 00 pupas
120 horas (5º dia) 16 larvas e 00 pupas
144 horas (6º dia) 18 larvas e 00 pupas
168 horas (7º dia) 17 larvas e 03 pupas
192 horas (8º dia) 15 larvas e 04 pupas
216 horas (9º dia) 16 larvas e 04 pupa
240 horas (10º dia) 15 larvas e 05 pupas
264 horas (11º dia) 08 larvas e 07 pupas
288 horas (12º dia) 11 larvas e 06 pupas
312 horas (13º dia) 06 larvas e 09 pupas
336 horas (14º dia) 00 larvas e 15 pupas
155 larvas e 53 pupas =
TOTA 14 dias
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA

Eletroferograma Y-STR/72h (3º DIA)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA

Eletroferograma Y-STR/120h (5º DIA)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA

Eletroferograma Y-STR/168h (7º DIA)


RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA

Eletroferograma Y-STR/216h (9º DIA)


HORÁRIOS E ALELOS DAS AMOSTRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO LOCAIS
72h 120h 168h 216h Haplótipo Haplótipo de
EXPERIMENTO IN VITRO NOS EUA GENÉTICOS
(3º dia) Querstionado Referência
(5º dia) (7º dia) (9º dia)
DYS456 16 16 16 16 16
# 16 regiões amplificadas em 16
DYS389 I 14 14 14 14 14

# Extração eficiente DYS390 23 23 23 23 23


DYS389 II 30 30 30 30
DYS458 15 15 15 15 15 15
# Compatibilidade alélica com a
amostra de referência DYS19 16 16 16 16 16
DYS385 15 15 15 15 15

# Sem perfil de mistura DYS393 14 14 14 14 14 14


DYS391 10 10 10 10 10 10
DYS439 12 12 12 12
# Locais com menor e maior DYS635 22 22 22 22 22
amplificação DYS392 12 12 12 12 12
GATA H4 11 11 11 11 11
# Técnica pode ser usada em DYS437 15 15 15 15 15 15
países diferentes
DYS438 8 8 8 8 8
DYS448 20 20 20 20 20
CONCLUSÕES DA PESQUISA DO DOUTORADO
A recuperação e identificação de DNA Y-STR humano, a partir de
imaturos de Diptera é plenamente possível.

Houve sucesso nas amplificações nos três experimentos realizados


nesse estudo: in vitro e in situ no Brasil e in vitro nos EUA.

Os resultados dos testes no Brasil e nos EUA, reforçam a grande


potencialidade dessa técnica na aplicação criminal.

É necessária a continuidade dos estudos para o aprimoramento


da técnica.

A quantidade mínima e máxima de imaturos coletados deve ser


alvo de mais pesquisas, adequando-se à prática pericial.
PERICIA CRIMINAL = PROVAS
MATERIAIS
Sem provas não há inocentes nem
culpados

OBRIGADO A
TODOS
biochamoun@gmail.com

Você também pode gostar